Zoë Saldaña, vencedora do Oscar 2025 de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação no polêmico filme ‘Emilia Pérez’, comentou em entrevista à revista People que considera sua estatueta “trans”.
Questionada onde ela guarda o prêmio, Saldaña respondeu: “Nós o temos no meu escritório e meu Oscar é fluido em termos de gênero”, acrescentando que se refere ao prêmio com os pronomes “elu/delu“, uma adaptação em português de they/them, utilizados originalmente por ela em inglês.
A declaração foi feita durante um evento de pré-estreia do filme ‘Elio’, nova animação da Pixar com lançamento previsto para 19 de junho nos cinemas brasileiros. Zoë integra o elenco de dubladores da produção.
‘Emilia Pérez’ foi um dos filmes mais comentados da temporada de premiações, tanto por sua abordagem quanto pelas polêmicas em torno da representação de pessoas trans. O longa teve 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Direção e Atriz. Além da Zoë, o elenco também conta com Karla Sofía Gascón, Selena Gomez, Adriana Paz e Edgar Ramírez. Apesar das diversas indicações, a produção ganhou apenas a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original.
O musical conta a história de um líder de cartel mexicano que passa por uma cirurgia de redesignação de gênero e, ao se tornar uma mulher trans, decide buscar redenção por seus crimes. A produção, no entanto, enfrentou críticas relacionadas à representação de pessoas trans, do contexto social mexicano e por publicações polêmicas da protagonista Karla Sofía Gascón nas redes sociais.
O poder de consumo da comunidade negra nos Estados Unidos voltou a ser um instrumento direto de pressão social. Nas palavras do pastor Jamal Harrison Bryant, “eles despertaram um gigante adormecido”. Foi assim que ele descreveu, em entrevista ao The Guardian (11/06/2025), o impacto do boicote que lidera contra a gigante varejista Target, após a empresa recuar em compromissos assumidos com a diversidade e o investimento em negócios negros.
O movimento começou como um “jejum de 40 dias”, batizado de #TargetFast, uma resposta à decisão da Target de reduzir seus programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Em 2020, em meio aos protestos após a morte de George Floyd, a empresa havia prometido investir 2 bilhões de dólares em empreendedores negros. Para Bryant, o recuo da Target é um desrespeito com uma comunidade que movimenta aproximadamente 12 milhões de dólares por dia nas lojas da rede. “Quando percebemos que nosso gasto diário tem esse peso, entendemos também o poder de escolha que temos”, disse o pastor ao The Guardian.
O impacto do boicote já é visível. Segundo o próprio pastor e dados divulgados na reportagem do The Guardian, a Target registrou uma queda superior a 500 milhões de dólares em vendas no primeiro trimestre de 2025, e uma redução de cerca de 1 bilhão de dólares em seu valor de mercado, com as ações da empresa caindo de 145 para cerca de 93 dólares. O número de clientes também caiu de forma expressiva. O CEO da empresa, Brian Cornell, chegou a se reunir com Bryant e com o reverendo Al Sharpton, em encontro intermediado pela Casa Branca, mas até agora, segundo o pastor, não houve avanços reais que revertessem o esvaziamento dos compromissos da empresa. “Eles pensaram que poderiam simplesmente mudar o nome do programa ou apagá-lo do discurso corporativo. Mas a comunidade negra está atenta”, afirmou Bryant à publicação britânica.
O movimento ganhou adesão rápida: mais de 200 mil pessoas assinaram petições de apoio ao boicote; cerca de 50 mil consumidores se comprometeram formalmente a não comprar na Target; e um diretório com mais de 150 mil negócios negros foi criado para estimular que o dólar negro circule em empresas comprometidas com a inclusão. “Não se trata apenas de punir a Target, mas de construir redes que fortaleçam os nossos próprios empreendedores”, destacou o pastor.
Entre as exigências feitas pelo grupo, estão um investimento de 250 milhões de dólares em bancos negros, o apoio a seis HBCUs (Historically Black Colleges and Universities) com programas de formação empresarial e a revisão completa da política de DEI da empresa. Até o momento, segundo a matéria do The Guardian, apenas a promessa original de 2 bilhões de dólares em compras com empreendedores negros foi reafirmada pela Target.
O próximo alvo da mobilização já está definido. A rede Dollar General, amplamente presente em regiões de baixa renda e com histórico de práticas predatórias, será objeto de um “protesto eletrônico”, conforme detalhado pelo pastor. Segundo Bryant, não se trata de um boicote tradicional, uma vez que muitas comunidades dependem das lojas para acesso a alimentos. A estratégia será concentrar pressão via e-mails, telefonemas e redes sociais, exigindo maior responsabilidade da empresa em suas práticas de contratação e investimento social.
O uso estratégico do dólar negro como ferramenta de pressão não é novidade na história americana, mas ganha novo fôlego neste contexto de retração corporativa em ações afirmativas. “Durante anos, fomos ensinados a pensar que nosso dinheiro não tinha poder. Esta campanha mostra exatamente o contrário”, conclui Bryant.
Após recusar convites anteriores, Paulo Vieirafará sua estreia em novelas. O humorista participará de ‘Garota do Momento’, novela das seis da Globo, interpretando Mirosmar, empresário goiano que se envolve com Iolanda, papel de Carla Cristina Cardoso. Os personagens ficarão juntos.
Vieira já havia sido sondado para ‘Vale Tudo’ e chegou a ser cotado para o papel do professor Asdrúbal em ‘Êta Mundo Bom!’, que acabou com Luis Miranda. Na época, os compromissos com a quarta temporada do ‘Avisa Lá Que Eu Vou’ inviabilizaram sua participação na novela.
Na reta final de ‘Garota do Momento’, a trama incluirá o casamento de Beatriz (Duda Santos) e Beto (Pedro Novaes), além de uma morte significativa. Parte das cenas foi gravada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Alcione fará participação especial nas cenas do casamento de Ulisses (Ícaro Silva) e Glorinha (Mariana Sena).
Enquanto isso, Vieira também realiza testes para um novo programa de auditório na Globo. A emissora pretende gravar um piloto da atração. O artista também aguarda a confirmação da segunda temporada da série ‘Pablo & Luisão’, o novo sucesso do Globoplay.
Mesmo no Dia dos Namorados, esta escrita não é — ou não é apenas — sobre o amor romântico. Porque antes de amar o outro, é preciso aprender a se amar. E para nós, pessoas negras, esse amor-próprio é também um gesto político, um ato de cura, uma reaproximação daquilo que tentaram arrancar: nossa dignidade, nossa beleza, nossa inteireza.
Todo mundo deveria ter o direito de amar, de escolher com quem deseja construir afeto. Mas é preciso lembrar que toda escolha carrega um contexto. E que, em um país atravessado por tantas camadas de violência, nenhuma decisão é neutra. Amar, também, é político. Especialmente quando se trata de nós, que por tanto tempo fomos ensinados a não nos amar — nem a nós mesmos, nem entre nós.
Este texto não é um julgamento. É um convite. Um chamado à consciência, não ao constrangimento. Porque aquilo que a gente vive no íntimo também é atravessado por séculos de imposições. A nossa autoestima foi alvo. O nosso desejo foi moldado. A nossa humanidade, tantas vezes, negada. E isso tudo não desaparece num gesto de carinho, por mais sincero que ele seja. Está nas entrelinhas. Nos silêncios. Na forma como, até hoje, se representa — ou se apaga — o amor preto.
Falar de amor preto não é levantar um muro. É abrir um espaço. É lembrar que fomos afastados da possibilidade de amar com liberdade, com ternura, com profundidade. Que nos fizeram acreditar que só seríamos amáveis se nos aproximássemos daquilo que o sistema valoriza: a branquitude, o corpo moldado, o cabelo liso, a alva. Isso não foi natural. Foi aprendido. E o que é aprendido pode — e deve — ser questionado.
O que propomos é um outro horizonte. Um amor que não repita o que tantas vezes já falhou. Um amor que não reproduza os afetos hierárquicos, baseados na posse, na desconfiança, na comparação constante. Um amor que seja nosso. Que converse com a nossa história, com os nossos saberes, com o tempo que pulsa no nosso corpo. Que seja decolonial. Que recuse os moldes prontos do Ocidente, que nos prometem plenitude e nos entregam solidão.
Porque a solidão da mulher negra, por exemplo, não é resultado de uma suposta inadequação. É reflexo de um sistema que a vê como forte demais para ser cuidada, como “exótica” demais para ser escolhida. E o homem negro, por sua vez, carrega o peso de uma virilidade imposta, da desconfiança constante, da dificuldade de ser vulnerável. Não somos culpados por isso. Mas somos responsáveis por não perpetuar essas dores.
Amar preto é reeducar o olhar. É perceber beleza naquilo que nos ensinaram a rejeitar. É reconstruir a confiança, a parceria, o encantamento. É romper com o modelo do negro único — aquele que “deu certo” e, por isso, se distancia dos seus. É entender que o amor que desejamos e merecemos se constrói a partir da comunidade, do cuidado mútuo, da escuta generosa. É se permitir ser visto e ver o outro por inteiro, sem filtros coloniais.
O amor preto não é exceção. Não é compensação. Não é resistência solitária. Ele é revolução quando se propõe a curar, a reinventar, a oferecer aquilo que o sistema sempre nos negou: leveza. E é justamente essa leveza — construída com dignidade, consciência e afeto — que nos aponta um novo caminho. Amar preto é quebrar o ciclo da negação. É afirmar que somos possíveis. Que somos desejáveis. Que somos completos.
Neste Dia dos Namorados, celebre se quiser — mas, sobretudo, reflita. Que tipo de amor estamos construindo? Que valores estamos repetindo? E o que podemos criar de novo a partir da nossa ancestralidade?
Porque se o projeto foi nos desumanizar, que o amor seja o caminho para nos reumanizar. E que ele seja inteiro, nosso, com a nossa cara, o nosso ritmo, a nossa memória.
Ame-se, primeiro. Como nossos mais velhos sempre sinalizaram: se a sua escolha for um relacionamento monorracial, beije sua preta ou seu preto em praça pública. Sem vergonha, sem medo, sem disfarce. Seu — não no sentido de posse, mas de espelho. De quem caminha ao lado, refletindo sua história, sua luta, sua beleza.
O maior espetáculo para o pobre da atualidade é ter o que comer em casa. – Carolina Maria de Jesus
De uma conversa animada e descontraída, com o meu sobrinho, acabei passando para um estado de tristeza e perplexidade. Mas antes de comentar do que se trata, vou te situar um pouco sobre a vida dele.
O Gabriel é um jovem negro. Está com dezesseis anos. Mora com os pais na Zona Sul de São Paulo. Adora ouvir samba, e até entrou numa escola de música para aprender cavaquinho. É entusiasta de diversas modalidades de esportes e estuda em escola pública.
Ele está sempre ligado nas notícias e debates sobre o racismo; quando vê notícias, imediatamente compartilha comigo pelo WhatsApp “o que acha disso, tio?”. A minha irmã às vezes comenta “esse aí parece você!”. Eu dou risada, claramente com orgulho do sobrinho.
Falando da minha irmã, ela é professora do ensino básico na rede municipal. Sai para trabalhar no período da manhã e retorna somente à noite; o marido trabalha de vigilante em duas empresas. Encontrá-lo em casa é como acertar na loteria; a propósito, a residência foi financiada a perder de vista. Até o início do ano, eles eram caseiros de uma chácara.
No mês passado, o Gabriel foi passar um fim de semana comigo. Em meio às nossas conversas, comentou que na escola os amigos chamam ele de “nego boy”. Isso está causando certo incômodo no moleque, porque não é verdade. Ele sabe que o pouco de conforto desfrutado decorre da própria ausência dos pais que passam mais tempo trabalhando do que no convívio familiar.
A provocação começou após ele levar os amigos para fazerem trabalho escolar em casa. Os jovens se surpreenderam com os detalhes da moradia. O quarto dele, por exemplo, é uma pequena suíte. Nela tem uma TV bacana, notebook, ar condicionado, pintura nova. Nada luxuoso. A sala é aconchegante. O quintal é espaçoso. Se abrirmos a geladeira e o armário de mantimentos, constataremos o suficiente para o consumo do mês. Nem sempre dá. Mas, no geral, a moradia contém o básico para a sobrevivência.
Obviamente, a visão manifesta dos jovens é reflexo do estabelecido no imaginário brasileiro, nos suscitando algumas perguntas: afinal, qual o valor do que é básico em uma sociedade racista? Até quando o rompimento de estereótipos causará espanto nas pessoas?
📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima
Foi durante um show de Péricles que Clara Moneke e Breno Ferreira perceberam que havia algo além da amizade que já cultivavam desde 2022, quando atuaram juntos em uma série. “A gente ficou se fuzilando a noite inteira”, brincou Breno. O primeiro beijo veio ali mesmo, e, como Clara define com bom humor: “Foi uma coisa que no primeiro beijo a gente sabia. Ferrou. Foi amor ao primeiro beijo.”
Hoje, quase um ano depois desse encontro, o casal — no ar em Dona de Mim e Vale Tudo — celebra o primeiro Dia dos Namorados juntos e já fala abertamente sobre planos de casamento e filhos. “A partir do momento em que a gente tem essa relação muito apaixonada, é o natural da vida ir para esse lugar”, afirmou Breno. Clara completa: “Para a gente é só daqui para debaixo da terra, até que a morte nos separe.”
Os dois também revelaram o lado leve e divertido da relação. “Meu amor é brega, com todo orgulho”, disse Clara. “Eu sou de fazer camisa, fiz um cordão com um ‘B’ para mim e um anel para ele de ‘C’. É muito bom esse amor saudável, de poder amar e ser retribuída.” Já nos apelidos carinhosos, eles entregaram uma lista: “Eu adoro Beco, Becoleco…”, contou Clara. Breno completa: “Aí eu falo Becaleca. Também gosto de Nenega, do Nenego.”
📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima
Apaixonados e bem-humorados, Clara e Breno também não se incomodam com o assédio do público, que costuma elogiar o casal nas redes sociais. “É bom ser querido, reconhecido pelo trabalho e também como casal preto. Mas é claro que às vezes tem quem passa do limite”, pondera Breno. Clara, entre o orgulho e um leve ciúmes, diz: “Posta essa foto sem camisa, amor, tá lindo… mas depois eu fico lá, hum… (risos).”
Seja no trabalho, nos pequenos gestos ou nos grandes planos, o casal vive um momento de construção e parceria. “Nosso casamento vem aí, com Pericão cantando”, brincou Breno. Clara reforça: “A gente tem sonhos, de filhos, de família. O casamento vai acontecer no momento certo. Por enquanto, estamos aproveitando cada dia juntos.”
📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima
O Bet Awards 2025, premiação que celebra a excelência negra na música, foi realizado na noite desta segunda-feira (9), com muitos momentos marcantes, vitórias históricas e discursos poderosos. A cerimônia foi apresentada pelo ator e comediante Kevin Hart.
Entre um dos grandes destaques da noite, a rapper brasileira Ajuliacosta, venceu a categoria Melhor Artista Revelação Internacional. Até então, MD Chefe era o único brasileiro a conquistar esse prêmio.
“Eu estou muito feliz por estar levando esse prêmio! Eu quero agradecer a todo mundo que me fortaleceu nessa, a mobilização que os rappers fizeram, à toda bancada que olhou meu trabalho com um olhar carinhoso…Só gratidão! Isso me impulsiona cada vez mais”, agradeceu a artista.
Doechii também se destacou na cerimônia ao se posicionar publicamente contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso de vitória do prêmio de Melhor Artista Feminina de Hip Hop. A rapper contestou o envio de tropa da Guarda Nacional para Los Angeles em meio aos protestos contra as batidas policiais de imigração.
“Trump está usando forças militares para impedir um protesto e quero que todos vocês considerem que tipo de governo ele parece ser, já que cada vez que exercemos nosso direito democrático de protestar, o exército é mobilizado contra nós. Que tipo de governo é esse?”, criticou.
“As pessoas estão sendo arrastadas e arrancadas de suas famílias, e sinto que é minha responsabilidade como artista usar este momento para falar em nome de todos os oprimidos, dos negros, dos latinos, das pessoas trans, das pessoas em Gaza. Todos nós merecemos viver com esperança e não com medo. E espero que nos unamos, meus irmãos e irmãs, contra o ódio, e protestemos contra ele”, acrescentou.
Stevie Wonder e Jamie Foxx no BET Awards 2025 (Foto: Christopher Polk)
Ícone da noite
Em dos momentos mais emocionantes da noite, Jamie Foxx recebeu o prêmio Ultimate Icon Award das mãos de Stevie Wonder, e fez um discurso comovente, ao agradecer a Deus pela “segunda chance” após ter sofrido uma hemorragia cerebral que resultou em um derrame em abril de 2023.
“Não consigo nem começar a expressar o amor que sinto de todos. Tenho que ser sincero, quando vi o In Memoriam, pensei: cara, poderia ter sido eu. Não sei por que passei por tudo o que passei, mas sei que minha segunda chance não vou recusar”, declarou.
“Eu tenho tanto amor para dar. Eu disse a ele [Deus], eu disse, cara, me dá mais uma chance nisso”, disse com os olhos cheios de lágrimas. “Eu disse, seja lá por que motivo você me impuser isso, eu prometo que vou fazer a coisa certa. E vou fazer a coisa certa na frente de vocês, porque eu sei que muitas vezes, quando nos damos bem, esquecemos de onde viemos. Quando fiz meu especial [Jamie Foxx: What Had Happened Was… na Netflix], foi na frente de pessoas negras. As pessoas negras foram as que disseram, cara, nós te pegamos. Não quer dizer que os brancos também não saibam rezar. Eu sei que parece estranho, mas vocês sabem do que estou falando. É como se vocês tivessem me pressionado, e eu não quero fazer esse discurso inteiro sobre isso, mas vocês não podem passar por algo assim e não testemunhar.”
Os cantores Snoop Dogg, Mariah Carey e Kirk Franklin também venceram o Ultimate Icon Award.
Veja a lista completa de vencedores do Bet Awards 2025 aqui!
2025.06.09 - O jogador grego da NBA Giannis Antetokounmpo participa da reinauguração de quadra com seu nome no bairro do Leblon Rio de Janeiro. Foto: Daniel Ramalho para INPRESS / Divulgação.
Giannis Antetokounmpo, astro da NBA e conhecido como “Greek Freak”, esteve no Brasil neste final de semana para uma agenda especial no Rio de Janeiro. Ao lado de sua família, o jogador participou da inauguração de uma quadra pública de basquete revitalizada na Praça Cláudio Coutinho, no bairro do Leblon.
A ação foi promovida em parceria com a marca de jogos Betano, que tem sede na Grécia. O objetivo da iniciativa é incentivar o esporte de base e criar espaços acessíveis para novos talentos.
“Minha história está ligada às quadras públicas. Foi assim que descobri minha paixão pelo basquete. Espero que essa quadra, inaugurada hoje pela Betano, permaneça sempre cheia e possa incentivar a formação de novos talentos”, declarou Giannis durante a cerimônia.
Além do compromisso oficial, Giannis aproveitou para vivenciar um pouco da cultura local. O jogador experimentou uma tradicional feijoada e curtiu um bom samba, mostrando seu entusiasmo com a receptividade e a energia brasileira.
2025.06.09 – O jogador grego da NBA Giannis Antetokounmpo participa da reinauguração de quadra com seu nome no bairro do Leblon Rio de Janeiro. Foto: Daniel Ramalho para INPRESS / Divulgação.2025.06.09 – O jogador grego da NBA Giannis Antetokounmpo participa da reinauguração de quadra com seu nome no bairro do Leblon Rio de Janeiro. Foto: Daniel Ramalho para INPRESS / Divulgação.
Com uma carreira marcada por superação e conquistas, Giannis é hoje um dos maiores nomes da NBA. Sua passagem pelo Rio reforça a importância de iniciativas que promovam o acesso ao esporte e aproximem ídolos de comunidades ao redor do mundo.
O ano de 1830, que marca a instituição do primeiro templo de Candomblé do Brasil, foi caracterizado pelo crepúsculo do Livro V das Ordenações Filipinas, que criminalizava a heresia, a blasfêmia de Deus e punia a feitiçaria com pena de morte. Em dezembro daquele mesmo ano era aprovado o primeiro código penal brasileiro, que incriminava a zombaria da religião oficial e o culto a qualquer outra religião, bem como quaisquer ideias contrárias à existência de Deus. Acima do código de 1830 pairava a Constituição do Império, de 25 de março de 1824, que reafirmava a “Religião Catholica Apostólica Romana” como religião oficial de estado.
Os horrores do escravismo, o cristianismo compulsório e a supremacia racial e religiosa legitimada pela norma jurídica (o curandeirismo prossegue tipificado no Código Penal vigente) não foram suficientes, entretanto, para impedir três africanas – Iyá Detá, Iyá Akalá e Iyá Nassô de edificarem o Ile Axé Iya Nassô Oka, conhecido como Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, atualmente instalado na Vasco da Gama, em Salvador – Bahia.
À perseguição estatal somou-se, a partir dos anos 70 do século passado, o discurso de ódio religioso apelidado de exercício da liberdade de expressão que basicamente atribui o aquecimento global, o buraco na camada de ozônio, o terraplanismo e dentadura trincada à existência das religiões afro-brasileiras.
Não será coincidência, a propósito, a similaridade entre a satanização das religiões afro-brasileiras utilizada para difundir o medo/multiplicar fortunas sacerdotais e o discurso nazista que atribuía aos judeus a responsabilidade por todos os males do planeta.
Por ocasião da tragédia climática que assolou o Rio Grande, por exemplo, houve quem chegasse à engenhosa conclusão de que o problema decorreria do grande número de terreiros de batuque existentes no estado mais branco do Brasil.
A novidade, publicada em 2017 numa pesquisa coordenada pela socióloga paranaense Lena Garcia, coadjuvada pelo autor dessas linhas, é que na cidade de São Paulo, entre o censo de 2000 e de 2010, as religiões afro-brasileiras experimentaram crescimento de cerca de 40%.
O perfil do macumbeiro novo não é mero detalhe: jovem negro(a), com formação universitária e renda superior – produto das ações afirmativas e da revolução provocada pelo Movimento Negro nas últimas décadas que não se resume à dimensão estética, como supõe muita gente boa.
O censo de 2022 ilustra uma realidade perceptível a olho nu mas mantém o equívoco na redação da pergunta sobre religião e com certeza subnotifica o número de brasileiros(as) que professam as matrizes africanas: se os macumbeiros somassem 1% da população o discurso de ódio religioso não teria produzido tantas fortunas e não teria sido explorado eleitoralmente a ponto de contribuir para a eleição de um capitão que trata quilombolas como animais inúteis inclusive para procriação, frase anunciada em meio a estrondosas gargalhadas no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.
Em 1985 a luminosa canção “Milagres do Povo”, de Caetano, foi trilha da minissérie “Tenda dos Milagres”, escrita pelo mesmo Jorge Amado que defendeu efusivamente a liberdade de crença na Constituição de 1946 mas não foi capaz de trair o racismo. O aparente paradoxo, renovado pelo censo de 2022, reside na frase quase épica assinada por Caetano – “Quem era ateu e viu milagres como eu’!!!
Ou, na genialidade de Bituca – “Quem traz no corpo essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”!!!!
Texto: Hédio Silva Jr., Advogado, Mestre e Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, fundador do Idafro – Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras, é Ogã do Candomblé.
Por trás de cada costura, há uma história. Por trás da LENUR, há Gabrielle Juscelino, uma estilista negra de Juiz de Fora, Minas Gerais, que fez da sua trajetória um manifesto de beleza e pertencimento.
Aos 9 anos, já desenhava roupas enquanto mergulhava em jogos de moda. Hoje, aos 25, é a mente criativa por trás da marca que carrega no nome a fusão entre Le, de Gabrielle, e Nur, de origem árabe, que significa “Luz”.
LENUR nasceu do incômodo e da inquietação, em 2023, depois de notar a ausência de roupas que falassem com sua estética, seu corpo e sua identidade. Foi então que Gabrielle começou a desenhar suas próprias roupas, costurar, modelar. Toda a produção, desde o criativo até a embalagem final dentro de casa, com o propósito de vestir mulheres com autoestima e verdade.
Os vestidos, conjuntos e peças autorais da marca revelam um design atemporal e casual, que flerta com a sensualidade sutil e com a força simbólica das cores.
Para o Festival Negritudes Globo no Rio de Janeiro, realizado em maio deste ano, Gabrielle criou três vestidos marrons, a nova cor queridinha do momento. “Durante muito tempo, o marrom foi visto como uma cor sem status, até mesmo indesejada. Era difícil encontrar tecidos nesse tom para produzir. Mas hoje, ele virou tendência. E mais do que isso: se tornou símbolo de orgulho, beleza e afirmação”, declarou.
Foto: Reprodução Rede Globo
Para Gabrielle, a missão da LENUR é “criar produtos que realcem a individualidade de cada mulher, ajudando-a a reconhecer sua própria personalidade e a se sentir incrível”.