“Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade”, informa o texto publicado nas redes sociais. “Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgênero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto”, completa.
Considerado o maior afoxé do mundo e um dos mais tradicionais da Bahia, a diretoria diz que “ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como princípio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa”, afirma.
Seguindo as tradições da associação, a diretoria também informa que a Afoxé Filhos de Gandhy seguem os preceitos religiosos que o regem desde o início da fundação, em 1949, e que o o bloco é “formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social”.
Em um comunicado no Termo de Aceite do Afoxé Filhos de Gandhy, entregue junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025, informa que “de acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”.
Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo.
Em um comunicado que tem sido divulgado pelos noticiários da Bahia, o Afoxé Filhos de Gandhy decidiu excluir homens trans, restringindo o ingresso na associação apenas a pessoas do sexo masculino cisgênero. A medida foi anunciada oficialmente pela organização e levantou críticas da comunidade LGBTQIA+, que denunciou a transfobia.
“De acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”, diz o último critério do Termo de Aceite do afoxé, junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025.
Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo.
Foto: Reprodução
No perfil do Instagram do Afoxé Filhos de Gandhy, comentários de repúdio estão ganhando força. É inadmissível que, em pleno 2025, um bloco com tanta história e representatividade como os Filhos de Gandhy pratique transfobia ao excluir homens trans. A justificativa de ‘tradição’ não pode ser usada para violar direitos e desrespeitar identidades. Ogum, o Orixá homenageado esse ano, é um guerreiro da justiça – e a justiça não compactua com discriminação. A cultura afro-brasileira sempre foi resistência, e resistência inclui TODAS as identidades. Excluir homens trans é desonrar os princípios de igualdade e respeito. E TRANSFOBIA É CRIME!”, escreveu um internauta.
O Mundo Negro também entrou em contato com o Afoxé Filhos de Gandhy, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Considerado o maior afoxé do mundo, o Afoxé Filhos de Gandhy é um grupo carnavalesco e cultural brasileiro que foi fundado em 1949 por estivadores portuários de Salvador. Um dos mais tradicionais da Bahia, é conhecido pela valorização da cultura e da identidade negra do estado.
Entre os dias 12 e 16 de março, será realizado a 4ª edição do Festival do Dendê em Camaçari (BA). Idealizado e comandado pela chef Solange Borges, através do projeto Culinária de Terreiro, o evento promete cinco dias intensos de sabores autênticos, valorizando e reconhecendo a importância da culinária e cultura afro-brasileira na gastronomia.
Este ano, o festival contará com a presença de grandes nomes da gastronomia brasileira, como Alex Atala, Fabrício Lemos e Lisiane Arouca. Além de encontros com produtores locais, visitas a quilombos e jantares exclusivos, a programação está recheada de atividades que aproximam o público da rica tradição gastronômica baiana.
O Festival do Dendê vem fortalecendo comunidades locais, que tem colhido frutos significativos em desenvolvimento sustentável. “Este não é um projeto fácil, são muitos desafios que estamos superando, mas só enfrentando eles conseguimos viabilizar nossos saberes, visibilizar nossa cultura. Então, nós estamos chegando à quarta edição com uma temática voltada para a ancestralidade e inovação, fortalecendo a gastronomia e cultura afro-brasileira, de raízes locais, valorizando também a produção do dendê, trazendo à tona sua importância cultural, econômica e histórica. Além disso, por meio do evento conseguimos estimular o empreendedorismo local, em especial o feminino e negro. Vai ser um evento muito bonito, com cinco dias de programação intensa”, destaca a chef Solange Borges.
O Festival do Dendê recebe um time de peso para enriquecer ainda mais a experiência. Alex Atala, o primeiro chef brasileiro a conquistar duas estrelas Michelin, se junta à programação trazendo sua experiência à frente do D.O.M., um dos restaurantes autorais mais premiados do país, que acaba de completar 25 anos, e do Dalva e Dito, que apresenta e interpreta a gastronomia nacional tradicional com todos seus brasileirismos há 15 anos.
A dupla Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do premiado Grupo Origem, também marca presença. Lemos, reconhecido como Chef do Ano pela Veja Comer & Beber Salvador e Chef Revelação do Brasil pela Revista Prazeres da Mesa, estará ao lado de Lisiane, eleita melhor chef-pâtissière do Brasil e destaque nos principais prêmios de gastronomia do país.
Outros grandes nomes confirmados incluem os chefs Léo Modesto (Projeto MANIUA Cozinha), Katrin e Dante Bassi (Restaurante Manga), Tcris (Trivial Gourmet), Eliane Dias (Origem), Peu Mesquita (Lafayette e Vona SSA), entre muitos outros que enriquecem essa troca gastronômica e cultural.
Foto: Fernanda Maia
Uma Imersão nos Sabores e Saberes da Bahia
A 4ª edição do Festival do Dendê traz um leque de experiências para envolver os visitantes. A Feira de Saberes e Sabores apresentará artesanato local, biojóias e produtos regionais como dendê, mel, licuri e cacau. As aulas-show e oficinas permitirão um mergulho na culinária ancestral, enquanto workshops abordarão sustentabilidade, fitoterapia e empreendedorismo feminino.
Jantares temáticos assinados por chefs renomados, painéis sobre o impacto econômico da cadeia produtiva do dendê e apresentações culturais também fazem parte do cronograma, destacando a diversidade dos biomas baianos e suas influências na gastronomia local.
Com uma atmosfera vibrante e cheia de trocas, o Festival do Dendê não é apenas um evento gastronômico, mas um convite para vivenciar a riqueza da cultura afro-brasileira, celebrar a ancestralidade e fortalecer o futuro da nossa gastronomia.
O Festival do Dendê é uma iniciativa do Projeto Culinária de Terreiro e conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), ampliando seu impacto social e econômico para a região.
Veja a programação
Dias 12 e 13 de março (quarta-feira e quinta-feira), das 9h às 16h – abertura do Festival do Dendê (dia 12), realizada na comunidade Agrovila Pinhão Manso, com recepção para os chefs de cozinha participantes e experiências gastronômicas. A atividade tem 20 vagas para o público, com venda de ingressos realizada no site oficial do evento. Dia 13, o Festival segue na Agrovila Pinhão Manso.
Dia 14 de março (sexta-feira), das 9h às 16h – vivência aoquilombo de Cordoaria, localizado em Abrantes, com almoço para convidados. No local, o público poderá conhecer e acompanhar a produção de beiju, além de participar de rodas de conversa com guardiões da cultura e produção de beiju.
Dias 15 e 16 de março (sábado e domingo), das 9h às 20h no sábado e das 9h às 16h no domingo – Festival do Dendê segue para o Horto Florestal R. Bela Vista – Gleba B, Camaçari-BA. No espaço, serão realizadas atividades gratuitas como cozinha-show e oficinas, painéis, palestras, a Feira de Sabores e Saberes, apresentações culturais, além da vila gastronômica. No local, também será destinado um espaço para crianças.
Dia 16 de março, encerramento a partir das 18:30 – O Festival do Dendê tem encerramento no Recanto das Orquídeas, Jardim Limoeiro, Camaçari, com jantar coletivo preparado pelos chef’s participantes do evento. A atividade contará com venda de ingressos para os interessados e a renda será revertida para a implantação do Sisteminha EMBRAPA na comunidade Agrovila Pinhão Manso, um sistema que auxilia pequenas famílias do campo na produção de alimentos e subsistência.
SERVIÇO
4ª edição do Festival do Dendê
Data – entre os dias 12 e 16 de março de 2025
Locais – Comunidade Agrovila do Pinhão (dia 12 e 13), quilombo de Cordoaria, Abrantes (dia 14), Horto Florestal, R. Bela Vista – Gleba B (dias 15 e 16), Recanto das Orquídeas, Jardim Limoeiro, Camaçari (dia 16).
Programação – encontro com chefs, experiências gastronômicas, cozinha-show e oficinas, painéis e palestras, vivências na Agrovila Pinhão Manso e Quilombo da Cordoaria, com produção de beiju e encontro com produtoras.
Chefs participantes – Chef’s Solange Borges, Alex Atala, Léo Modesto, Katrin e Dante Bassi, Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, Eliane Dias, Peu Mesquita e João Victor aqui a gente acrescenta os demais chefs
Ingressos – Vivências na Agrovila e Quilombo com investimento de R$ 249,00; jantar de encerramento com chefs com investimento de R$ 320,00. Para mais informações, acesse o Instagram do festival (@festivaldodende) ou do Culinária de Terreiro (@culinariadeterreiro).
Se o samba tivesse um corpo, ele dançaria com a leveza e a potência de Ivi Mesquita. Se o Carnaval tivesse uma alma, ela brilharia em cada passo dessa mulher que não apenas desfila—ela atravessa o tempo, as cidades, as fronteiras, transformando a avenida em seu altar e o batuque da bateria em sua respiração.
Ivi não é apenas um nome no Carnaval, ela é a tempestade que levanta o pó da passarela, é o vento quente que leva o ritmo do Brasil para além dos desfiles oficiais. São 25 anos de história, suor e entrega, começando ainda menina, na Leandro de Itaquera, onde aprendeu que o samba é mais que uma dança—é um chamado, uma missão. De lá para cá, foi Princesa, Rainha, Musa, Destaque. Mas nenhum título a define completamente. Porque Ivi não se acomoda em tronos, ela gira, salta, rodopia, mantendo-se sempre em movimento, sempre reinventando sua história.
De São Paulo ao Rio de Janeiro, do Anhembi à Sapucaí, seu reinado é vasto e vibrante. No Vai-Vai, seu coração bate mais forte. Na Vila Isabel, sua alma se expande. Mas seria injusto limitar sua presença a uma só avenida. O Carnaval é grande demais para conter Ivi Mesquita, e ela, por sua vez, é grande demais para pertencer a um só território. Seu destino é cruzar sambódromos, arrastar multidões, transformar cada canto do Brasil em uma extensão do seu palco.
Foto: DR_Pics@hotmail.com
E que palco! Entre cambalhotas e piruetas, ela desafia a gravidade como se o mundo fosse feito de plumas e sonhos. Seu corpo se dobra, desliza, e quando seus pés tocam o chão, é como se a terra tremesse em resposta. Há quem diga que o samba nasceu nos terreiros, mas quem vê Ivi na avenida tem certeza de que ele também nasceu dentro dela.
Mas a grandeza de Ivi não está apenas na dança. Ela é empresária, gestora, comunicadora. Seu amor pelo Carnaval transcende o brilho das noites de fevereiro—ele se espalha pelos palcos, pelos eventos que produz, pelas marcas que representa, pelas mulheres que inspira. Como uma força da natureza, ela não se contenta em apenas passar. Ela deixa rastros, abre caminhos, constrói legados.
O que a move? O amor. Amor pelo samba, pela família, pelo ofício. O amor que aprendeu com sua mãe, Dona Rita, referência de força e vitalidade. O amor que compartilha com seu marido, parceiro de vida e sonhos. O amor pelo espetáculo, pelo movimento, pelo desafio de se reinventar a cada ciclo, a cada Carnaval.
Foto: Divulgação
E se perguntarem a ela qual legado deseja deixar, sua resposta será simples e arrebatadora: mantenha-se em movimento, sorria, seja verdade.
Porque Ivi Mesquita não é apenas uma musa. Ela é o próprio Carnaval em estado puro: frenético, livre, arrebatador. E que venham mais 25, 50, 100 anos de samba. Porque enquanto houver Carnaval, haverá Ivi, dançando, brilhando, ensinando que a alegria também pode ser um ato de resistência.
“O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização”. A Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco veio a público, por meio de suas redes sociais, contestar as afirmações do ex- ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, feitas em uma entrevista para o TAB UOL publicada nesta segunda-feira (24) . Nela, Almeida afirma que as acusações de assédio feitas contra ele são “intrigas” dentro do governo, o que a ministra Anielle Franco, uma das acusadoras, classificou como uma justificativa “inaceitável”. Até agora, de acordo com notícias da imprensa, existem duas denúncias feitas contra Almeida. Além de Anielle, uma ex-aluna do advogado também veio a público fazer acusações.
Vale ressaltar que, diferentemente do que foi divulgado na imprensa, o site Metrópoles não informou que existem 14 vítimas de assédio sexual por parte do ex-ministro. O site apontou que conversou com 14 pessoas sobre como teriam ocorrido os episódios. As acusações mais graves feitas ao ex-ministro partiram de Anielle Franco, que relatou à revista Veja ter sido vítima de importunação sexual por parte de Almeida durante a transição de governo. Além dela, outra mulher, ex-aluna de Almeida fez denúncias. Ele, no entanto, nega as alegações e afirma que a convivência entre ele e a ministra foi mínima.
“Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas”. Cinco meses após o caso ser revelado, Silvio Almeida se prepara para prestar depoimento na Polícia Federal, em São Paulo, na próxima terça-feira (25), onde será ouvido por videoconferência e uma delegada de Brasília deve colher as informações. O advogado irá depor sem ter tido acesso aos documentos que comprovariam o assédio, material que juristas consideram fundamental para pessoas acusadas de crime.
Na nota, a ministra declarou ainda que “Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade”.
Confira a nota da ministra na íntegra:
A tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em “fofocas” e “brigas políticas” é inaceitável.
Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas.
O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade.
Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça.
Foto: Jack Robinson / Hulton Archive via Getty Images
A cantora de soul Roberta Flack morreu aos 88 anos, em casa e cercada pela família, informou Elaine Schock, assessora da artista para a CNN, nesta segunda-feira (24). Dona de grandes sucessos como “Killing Me Softly With His Song”, a longo da carreira, ela conquistou cinco estatuetas do Grammy.
Nos últimos anos, Flack enfrentou problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica (ELA), revelado publicamente no fim de 2022. A doença progressiva, também conhecida como mal de Lou Gehrig, a impediu de continuar cantando, conforme seus representantes divulgaram na época.
Com uma formação clássica e raízes na música gospel, Flack se destacou como uma das grandes vozes de sua geração. Além de intérprete, também escrevia suas próprias músicas. Ao todo, foi indicada ao Grammy 14 vezes, ganhando cinco, incluindo um prêmio pelo conjunto da obra em 2020 e vitórias consecutivas na categoria Gravação do Ano.
Em 1973, Flack lançou o álbum “Killing Me Softly”, com a faixa-título que virou um fenômeno e dominou o topo da Billboard por cinco semanas. No ano seguinte, faturou mais dois Grammys: Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina. Em seu quinto álbum solo, “Feel Like Makin’ Love”, assumiu a produção do disco — uma função raramente ocupada por mulheres na indústria fonográfica — assinando como Rubina Flake, seu alter ego.
Embora suas músicas mais conhecidas falem de amor, Flack nunca fugiu de temas sociais e políticos. Denunciou injustiças raciais em “Tryin’ Times”, abordou desigualdade social em “Compared to What” e fez referência aos desafios da comunidade LGBTQ+ em sua versão de “Ballad of the Sad Young Men”. O reverendo Jesse Jackson chegou a descrevê-la como “socialmente relevante e politicamente destemida”, segundo o site oficial da cantora.
Com o passar dos anos, Flack lamentava que questões abordadas em suas músicas ainda seguissem atuais. “Estou profundamente triste que muitas das músicas que gravei há 50 anos sobre direitos civis, igualdade de direitos, pobreza, fome e sofrimento em nossa sociedade ainda sejam relevantes em 2020”, disse ela à AARP naquele ano. Na ocasião, mencionou conexões entre seu trabalho e movimentos como o Black Lives Matter, além de debates sobre brutalidade policial e desigualdade econômica.
Sua influência atravessou gerações, inspirando artistas como Lauryn Hill e os Fugees, que lançaram uma versão de “Killing Me Softly” em 1996, além de nomes como Lizzo, Lady Gaga e Ariana Grande.
Seja em canções de protesto ou românticas, Flack sempre deixou sua marca. “Cada música que gravei expressou algo profundo e pessoal para mim”, disse ela à NPR em 2020. “Cada uma era meu foco singular, seja no estúdio ou no palco.”
Os irmãos Shawn e Marlon Wayans estão planejando uma sequência do filme “As Branquelas”, clássico de 2004. A notícia foi confirmada pelo próprio Marlon em uma entrevista ao Good Morning America, durante o realizada no NAACP Image Awards 2025, em que ele adiantou que o projeto deve ganhar forma após a conclusão de “Todo Mundo em Pânico 6”, previsto para 2026.
“Estamos finalizando “Todo Mundo em Pânico 6” e, em seguida, vamos trazer ‘As branquelas’ de volta”, disse Marlon, referindo-se à aguardada sequência. O filme original, que completa 20 anos em 2024, acompanha dois agentes do FBI que se disfarçam de irmãs loiras para investigar um caso. A comédia se tornou um fenômeno cultural, com fãs cobrando uma continuação há anos.
Não é a primeira vez que Marlon fala sobre o interesse em reviver a franquia. Em 2021, ele já havia comentado com a Variety sobre o potencial de uma sequência: “Não acho que Hollywood entenda o quão gigante As Branquelas 2 seria”. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, ele reforçou que conversas com seus irmãos sobre o projeto estão em andamento. “Se as coisas derem certo, esperamos fazer um As Branquelas 2“, afirmou.
No ano passado, o comediante apareceu em um vídeo ao lado de seu irmão Shawn, onde se reuniu com Terry Crews para recriar a icônica cena em que o personagem de Crews canta Thousand Miles do filme.
Mesmo com um pouco de má vontade, escrevo esta carta. E caso não saiba, o que ocorre é que as pessoas negras estão cansadas de repetir o básico para os brancos; nesse sentido, eu não sou exceção. Nós chegamos à conclusão de que vocês não se esforçam para compreender a complexidade do racismo e nem mudam o comportamento em busca da democratização da sociedade.
Você tem culpado os movimentos negros pela ascensão da extrema-direita. Reclama que não tem espaço para o debate, que os negros são identitários, se comportando como fascistas e afastando os brancos aliados. Cara, eu dou muita risada com tanta asneira. Não faz sentido colocar-se como vítima. Os brancos são os únicos que têm, e sempre tiveram, liberdade neste país. Os negros não têm poder institucional para censurá-los.
Na realidade, vocês não se acostumaram com as vozes insurgentes do povo negro, situação incomum se compararmos ao passado. Hoje estamos em diversos espaços. Os hábitos e os olhares da sociedade acerca da realidade mudaram. Avançamos no campo político, na cultura e tecnologia, na medicina e educação, etc. O conhecimento, antes restrito aos brancos privilegiados, está mais acessível. A população negra, produtora de conhecimento nas comunidades e periferias, também está nos espaços acadêmicos. Debatendo de igual para igual. Se você prestasse atenção nas palavras do escritor Jean-Paul Sartre, não passaria vergonha nessa vitimização descabida: “O que esperáveis que acontecesse, quando tirastes a mordaça que tapava as bocas negras? Que vos entoariam louvores? Estas cabeças que nossos pais haviam dobrado pela força até o chão, pensáveis, quando se erguessem, que leríeis a adoração em seus olhos”. Porém, eu só trouxe o Sartre para a conversa porque é branco, quem sabe te convença. Pois, você é um típico antirracista não leitor de livros escritos por pessoas negras. Recomendar intelectuais negros é perda de tempo.
Particularmente, não sinto remorso algum quando vocês dizem se sentirem tolhidos pelos negros do direito de opinarem sobre o racismo. Se não vai somar com as nossas percepções, o silêncio é uma ótima contribuição. Não aceitamos ser tutelados. Passamos muito tempo ouvindo suas falácias que só tinham como objetivo a manutenção dos privilégios. Basta!
Por fim, esse é o meu recado de forma clara, apesar de saber que no seu círculo de brancos acadêmicos a verborragia é melhor aceita; deixo o título desta carta como sugestão. Releia.
Às vésperas de prestar depoimento na sede da Polícia Federal na terça-feira (25) sobre as acusações de assédio feitas pela ONG Me Too Brasil e que foram divulgadas pelo colunista do Metrópoles, Guilherme Amado, no início de setembro de 2024, o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, concedeu uma entrevista o TAB Uol, onde falou pela primeira vez, de maneira mais detalhada sobre o caso, que tem entre as denunciantes a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O jurista nega as acusações e atribui a crise a uma série de “intrigas” dentro do governo.
As acusações mais graves feitas ao ex-ministro partiram de Anielle Franco, que relatou à revista Veja ter sido vítima de importunação sexual por parte de Almeida durante a transição de governo. Além dela, outra mulher, ex-aluna de Almeida fez denúncias. Ele, no entanto, nega as alegações e afirma que a convivência entre os dois foi mínima: “Não convivemos durante a transição. Tenho lembrança de tê-la encontrado em duas ocasiões: num jantar, em que minha esposa, grávida, conversou com ela, e no dia em que anunciamos os ministros”.
Ao ser questionado se a ministra Anielle Franco não teria muito a perder inventando a acusação de importunação sexual, Silvio Almeida diz que ministra da Igualdade Racial “caiu numa armadilha”. “Acho que ela caiu numa armadilha, a falta de compreensão de como funciona a política — a armadilha em que eu caí também. Não prestei atenção em coisas que deveriam ter prestado mais atenção. Ela, da mesma forma. Ela se perdeu num personagem. Para tentar me destruir, ela fez esse espalhamento de fofocas e intrigas sobre mim”, disse.
Almeida alega ainda que a ministra “perdeu o controle da narrativa”, ao lembrar que a denúncia feita ao Me Too se tornou interesse da imprensa, das autoridades policiais e gerou uma crise no governo. “Diante do tamanho da crise, sobraram para ela duas opções”, afirmou. “Ou ela disse que não aconteceu; ou dobrava a aposta na história inverídica, destruindo políticas importantes, a minha vida pessoal e da minha família. Ela escolheu o caminho da destruição”.
O jurista destacou ainda que “Tem pessoas que foram demitidas do ministério e apareceram em profunda ligação com pessoas de organizações. Vamos falar disso no momento certo”. E afirmou que o Me Too, ONG acusada de denunciá-lo, tentou interferir em uma licitação do ministério: “No dia em que os fatos estouraram, me disseram que havia alguma relação do Me Too com o ministério. Procurei saber qual era o envolvimento. Documentos demonstraram que havia uma tentativa de relacionamento. Mandamos investigar. Mas quem vai decidir sobre isso é a Justiça.”
Ele destacou ainda o fato de as denúncias terem vindo a público na imprensa: “Sobre o Me Too: supostas denúncias contra mim foram levadas diretamente para um jornalista . Isso viola o dever de proteção de dados e sigilo. Coloca em risco a vida das mulheres que tiveram a coragem de procurar essas entidades e as pessoas que podem ser inocentes”.
“Nossa confeitaria é mais do que apenas um doce, é uma conexão com nossos ancestrais e com a riqueza da cultura africana”, declara Domênica Sousa, a Dona DÔ’s Doces, no Instagram, sobre o seu trabalho dedicado a uma confeitaria afrocentrada, com doces inspirados no sabores africanos, com um toque de brasilidade.
“Eu tenho uma conexão muito boa com os meus ancestrais, a começar pela minha mãe, meu pai, minhas avós. Mas eu acho que mais significativo do que a palavra é a vivência, né? Então sempre teve essa necessidade de resgatar mais”, disse a vencedora do reality show ‘Que Seja Doce’, da GNT, na edição de 2021. três anos após iniciar a carreira na gastronomia.
As delícias da chef confeiteira garantiram que ela fosse eleita como um dos 10 melhores empreendimentos periféricos do estado de São Paulo pela Expo Favela Innovation em 2024.
“A gente trouxe todos esses doces inspirados em doces africanos, para a gente poder resgatar essa ancestralidade, para as pessoas poderem sentir e viver a ancestralidade que a gente está oferecendo” completa.
A Linha Origens, por exemplo, vende ‘Joás da África’, uma caixa de trufas com sabores deliciosos como Qumbe, Malva pudding, Licor Africano, Adis Abeba e Melktert, e ‘Realeza Africana’, uma caixa de presente com trufas acompanhado por um colar Ubuntu Saúda Afro.