Cantora e compositora Margareth Menezes confirma o convite para ser ministra da Cultura do novo govenro eleito do Pres. Lula da SIlva, na sede do governo de transição, no CCBB | Sérgio Lima/Poder360 13dez2022
Margareth Menezes, Ministra da Cultura, anunciou na quarta-feira o desbloqueio de quase R$1 bilhão da Lei Rouanet. O dinheiro foi retido no governo anterior e o desbloqueio beneficiará mais de 1,8 mil projetos até o fim do mês.
Ao todo serão liberados, até o fim do mês, R$ 968.376.281 que haviam sido captados como patrocínio a projetos artísticos. A Lei Rouanet permite que empresas e cidadãos que apoiem ações culturais deduzam parte do Imposto de Renda.
“Em apenas 20 dias de trabalho, o Ministério da Cultura identificou 1.800 projetos [da Lei Rouanet] que já tinham sido captados, mas que estavam bloqueados pela administração passada. Isso significa um montante de R$ 1 bilhão que estamos liberando até 30 de janeiro”, disse a ministra em vídeo publicado pelo MinC.
Além disso, o ministério informou que publicou no “Diário Oficial” desta terça as primeiras prorrogações de projetos de captação pela Lei Rouanet. De acordo com a pasta, serão prorrogados mais de 5 mil projetos que estavam com prazos de captação vencidos.
Vai na Fé mal começou e já está dando o que falar ao público e parece que o personagem de Jean Paulo Campos, que na trama vive o estudando de direito Yuri, vai sofrer no local.
No capítulo que foi ao ar nessa terça-feira (17), Yuri estará em um bar com os colegas de faculdade, quando se aborrece com Fred (Henrique Barreira) e irá embora. Andando furioso na rua, nota um carro de polícia lhe seguindo. Nervoso, Yuri corre e os policiais avançam nele.
Na cena, o rapaz – que é inocente – vai para a delegacia e a vítima de um estupro o reconhece como culpado do crime. Pelo vidro, a vítima com o rosto machucado e contorcido de dor, apontará para Yuri, afirmando que é o culpado. A policial que a acompanha olhará para os suspeitos e depois para ela: “Tem certeza?”. A vítima fala que sim.
Reprodução/TV GloboReprodução/TV Globo
A forma como o rapaz se sente ao entrar na delegacia gerou uma repercussão nas redes sociais. Yuri não consegue se defender em nenhum momento e afirma sentir “estar se afogando”: “Minha voz não saía. Era como se eu tivesse afundando. A única vez que senti isso, foi quando eu era criança e me afoguei na praia”.
Mas gente, que cena triste em? O Yuri sendo preso, sem cometer crime algum, motivo? Racismo. #VaiNaFe tá retratando o que muito acontece em nosso país. Triste. pic.twitter.com/aep4e3zPAG
Depois dos atos terroristas e golpistas conduzidos por bolsonaristas, que depredaram a praça dos três poderes, no DF, os presos no atentado cobram das autoridades uma coisa minimamente curiosa: respeito aos direitos humanos. Sim, Bolsonaristas presos inundam as redes sociais com vídeos reclamando das condições do “cárcere” e pedem que seus direitos, como pessoas humanas, sejam respeitados.
Acontece que estes mesmos bolsonaristas, há cerca de 4 anos atrás, elegeram Bolsonaro, porque o mesmo prometia não respeitar os direitos humanos. Diziam à época que os direitos humanos só protegem “vagabundos”. Bolsonaristas também se referiam a este conjuto de normas como “direitos dos manos”. Então, por que, de repente, os “cidadãos de bem” passaram a dar valor aos direitos humanos? A resposta é simples: porque agora a mão punitiva do estado recai sobre costas brancas.
Quando as forças de segurança oprimiam negros nas periferias, tinha-se a ideia de que elas estavam fazendo seu trabalho ao eliminar os elementos criminosos e proteger os “cidadãos ordeiros”. Inclusive, um famoso influenciador bolsonaristas, hoje suspenso das redes e investigado pelo MPF, bradava contra a “absurda decisão” do STF de proibir que a polícia subisse o morro durante a pandemia. Ocorre com os direitos humanos o mesmo que com as cotas raciais: o problema não é política, mas sim a quem ela, possivelmente, beneficiária mais.
Para os extremistas presos pelo atentado à democracia no dia 8 de janeiro, o crime e a prisão têm cor e cep que, obviamente, não são as deles. O instinto antidemocrático e autoritário destes extremistas sempre esteve claro e cristalino. Sempre foram a favor de um estado de exceção e da violação de direitos fundamentais de pessoas negras e periféricas. A própria ideia de humanidade é negada na fala “direito dos manos”.
Para os golpistas, “manos” não são humanos, mas sim cidadãos de segunda classe, naturalmente perigosos e criminosos, diferente deles que são humanos. Como diziam “direitos humanos para humanos direitos”, ou seja, direitos humanos para humanos como nós brancos. Não se assustem, caso todos os extremistas forem punidos e presos, de vê-los reivindicar melhoria dos presídios e desmilitarização da polícia.
O ator Lázaro Ramos estreia no catálogo do Amazon Prime Video com o especial de comédia “Feliz Ano Novo… de Novo“, junto com a Ingrid Guimarães, nesta sexta-feira (20).
O especial conta uma plateia ao vivo e reunirá convidados especiais como a Tia Má, Juliette, Luana Martau, Lindsay Paulino e Pablo Sanábio. Eles ajudarão Lázaro e Ingrid a entenderem sobre os momentos que levam a repensar o presente e refletir sobre todas as transformações que um novo ano inspira.
Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães encarnarão personagens do cotidiano para falar sobre mudanças práticas ou comportamentais. Uma mãe fazendo compras no mercado, os pais de uma adolescente antenada, uma turma de amigos do colégio que se reencontra e um casal se separando são algumas das situações retratadas.
“Sim, é isso mesmo que vocês estão vendo: a firma juntou eu e @Ingridguimaraes num especial de Ano Novo com muita gargalhada, diversão, reflexões e até platéia, viu?! Rsrsrs”, publicou o ator nas redes sociais.
Comandado pela advogada Juliana Souza e pelo educador Jálisson Mendes, o Instituto Desvelando Oris foi lançado há pouco mais de um ano, com atuação voltada para jovens, mulheres e, especialmente, pessoas negras em situação de vulnerabilidade, com o viés de transformar a vida de pessoas por meio da justiça, numa perspectiva racializada e da educação em direitos.
A parceria com Pinheiro Neto Advogados promete promover os pilares de educação em direitos e acesso à justiça, programas já existentes dentro do Instituto Desvelando Oris.
Reconhecido internacionalmente por sua atuação pro bono, Pinheiro Neto Advogados também irá atuar nessa área com o Instituto Desvelando Oris. Haverá espaço para compartilhar atividades tanto dentro do Instituto Desvelando Oris, quanto em Pinheiro Neto Advogados.
“Precisamos criar e multiplicar oportunidades, atuando junto a jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, em especial pessoas negras”, reforça Juliana Souza, que fará palestras e ações junto ao corpo jurídico de Pinheiro Neto Advogados.
Juliana Souza que é, em conjunto com sua parceria de trabalho, advogada da família Ewbank Gagliasso e ganhou muita repercussão após assumir o caso, defendendo e falando o quanto se sentia parecida com sua cliente, a pequena Títi, após ela sofrer ataques racistas nas redes. Com essa oportunidade de defender um caso grave e de consciência nacional, a advogada disse querer usar sua voz cada vez mais na luta antirracista e uma dessas oportunidades é o seu mais novo empreendimento próprio
As falas do médico e influencer Fred Nicácio no BBB 23, está sendo um dos assuntos mais falados nas redes sociais. Na terça-feira (17), Fred estava na beira da piscina conversando com outros brothers, quando relatou uma situação de racismo. “Um dia eu fui um fisioterapeuta e vi um médico entubando e eu falei assim: ‘eu queria fazer isso aí’ Uma enfermeira branca olhou para mim e disse ‘sai pra lá, menino. Isso é só pra médico’. Sete anos depois, eu voltei lá e ela foi a minha enfermeira. ‘Tô aqui, doutor Fred Nicácio. Agora eu vou entubar e você vai me ajudar, pronto’. Porque é assim que a gente trata racista. Quem criou o constrangimento, que lide com ele”, disse.
gente a arrogância do Fred nicacio aqui “Minha enfermeira” Fisioterapeuta achando ruim pq não pode entubar Eu achei que ia demorar mais pra ele mostrar essa energia mas só tá no segundo dia pic.twitter.com/59Wpo8dlTd
Hoje (18), o enfermeiro Cezar Black chorou ao desabafar com a Domitila sobre como se sentiu a respeito. “Pra gente, isso é ofensivo. Isso é uma coisa que a gente briga todos os dias. O médico tirou você da barriga da mãe, a gente que cuida, que limpa, que pesa. No dia que você nasce, ou na hora da UTI, você morreu, quem prepara o corpo é a enfermagem. Nossa classe é foda, nossa classe trabalha mais do que todas as classes”, defendeu a profissão.
O assunto dividiu opiniões. Afinal, as atitudes de Fred Inácio é de um homem negro, gay e médico empoderado ou está apenas sendo arrogante? Para a jornalista Tia Má, contar a própria história não é soberba. “Viralizou quando uma idosa revelou que aos 70 anos, nunca tinha sido atendida por um médico negro. Fred Nicácio era esse médico, que também aprendeu libras para atender pessoas surdas! E em dois dias de #bbb23 sua trajetória foi apagada pela fala equivocada de Fred, durante um papo na piscina”, ressalta.
“O uso da expressão “Minha Enfermeira” está errado. Enfermeiras e enfermeiros não são propriedades, são colegas de trabalho dos médicos e médicas. Provavelmente ele sabe disso! Até porque logo depois ele teve um papo sobre a importância da profissão com @cezar.black”. E finaliza: “Que @frednicacio se oriente, tire o sapatinho e bote o pé no chão e entenda que o erro de gente como a gente pesa ainda bem mais, e nem sempre se recupera com um milhão!”.
Já para a ativista Luciana Veigas, Fred ativou os gatilhos no Cezar Black. “Pretos no topo, só acontece com muitos pretos na base”, escreveu.
Aconteceu: Fred Nicácio com a fala de enfermeira "servir a ele" ativou gatilhos no Cesar Black.
Pretos no topo, só acontece com muitos pretos na base.#BBB23
A creator e psicóloga conhecida como Preta Demais, diz que chorou junto com o Cezar no momento do desabafo. “Viver uma vida em defesa da saúde pública é o que dá sentido pra muitos de nós. mas é inegável que até mesmo nessa luta o nosso ambiente de trabalho muitas vezes é mais um aparelho do estado reprodutor de opressões. o racismo é uma delas. tu acha que é por acaso que mulheres e negros são maioria entre profissionais de enfermagem pelo brasil a fora? ou acha que é por acaso que essas profissões do cuidado se mantém desvalorizadas? não dá pra conversar sobre o sistema de saúde sem atravessar questões de raça”.
eu chorei junto c Cezar! profissionais da saúde entendem o que é esse sentimento aqui. profissionais negros ainda mais https://t.co/eHcF52PykO
Na última quarta-feira (11) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que tipifica a injúria racial ao crime de racismo, passando a se tornar um crime inafiançável e imprescritível.
No texto, no caso de crimes de racismo realizados em atividades esportivas, eventos culturais, artísticos ou religiosos, além da reclusão, a o réu ficará proibido de frequentar estádios ou teatros, por exemplo, por três anos.
Com a divulgação da nova lei, o assunto repercutiu positivamente nas redes sociais, formadores de opiniões, artistas e influenciadores digitais celebraram essa vitória para a comunidade negra que nos últimos anos tem sofrido com o aumento de crimes de racismo no Brasil
Nesta quarta-feira (18) a cantora Ludmilla, uma das maiores vozes negras da América Latina, que há anos sofre com ataques racistas na mídia e redes sociais, se pronunciou sobre o assunto.
“Agora que o presidente assinou a lei que enquadra injuria racial ao crime de racismo, eles vão ter o que merecem. Cansada dessa por# já!”
Agora que o presidente assinou a lei que enquadra injuria racial ao crime de racismo, eles vão ter o que merecem. Cansada dessa porra já! https://t.co/nX1IT49qrA
Em novembro de 2022 a cantora informou aos fãs que havia perdido o processo que moveu contra Val Marchiori, após a socialite comparar o cabelo da cantora a uma marca de esponja de aço no carnaval de 2016.
Por perder o processo Ludmilla teve que arcar com os custos da defesa da criminosa e foi também processada pelo seu antigo advogado, quem cuidou do caso na época.
“Mais um dia normal no Brasil, galera! (…) Uma gd ironia, justo no mês da consciência negra. Não há o que celebrar”, desabafou a cantora.
O pronunciamento da cantora sobre a nova lei veio como uma resposta a mais um ataque racista nas redes sociais vindo de uma fan account da cantora Anitta
“Ludmilla macaca flopada, hablo mismo”, publicou o racista no twitter
A cantora segue dando sua resposta nos palcos e com o sucesso que faz por todo o Brasil, no último Rock in Rio a cantora levou muita representatividade negra e fez protestos contra o racismo na sua apresentação, sendo sua performance apontada pela crítica como um dos maiores shows do palco Sunset.
Em 2024, Ludmilla se apresentará no Palco Mundo do Rock In Rio, o palco principal do maior evento de música do mundo.
O Met Gala de 2023 será realizado no dia 1º de maio e já foi anunciado nesta quarta-feira (18) os nomes dos co-anfitriões do evento: a atriz e escritora Michaela Coel, a atriz Penélope Cruz, a cantora Dua Lipa, o tenista profissional Roger Federer e a editora-chefe da Vogue, Anna Wintour.
Neste ano, o evento – que beneficia o Costume Institute do Metropolitan Museum of Art – irá homenagear o estilista Karl Lagerfeld, um dos maiores talentos da moda com o tema da festa: Karl Lagerfeld: A Line of Beauty (Uma linha de beleza, em português). O diretor criativo da Chanel morreu em 2019, aos 85 anos.
Segundo a Vogue, Michaela Coel emergiu como um dos talentos mais requisitados de Hollywood após o sucesso de sua ousada série I May Destroy You e sua vez em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre.
A gala anual acontece na primeira segunda-feira de maio. No ano passado, a atriz e diretora Regina King foi a co-anfitriã.
Veja os looks do Met Gala 2022:
Nicki Minaj (Foto: Getty Images)Lizzo (Foto: Getty Images)Lis Nas X (Foto: Getty Images)Cardi B (Foto: Getty Images)Rihanna e A$AP Rocky (Foto: Getty Images)
Estamos todos impactados com a beleza e o simbolismo da posse do presidente Lula, que nos animou a sonhar e ter esperanças sobre a composição dos Ministérios. A dúvida que ficou é se a diversidade ficará só na bela foto ou se vai se estender a toda a Esplanada. Porque, com a posse dos Ministros, a primeira resposta foi dura e inesperada: inexistência de secretários e pessoas negras no segundo escalão. A imagem, mais uma vez, foi a de homens brancos nomeando homens brancos, o que perpetua o racismo estrutural de maneira perversa.
Há ministérios que assustam pela falta de sensibilidade, com uma visão estreita sobre meritocracia e vasta ignorância da história de lutas do povo negro, que nos últimos 50 anos produziu um crescimento exponencial de profissionais afrobrasileiros, perfeitamente capacitados a atuar em qualquer área de atividade. Se existe uma área que podemos falar com tranquilidade sobre a qualidade, quantidade e a competência do talento negro, ela é a Educação.
Ninguém lutou mais pela escolarização do negro ao longo do século XIX e XX, do que as famílias negras. Elas lutaram contra legislações que simplesmente proibiam o negro de estudar. A primeira lei de Goiás sobre instrução, de 23 de junho de 1835, obrigava os pais a dar educação primária aos meninos, mas ressalta: “Somente as pessoas livres podem frequentar as Escolas Públicas, ficando sujeitas aos seus Regulamentos”. Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Alagoas, entre vários outros estados, também proibiam a escolarização de negros. Da mesma forma, a lei imperial nº 1, de 14 de janeiro de 1837, trazia a vedação: “São proibidos de frequentar as escolas públicas: Primeiro: pessoas que padecem de moléstias contagiosas. Segundo: os escravos e os pretos africanos, ainda que sejam livres ou libertos.”
Uma história de privações afetou duramente o acesso dos negros à educação e também ao direito básico de votar. A ausência de escolarização alimentou a subcidadania dessa população. Até 1988, apenas 35 anos atrás, as pessoas analfabetas — na maioria, negras — ainda não podiam votar.
Quando reivindicamos a presença de negros no primeiro escalão dos Ministérios, com o reconhecimento de sua plena competência para a gestão pública e a importância estratégica de exercê-la, estamos evocando a dor, o sofrimento e a luta para reverter uma longa trajetória de discriminação e exclusão. Milhões de famílias negras enfrentaram o racismo, para garantir que seus filhos pudessem acessar o direito à Educação. E essa reparação histórica só começou no século XXI, com medidas como a Lei 10.639, promulgada em 2003, no primeiro governo Lula, para instituir o estudo da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Não por acaso, um dos ministérios que o governo racista e reacionário de Bolsonaro focou, para destruir os avanços e conquistas da população negra, foi o da Educação. Por isso mesmo queremos participar de sua reconstrução. Temos um exército de milhares de professores afro-brasileiros, prontos para travar essa luta. Mas ainda não fomos convocados .
As desigualdades sociais são reforçadas na educação. A taxa de analfabetismo é 11, 2% entre os pretos, e 11,1 entre os pardos; e, 5% entre os brancos. Enquanto 70, 7 % dos adolescentes entre 15 e 17 anos, a etapa adequada à idade escolar, entre os pretos , este índice cai para 55,5% e entre os pardos cai par 55,3 %. Segundo estudos do Todos pela educação.
Marcados por uma história repleta de maldades contra o povo negro, temos esperança no novo ministro Camilo Santana. Ele implementou no Ceará um dos melhores programas de Educação do país e agora poderá compartilhar com toda a federação a sua bela e vitoriosa experiência. Mostrou sensibilidade e compromisso com a luta antirracista e garantiu conquistas importantes à população afrobrasileira. Em 2016, criou o Conselho Estadual da Igualdade Racial, pela Lei 15.953. Em 2017, formulou e implementou a Lei 16.197, que instituiu a lei de cotas nas três universidades estaduais. E em 2021 criou as cotas no serviço público estadual, por meio da lei 17.432 de 2021.
Temos que festejar as iniciativas do ex-governador cearense, que soube fazer a leitura política e criou leis de interesse da comunidade negra. Mas há um porém, que não é irrelevante. Durante os seus mandatos, nunca houve uma só pessoa negra em seu secretariado. O script foi o mesmo de sempre: a meritocracia dos brancos escolhendo gestores brancos. Mesmo num estado com um número expressivo de pessoas negras qualificadas.
O que se perguntava agora é se, como ministro da Educação, Camilo Santana iria ignorar a capacitação dos professores negros. Temos uma infinidade de profissionais qualificados com mestrado e doutorado, com a sua vasta e sólida produção científica, e não há argumento para não recrutá-los no Brasil inteiro. Se o governador teve a sensibilidade de reservar 20% dos cargos de concursos públicos estaduais a negros, o ministro será capaz de ter o mínimo de 20% de negros nos cargos em comissão do MEC? Ser ministro exige sintonia com a expectativa do povo brasileiro, de seja respeitada a sua diversidade — uma lição que o presidente Lula já assimilou.
Salve, pois, Camilo Santana! Estaremos contigo nessa empreitada de reconstrução do Ministério da Educação, pois você tem história na luta antirracista. E o ministro correspondeu e nomeou duas mulheres negras como secretárias: a dra Katia Schweickardt, Doutora em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora associada da Universidade Federal do Amazonas, para Secretária de Educação Básica e a dra Zara Figueiredo, Doutora em Educação pela USP e docente da educação básica pública por mais de 20 anos, para Secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão.
Temos que celebrar esse avanço no Ministério da Educação com essas duas estratégias secretarias e com o desafio de definir políticas para milhões de jovens brasileiros. O movimento negro precisa estar presente contribuindo com sugestões e críticas. O trabalho que se inicia de reconstrução tem muitos adversários e nossa vigilância será fundamental.
Esperamos que os demais ministérios sigam o exemplo de Camilo Santana, tendo a coragem e inteligência de nomear pessoas negras para o Segundo escalão.
*Ivair Augusto Alves dos Santos Mestre em Ciências Políticas pela Unicamp Doutor em Sociologia pela UnB Ex-diretor do Departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos da Presidência da República.
Para celebrar o que seria o 94º aniversário de Martin Luther King Jr., um dos maiores ícones dos direitos civis nos Estados Unidos, um monumento dedicado a ele e sua esposa, Coretta Scott King, foi inaugurado em Boston, na última sexta-feira (13).
Intitulada “The Embrace”, a obra apresenta dois conjuntos de braços entrelaçados, uma interpretação artística da foto clássica do casal de ativistas se abraçando após ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 1964, contudo, o monumento ganhou uma repercussão negativa nas redes sociais.
Assinada pelo artista Hank Willis Thomas, a obra ficou em construção por cinco anos e representa “o amor, o coração e o espírito” da dupla de ativistas contra a discriminação racial. “Na foto, você pode ver o peso dele nos ombros dela enquanto eles se abraçam”, comentou o artista. “E eu percebi que isso era realmente uma metáfora para o legado dele – que ela carregou o legado dele nos ombros por várias décadas depois que ele foi assassinado.”
Contudo, alguns fãs não interpretaram de forma positiva a homenagem feita e revelaram que o valor gasto na obra é inadmissível para ela.
“Dez milhões de dólares foram desperdiçados para criar uma homenagem masturbatória do metal aos meus lendários membros da família – uma das maiores famílias americanas de todos os tempos”, escreveu Seneca Scott, primo de Coretta.
Diante de tantas críticas, o filho do casal, Martin Luther King III, defendeu a obra e explicou o real significado da arte presente na homenagem. “Acho que é uma grande representação de unir as pessoas”, disse ele para a CNN.