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Atriz Regina King faz homenagem ao filho um ano após sua morte: “Continue a brilhar, minha luz guia”

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Foto: Getty Images

Em suas redes sociais, Regina King compartilhou um vídeo com uma mensagem especial para Ian Alexander Jr., falecido em janeiro de 2022

A atriz Regina King compartilhou em suas redes sociais um post em homenagem ao filho, Ian Alexander Jr., que morreu no dia 22 de janeiro de 2022, aos 26 anos. King compartilhou um vídeo de uma lanterna de papel laranja voando e escreveu uma mensagem especial para o filho: “Minha coisa absolutamente favorita sobre mim é ser… Regina, a mãe de Ian, o Deus Rei. Continue a brilhar, minha luz guia”.

O texto também lembrava o dia do aniversário do rapaz: “19 de janeiro é o dia dos méritos de Ian. Enquanto ainda processamos sua ausência física, celebramos sua presença”.

Na legenda ela ainda ressalta: “Estamos todos em lugares diferentes do planeta … assim como Ian. Seu espírito é o fio que nos conecta. Claro que laranja é a sua cor favorita…É o fogo e a calma. Vejo você em tudo que respiro [sic]”.

Filho único da atriz, Ian Alexander Jr. foi encontrado morto em sua residência, no dia 22 de janeiro do ano passado, depois de cometer suicídio. “Nossa família está devastada no nível mais profundo pela perda de Ian”, teria informado King em um comunicado enviado à PEOPLE na época. “Ele é uma luz tão brilhante que se importava tão profundamente com a felicidade dos outros. Nossa família pede consideração respeitosa durante este tempo privado. Obrigada.”, dizia a nota.

Ian era filho da atriz com seu ex-marido, o produtor musical Ian Alexander Sr.

Clique aqui e encontre alguns links úteis para pessoas com pensamento suicida: https://www.cvv.org.br/links-uteis/

Globo exibirá o filme ‘Beleza da Noite’ nesta segunda-feira

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Foto: Bruna Castro

Em homenagem ao cinema nacional, durante o mês de janeiro, a Globo exibirá na “Tela Quente“, às segundas-feiras, apenas filmes brasileiros. Nesta segunda-feira (23), o público poderá assistir o filme “Beleza da Noite“.

Estrelado pela atriz e cantora Larissa Luz, o filme também conta com Mayana Aleixo, Edvana Carvalho, Evana Jeyssan e Diogo Lopes Filho no elenco. Escrito pelo roteirista Gildon Oliveira, o longa estreou no último 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

O enredo está ambientado no bairro da Liberdade em Salvador (BA) e narra uma história que revela os resquícios do racismo estrutural na mente das crianças negras. Michellini (Larissa Luz) é uma babá que quando vai comprar uma boneca de presente para a filha de sete anos, chamada Suellen (Mayana Aleixo), percebe que a menina prefere uma boneca branca. Michellini se questiona sobre a beleza negra e as amigas Lulu Danada (Fernanda Silva) e Jaqueline (Véu Pessoa), a convencem de participar do Concurso da Beleza Negra do Ilê Aiyê, com o objetivo de transformar a visão da filha sobre a estética negra.

Em 2022, quando foi lançado o filme, Gildon Oliveira disse que é sempre um desafio buscar por um espaço de autoria dentro de uma estruturação racial que condiciona os negros à margem. “Sendo escritor negro do interior do Estado da Bahia, tive que criar minhas oportunidades de estudo e trabalho para aprimorar o meu ofício. A criação de Beleza da Noite é resultado desses investimentos e da formação de um repertório sensível com objetivo maior de provocar reflexões sobre diversidades e emocionar uma audiência com histórias simples, mas de grande força dramática e apelo emotivo”.

A Tela Quente nesta segunda (23) vai ao ar logo após o Big Brother Brasil 23, às 23h55. Veja o trailer:

Ministra Sonia Guajajara relata genocídio contra os Yanomami: “Crime premeditado”

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Foto: Ricardo Stuckert

A Ministra dos Povos Originários Sonia Guajajara, 48, viajou para Roraima junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77, neste sábado (21) e chocou o Brasil com a situação atual contra os povos Yanomami. “Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, voltou a denunciar nas redes sociais, neste domingo (22).

“Fome, doenças e mortes. Falta de médicos e medicamentos. Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarreia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que nos últimos quatro anos pelo menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami, vítimas de doenças que poderiam ser evitadas e tratadas”, lamenta a ministra.

“Além do descaso e do abandono por parte do governo anterior, a principal causa do genocídio é a invasão de 20 mil garimpeiros ilegais, cuja presença foi incentivada pelo ex-presidente. Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte. Uma das lideranças com quem conversei resumiu a tragédia: ‘O peixe come o mercúrio, a gente come o peixe, a gente morre'”, relata se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ministra aproveitou para reafirmar o seu compromisso já prometido durante a campanha eleitoral para deputada federal no ano passado “Não haverá garimpo ilegal em terra indígena”.

“Na Casa de Saúde Indígena Yanomami vi pessoas que saem de suas aldeias em busca de atendimento em Boa Vista e depois não conseguem voltar para suas aldeias. Conversei com uma senhora que está há seis meses à espera do transporte de

volta, desesperada porque seus filhos ficaram na comunidade. Outro Yanomami, que trabalha como agente comunitário de saúde, me contou que foi a Boa Vista receber o salário e não consegue mais voltar, para cuidar da saúde do seu povo”, relatou outra denúncia.

Ministério dos Direitos Humanos contra o genocídio dos Yanomami

Ontem, o Ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, 46, também acompanhou de perto a crise humanitária dos povos Yanomami e já apontou qual será o papel da pasta para combater essa violência. Leia na íntegra as ações, publicada pelo ministro:

“1. A partir da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente o MDHC fará: 1) diagnóstico das violações de direitos; 2) formação dos integrantes do Sistema de Garantia de Direitos; 3) formação aos promotores indígenas de direitos humanos.

2. Já temos em curso o projeto para a equipagem dos Conselhos Tutelares, o que inclui também o fomento e o estímulo junto aos municípios para a participação indígena na composição do Conselho Tutelar, ainda nas eleições de outubro desse ano, bem como a participação dos membros dos Conselhos nos cursos de formação da Escola Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente.

3. Vamos priorizar a implantação de um ou mais de um Centro de Atendimento Integrado às Crianças Vítimas ou Testemunhas de Violências, e apoio logístico para as atividades na terra indígena.

4. No plano do Sistema de Garantia de Direitos do(s) município(s) de referência no atendimento às crianças Yanomami, pretendemos estabelecer uma articulação para o planejamento de medidas como a formação da rede local de proteção de crianças e adolescentes no curso da Escola de Direitos da Criança e do Adolescente, além da adoção das medidas contidas no Plano Nacional da Primeira Infância no eixo das Infâncias da Diversidade.

5. Determinarei ao Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos que vá à Roraima para que sejam relatadas as violações de direitos humanos.

6. Iremos estabelecer um diálogo interministerial para a implementação do Plano Nacional de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos.

7. Apresentaremos um relatório ao Presidente Lula e ao Ministro da Casa Civil contendo o detalhamento das medidas acima apontadas”.

Menopausa e verão: médica dá dicas de como aliviar os sintomas nessa época do ano

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Reprodução/FreePik

A menopausa é um processo natural feminino que marca o fim da vida reprodutiva, tendo início por volta dos 45-50 anos. Durante essa fase da vida o corpo passa por um desequilíbrio hormonal que provoca sintomas como fraqueza, ressecamento da pele, depressão, insônia, secura vaginal, variação de humor, ganho de peso, redução do interesse sexual, além das famosas ondas de calor.

Segundo a médica ginecologista Loreta Canivilo, no verão os efeitos da menopausa podem se tornar ainda mais incômodos devido as altas temperaturas, contudo ela ressalta que existem formas de atenuar esses efeitos e trazer bem-estar e qualidade de vida, durante esse período crítico.

“O tratamento mais adequado para atenuar os efeitos da menopausa que possui resultados comprovados cientificamente é a reposição hormonal com hormônio humano, que é exatamente igual ao que o ovário produzia. É reposto por um período de até cinco anos com bastante segurança e retira totalmente os efeitos da menopausa”, explica a profissional.

Quando a reposição hormonal é recomendada, há uma série de opções de tratamentos. Existem diversos hormônios que podem ser utilizados e ser combinados ou não, além da dosagem, a forma de administração e o tempo de uso que serão determinados pelo médico após avaliação criteriosa e levando em conta as necessidades individuais de cada paciente.

No entanto, a especialista afirma que nem todas as mulheres podem fazer reposição hormonal. Quem teve casos de cânceres, trombose, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto, por exemplo, deve evitar, mas cada caso precisa ser avaliado individualmente.

Contudo, existem algumas ações que podem ser colocadas em prática para aliviar os sintomas da menopausa, como:

Utilizar roupas leves;
Beber bastante água;
Praticar atividades físicas;
Apostar nos alimentos naturais;
Diminuir o consumo de cafeína, álcool e alimentos picantes.

Cropped Jeans: a peça “queridinha do verão” voltou junto com a estação do ano

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Famosas apostam no Cropped Jeans

Com certeza se falarmos de uma peça de roupa atemporal, todos pensaremos nele: o jeans! Acontece que, de tempos em tempos, ele retorna a bombar no meio das famosas e influentes que adoram falar sobre a moda.

Nesse verão, as amadas blusas mais curtinhas jeans invadiram sem aviso prévio os looks das fashionistas nos mais diversos estilos, shapes e recortes. Cropped em inglês quer dizer “recortada”. A blusa cropped é um modelo mais curto que uma camiseta ou regata tradicionais, ou seja, “cortadas”. A peça tem bastante personalidade e é muito versátil, podendo variar entre sensual ou casual.

As primeiras notícias sobre o uso de cropped são das décadas de 30 e 40, porém nos anos 80 ele ganhou força com o movimento hippie, que trazia hábitos saudáveis. Porém, a peça realmente se popularizou na década de 90.

Falando propiamente do jeans, ele ganhou as ruas nas temporadas de calor e virou o queridinho das mulheres que adoram estar na moda. É uma peça fresca, estilosa e que esbanja sensualidade, por muitas vezes deixar uma faixa da barriga de fora.

Apenas nessa semana, muitas influentes se pegaram no estilo “total jeans”, assim como a cantora Marvila entrou no BBB usando a combinação e começou a bombar o estilo nas redes.

Não saindo nunca de moda, sobreposições combinam muito com croppeds, agregando estilo à peça. Você tem liberdade para mesclar o cropped com diversas peças, como cardigãs, jaquetas, camisas abertas, blazers, entre outros.

Simone Tebet anuncia Luciana Servo, economista negra, como nova presidente do Ipea

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Na última sexta-feira (20) a ministra do planejamento e orçamento Simone Tebet anunciou a economista Luciana Mendes Santos Servo como nova presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada), O Ipea tem como objetivo aprimorar políticas públicas.

Nas primeiras semanas de janeiro, Simone Tebet gerou polêmica ao falar sobre dificuldade em contratar mulheres negras para Brasília, Acho que a gente tem que prezar acima de tudo pela diversidade. Estou indo para uma pasta que hoje ainda é extremamente masculina. Quero não só ter mulheres, mas mulheres pretas. E a gente sabe, lamentavelmente, que mulheres pretas normalmente são arrimo de família. Trazer de fora de Brasília é muito difícil porque os salários são muito baixos.”.

A declaração da ministra repercutiu bastante, debatida por ativistas do movimento negro por todo o país; “Vocês (brancos) continuarão a encontrar sempre uma maneira de nos tornar invisíveis.” publicou a estudante e criadora de conteúdo antirracista Fatou Ndiaye.

Após a declaração de Tebet levantar debates nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT) afirmou ter entregue a Simone uma lista preenchida pelo movimento “Elas no Orçamento” com nomes de mulheres pretas com “capacidade, habilidades e competências técnicas” em finanças públicas. Anielle Franco ainda respondeu à frase de Tebet sobre a possível dificuldade em encontrar mulheres negras

Após as declarações, no dia 11 de janeiro, a ministra do planejamento anunciou equipe do planejamento com 2 mulheres, porém, sem pessoas negras. Anúncio que também repercutiu negativamente, colocando em dúvida as intenções da ministra em incluir mulheres negras em sua equipe.

Após todas as polêmicas envolvendo as falas de Simone Tebet, chega o anúncio de Luciana Mendes na última sexta-feira (20), doutora e mestre em economia, Luciana se torna a primeira mulher negra e a terceira mulher a comandar o órgão.

“Não foi chamada por mim por ser mulher, foi chamada por mim pela competência dela.” afirmou Simone em entrevista à CNN

Luciana atua no Ipea desde 1998, com mais presença em projetos focados na saúde, como “Avaliação de políticas de saúde”, “Prioriza SUS”, “Contas SHA para o Brasil” e “Conta Satélite de Saúde”.

Fonte: UOL Economia

Uso constante de tranças pode agredir os fios e gerar queda de cabelo; especialista dá dicas para mantê-lo saudável

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Reprodução/Redes Sociais

Mais do que um simples penteado, o uso de tranças por pessoas negras carrega conexão ancestral e todo um simbolismo histórico-cultural, passando inclusive por processos pessoais de autoconhecimento, aceitação, afirmação da identidade e empoderamento sobretudo para mulheres negras. Todavia, alguns cuidados precisam ser observados para que o hábito de trançar o cabelo não acarrete em consequências indesejáveis.

Segundo divulgação do Jornal Internacional de Dermatologia, 11% das mulheres negras são afetadas por queda de cabelo. De acordo com a pesquisa, o uso de variados produtos químicos, bem como alguns penteados ou métodos de trança são os principais fatores que acarretam na perda dos cabelos.

A biomédica esteta com mais de dez anos de atuação, especialista em pele preta, Dra. Jéssica Magalhães, aponta os cuidados para que a colocação das tranças seja realizada de modo a minimizar possíveis prejuízos ao couro cabeludo.

“Primeiro garantir que a raiz do cabelo esteja saudável e limpa no momento de colocação. Nada de trançar onde já existe atividade de dermatite, psoríase ou alguma outra condição semelhante. Durante a colocação também precisamos de alguns cuidados por parte da profissional para minimizar a tração e a quebra dos fios, já que os cabelos crespos são muito mais frágeis. O uso de tônicos no couro cabeludo também ajuda a conter a inflamação da área, explica Jéssica.”

Uma condição muito comum quando se fala em queda de cabelo é a alopecia de tração, que é a perda generalizada de cabelos decorrente de traumas ou de processos inflamatórios crônicos na raiz do cabelo, geralmente resultante do manuseio incisivo dos fios, como o ato de puxar com força.

“A alopecia de tração é um tipo de perda de cabelos causada pelo puxar excessivo. Então penteados que puxam muito o cabelo podem causar uma inflamação na raiz que, caso não tratada, pode matar a origem dos fios. Uma vez que isso ocorra, não haverá mais crescimento de cabelo na região. É muito mais comum no público negro, uma vez que é parte importante da nossa cultura o uso de tranças e dreads, além do uso de alongamentos e técnicas de alisamentos que tracionam os fios”, ressalta a especialista.

Protagonistas em manter vivo, enquanto aspecto da identidade cultural e histórica, o hábito de trançar os cabelos, as profissionais da área, conhecidas como trancistas, também têm papel importante para a preservação capilar de sua clientela. Sobre isso, Dra Jéssica reforça a importância das profissionais tanto nos cuidados de manuseio, quanto na identificação e orientação das clientes.

“As profissionais da área precisam de mais orientações sobre a força colocada durante o processo. Isso porque é algo ancestral, elas não querem causar a perda de cabelo, apenas não foram instruídas que seria possível e como fazer.”

Além da força colocada durante o procedimento, há a necessidade de respeitar intervalo entre as colocações, não utilizar a remarcação anterior para recolocação (puxando sempre os mesmos lugares com maior intensidade) e identificar sinais de alteração na raiz dos fios para poder indicar a um profissional especializado os cuidados apropriados. 

É válido ressaltar que os homens também estão sujeitos a alopecia de tração e decorrente queda de cabelo, sobretudo dada a popularidade das tranças e dreads nesse público. “Não é uma questão de gênero. Vemos mais mulheres acometidas porque são as que mais frequentemente utilizam desses penteados apertados, mas nada impede que homens também desenvolvam essa alopecia”, conclui a especialista.

A saúde mental da população negra e o janeiro branco

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Foto: Freepik

Por Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos

No início do ano nós celebramos o ‘Janeiro Branco’ data que tem o objetivo de alertar a população para os cuidados com a saúde mental, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, incluindo os transtornos mentais mais comuns, como depressão e ansiedade. É um período importante para refletir sobre os efeitos do racismo na saúde mental de pessoas negras. A grande maioria da população negra vive em incessante sofrimento mental devido, por um lado, às condições de vida precárias atuais e, por outro, à impossibilidade de antecipar melhor o futuro.

Como forma de conscientizar a população sobre a importância de procurar ajuda, foi lançado no Brasil em 2014 a campanha Janeiro Branco, que tem por objetivo chamar a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Uma excelente oportunidade para se perguntar quais os efeitos do racismo estrutural na vida de homens e mulheres negras.
Os cuidados com a saúde mental são extremamente necessários no mundo em que vivemos. Estamos, o tempo todo, expostos a um bombardeio de informações, sendo cobrados por produtividade como se fôssemos máquinas. São diversos sintomas físicos e psíquicos advindos da permanente condição de tensão emocional, de angústia e de ansiedade, vivida cotidianamente pela pessoa alvo do racismo.

A saúde mental ainda não ganhou a devida atenção das pessoas, que não perceberam que estamos entrando em um vórtice insustentável. A conscientização a respeito dos cuidados que devemos ter com nossa saúde mental frente aos desafios do século XXI é fundamental.

O relatório sobre saúde mental e trabalho, de setembro de 2022, da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da
OIT (Organização Internacional do Trabalho) traz o número alarmante de 15% dos trabalhadores adultos vivendo com algum transtorno. O mesmo documento estima que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade que custam à economia global quase um trilhão de dólares.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse: “Todos conhecemos alguém afetado por transtornos mentais. A boa saúde mental se traduz em boa saúde física e este novo relatório é um argumento convincente para a mudança. Os vínculos indissolúveis entre saúde mental e saúde pública, direitos humanos e desenvolvimento socioeconômico significam que a transformação de políticas e práticas em saúde mental pode trazer benefícios reais e substantivos para pessoas, comunidades e países em todos os lugares. O investimento em saúde mental é um investimento em uma vida e um futuro melhores para todos”.

Racismo, preocupações financeiras, equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho, desafios da reintegração social. Para muitos tem sido difícil manter a estabilidade emocional.

Os indicadores de desigualdade racial têm sido denunciados sistematicamente nas últimas décadas pelo movimento negro. Face a esta mobilização, foi criada a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 2006, instituída pelo Ministério da Saúde (MS) em 2009 e foi inserida na dinâmica do Sistema Único de Saúde (SUS). Enfatiza-se aqui o reconhecimento, desde então, pelo Ministério da Saúde, da existência do racismo, das desigualdades étnico-raciais e do racismo institucional no âmbito do SUS.

A saúde mental da população negra está contemplada no capítulo terceiro da política acima mencionada, quando se define como “estratégias de gestão”: (a) o “fortalecimento da atenção à saúde mental das crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos negros, com vistas à qualificação da atenção para o acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e envelhecimento e a prevenção dos agravos decorrentes dos efeitos da discriminação racial e exclusão social” , e (b) o “fortalecimento da atenção à saúde mental de mulheres e homens negros, em especial aqueles com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas”

Na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, a saúde mental está registrada como uma das preocupações. Além disso, o Ministério da Saúde reconheceu que a discriminação racial afeta a saúde mental.

Um problema na implementação de políticas voltadas para a população negra é o acesso aos dados. Temos uma subnotificação dos dados sobre saúde da população negra. A obrigatoriedade do registro do item raça, nos formulários, esbarra na falta de informação por parte dos gestores, como também na negação sobre a necessidade de notificação.

Os estudos sobre a saúde mental da população negra sugerem uma conexão entre racismo e saúde que parece continuar ao longo da vida da pessoa. Elucidam uma gama de possíveis efeitos, os quais podem resultar do estresse do racismo e, por sua vez, comprometer a saúde mental.

O estudo registrado no trabalho denominado “Racismo e os efeitos na saúde mental”, elaborado por Maria Lucia da Silva em 2005 apresentou a seguinte conclusão: “A exposição cotidiana a situações humilhantes e constrangedoras pode desencadear um número de processos desorganizadores dos componentes psíquico e emocional. Sendo um problema para a saúde física e mental da pessoa, esse sofrimento causado pelo racismo passa, necessariamente, a ser um problema de saúde pública. Como tal requer proposições de políticas públicas que garantam o direito a um serviço de saúde mental eficaz direcionado especificamente ao sofrimento da população negra produzido pelo racismo”.

A juventude negra tem desenvolvido a depressão de forma preocupante, chega a ter 45% mais chances do que jovens brancos. A escola fundamental que não tem trabalhado o racismo, não sabe que o racismo impacta na construção da subjetividade de pessoas negras por meio de sentimentos de inferioridade, baixa autoestima, inadequação e sentimento de impotência. Dado que os fatores que determinam a saúde mental têm amplas e diversificadas causas, as intervenções destinadas a promover e proteger a saúde mental devem se fundamentar em uma múltipla série de estratégias, de serviços de apoio e acolhimento que não se limitam a um tratamento clínico.

É necessário investir em saúde mental para pôr fim às violações dos direitos humanos. As pessoas com transtorno mental são excluídas da vida comunitária e lhes é negado o exercício de seus direitos fundamentais.

Não só sofrem discriminação no acesso a empregos, educação, moradia, mas com frequência são vítimas de abuso contra os direitos humanos. As pessoas negras têm que lutar contra o racismo e a estigmatização que acompanham as pessoas com transtornos mentais. Não existe saída, além do acesso a serviços públicos de qualidade para atendimento de pessoas que sofrem os efeitos do racismo na saúde mental.

*Ivair Augusto Alves dos Santos
Mestre em Ciências Políticas pela Unicamp
Doutor em Sociologia pela UnB
Ex-diretor do Departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos da Presidência da República.

“Exú foi colocado nessa posição de demônio porque o colonizador precisava”, diz o Babalorixá Sidnei de Xangô

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Foto: Reprodução/Instagram

Religiosos de matrizes africanas – candomblé, umbanda, quimbanda – são as que mais sofrem com a intolerância religiosa. Segundo os últimos dados coletados pelo Disque 100 (número de telefone do governo para receber denúncias de violações de direitos humanos), das 121 denúncias feitas no primeiro semestre de 2019, 61 eram apenas das religiões de matriz africana. Em seguida, vem os espíritas com 18 denúncias.

Neste 21 de janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o MUNDO NEGRO entrevistou o Babalorixá Sidnei de Xangô, 54, também Professor Dr. em Semiótica e Linguística Geral pela USP (Universidade de São Paulo). Morador de Mauá, no Grande ABC de São Paulo, o sacerdote anda pelos lugares públicos com um cajado de Exú, sempre atraindo o carinho dos fiéis de matrizes africanas ou o desprezo dos racistas religiosos.

“Desde a invasão do continente africano para escravização, Exú foi colocado nessa posição de demônio porque o colonizador precisava, de acordo com a cultura dele, espelhar a figura de alguém responsável por todos os males das suas próprias escolhas […] Nós andamos com Exú justamente para naturalizar a sua existência, que faz parte da identidade nacional, já que foram 5 milhões de pretos e pretas escravizades”, explica o professor Sidnei, pertencente ao movimento “Exú Não É Demônio” e autor do livro “Intolerância Religiosa“.

Babalorixá Sidnei de Xangô com o cajado de Exú (Foto: Robson Khalaf)

Leia a entrevista completa abaixo:

Você sempre andou pelos estabelecimentos com a escultura de Exú? Qual o simbolismo que você passa quando chega desta forma em lugares majoritariamente brancos e intolerantes?

Exú é um dos principais símbolos escolhidos pelo racismo religioso para sofrer a satanização. Desde a invasão do continente africano para escravização, Exú foi colocado nessa posição de demônio porque o colonizador precisava, de acordo com a cultura dele, espelhar a figura de alguém responsável por todos os males das suas próprias escolhas. Na cultura yorubá não tem uma figura ancestral, do plano sagrado, para responsabilizar pelas nossas escolhas. O mal entre os yorubás, ele é gerado individual ou coletivamente. E começou há alguns anos o movimento, inclusive no continente africano, de: “Exú Não é Demônio”. Nós, alguns sacerdotes de religiões de matriz africana no Brasil – umbanda, candomblé, quimbanda – decidimos andar com um cajado de Exú e eu sou o representante desse movimento em São Paulo. Nós andamos com Exú justamente para naturalizar a sua existência, que faz parte da identididade nacional, já que foram 5 milhões de pretos e pretas escravizades. Nós andamos com o cajado em madeira, feita por artesões yorubás consagrada. Em qualquer lugar que eu vou: aeroporto, restaurantes, eventos, ando com o pai Exú, e outras lideranças de terreiro também. Às vezes a recepção é positiva, algumas pessoas já conhecem, nós nos identificamos como religiosos de matriz africana, há pessoas que veem e nos abraçam, outras pessoas com um pouco mais de cultura e conhecimento do continente africano, da sua arte, vem e quer tirar fotos. Mas a maioria quer sempre oferecer uma oração. A maioria vem reproduzir o que já sabemos que é o racismo religioso. E sobre tudo, se ver uma pessoa preta carregando o pai Exú, imediatamente ela visualiza naquela pessoa o demônio e quer satanizar, exorcizar. Alguns desviam, alguns oferecem oração – os cristãos fundamentalistas -, alguns falam aquelas palavras “tá repreendido em nome de Jesus”, “tá amarrado em nome de Jesus”. Há três categorias de manifestação: racismo religioso, admiração, e a outra é identificação das pessoas que fazem parte da cultura.

Babalorixá Sidnei de Xangô da Comunidade da Compreensão e da Restauração Ile Ase Sango, em Suzano – SP (Foto: Robson Khalaf)

Recentemente, você foi alvo de ataques de intolerantes religiosos nas redes sociais e expôs os comentários. Além da exposição feita, é comum ataques similares nas redes ou nas ruas?

Eu sou um Babalorixá, um sacerdote, eu não sou diferente de outras autoridades religiosas, de outras autoridades eclesiásticas, autoridades pastorais, eu sou uma autoridade com legitimidade ancestral, com uma história no candomblé, iniciado com mais de 35 anos de trajetória, estudos, formação. Entretanto as pessoas não respeitam esta minha legitimidade. Então não é não-raro, eu sofro sim eventos de racismo religioso, por conta de estar com as minhas insígnias, colares, roupas, o pai Exú. Isso é, sendo um homem preto, então isso tá muito marcado porque em alguma medida ser um sacerdote de liderança de matriz africana, coloca sobre mim mais uma camada da negritude, da qual eu tenho muito orgulho, entretanto num país racista, isso é estigmatizado. Então não-raro as pessoas se levantam e saem de perto de mim, dependendo do lugar que eu me sento, as pessoas olham com espanto, as pessoas repreendem usando o seu discurso religioso. Eu já fui inclusive assertivo, refutando esse tipo de comportamento e a pessoa vem e diz “eu posso fazer uma oração por você”, e eu perguntei um dia a um menino que veio me oferecer no Aeroporto de Congonhas “por que você acha que eu preciso da sua oração? Por que você acha que pode fazer alguma coisa por um homem preto, sacerdote, autoridade tradicional de terreiro, de 54 anos? Por que você pensa que eu preciso que você faça alguma coisa por mim?”. Ele não soube responder porque eles são marionetes do fundamentalismo dessas lideranças religiosas que tem pregado o ódio, que tem deslocado a religião para um campo de batalha, porque na verdade nós sabemos que esse não é o papel da religião. A religião é um lugar de paz, de controle, de harmonia, de conforto, mas infelizmente nós temos vivido isso sobretudo nos últimos nos últimos 10 anos, e isso se agravou nos últimos seis anos.

Professor Sidnei é autor do livro “Intolerância Religiosa”, da coleção “Feminismos Plurais” (Foto: Reprodução)

Nós falamos sobre racismo religioso, que é um recorte racial na intolerância religiosa, mas Bruno Gagliasso e Cleo Pires, por exemplo, ganharam destaque nas mídias por também sofrerem esse preconceito. Como as pessoas brancas e famosas também podem contribuir para o combate ao racismo religioso?

Exatamente. O racismo religioso não é somente sobre as pessoas, ele é sobre a origem, sobre a história, sobre a Gênese, não é sobre a criação de uma prática religiosa. Quando uma pessoa branca sofre intolerância religiosa, ela sofre porque ela é branca porque está se dando entre pessoas brancas. Mas a origem da religião, as insígnias, os símbolos, as roupas são negras e lidas como negras. Então a pessoa branca sofre intolerância religiosa por conta de ter assumido uma religião de origem negro africana. De qualquer modo, aí você tem uma pessoa branca sofrendo intolerância e na amplitude da intolerância, você tem o racismo religioso sobre todos nós, sobre os negros mais uma vez. As pessoas brancas, sobretudo essas pessoas brancas com visibilidade, com representatividade, precisam assumir, é importante que elas assumam. Nós sabemos hoje o quanto nós somos regidos por imagens no Instagram, no Facebook, na internet de uma maneira geral, nós sabemos o quanto o Brasil e os brasileiros se espelham em ídolos. Então foi importante que a Maria Rita assumisse que agora é de candomblé, é importante que o Bruno Gagliasso assuma que é de candomblé, o Paulinho jogador de futebol de Oxóssi, que fez um tributo a Exú e a Oxóssi nas Olimpíadas [de Tóquio], isso é importante. Embora eles sejam brancos e gozem de todos os privilégios, inclusive do privilégio de poder assumir e descartar a religiosidade que quiserem, na hora que quiserem, inclusive poder assumir uma religiosidade cuja ancestralidade é negra, nós sabemos disso, eles precisam se engajar mais politicamente na luta antirracista, se colocando mesmo como pertencentes de terreiro, inclusive dizendo, manifestando como fez o Paulinho, o que é um terreiro. Desde que seja um terreiro que esteja em sintonia com os valores civilizatórios africanos, que seja efetivamente negro, que não seja distorcido. Como fez o babálorixá da Anitta, que se declarou bolsonarista, conservador, homofóbico, aí não ajuda, que imediatamente esse terreiro já deixou de ser negro faz muito tempo. Mas se a pessoa branca pertence a um terreiro efetivamente negro, é importante que ela assuma, que ela fale, que ela dê visibilidade, isso é fundamental para nós.

O livro “Intolerância Religiosa” é finalista do Prêmio Jabuti 2021. (Foto: Reprodução/Instagram)

Infelizmente, o abate do animal ainda é uma grande polêmica. Como e por que essa tradição tem sido criticada, não só pelas pessoas de outras religiões, como também por outros irmãos de religiões de matriz africana?

Olha, são dois motivos associados: hipocrisia e racismo! O racismo vem carregado semanticamente de ódio, de perseguição aos negros, da necessidade de mantê-los numa posição escravagista, de desumanizá-lo. Ora, o Brasil é um dos maiores produtores, consumidores e exportadores de carnes, de aves. Nós somos cerca de 10% de religiosos de matriz africana, contra 80% de cristãos nas suas diferentes denominações, ninguém vai acreditar que nós que consumimos mais carne do que a carne produzida, exportada. Não é possível que alguém pense que nós somos responsáveis pelos problemas relacionados à produção bovina, a produção de aves, até porque a carne quer que nós utilizamos é desrespeito a um modo de alimentação tradicional, a um modo de nutrição que não descarta a dimensão ancestral, espiritual, a dimensão força vital dos animais. Nós também consumimos do mesmo modo que eles consomem churrascaria, compradas em açougues, só que nós coletivamente sacratizamos essa carne antes de consumi-la, nós cuidamos dela, nós escolhemos muito bem essa carne, nós ritualizamos, nos alimentamos também da dimensão espiritual dessa carne. E nós não descartamos nada. Eu nem precisaria estar aqui explicando isso porque o Brasil é um mega consumidor e exportador de proteína animal, mas o racismo, a hipocrisia, a necessidade de perseguição e desumanização de tudo o que se referir aos modos de ser, fazer, estar no mundo negro, precisam ser padronizados mesmo quando isso ainda contribui para a harmonia existencial do mundo, mesmo quando nós estamos falando de rituais de cura, de rituais de busca de saúde. Então é racismo, é ódio, é desumanização dos territórios negres é disso que se trata.

rProfessor Sidnei na posse da Ministra da Cultura Margareth Menezes (Foto: Reprodução/Instagram)

Uma das primeiras sanções do presidente Lula foi da Lei que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Você tem uma perspectiva de que neste governo será possível combater com mais efetividade o racismo e a intolerância religiosa?

Eu penso que sim. Não é só uma data. Nós não temos uma bancada de religiões de matriz africana, nós não temos um juiz adoravelmente macumbeiro, nós não temos políticos, ministros, secretários que se auto declarem abertamente e incisivamente pertencentes às religiões de matriz africana porque sempre há muita vergonha, muito medo. Então uma data é um começo, é fundamental, muda tudo. Nós estamos muito esperançosos, estamos mesmo acreditando na democracia porque a democracia é diretamente proporcional a laicidade, a liberdade religiosa. Uma data para os povos tradicionais, para diferentes nações de candomblé, para as religiões com as suas diferentes matrizes africanas, diferentes origens, é fundamental, é mais um dia de luta no combate à intolerância e ao racismo religioso.

5 policiais negros são imediatamente demitidos após linchar e matar jovem negro nos EUA

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Ele só queria voltar para casa. Tye Nichols, 29, foi mais uma vítima da brutalidade policial nos EUA, Na última sexta-feira (27), foram divulgados os vídeos da agressão que ocorreu no dia 3 de janeiro, no estado do Tenesse, e as imagens  revoltaram os norte-americanos. Os policiais alegaram que pararam o carro de Nichols devido a uma condução imprudente, mas a acusação não foi comprovada. No vídeo, é possível ver cinco policiais se revezando para chutar e socar brutalmente. 

O vídeo mostra que após levar um disparo de um taser, Tyre correu e logo foi imobilizado pelos policiais com gás de pimenta, ao se proteger dos efeitos, a vítima se move e um dos braços atinge um dos policiais, e logo em seguida as agressões se intensificaram

Em um dos vídeos é possível ver as tentativas de Nichols de acalmar os policiais e logo em seguida as agressões aumentam. O caso causou ainda mais choque porque todos os 5 polícias, representantes do Estado Americano, eram homens negros. Eles foram imediatamente demitidos, sendo acusados de homicídio em segundo grau, agressão agravada, sequestro agravado, má conduta e opressão oficial.

Os advogados de dois dos policiais anunciaram que seus clientes irão se declarar inocentes. Cerelyn Davis, diretora da polícia de Memphis, descreveu as ações dos policiais como “hediondas, imprudentes e desumanas”.

Após a divulgação dos vídeos, manifestantes tomaram as ruas de Memphis e outras cidades dos Estados Unidos, o presidente dos EUA, Joe Biden se pronunciou sobre o crime em comunicado: “Como muitos, fiquei indignado e profundamente triste ao ver o horrível vídeo do espancamento que resultou na morte de Tyre Nichols”.

Nas redes sociais, artistas, ativistas e comunicadores negros comentam o caso: “Minhas mais profundas condolências aos entes queridos de Tire Nichols e a todos os afetados por este ato de violência sem sentido. Meus pensamentos e orações estão com você durante este período difícil. 💔🕊🙏🏿”, publicou Angela Davis em um post com a foto de Tyre Nichols

O caso comoveu a todos, mas também levantou debates sobre a agilidade da polícia norte-americana em punir os criminosos quando se trata de pessoas negras. Em um caso semelhante de violência policial, os policiais acusados de assassinar Breonna Taylor foram demitidos 9 meses após o assassinato da agente de saúde.

Para o ativista brasileiro Antônio Isuperio afirma que o sistema tem mecanismos diferentes quando pessoas negras cometem o crime:

“Eu acredito que o processo de responsabilidade deste crime tão cruel é o que deveria de forma justa acontecer em qualquer crime que se assemelha. Mas observar como o sistema tem mecanismos completamente diferentes de operação quando quem comete crimes são pessoas negras é o maior ponto deste caso. Não foi de forma alguma questionado as falas da corporação, o déficit de treinamento nem a saúde mental dos já criminalizados. O processo todo de encarceramento dos cinco policiais negros foi todo concluído de forma extremamente rápida não vista na história recente e com apoio de grande maioria dos formadores de opinião”, diz Isupério.


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