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Com o sonho de elegermos uma presidente negra, Anielle Franco se preocupa com a segurança das mulheres negras na política

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Foto: Luna Costa

A Anielle Franco, 37, diretora executiva do Instituto Marielle Franco, em parceria com a organização Mulheres Negras Decidem, lançou o “Estamos Prontas” para potencializar 27 mulheres negras, pré-candidatas da eleição 2022 e em entrevista ao MUNDO NEGRO, ela falou sobre o projeto e o clima político que ainda assusta as lideranças negras.

“A gente tem fortalecido essas ativistas com trocas, palestras, falas, oficinas de segurança digital, coisas bem pontuais, pra que a gente possa vir a ter êxito nelas, como pessoa, não só mirando candidaturas, mas é óbvio que a gente espera muito que possamos, no final do ano, ter um número de candidatas negras eleitas maior do que a gente já teve em qualquer outro ano, no país”, explica Anielle que tem como objetivo transformar as mulheres negras em protagonistas de suas próprias histórias para que elas tenham êxito em serem eleitas. “A ideia desse fortalecimento é que a gente possa ter “Sementes de Marielle“, que é o que a gente sempre fala, sobre legado, sobre ressignificação da dor”, diz a irmã da Marielle.

As irmãs Anielle e Marielle Franco (Foto: Reprodução / Instagram)

Em relatório publicado após as eleições municipais de 2020, o Instituto Marielle Franco apresentou 8 tipos de violências políticas sofridos por mais de 140 candidatas negras nas eleições. Já em 2021, foi apresentado um dossiê com relatos de 11 parlamentares negras defensoras de direitos humanos, de diferentes gerações e partidos, sobre as violências políticas sofridas por elas após eleitas e como garantir seus direitos políticos.

Foi com base nesses resultados, que o instituto criou o movimento Não Seremos Interrompidas para aplicação da Lei da Violência Política. A eleição 2022 será a primeira com a lei em vigor, para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, mas segundo o instituto divulgou há dois meses, nenhum partido está aplicando para proteção das pré-candidatas negras.

“A violência política nunca acaba, mesmo que haja de forma silenciosa, a gente poderia falar inúmeros exemplos que já aconteceram só esse ano, então não tem sido um clima mais ameno, pelo contrário, as mulheres negras seguem com medo, se sentindo ameaçadas, sendo perseguidas. Infelizmente o racismo está em todos os lugares, inclusive dentro das Câmaras, no Brasil inteiro. A violência política é algo que a gente vai ter que combater. Vale lembrar que em 2018, a gente elegeu um presidente baseado quase que inteiramente em fake news. E a gente sabe que em 2022, provavelmente, não vai ser diferente em relação a isso”, diz Anielle.

Anielle Franco com as filhas lendo o HQ sobre a irmã, lançado pelo Instituto Marielle Franco (Foto: Reprodução/Instagram)

Para Anielle, só a aprovação da lei não tem sido o suficiente. “A lei da violência política é uma vitória, mas a gente precisa realmente colocar em prática. A gente ainda tem aí um papel na sociedade de dar visibilidade cada vez mais a situações de vulnerabilidade, de violência política dessas mulheres que tem enfrentado quase cotidianamente”.

A exemplo disso, ela resgata algumas mulheres negras políticas vítimas de violência. “A Benedita da Silva, a Talíria Petrone. Tem muita coisa que a gente precisa levar adiante, entendendo que a lei é um passo importante que foi dado, mas a gente precisa ter atitudes concretas, do próprio Estado, seja pela ONU, seja pelos órgãos, que hoje defendem as defensoras desses direitos humanos na categoria de deputadas ou vereadoras, mas precisa estar de olho aberto pra que seja cumprida. Não basta aprovar, para que essas mulheres possam permanecer viva”, afirma.

A “Agenda Marielle Franco“, feita em um conjunto de pautas e práticas antirracistas, antiLGBTfóbicas, feministas e populares, assinada por mais de 80 parlamentares eleitas em todas as regiões do país, tem sido um dos motivos de orgulho da irmã. “Ter feito a agenda em 2020 e ver todos os desafios que as mulheres estão enfrentando pra implementar nas casas legislativas, mas que ainda assim, tendo êxito, foi muito gratificante”.

Deputada federal Talíria Petrone, Anielle Franco, deputada federal Benedita da Silva e a advogada Sheila de Carvalho (Foto: Reprodução/Instagram)

O projeto tem acentuado um dos grandes sonhos políticos de Anielle. “Ter esse documento com todo o trabalho da Mari, tudo que ela fez em um ano e pouco de mandata, me deu a maior certeza de que a gente vai ainda ter casas lotadas de mulheres negras. E ainda quero ver isso acontecer: eleger uma mulher negra presidente do Brasil. Não sei como a gente vai conseguir, nem quando, mas tenho esperança de que isso aconteça, e se tiver que ser a partir da agenda, do fortalecimento do instituto, de mulheres lideranças, será. Vamos fazer o nosso melhor”.

Anielle se emociona ao pensar em tudo o que aconteceu desde o assassinato de Marielle, há quatro anos, e a luta pela justiça e pelo fim da violência política. “Eu jamais na minha vida imaginaria que iria perder a minha irmã, colocar esse instituto de pé, ter um papel fundamental na vida dessas mulheres e agora também enquanto liderança negra, acompanhar o trabalho de todas elas de perto”.

E complementa: “Acompanhar o trabalho de manter esse legado através delas, parcerias, projetos, trabalhos incríveis, tem sido desafiador, mas também acalentador porque o legado da Mari é plural, é um legado que não está somente na política institucional, a gente vai ver e sentir por muitos e muitos anos ainda. Por mais que me doa essa saudade, por mais que doa estar a frente do instituto, a gente sabe da importância de estar junto com essas mulheres diversas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo afora, gritando que o legado da Marielle vive!”.

“O efeito das mulheres negras que tem levado esse legado de Marielle tem sido visivelmente positivo e com novidades para este mês de Julho das Pretas. “Com ‘A Voz da Marielle‘, vai ser um acervo onde você vai passar o telefone por cima da imagem e poder abrir um discurso da Mari, bem no âmbito virtual. E no dia 27 de julho, a gente vai lançar a estátua Marielle Franco, no Buraco do Lume (RJ). Tanto a estátua, quanto A Voz, a gente vai ter um anúncio em breve nas redes”, finaliza.

Vereadora Marielle Franco em atuação na Câmara Municipal do RJ (Foto: Naldinho Lourenço)

Afrofusion: o gênero musical que está ganhando o mundo com o sucesso de Burna Boy

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Foto: Mikey Oshai.

Vencedor do GRAMMY, Burna Boy está vivendo um momento de glória na música mundial. Impulsionado pela força e pelo ritmo contagiante do Afrofusion, o nigeriano de 31 anos agora lança seu sexto álbum de estúdio, ‘LOVE, DAMINI’. O disco de 19 faixas apresenta colaborações com artistas consagrados como Ed Sheeran, J Hus, Popcaan, Blxst, Kehlani, J. Balvin, Khalid, Victony e Ladysmith Black Mambazo.

‘LOVE, DAMINI’ dá sequência ao projeto “Twice As Tall”, e foi escrito como uma carta pessoal de Burna Boy para seus fãs. Cada faixa foi inspirada em eventos significativos da vida que impactaram o nigeriano. O disco marca um amadurecimento e amplifica o Afrofusion, termo criado pelo próprio artista para fugir das definições genéricas associadas ao Afrobeat. “Temos Highlife, Juju music, Fuji music, South African Kwaeto music, Amapiano, Afropop, temos todos os tipos de gêneros na África. Para ser bem sincero, chamar tudo de Afrobeats meio que faz um desserviço aos artistas“, disse Burna em recente entrevista.

Foto: Elliot Hensford

O termo ‘Afrofusion’ diz respeito à função de juntar dois ou mais gêneros com o Afrobeat. O fator mais importante na hora de fazer uma música ou batida em Afrofusion é a forte presença do Afrobeat que tem suporte com vários outros gêneros, podendo ser Pop, Reggae, Dancehall ou qualquer outro ritmo. Desde que o termo foi cunhado, muita produção musical nigeriana foi classificada como Afrofusion, isso porque permite que o artista e o produtor experimentem o quanto quiserem. Com diversos adeptos, o gênero, que é visto por muitos como uma vertente do Afrobeat, passou a ganhar destaque no mundo todo com o sucesso de Burna Boy.

“Para mim, é a mesma coisa de falar que Nas é um cantor de R&B porque ele é norte-americano ou dizer que Whitney Houston era um rapper porque o rap é a coisa mais pop agora”, disse Burna Boy em entrevista. “Não posso aceitar ser classificado como um Afrobeat porque não sou um rapper. Então agora na África quando você fala sobre música, a primeira coisa que eles dizem é Afrobeats. Afrobeat é uma lenda chamada Fela Kuti“.

“Não havia nada com o qual eu pudesse me identificar. Então decidi que vou chamar de Afrofusion porque é uma fusão de tudo. A afro-africanidade é o que a cobre, é a garrafa que contém toda a bebida. É por isso que sempre me certifico de que todos saibam que é isso que eu faço, é Afrofusion“, explicou Burna sobre sua música.

Chef Aline Chermoula lança livro infantil físico inspirado na Culinária da Diáspora Africana pelas Américas

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Foto: Divulgação

A Chef Aline Chermoula lança o primeiro livro impresso infantil inspirado na Culinária da Diáspora Africana pelas Américas, que destaca receitas com alimentos originários do continente africano como forma de resgate de ancestralidade.

O livro “Cozinheirinhos da Diáspora: saberes e sabores de nossa culinária ancestral e afetiva” é ilustrado, interativo e traz receitas de pratos inspirados na cultura culinária afro-ameríndia.

Com prefácio de Rodrigo França, Cozinheirinhos da Diáspora é um material para famílias reforçarem laços de afetividade a partir de práticas alimentares, promovendo conhecimento sobre culinária afrodiaspórica, utilizando ingredientes ancestrais como abóbora, coco, inhame, batata doce, quiabo em receitas práticas e fáceis. A obra também ressalta instruções de boas práticas em cozinha, destacando os cuidados necessários para cozinhar prevenindo acidentes.

Mãe de duas crianças, Malu e Pedro, Aline sabe como pode ser desafiador introduzir alimentos na faixa de idade, entre os 2 e 12 anos. O paladar se forma em um ambiente competitivo, onde estímulos externos como propagandas de alimentos industrializados são bem comuns. Por isso, ela acredita que contar um pouco da história de cada ingrediente pode deixá-lo mais atrativo para esse público.

Aline é pesquisadora da Culinária da Diáspora Africana pelas Américas, e no livro trabalha ingredientes diversos da diáspora africana em receitas práticas e modernas, como saladas, requeijão, bolos, sucos, panquecas.

“Quero que as família levem as crianças mais vezes para a cozinha e pratiquem receitas que exaltam também a contribuição dos africanos na culinária do Brasil. Os pratos dos quais eu cito no livro, são nutritivos, saborosos e carregados de um legado cultural que precisam ser conhecido desde cedo”, explica a Chef.

O lançamento ocorrerá em julho, neste domingo (10), às 14h no Boteco e Gafieira Seu França, no Rio de Janeiro. Dia 24, às 16h, no Festival Latinidades em Distrito Federal e na Aparelha Luzia em São Paulo, dia 29, às 20h30.

O livro Cozinheirinhos da Diáspora, estará disponível para compra nos locais de lançamento, no site da editora Conexao7, responsável pela publicação e também pela plataforma Amazon, por R$ 38,00.

Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha busca ampliar a consciência sobre desigualdades de raça e gênero

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Liliane Rocha. Foto: Divulgação.

Liliane Rocha, empreendedora negra e uma das 50 Mulheres de Impacto da América Latina, atua para aumentar a presença de mulheres negras nas empresas

Com o objetivo de visibilizar a luta das mulheres negras contra o preconceito, opressão e falta de oportunidades em diversos setores, o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha passou a ser celebrado em 25 de julho. A data foi criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, que aconteceu em Santo Domingo, República Dominicana, um importante marco que estimulou a Organização das Nações Unidas (ONU) a assumir a responsabilidade de pautar questões de raça e gênero em suas estratégias.

Aqui no Brasil, a data também celebra a líder quilombola, Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro, que foi reconhecida pela Lei nº 12.987, de 2 de junho de 2014, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, data de mobilização por igualdade de direitos.

Na América Latina e Caribe cerca de 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes, correspondendo a 30% da população dessas regiões, segundo a Associação Rede de Mulheres Afro-Latinas, Afro-Caribenhas e da Diáspora (Mujeres Afro). Apesar da presença expressiva nessas populações, negros ainda são as pessoas mais afetadas pela pobreza, marginalização e pelo racismo, sendo que mulheres negras enfrentam barreiras ainda maiores.

Um estudo de 2018 do pesquisador brasileiro e PHD em Sociologia Luiz Valério Trindade mostra que 81% dos comentários depreciativos nas redes sociais brasileiras tem mulheres negras como alvo. Para a executiva negra, CEO e Fundadora da Gestão Kairós, Liliane Rocha, isso se dá por conta do racismo estrutural. “Quando as mulheres negras passam a se destacar e serem reconhecidas em suas áreas de atuação, e esse sucesso começa a repercutir nas redes sociais, há a prova de que, apesar das desigualdades sociais, elas conseguiram, em alguma medida, romper um ciclo e sair da posição subalterna. Os ataques são a manifestação do racismo enraizado na sociedade brasileira”.

Outro dado que reforça as desigualdades enfrentadas pelas mulheres negras na região é da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Em um relatório divulgado no início de junho, a instituição aponta um cenário econômico preocupante no curto prazo, no qual 33% da população da América Latina estará em situação de pobreza. Desses, quase 15% estará em situação de pobreza extrema, ou seja, são pessoas que terão menos de R$ 9 por dia para viver. Outro dado ainda mais assustador: até dezembro de 2022, 94,4 milhões de pessoas da região não conseguirão fazer três refeições diárias. A pesquisa também destaca que as famílias negras chefiadas por mulheres são as mais atingidas pela falta de comida, com 63% dos lares em algum patamar de insegurança alimentar.

E o emprego é um dos caminhos para minimizar o impacto desses números! No Brasil, o salário das mulheres negras ainda é 57% menor do que de homens brancos, 42% menor do que de mulheres brancas e ainda recebem 14% a menos do que os homens negros. Os dados são de um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e levam em conta os rendimentos de 2019.

Além dessa diferença salarial, outro ponto que precisa ser analisado é a baixa empregabilidade de mulheres negras. Aqui no Brasil, essa questão ainda está longe de ser resolvida considerando os dados do estudo inédito Representatividade, Diversidade e Percepção – Censo Multissetorial da Gestão Kairós, confirmando umabismo de desigualdade para mulheres negras em atuação nas empresas. O estudo contou com a participação de mais de 26 mil respondentes, apontando que mulheres negras no quadro geral das empresas é de somente 8,9%, em um contingente de 32% de mulheres. Já em cargos de gerência e acima, o cenário é ainda mais desafiador, com apenas 3% de mulheres negras em uma população de 25% de mulheres líderes.

“É possível observar que, quanto mais marcadores identitários, menor é a representatividade de mulheres negras dentro das empresas. Estamos acostumados a universalizar a questão da mulher pela mulher branca e quando olhamos para a mulher negra a gente vê que, estatisticamente, o abismo de direitos ganha proporções ainda maiores, por isso é urgente que as lideranças das empresas criem políticas que garantam efetivamente a igualdade racial e de gênero, assegurando o acesso a oportunidades e direitos básicos como educação, saúde e emprego, além, é claro, de combater a discriminação em todos os espaços. Só dessa forma conseguiremos acabar com a invisibilidade das mulheres negras”, acredita Liliane Rocha.

O multiverso da juventude preta do século 21

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Foto: Getty Images.

Vivemos tempos de transformações profundas e impactantes. Os fatos se sucedem em velocidade e intensidade. Testemunhamos todos os dias uma interação alucinante entre o mundo virtual e o mundo concreto.

A juventude é a “ponte” natural entre a infância e a vida adulta. E, neste cenário, a juventude afrobrasileira antenada, entre os riscos e oportunidades existentes na narrativa complexa que é a experiência da vida neste século bem alucinante, dá mostras de que compreende e assume a relevância de seu “pretagonismo” na dinâmica de um mundo mais integrado e sempre desafiador para nós, pessoas pretas contemporâneas.

E cada vez mais a juventude preta promove a exaltação e a valorização de nossa ancestralidade, que é provavelmente o maior patrimônio espiritual e dialético de uma pessoa preta. A juventude preta tem ocupado o seu devido lugar de fala quando o assunto é família preta, que é, a rigor, o nosso porto seguro afetivo e o nosso ponto de partida de nossa mobilidade social e de nossas conquistas pessoais e coletivas.

E, em complemento à esta observação, a galera preta na faixa dos 15 e 25 anos entende, por exemplo, a importância do cuidado com a saúde da população preta também como um fator de cidadania e até mesmo de resistência cívica, diante de tantas demandas que são e estão historicamente associadas ao povo preto do Brasil.

O exercício da autoestima é cada vez mais observável no universo afro-adolescente brasileiro. Meninas e meninos da pele escura cada vez mais se olham no espelho e sentem orgulho da imagem ali refletida. Em que pesem os obstáculos vistos diante das incertezas políticas, sociais e econômicas destes tempos, os jovens pretos do Brasil estão cada vez mais interessados em
projetos e iniciativas culturais que dialogam diretamente com a sua estética e com a sua visão de mundo.

Os jovens pretos destes novos tempos, nominalmente as gerações “Y”, “Z”, e até mesmo os egressos da geração “Alfa”, estão cada vez mais politizados e cientes da sua importância enquanto cidadãs e cidadãos com direito ao voto e à escolha de seus representantes na gestão pública para a defesa de suas pautas, em um país desigual e sabidamente excludente.

A juventude preta devota das religiões de matriz africana professa e advoga em favor de sua fé, com legitimidade e reverência no mundo virtual e no mundo concreto, e isto é muito bom! E a juventude Afro-lgbtqia+ se posiciona progressivamente em busca do seu merecido respeito e inclusão no convívio em sociedade.

Muitas das filhas e dos filhos da comunidade preta que viveu as agruras e as atribulações dos anos 60 e 70 do século 20 tem um entendimento mais apurado do que é empreendedorismo, educação financeira, inteligência emocional afro-orientada, dominar um segundo ou terceiro idioma, respeito ao meio ambiente e sustentabilidade.

E, não menos importante, um outro avanço significativo tem sido o aprofundamento das jovens e dos jovens pretos do Brasil sobre a potência dialética que os ditos “Estudos Africanos” proporcionam em sua re-conexão existencial e em sua narrativa como seres humanos merecedores de respeito e do direito inalienável à uma vida decente e com dignidade. As leis 10.639 e 11645 e as ferramentas de pesquisa disponíveis via Internet precisam e devem ser cada vez mais disseminadas entre a juventude preta do Brasil.

O caminho ainda é espinhoso e cheio de percalços até atingirmos uma cidadania de primeira classe. Muitos indicadores ainda atestam que há, sim, o projeto nem tão velado de extermínio dos jovens afrodesendentes deste país. Isto é fato e precisa ser denunciado. Mas a nossa juventude de “melanina acentuada”, em grande medida e a despeito das dores do cotidiano, tem se mostrado uma salvaguarda reconfortante para os nossos destinos enquanto povo dentro de um país.

A juventude preta do Brasil do Brasil veio para brilhar e vencer!

Julius Onah dirigirá ‘Capitão América 4’, filme estrelado por Anthony Mackie

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Foto: Vittorio Zunino Celotto / Getty Images.

O cineasta nigeriano Julius Onah foi escolhido para dirigir a quarta parte da franquia de filmes do ‘Capitão América’, obra de grande sucesso da Marvel Studios. O ator Anthony Mackie será responsável por estrelar o longa, assumindo o novo posto do conhecido herói, agora com o personagem Sam Wilson . Até o momento, não existe informação sobre a data de lançamento do filme. Os detalhes de roteiro e elenco também seguem em sigilo.

Não se sabe quais serão os próximos caminhos para o personagem de Anthony. O profissional Malcolm Spellman, criador e roteirista chefe da série ‘Falcão e Soldado Infernal’, da Disney+, está escrevendo o roteiro do novo filme. O diretor Julius Onah nasceu em Markurdi, na Nigéria, e com o passar dos anos se estabeleceu de forma fixa nos Estados Unidos.

Sucesso da Disney+, ‘Falcão e o Soldado Invernal’ acompanha a dupla Sam Wilson e Bucky Barnes (Sebastian Stan) lidando com a vida após o “blip”. A história se passa apenas alguns meses após os eventos do filme ‘Vingadores: Ultimato’, quando Steve Rogers (Chris Evans) entrega seu escudo para Sam.

Ludmilla celebra show em Salvador: “Maior Numanice da história”

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Ludmilla. Foto: Reprodução / Redes Sociais

A cantora Ludmilla utilizou sua página no Twitter para celebrar o sucesso de vendas e de público do ‘Numanice’ em Salvador. A artista se apresenta na capital baiana neste sábado, 9 de julho. “11 mil ingressos vendidos, o maior Numanice da história”, celebrou Lud. “Estou tão feliz que tô chegando com o Numanice em Salvador. Escolhemos a cidade a dedo e já são mais de 10 mil pessoas que vão curtir um dos projetos que eu mais amo. Vamos curtir, focar nas coisas boas e depois do evento a gente troca uma ideia pra vocês me contarem o que acharam”.

Criada no meio do samba, tendo na sua carreira a influência de grandes sambistas mulheres, como Dona Ivone Lara e Alcione, Ludmilla não poderia deixar de registar na sua trajetória um momento como este. Os dois álbuns de samba da funkeira e agora pagodeira, alcançaram números impressionantes. O Numanice #2, em menos de 24 horas, já tinha hits entre as 200 músicas mais tocadas no Brasil. No repertório da turnê estão os sucessos ‘Maldivas’, ‘212’ e ‘Meu Desapego’, além de clássicos do pagode anos 90 e os momentos de pop e funk.

Ludmilla promete entregar 3 horas de show com muito sucesso e positividade. Também através do Twitter, a artista revelou que já está trabalhando em novas músicas. “Estou com uns trap nervoso pra lançar, meninas vocês vão se sentir muito fodas e gostosas ouvindo eles“, destacou.

Vale informar que para participar do ‘Numanice’ é obrigatória comprovação da vacina dentro da Campanha de Imunização contra a COVID-19. Maiores informações, aqui.

Douglas Belchior lança plataforma colaborativa “Faremos Palmares de Novo” em São Paulo

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Foto: Reprodução/Instagram

Nesta sexta-feira, 8 de julho, em evento da pré-candidatura de Douglas Belchior a deputado federal pelo PT de São Paulo, será lançada a plataforma Faremos Palmares de Novo, iniciativa colaborativa para construção de propostas junto à população. O evento acontecerá às 19h, na ALA JARDIM, Bela Vista, próximo às estações de Metrô Brigadeiro e São Joaquim.


O lançamento da iniciativa contará com presenças importantes do Movimento Negro, a exemplo da socióloga, escritora e coordenadora na Geledes Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro, Railda Alves, coordenadora e fundadora da
Associação de Amigos e Familiares de Presos (Amparar), da mestra e doutora em Educação Ellen Lima Souza e outros nomes engajados na luta antirracista como o empresário e influenciador Roger Cipó e o ator e diretor Sidney Santiago.


A plataforma colaborativa é um projeto que visa construir propostas junto ao povo, aglutinando as melhores ideias para apontar a lupa e criar projetos que objetivem sanar os problemas da sociedade de forma certeira. Com o portal, todos os
interessados em contribuir com ideias para projetos poderão enriquecer ainda mais as propostas de campanha do candidato, reforçando a aliança que toda figura política deve ter com o povo.

Douglas Belchior é educador, fundador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos, instituição que reúne mais de 200 entidades do Movimento Negro Brasileiro.

Morre ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, o “arquiteto da paz”

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Foto: Getty Images

José Eduardo dos Santos, presidente de Angola entre 1979 e 2017, morreu nesta sexta-feira (8), aos 79 anos. “O governo angolano informa com grande dor e consternação o falecimento de Santos”, diz comunicado divulgado no Facebook.

Santos estava internado desde 23 de junho, em Barcelona, após sofrer um acidente vascular cerebral. Ele já tratava de uma doença prolongada na cidade espanhola, o motivo que o levou a deixar a cidade de Luanda em 2019.

O ex-presidente foi um dos mais longevos do continente africano. Seu governo venceu uma guerra civil brutal que durou quase três décadas contra o movimento guerrilheiro da União Nacional Independência Total de Angola (Unita), pelo seu partido o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) no início dos anos 2000.

Logo após o fim da guerra, Santos, conhecido como o “arquiteto da paz” dentro do partido, foi acusado de corrupção e nepotismo. O governo também presenciou neste período um boom do petróleo, que fez crescer a economia de Angola e enriquecer a sua família, sem diminuir a pobreza da população.

Ele foi substituído em 2017 pelo presidente João Lourenço, que, apesar de ser do mesmo partido, investigava os crimes de corrupção Dos Santos. A campanha do seu sucessor, focada em anticorrupção, levou o filho do ex-presidente à prisão e os bens da filha foram congelados.

Apesar da surpresa das denúncias, o povo angolano credita José Eduardo dos Santos pela estabilidade do país, que vivia em guerra e teve meio milhão de mortos até se tornar independente de Portugal em 1975.

“É de Casa”: Rita Batista entra para o time de apresentadores do programa neste sábado

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Foto: TV Globo.

A jornalista baiana Rita Batista faz parte do novo time de apresentadores do programa É de Casa que assume o matinal neste sábado (9). Apesar de já fazer parte do programa em entrevistas e quadros específicos, ela agora vem para o estúdio, ao lado de Maria Beltrão, Thiago Oliveira e Talitha Morete.

Com quase 20 anos de carreira no jornalismo, Rita estreou na televisão em 2005 e já passou pela TV Aratu, TVE Bahia, GNT e Band. Desde 2020 ela faz parte do corpo de repórteres de programas das manhãs da TV Globo. Para ela, além de uma nova etapa profissional, estar nesse lugar de apresentadora também tem forte papel de representatividade. “Vir pro estúdio também é trazer para o protagonismo uma boa parte da população brasileira que se autodeclara preta”, disse a jornalista em entrevista à editora-chefe do MUNDO NEGRO, Silvia Nascimento.

Confira a entrevista completa:

Você já fazia parte do programa. O que seus seguidores podem esperar agora dessa nova versão do É de casa, sobretudo no que diz respeito à sua presença.

Vai ser odara ,levo as minhas impressões sobre os assuntos e tenho mais tempo para trocar com o público e com os meus colegas. O que ás vezes não dava para fazer nos links ao vivo. Vir pro estúdio também é trazer para o protagonismo uma boa parte da população brasileira que se autodeclara preta. A base da pirâmide representada no topo da cadeia televisiva, da maior empresa de comunicação da América Latina


Além da sua presença nas telas, você também participa na decisão das pautas?

Sim, todos nós sugerimos, apuramos, vendemos (no jargão jornalístico), isso desde quando era repórter, a diferença agora é que estou mais perto da direção do programa, obviamente pela nova função.


Uma mulher negra em um programa com tanta leveza não é algo que a gente vê sempre. O que você acha desse tipo de representatividade, da normalização de pessoas negras em programas de entretenimento?

Eu acho maravilhoso. Equipes diversas, na frente e atrás das câmeras criam um conteúdo muito mais rico e alinhado com o público. É importantíssimo.


Como é a sua rotina de trabalho e como ela se encaixa na sua vida pessoal? Você é do tipo que gosta de um equilíbrio ou vive mais intensamente?

Rotina: não temos! (risos). Mas a gente vai adequando. Há dias e compromissos que não são passíveis de mudança, como o dia de ensaio, o dia do programa ir ao ar. Durante a semana, agora, como apresentadora, não tenho tanta demanda de gravação e tento me dividir entre SP, minha base, e Salvador, meu chão. É bem animado.

Você acabou de voltar do IVLP nos EUA. O que essa experiência trouxe de positivo para você, no sentido de algo que você sente que vai carregar para sempre?

Que precismos nos organizar. Nós jornalistas negres temos que agrupar nossas ideias, anseios, projetos, puxar pra cima quem está começando a carreira, “sustentar” quem estiver passando por uma dificuldade, repudiar atos racistas na frente e por trás das câmeras. Urge uma Associação Nacional de Jornalistas Pretos.

Quais as dores e delícias de ser uma baiana morando em São Paulo?

Menina, SP comigo sempre foi generosa. É a segunda vez que monto casa na cidade. Gosto dessa coisa da organização, do trabalho, de ter sempre o que fazer, daquele “ o que vc precisa” e do sempre “ bom descanso”. SP é próspera e abundante, combina comigo, que a Bahia já me deu “ régua e compasso”.

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