Em nota, cantora Ludmilla afirmou que sua equipe realizou a passagem horas antes da apresentação
Prestes a lançar seu novo álbum, Numanice 2, que chega às plataformas digitais no dia 23 de agosto, a cantora Ludmilla passou por uma situação nada agradável. A artista esteve entre as atrações que se apresentaram no Festival Farraial, que aconteceu em São Paulo. Após falhas técnicas no som, a cantora teve de deixar o palco.
O público que esteve presente no evento também relatou que falhas no som do festival atrapalharam a apresentação de Ludmilla, que seria a primeira a acontecer. Antes de sair do palco, ela explicou o que estava acontecendo: “Queria fazer um show f* para vocês, não foi culpa minha, não consegui, mas a gente se encontra nesse Brasil afora. Espero ver vocês num show meu de verdade com toda a estrutura que eu mereço e que eu faço.”
Um fã que afirma ter participado do evento, comentou o ocorrido após ver críticas à cantora na internet. Afirmando que as caixas de som não funcionaram no momento da apresentação e que Lud ainda tentou resolver o problema com a produção do Farraial:
Seguinte, eu estava na ala open bar, praticamente na grade e ao lado da caixa de som; no vídeo da para ver direitinho. Quando a Flávia Viana entrou para apresentar, o microfone já estava baixo e o som só saia das caixas de som que estavam no palco, então começamos a gritar pic.twitter.com/A3j0cscLrv
Ludmilla emitiu um comunicado, explicando aos fãs o que tinha acontecido:
“Em respeito a todo o público presente no evento Farraial, realizado neste sábado (20), na Arena Anhembi, em São Paulo, comunicamos que todo o procedimento técnico foi realizado, inclusive o de passagem de som, que foi concluído antes do meio dia e meio. A equipe da cantora não abriu mão de nenhum procedimento e os efetuou em sua totalidade antes da apresentação da mesma. Até mesmo de limitações tão severas de volume do som que foram impostas. Quanto ao atraso citado, importante que o contratante atente para o contrato, assinado antes da realização do show, no qual consta o horário de início da apresentação às 13h30. Certos que nunca passamos por situação semelhante, encontramo-nos ao inteiro dispor e responderemos diretamente aos responsáveis do “Farraial”, caso entendam com prudente nos procurar, pois estamos ao inteiro dispor.“
Em nota envidada ao Gshow, a produção do evento alega que Ludmilla chegou atrasada para sua apresentação e que a passagem de som não foi realizada. No final de semana, a equipe da cantora publicou um vídeo da passagem de som realizada antes da apresentação, com a legenda “Um pouquinho da nossa correria na montagem de hoje em São Paulo 🤘🏾🔥”.
No perfil do evento, usuários fizeram comentários sobre problemas com o som durante shows de outros artistas.
A primeira iniciativa da Marvel desenhada para o público brasileiro foi anunciada recentemente pela The Walt Disney Company Brasil. Trata-se do projeto “O Poder É Nosso”, criado internamente por um grupo multidisciplinar da empresa no Brasil e pelo grupo de afinidade T’Challa, composto por funcionários pretos da companhia, com base nos valores de Diversidade, Equidade e Inclusão.
Com o objetivo de fomentar mais espaços que valorizem e visibilizem o trabalho de artistas negros, o projeto conta com cinco artistas de diferentes partes do país, que foram convidados pela Marvel para fazer uma releitura dos personagens: Pantera Negra, Tempestade, Miles Morales, Mulheres de Wakanda e Falcão, com seus próprios estilos artísticos e bagagem cultural junto da mentoria da estilista Jal Vieira.
Negritoo, Crica, Massai, Luna B e DGOH foram os artistas selecionados e suas artes foram transformadas em uma guia de estilo para licenciamento de produtos, que originou inicialmente em uma coleção exclusiva com a C&A, com lançamento previsto para o próximo dia 23 agosto. Posteriormente, as artes serão utilizadas também na criação de produtos de outras categorias como papelaria e brinquedos. Confira o vídeo manifesto e o teaser oficial do projeto, e conheça mais sobre cada um dos artistas – que terão também suas histórias contadas através de minidocumentários que estão sendo lançados no Youtube da Marvel Brasil.
Negritoo
Foto: Reprodução/Instagram
Nascido em São Paulo, Negritoo cresceu com referências femininas em sua criação e isso impactou diferentemente em sua arte, se tornando o foco principal do seu trabalho. Suas principais inquietações, que se revelaram na parede em branco de seu quarto, despertaram o impulso em desenvolver trabalhos autorais e se intitular um artista que dialoga por meio do grafit, estampando suas artes pelo cenário urbano. Em “O Poder É Nosso”, Negritoo fez a releitura do personagem Pantera Negra.
Crica
Foto: Reprodução/Instagram
Crica é grafiteira, designer, ilustradora e compõe o time de professoras do Geledés (Instituto da Mulher Negra). Moradora de Embu das Artes, na regional metropolitana de São Paulo, é formada em Design de Interface Digital pelo Centro Universitário SENAC. Para o seu universo repleto de sutileza, amor e reflexão, trabalha em suas artes os elementos da cultura negra, do hip hop, do universo feminino, da cultura popular e alguns elementos da natureza. Não à toa, fez a reinterpretação da Tempestade, personagem da franquia X-Men.
Massai
Foto: Reprodução/Instagram
Massai é artista digital e produtor de conteúdo criativo do canal Prancheta do Massai no Youtube. O seu trabalho conta com influências de elementos do skate punk dos anos 80 e 90, quadrinhos , afro futurismo e de arte psicodélica. Atualmente trabalha com ilustração publicitária para clientes de várias partes do mundo como Austrália, Estados Unidos, Egito, Indonésia, Espanha, Inglaterra e sempre tenta aprender e se divertir com seus trabalhos. Miles Morales foi o personagem escolhido por Massai para o projeto “O Poder É Nosso”.
Luna B
Foto: Reprodução/Instagram
Nascida no Piauí e atualmente residente do Rio de Janeiro, Luna B é artista urbana, tatuadora e ilustradora. Seu trabalho expressa emoções e sentimentos por meio de personas e figuras humanas em suas vivências. Uma das narrativas encontradas em suas obras está na importância da representatividade no processo de reconstrução e ressignificação da identidade negra, considerando a arte como ferramenta para criar novas possibilidades de ser e estar no mundo. Ela reinterpretou as Mulheres de Wakanda em suas artes para o projeto da Marvel.
DGOH
Foto: Reprodução/Instagram
Diego “DGOH” iniciou seu trabalho com o grafitti em 2006 com influência nas tipografias das ruas, onde se identificou com a cultura Hip-Hop em São Paulo. Atualmente desenvolve projetos como oficinas realizadas em instituições, ONGS e grupos de estudo sobre arte urbana, além de murais nas ruas com elementos gráficos, ilustrativos e tipográficos. O artista já realizou diversos trabalhos em países como Austrália, Estados Unidos e Europa. Em expansão paralela ao seu trabalho nas ruas, gosta de usar técnicas mistas em produções artísticas Indoor como telas e decorações. DGOH fez a reinterpretação do personagem Falcão, atual Capitão América.
”O Poder é Nosso” é um projeto recorrente da Marvel, se tornando parte importante do compromisso de DE&I (Diversidade, equidade e inclusão) da The Walt Disney Company Brasil. Para dar ainda mais visibilidade ao projeto, “O Poder é Nosso” terá espaço em eventos com participação da Marvel, conteúdo audiovisual para os fãs e muito mais.
B3 coloca em audiência pública proposta para que as companhias elejam pelo menos uma mulher e um integrante de grupo minorizado para a alta liderança e incluam metas ESG como critério de remuneração variável
As empresas listadas na B3 terão novas regras para aumentar a diversidade de gênero e a representatividade de grupos minorizados em cargos de alta liderança. As companhias que eventualmente não conseguirem avançar precisarão indicar ao mercado e aos investidores em geral os motivos que inviabilizaram os avanços.
As novas regras foram colocadas em audiência pública hoje e podem receber contribuições de toda a sociedade até o dia 16 de setembro deste ano. A previsão é que o texto final comece a vigorar em 2023.
O mecanismo proposto pela B3 é conhecido como “pratique ou explique”, no qual as companhias precisam dar transparência ao mercado sobre as ações adotadas. A previsão é que as companhias brasileiras tenham ao menos uma mulher e um integrante de comunidade minorizada (pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência) em seu conselho de administração ou diretoria estatutária em até dois anos a partir da vigência da norma, que deve ser editada no início do próximo ano.
Atualmente, de 423 companhias listadas, aproximadamente 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários, e 37% não possuem participação feminina no conselho de administração, segundo levantamento feito pela B3 neste ano. Em relação ao estudo feito em 2021, foi possível constatar evolução na diversidade de gênero nos conselhos de administração, notadamente entre as empresas que compõem o Novo Mercado. Neste segmento, o índice de companhias que possuem pelo menos uma mulher no conselho aumentou 16 pontos percentuais – de 58% para 74%.
Não há, na base de dados reportada hoje pelas companhias, dados sobre raça e etnia, mas um levantamento entre as 73 empresas que participaram do processo seletivo do ISE B3 mostra o quanto é necessário avançar: 79% delas responderam ter entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria, e 78% declararam ter entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de C-level.
Além disso, a proposta inclui mudanças na política de remuneração variável da administração das companhias (quando houver esse tipo de remuneração), que deverão incluir indicadores de desempenho ligados a temas ou metas ESG. Caso as empresas optem por programas de remuneração variável sem indicadores ESG, precisarão explicar os fundamentos da decisão ao mercado e aos investidores.
“Entendemos como papel da B3 também ajudar a induzir mudanças e avanços no mercado financeiro. O tema da diversidade é um dos que precisamos priorizar, e acreditamos que a implantação das melhores práticas deve ocorrer de maneira progressiva, com prazos que permitam a necessária evolução da diversidade dentro das companhias. Mesmo na questão da participação feminina, que a sociedade debate há mais tempo, constata-se que grande parte das empresas listadas ainda não possui nenhuma mulher em suas diretorias estatutárias e conselhos de administração”, diz Viviane Basso, vice-presidente de Operações – Emissores, Depositária e Balcão da B3.
As medidas propostas seguem a tendência internacional de indução de maior diversidade no mercado financeiro e precisarão ser adotadas em prazos mais curtos quando comparadas a iniciativas semelhantes anunciadas por outras bolsas e órgãos reguladores ao redor do mundo.
Para definir a proposta que vai à audiência pública, a B3 avaliou alterações promovidas pelo órgão regulador das normas de listagem do Reino Unido e por bolsas de valores nos Estados Unidos (Nasdaq), Austrália, Hong Kong, Tóquio e Singapura. Em todos os casos, essas ações buscam aumentar a participação de mulheres na alta liderança e, em algumas, houve a adoção de regras que abordaram a diversidade em âmbitos como raça e etnia, nacionalidade e orientação sexual.
As regras, quando aprovadas, deverão ser adotadas pelas companhias listadas em todos os segmentos, incluindo Básico, Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. Em todos os casos, deve ser empregado o critério de autodeclaração, e a companhia poderá eleger um mesmo membro que acumule as duas características.
As companhias que já estão listadas na bolsa, na data de início da vigência das novas regras, terão até 2025 para comprovar a eleição do primeiro membro – ou apresentar justificativas para o não cumprimento da medida, no modelo “pratique ou explique” – e 2026 para o segundo membro.
Para as empresas que fizerem seu IPO após a vigência das novas regras, os prazos são: (i) o ano subsequente à listagem, para a primeira pessoa diversa; e (ii) o ano seguinte, para a segunda.
A mudança na remuneração de longo prazo dos conselheiros, deverá ser aplicada a partir de 2025, para as empresas já listadas, e, no caso de empresas recém-listadas, no ano subsequente à listagem.
As medidas propostas, que farão parte de um Anexo ao Regulamento para Listagem de Emissores e Admissão à Negociação de Valores Mobiliários, também incluem a previsão de que as companhias deverão:
Contemplar critérios de diversidade(gênero, orientação sexual, cor ou raça, faixa etária ou inclusão de pessoa com deficiência) como requisitos de indicação para Conselho de Administração e diretoria estatutária;
E elaborar e divulgar documento, aprovado pelo conselho de administração, contemplando um conteúdo mínimo sobre diretrizes e práticas ESG, incluindo governança e compliance.
A audiência pública receberá os comentários do mercado e da sociedade pelo e-mail sre@b3.com.br. O conteúdo pode ser consultado neste link, na aba Audiência Pública – ASG. As contribuições serão avaliadas, e o texto final do Anexo será submetido à aprovação dos órgãos internos da B3 e, em seguida, da CVM. Futuramente, as manifestações recebidas ao longo do período de audiência pública serão divulgadas na íntegra, no site da companhia.
A partir desta segunda, dia 22 de agosto, o VIVA vai exibir pela primeira vez a série “Mister Brau“. O programa acompanha o casal de origem humilde Michele (Taís Araújo) e Brau (Lázaro Ramos), que conquista dinheiro e fama com seu talento e trabalho, mas sem deixar de reverenciar suas raízes. Exibida originalmente de 2015 a 2018 na TV Globo, a atração mostra a intimidade, as relações, a casa e a vida do pop star Mister Brau, que se muda para uma mansão, e, por conta de sua rotina incomum, se envolve em confusões com os vizinhos do condomínio luxuoso, na Barra da Tijuca.
“‘Mister Brau’ foi um dos trabalhos mais prazerosos e importantes que eu fiz na minha trajetória. Uma obra que, através do humor, leva tantas reflexões importantes com um personagem que até hoje eu sinto falta de viver. Isso, porque é um homem que estava sempre caçando alegria, apaixonado pela sua mulher e celebrando a vida. Para mim, esse é o Mister Brau. Sem falar em sua família importantíssima para a representação positiva no nosso país. Até hoje, pessoas sentem saudade. O programa merece ser revisto”, comenta Lázaro Ramos.
O programa de quatro temporadas também apresenta no elenco nomes como Marcelo Flores, Luis Miranda, Kiko Mascarenhas, George Sauma, Guta Stresser, Cláudia Missura, Daniel Dantas e Fernanda de Freitas. Com exibição de segunda a sexta, a partir das 19h, “Mister Brau” conta com direção de Maurício Farias e produção dos Estúdios Globo.
O apresentador Luciano Huck se desculpou no programa “Domingão do Huck” desta semana, durante a “Batalha do Lip Sync“, pela falha com o cinturão que não serviu no vencedor da primeira batalha, Paulo Vieira, o deixando constrangido em público. “Queria aproveitar para pedir desculpas pelo nosso erro da semana passada. Nosso cinturão não estava no tamanho adequado para servir aos dois desafiantes. Falha do Domingão, e eu garanto que não irá se repetir”, disse ao vivo.
No domingo anterior (14), Paulo Vieira performou Elsa, personagem do filme “Frozen” com a música “Livre Estou” que garantiu a vitória na batalha, mas não conseguiu usar o cinturão. “Me serve? Não quer me ajudar a vestir? Pra gente ter esse constrangimento? Não serviu”, disse o humorista com brincadeira para descontrair o clima. Um membro da equipe tentou ajudá-lo a vestir o cinturão, mas não teve sucesso. “Vou ter que usar no braço. É no braço que usa, smartwatch”, brincou ele. “Acabou de ganhar uma pescoceira do Lyp Sinc”, contornou Luciano Huck.
No Twitter, o público apontaram gordofobia por parte da produção do programa, pelo descuido com o tamanho do cinturão. “a pessoa vítima da opressão faz aquela piada autodepreciativa pra tentar desviar o constrangimento, o Huck fala em pescoceira (????????????????)”. E completa: “E a pessoa gorda, q merecia o mundo, ganha mais uma humilhação pra sua história. Sinto muito Paulo. Você não merecia isso.”
E daí a pessoa vítima da opressão faz aquela piada autodepreciativa pra tentar desviar o constrangimento, o Huck fala em pescoceira (????????????????) E a pessoa gorda, q merecia o mundo, ganha mais uma humilhação pra sua história
“Você vê a gordofobia e suas pequenas agressões quando no primeiro ep de batalha de lipsinc no domingao o cinto do ganhador não serve nele (Paulo Vieira) uma pessoa gorda!”. E questiona: “Como se sentir incluída assim?”.
Você vê a gordofobia e suas pequenas agressões quando no primeiro ep de batalha de lipsinc no @domingao o cinto do ganhador não serve nele(Paulo Vieira) uma pessoa gorda! Custava por um extersor ou algo do tipo. O cara disse que vai por no braço, como se sentir incluída assim?
Criada pelo cantor em parceria com Sam Levinson, série “The Idol” ganha no teaser, mas ainda não tem data de estreia
No último domingo (21), a HBO liberou o novo teaser da série The Idol, criada e estrelada pelo cantor The Weeknd. Ainda sem data para estrear, a produção traz Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, Jennie Ruby Jane, cantora do grupo BLACKPINK e o cantor Troye Sivan no elenco.
Não é só de House of The Dragon que a HBO sobrevive 😛
Na série, criada pelo cantor em parceria com Sam Levinson, cineasta criador de “Euphoria”, The Weeknd interpreta Abel Makkonen Tesfaye, um guru de autoajuda e líder de um culto moderno que se envolve em um relacionamento complicado com uma cantora emergente, vivida por Lily-Rose Depp.
A primeira temporada de The Idol terá seis episódios no total e é produzida e dirigida por Amy Sei Metz, além disso, o roteiro é assinado por Joe Epstein. A série ainda não tem data para estrear.
Em contagem regressiva para a estreia do filme “A Mulher Rei“, no dia 22 de setembro, estrelado pela Viola Davis, o MUNDO NEGRO entrevistou a historiadora e colunista do site, Debora Simões, para falar sobre a história das guerreiras do Reino de Daomé, que são interpretadas neste filme.
“O poderio militar feminino no reino de Daomé surpreendeu soldados europeus e os derrotou em inúmeras batalhas antes de sucumbirem após a França recorrer à ajudas militares de outros países europeus”, explica a historiadora.
Em entrevista a revista Vanity Fair em julho, Davis disse que passou por um intenso treinamento para interpretar a general africana. “Começamos intensamente alguns meses antes das filmagens – quatro horas por dia, cinco dias por semana. Musculação, corrida, artes marciais e treinamento de armamento para o facão”.
Foto: Divulgação
Leia a entrevista com a Debora Simão:
1 – Quem foram as guerreiras de Daomé, que serão interpretadas no novo filme da Viola Davis e a importância delas na luta contra a colonização?
As guerreiras do reino de Daomé, atual Benin, representadas no novo filme protagonizado por Viola Davis, foram mulheres que formavam um forte exército que protegia o rei, o Estado e consequentemente lutaram contra a força colonial, mais especificamente contra o exército francês, em guerras no século XIX. Não se tem precisão do período em que o exército de mulheres do Daomé foi criado, mas acredita-se que elas podem ter vindo de dois grupos distintos: das caçadoras de elefantes, comuns nos séculos XVII e XVIII ou das mulheres que faziam a segurança do palácio real e do monarca. O Agoji pode ser considerado o único exército exclusivo de mulheres com registros históricos.
Infelizmente, muito do que sabemos hoje sobre essas guerreiras foi escrito por homens brancos, os viajantes europeus que em geral eram estudiosos ou religiosos ligados ao poder colonial. Até hoje o principal livro sobre Agoji é o livro Amazons of Black Sparta do britânico Stanley B. Alpern.
A historiadora Danielle Suguiama apresenta que o exército de mulheres do reino de Daomé teve uma expressiva variação numérica no decorrer do tempo, nos registros dos viajantes do século XVIII eram entre 100 e 800, já no XIX a marca variava entre 4000 a 8000 mulheres.
O Agoji é um exemplo de bravura, predomina no grupo ideias bem alicerçadas, elas não temiam a morte e suportavam as dores. Possuíam um elevado status social, eram respeitadas por toda a sociedade daomeana.
Na primeira fala no trailer, Nanisca, interpretada por Davis, a guerreira que lidera o exército, fala ao rei os objetivos dos exploradores: “Os europeus querem nos conquistar. Não vão parar até que toda a África seja deles”, indicando a importância delas na proteção contra as forças imperiais. Nanisca, em outra cena fala: “Somos a lâmina da liberdade”, explicitando e salientando a função central do Agoji na luta contra a subjugação europeia, pela proteção e libertação do reino de Daomé.
O poderio militar feminino no reino de Daomé surpreendeu soldados europeus e os derrotou em inúmeras batalhas antes de sucumbirem após a França recorrer à ajudas militares de outros países europeus.
2 – Por que poucas pessoas conhecem essa história tão importantes sobre as mulheres militares?
A resposta mais direta é porque a história é eurocêntrica. Ela enquanto uma ciência, uma ciência humana foi escrita a partir do ponto de vista dos europeus. Um exemplo que sempre uso é o seguinte: como o professor e a professora de história, em geral, definem o imperialismo, de forma geral: “busca dos europeus por matéria prima, mercado consumidor e mão de obra na África”. Ou seja, o continente africano e seus povos são pano de fundo nessa explicação. A diversidade cultural dos diversos povos, suas riquezas e resistências, não eram e ainda não são devidamente tratadas. Em sala de aula, eu sempre faço a seguinte indagação: “Já ouviram falar da Revolução Francesa?”. A resposta unânime é: “Sim”. E sigo nas questões: “Me falem o nome de um ‘herói’ dessa Revolução”. Não demora para surgir alguns nomes, principalmente Robspierre. Em seguida pergunto: “Vocês conhecem a Revolução do Haiti?”, “Sabem o que foi?” “Conhecem o nome de algum revolucionário que atuou nesse processo histórico?”. Em geral, os alunos e alunas sabem que existiu, mas não sabem explicar. O currículo escolar de história (e de outras disciplinas) não só não aborda a cultura africana e de seus descendentes e quando aborda tiram deles o poder de ação, eles deixam de ser sujeitos.
Não podemos esquecer, que desde 2003, há uma lei, a 10.639, que torna obrigatório o ensino da história e cultura africanas e afrobrasileiras nas escolas públicas e particulares, em todo o Brasil. Não é facultativo, é obrigatório. No ensino formal de história, o da escola, centra-se nos grandes acontecimentos dos europeus. O tempo histórico, as eras da história (Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea) são delimitadas por grandes acontecimentos que ocorrem com os europeus. Elas foram criadas no Iluminismo e dão a falsa impressão de que é universal. Em geral, quando se estuda os africanos é por meio de processo de subjugação, como, imperialismo e escravidão. Mudar esse panorama é urgente e tem sido uma pauta do Movimento Negro, em sua diversidade. Imagina a potência que seria se uma menina negra soubesse que ela descende de mulheres guerreiras?
É preciso também falar dos avanços, um marco nos estudos sobre a história do continente africano é a publicação no Brasil da coleção História Geral da África, produzida pela UNESCO.
Foto: Divulgação
3 – Você acha que A Mulher Rei vai ser um bom retrato da história das nossas ancestrais e ajudar a espalhar uma África pouco conhecida? Quais as suas expectativas?
Achei o trailer do filme A Mulher Rei emocionante e forte. Já deu para perceber a qualidade, destaco a trilha sonora e os figurinos incríveis. Acho que esse filme é um marco importante para difundir a história do reino do Daomé, a importância das mulheres guerreiras, a complexidade política e social desse reino da África Ocidental, que tinha como principal grupo etnico os fons, como estrutura política a monarquia e religião predominante o vodu. Minhas expectativas estão elevadíssimas. Estou contando os dias para chegar 22 de setembro. Ir ao cinema para ver a Violas Davis, essa história é uma obra dirigida por uma mulher negra, Gina Prince-Bythewood.
Por fim, gostaria de falar que as diferenças de gênero do Ocidente não se aplicavam no reino de Daomé, as mulheres ocupavam cargos políticos e sociais essenciais, assim como os homens. Era como se para cada cargo de poder houvesse uma versão masculina e outra feminina. No livro A invenção das mulheres socióloga nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí analisa essa diferença entre os europeus e os africanos. A socióloga argumenta que é necessário compreender o papel social da mulher partindo das bases africanas. É preciso recuperar os modelos africanos apagados pela colonização europeia. A arte é uma ótima via para isso.
Na noite deste sábado (20), o Festival de Gramado encerrou sua 50ª edição no Palácio dos Festivais, depois de dois anos no formato on-line, e anunciou os vencedores. A Jéssica Ellen ganhou a categoria de melhor atriz pelo curta-metragem “Último Domingo” e comemorou nas redes sociais. “Ainda não consigo acreditar. Eu tenho um Kikito”, escreveu sobre o símbolo e prêmio máximo concedido pelo evento.
O curta que teve a estreia na programação do festival, também ganhou o prêmio de Melhor Fotografia por Fernando Macedo e Melhor Direção de Arte por Joana Claude. “Lembro como se fosse hoje, quando o Lucas Rossi me fez o convite, me enviou o roteiro para eu ler e o meu encantamento foi de primeira!”, diz a atriz.
A atriz já havia divulgado nas redes sociais a sinopse do filme, inspirado no livro “O Evangelho segundo Jesus Cristo” de José Saramago. “É uma releitura/resgate da história de Maria, José e Jesus, onde são negros e questionam a história da maneira que é contada”, detalha.
Bastidores da gravação do curta “Último Domingo” (Foto: Reprodução/Instagram)
Neste domingo, Jéssica contou a experiência de atuar neste projeto. “Um filme preto e branco, um roteiro poético, imagético, diferente de tudo que eu já tinha experimentado como atriz até então. Não pensei duas vezes e disse sim! Ainda bem! Ressignificar a história de Maria, de José, de Jesus, foi muito potente!”, escreveu no post.
Emocionada, a atriz finaliza com muitas comemorações. “Depois de quase um ano do processo de filmagem e edição, cá estou, à espera do meu primeiro filho, sendo abençoada pela vida e pela arte! Gratidão, axé! Os deuses sempre sabem de tudo!”. E completa: “Viva o festival de gramado! Viva o cinema brasileiro!”.
Ator será homenageado com título de “Lenda da Disney” por papel como Pantera Negra
Chadwick Boseman continua fazendo história. O ator, falecido em 2020 aos 43 anos em decorrência de um câncer, será homenageado com o título de “Lenda da Disney”, de acordo com o site Deadline. Segundo as informações do portal, a homenagem será concedida oficialmente em setembro, durante a D23 Expo, evento realizado pela Disney a cada dois anos onde são revelados os futuros lançamentos da empresa no cinema, TV e parques.
Segundo o portal Deadline, “o prêmio Disney Legend é dado a pessoas que fizeram contribuições extraordinárias para o legado da Disney.” Nos últimos 35 anos, foram concedidas mais de 300 homenagens a artistas que trabalharam em produções da empresa, entre eles, a atriz Whoopi Goldberg, que recebeu o reconhecimento em 2017. O primeiro prêmio foi entregue ao ator Fred MacMurray, em 1987, pela atuação no filme “Pacto de Sangue” e “Se meu apartamento falasse”.
O reconhecimento se soma à série de homenagens que o ator vem recebendo depois que um câncer de cólon causou seu falecimento, em 2020. O intérprete do icônico Pantera Negra teve seu nome dado à faculdade de artes onde o ator estudou, a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Howard, em Whashington. Além de ter recebido uma indicação póstuma ao Emmy 2022, pelo trabalho na animação ‘What If…?’, concorrendo pelo título de ‘Melhor Performance de Voz para Personagem’.
Fim da novela das 18h traz reflexão sobre papéis destinados a atores negros na televisão e a importância de representações positivas
Professora, jornalista, técnico de futebol, confeiteira, empregada doméstica, delegado, dona de casa. Em quantos papéis nós cabemos? Na última sexta-feira (19), chegou ao fim a novela “Além da Ilusão”, transmitida pela TV Globo no horário das 18h, e como observado pelo empresário Hellder Dias, o folhetim trouxe “um número significativo de atores negros na novela campeã de audiência na faixa das 18 horas na televisão”.
Em seu texto, Dias lembra que ainda temos muito a alcançar porque as oportunidades ainda são poucas e quando elas aparecem podem não trazer tanta visibilidade, mas é preciso reconhecer os movimentos que estão acontecendo. “Mesmo tendo consciência da falta de visibilidade, oportunidade e presença de atores negros com personagens em papéis importantes de destaques e da falta de privilégio imposto pelo racismo estrutural, que reflete a situação da população negra na nossa sociedade, é importante este momento, pois observo um crescimento significativo nos folhetins da atualidade, como no casting apresentado pela escritora #AlessandraPoggi em Além da ilusão”.
Mas sabemos que isso é resultado do esforço de artistas negros e ativistas que há tempos lutam para ver atores negros interpretando papeis que fujam dos estereótipos de personagens escravizados e subalternizados. Em entrevista para o documentário “As Divas Negras do Cinema Brasileiro”, de 1989, produzido por Ras Adauto e Vik Birkbeck, Lélia Gonzalez reforçava a importância da luta do movimento negro para avanços na igualdade de oportunidades, incluindo a produção de cinema e televisão. Dando ênfase para o racismo nos meios de comunicação, que impedem que negros possam falar por si ou que narrativas positivas sejam criadas para nós.
Em “Além da Ilusão” o protagonismo é branco, mas conseguimos observar as pequenas mudanças nas narrativas negras. Claro, o tema do racismo esteve presente em algum momento da trama e a trajetória de alguns personagens ainda geram incômodo, esse é um processo, mas pudemos nos inspirar na professora Letícia (Larissa Nunes), no escritor Bento (Matheus Dias), na cantora Emília, personagem de Gaby Amarantos que também emprestou a voz para trilha da novela, em Mariah da Penha, que interpretou Manuela dos Santos, personagem que iniciou a história como empregada doméstica e terminou a novela como empresária.
Hellder Dias tem razão, “O atraso e o retrocesso ainda persistem na telenovela do Brasil contemporâneo”, muita coisa precisa mudar. Estamos em movimento.