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Líder dos direitos civis defende boicote a empresas que abandonam políticas de inclusão nos EUA

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Foto: The Creative Guru

Durante um evento em homenagem ao Dia de Martin Luther King Jr., celebrado na última segunda-feira, 20, na igreja Metropolitan AME, em Washington, o reverendo Al Sharpton convocou um boicote nacional contra empresas que estão abandonando iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). O líder dos direitos civis afirmou que tais ações representam uma tentativa de “colocar os negros de volta no fundo do ônibus”.

“Por que temos DEI? Agora temos DEI, já que vocês nos negaram alcance, vocês nos negaram justiça, vocês nos negaram inclusão. DEI foi um tratamento para a observação de intolerância racial institucionalizada na academia e nessas empresas. Agora, se vocês quiserem nos colocar de volta no fundo do ônibus, nós faremos o Dr. King-Rosa Parks com vocês”, declarou Sharpton.

Sharpton, que é fundador da National Action Network, anunciou que a organização realizará uma investigação nos próximos meses sobre empresas que estão reduzindo ou eliminando políticas de DEI: “Em 90 dias, anunciaremos as duas empresas que iremos perseguir e pediremos a todas as pessoas desta nação — negros, brancos, pardos, homossexuais, mulheres héteros, trans — que não comprem onde não são respeitados”, afirmou.

Nos últimos meses, empresas como Walmart, McDonald’s, Ford e Meta anunciaram cortes em suas iniciativas de DEI. Ao mesmo tempo, o presidente Donald Trump, que tomou posse como presidente dos Estados Unidos em uma cerimônia realizada no Capitólio na segunda-feira, assinou uma ordem executiva eliminando programas de DEI no governo federal.

Sharpton destacou que a luta pela equidade é parte essencial do legado de Martin Luther King Jr. e pediu união para enfrentar retrocessos. “Você precisa ter esquecido quem somos. Nós somos aqueles que você levou tudo e ainda estamos aqui”, declarou.

O reverendo também encorajou o apoio a empresas que mantêm seus compromissos com a inclusão, como a Costco, e prometeu que a campanha será realizada com base nos princípios de justiça e igualdade defendidos por King. “Estamos com o Dr. King”, concluiu.

Tia Má lança seu primeiro livro infantil com mensagem de amor e empoderamento para meninas negras

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Créditos: Divulgação

Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, comemora um marco em sua carreira com o lançamento de seu primeiro livro infantil, “A Menina Que Não Sabia Que Era Bonita”, pela editora Malê. A jornalista anunciou ao público nesta segunda-feira (20).

A obra convida as leitoras a uma jornada de autodescoberta e valorização da própria beleza, especialmente direcionada a meninas negras que, como a autora, enfrentam desafios para desenvolver sua autoestima desde cedo.

“Escrevi esse livro para a Maíra que eu fui quando criança. Quero que meninas que se pareçam comigo, que se identifiquem com a minha história, descubram sua própria beleza. Demorei muito para perceber que eu era bonita, e não quero que outras meninas passem tanto tempo assim”, explica a autora.

O lançamento conta com o apoio de duas grandes personalidades, Ivete Sangalo e Tais Araújo, que assinam o prefácio da obra, reforçando a mensagem de empoderamento feminino e solidariedade. “Ainda hoje, temos pouca representatividade em muitos espaços, e é essencial reafirmarmos nossa beleza, nossa realeza. Se não reafirmamos, esquecemos”, afirma.

No Instagram, Maíra ainda mencionou a sua filha como inspiração. “Hoje, vejo minha filha de 4 anos e me inspiro nela. Ela se olha e se acha bonita do jeitinho que é, uma grande conquista de quem nunca desistiu da gente!”, comemora.

Rumores sobre separação do casal Obama ganha força após ausência da ex-primeira-dama em eventos

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Foto: Chip Somodevilla/Getty Images

Desde que Michelle Obama, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, não compareceu ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter, em 9 de janeiro, e na posse de Donald Trump hoje, dia 20, as especulações sobre um possível fim do casamento com Barack Obama ganharam força na imprensa internacional. 

Recentemente, uma fonte ainda falou sobre um suposto romance de Barack com a atriz Jennifer Aniston, para a Jessica Reed Kraus. De acordo com a jornalista, ela teria recebido uma mensagem afirmando que eles estão juntos, após terem sido apresentados por um ex-empresário, agora amigo em comum.

“Numa reunião com amigos de Jennifer, o assunto affair surgiu e a Jennifer admitiu. Definitivamente, não é segredo entre os amigos mais próximos”, teria dito a fonte. A jornalista acrescentou que, há mais de um ano, circulam em Washington D.C. rumores de que Barack e Michelle não estariam mais juntos e que um anúncio de divórcio seria feito em breve.

No entanto, na última sexta-feira (17), Barack Obama celebrou o aniversário da esposa nas redes sociais. “Feliz aniversário para o amor da minha vida, Michelle Obama. Você enche todos os cômodos com calor, sabedoria, humor e graça – e você fica bem fazendo isso. Tenho tanta sorte de poder enfrentar as aventuras da vida contigo. Te amo!”, declarou. A ex-primeira-dama retribuiu o carinho na publicação. “Te amo, querido”. 

Rumores sobre Barack Obama e Jennifer Aniston 

Em agosto de 2024, Jennifer Aniston, foi mencionada como suposto affair do ex-presidente dos Estados Unidos em uma matéria da revista ‘In Touch’, cuja capa estampava: “A verdade sobre Jen e Barack”. O tabloide norte-americano alegou, sem apresentar provas, que Michelle e Barack estariam “levando vidas separadas”, enquanto Obama e Aniston teriam um relacionamento sério.

Em outubro do mesmo ano, a atriz desmentiu o rumor durante uma entrevista no Jimmy Kimmel Live. “Isso é absolutamente falso. Não há nada de verdadeiro nisso. Eu me encontrei com ele uma vez”, afirmou, destacando a falta de fundamento nas notícias. Ela também ressaltou que teve mais contato com Michelle Obama do que com Barack. “Eu conheço mais a Michelle do que ele”, declarou.

Segundo o Daily Mail, acredita-se que o único encontro entre Aniston e Barack Obama tenha ocorrido em uma festa de gala repleta de celebridades em Hollywood, em 2007.

Trump inicia segundo mandato com ordem para extinguir ações afirmativas e limitar direitos de gênero nos EUA

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Foto: Reprodução

No primeiro discurso de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reafirmou, nesta segunda-feira (20), sua visão de uma sociedade baseada no mérito, sem ações afirmativas para raça ou gênero. Durante a cerimônia na Rotunda do Capitólio, Trump prometeu reverter políticas de diversidade e implementar medidas que limitem o reconhecimento de identidades de gênero para masculino e feminino.

“Vamos forjar uma sociedade que não enxergue cores e que seja fundamentada no mérito individual”, afirmou. Ele anunciou uma ordem executiva para extinguir iniciativas de inclusão racial e para redefinir o conceito de gênero em todos os níveis do governo federal. “A partir de hoje, será política oficial do governo que existem apenas dois gêneros, masculino e feminino”, declarou.

Especialistas em direitos civis avaliam que as mudanças anunciadas devem reverter décadas de progressos em equidade racial e de gênero no país. Políticas como as de ação afirmativa, que ampliaram o acesso de mulheres e pessoas negras a universidades e empregos, podem ser descontinuadas.

Ações contra imigração

Em seu primeiro discurso como presidente, Donald Trump também reforçou que vai impor restrições rigorosas à imigração, que incluem:

  • Emergência nacional na fronteira sul: Recursos militares serão mobilizados para construir barreiras físicas, incluindo o tão prometido muro, além de drones e sistemas de vigilância.
  • Fim do asilo para imigrantes ilegais: A prática de “pegar e soltar” será encerrada, e requerentes de asilo presos entre portos de entrada não poderão solicitar proteção.
  • Designação de cartéis como terroristas: Organizações como a MS-13 e o Tren de Aragua serão classificadas como terroristas globais, o que justificará medidas mais severas contra seus membros.
  • Suspensão do reassentamento de refugiados: O programa será interrompido por pelo menos quatro meses.
  • Fim da cidadania por direito de nascimento: Filhos de imigrantes ilegais nascidos nos EUA não terão mais reconhecimento automático como cidadãos americanos.

Barack Obama e outros ex-presidentes norte-americanos são vaiados na chegada à posse de Donald Trump

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Imagem: Reprodução/NBC News

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi alvo de vaias ao chegar ao Capitólio nesta segunda-feira (20) para o evento oficial de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A recepção dividida ocorreu enquanto o ex-mandatário era apresentado ao público na área externa do edifício.

Obama, que chegou desacompanhado da ex-primeira-dama Michelle Obama, foi recebido com um misto de aplausos e vaias audíveis, que ecoaram pelo local. O momento ocorreu durante a cerimônia de boas-vindas às autoridades, tradicionalmente realizada para marcar o retorno dos trabalhos no Congresso norte-americano.

Também presentes à cerimônia, os ex-presidentes Bill Clinton e George W. Bush chegaram acompanhados de suas esposas, Hillary Clinton e Laura Bush, respectivamente, e também foram recebidos sob vaias mais discretas dos apoiadores de Trump.

A ausência de Michelle Obama já havia sido previamente anunciada pela assessoria do casal, que justificou compromissos pessoais da ex-primeira-dama.

Lázaro Ramos anuncia “Na Nossa Pele”, continuação do best-seller “Na Minha Pele”

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Foto: Reprodução

O ator, escritor e diretor Lázaro Ramos lança “Na Nossa Pele”, sequência de seu premiado livro “Na Minha Pele”, publicado em 2017. O anúncio veio nesta segunda-feira, 20 de janeiro, com a divulgação da capa do novo livro e a abertura da pré-venda.

A obra parte de relatos pessoais de Lázaro sobre sua mãe, Célia Maria do Sacramento, que faleceu quando ele tinha 18 anos. A partir dessa vivência, o autor propõe reflexões profundas sobre temas como política, racismo, afeto e coletividade, mantendo o tom de diálogo íntimo e necessário que marcou seu primeiro livro.

“Na Nossa Pele” conta com textos de contracapa escritos por vozes de peso como o rapper Emicida, a atriz Elisa Lucinda e a jornalista Flávia Oliveira. A publicação é da Editora Objetiva e chega às livrarias de todo o Brasil no dia 17 de março, com pré-venda já disponível.

Além de “Na Minha Pele”, que vendeu mais de 300 mil exemplares e se tornou um dos livros nacionais mais vendidos, Lázaro é autor de outros nove títulos, como os infantis “Cadernos de Rimas do João”, “Cadernos Sem Rimas da Maria” e “Sinto o Que Sinto”, lançado em parceria com o Mundo Bita.

“Na Nossa Pele” reforça o papel de Lázaro Ramos como uma das vozes mais influentes e inspiradoras na luta por representatividade e justiça social.

Pré-venda: 20 de janeiro
Lançamento: 17 de março
Editora: Objetiva

20 de janeiro: Dia de Martin Luther King Jr.

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Foto: Getty Images

Na terceira segunda-feira de janeiro, é feriado nacional, nos Estados Unidos, em homenagem a Martin Luther King Jr.

Dr. King nasceu no dia 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, no estado da Geórgia. Ele é reconhecido como um dos maiores nomes da história na luta pelos direitos civis da população afro-americana. Oriundo de uma família cristã e classe média, destacou-se pela inteligência e oratória na fase escolar. Mais tarde, concluiu o doutorado em Teologia pela Universidade de Boston e, seguindo o exemplo do pai, tornou-se ministro na Igreja Batista.

A projeção como liderança política ocorreu após o famoso boicote aos ônibus, em Montgomery. Rosa Parks, mulher negra e costureira, não cedeu o assento do ônibus a um homem branco. O transporte era segregado conforme a lei local. Quando soube da prisão de Rosa Parks, Martin Luther King Jr. organizou um amplo boicote. Os negros não utilizariam os ônibus até que a lei racista fosse revogada. O saldo do movimento foi positivo.

Dr. King praticava a filosofia da não violência. Essa visão se diferenciava de outra importante liderança negra: Malcolm X, defensor da autodefesa do povo negro na busca pela liberdade “Por todos os meios necessários”.

Foram inúmeros protestos e discursos buscando eliminar a desigualdade racial “Não temos alternativa senão protestar. Por muitos anos, demonstramos uma paciência incrível. Às vezes, demos aos nossos irmãos brancos a sensação de que gostávamos da maneira como estávamos sendo tratados”. Aos 34 anos, se tornou a pessoa mais jovem a receber o prêmio Nobel da Paz; em 1968, foi assassinado.

O “Dia de Martin Luther King Jr.” é também uma resposta simbólica aos supremacistas brancos. A esperança expressada em seu discurso “Eu tenho um sonho” ainda continua viva, apesar de mais um governo de Donald Trump.

Filho de Martin Luther King critica Trump e cobra ações concretas em meio à promessa de transparência

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Foto MLK III: Tasos Katopodis/Getty Images / Foto Trump: ALLISON ROBBERT/Pool via REUTERS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (19) que pretende liberar documentos confidenciais relacionados ao assassinato de Martin Luther King Jr., líder do movimento pelos direitos civis, morto em 1968. A promessa foi feita durante um comício em Washington, um dia antes de sua posse para o segundo mandato, que acontece na data em que se comemora o Dia de MLK

“Nos próximos dias, os registros remanescentes relacionados ao assassinato do Dr. King e outros eventos históricos de grande interesse público serão tornados acessíveis”, declarou Trump. A morte de King, baleado em Memphis, Tennessee, continua sendo tema de controvérsias e especulações, mesmo após a condenação de James Earl Ray, que confessou o crime, mas mais tarde afirmou ser inocente. Teorias sugerem possíveis conspirações envolvendo grupos contrários ao movimento pelos direitos civis ou até mesmo autoridades governamentais.

Um dia antes do anúncio de Trump, o filho do líder, Martin Luther King III, em entrevista à jornalista Suzette Hackney, do USA Today, comentou sobre a postura do presidente e sobre uma possível menção a seu pai durante a posse de Trump, que ocorre nesta segunda-feira, 20, dia de Martin Luther King Jr.: “Eu não quero que você evoque as palavras; eu quero que você evoque as ações”, afirmou King. “Qualquer um pode cuspir muitas palavras. Mas o que você vai fazer para ajudar a mudar a vida de milhões de pessoas neste país? Você foi escolhido como o líder do mundo livre, e você não pode fazer isso suprimindo ou denegrindo as pessoas.”

King III também destacou a necessidade de uma “mudança dramática” na condução do governo. “Honestamente, não espero isso [de Trump]. Mas espero que continuemos a desafiá-lo a ser o melhor que ele pode ser de si mesmo, seja lá o que isso for”, declarou.

Ao refletir sobre o legado do pai, King III enfatizou que, embora avanços tenham sido feitos, o sonho de igualdade e justiça racial ainda está longe de ser plenamente realizado. “Muitas vezes me perguntam: ‘Nós alcançamos o sonho?’ Bem, não. Não fizemos isso no ano passado. […] Temos um longo caminho a percorrer para criar a visão sobre a qual Martin King e Coretta King falaram.”.

Polícia Federal investiga ameaças de morte contra deputada Erika Hilton após publicação de vídeo sobre Pix

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Imagem: Reprodução/Instagram

A Polícia Federal deve abrir um inquérito para apurar as ameaças de morte dirigidas à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). As intimidações começaram após a parlamentar publicar, no último sábado (18), um vídeo em suas redes sociais explicando as polêmicas em torno de uma suposta fiscalização do Pix, medida posteriormente revogada pelo governo federal.

Segundo a equipe de Hilton em informações enviadas à CNN, as ameaças foram feitas principalmente na plataforma X (antigo Twitter), onde usuários sugeriram contratar pistoleiros para segui-la ou mencionaram o “Projeto Ronnie Lessa 2.0” — uma referência ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.

O vídeo, em menos de 12 horas, ultrapassou 80 milhões de visualizações. Nele, Erika Hilton explica que a intenção do governo com a medida era coibir grandes movimentações financeiras suspeitas, enquanto acusa opositores de distorcerem os fatos para desinformar a população: “Estão mentindo para você. Nunca houve a intenção de taxar o Pix. Essa é mais uma manobra da extrema direita para usar o povo como instrumento político”, afirma a deputada na gravação. Hilton ainda ressalta a necessidade de regulamentar as redes sociais, destacando a proliferação de notícias falsas como um problema urgente para a democracia.

O vídeo da deputada é visualmente similar ao publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que alcançou 300 milhões de visualizações e criticou a mesma medida do governo sob a perspectiva de prejuízo aos mais pobres. Enquanto Hilton utiliza tons claros e defende a regulamentação, Ferreira opta por tons escuros e acusa o governo de agir contra os interesses da população. A polêmica levou o governo a recuar da medida após a repercussão negativa nas redes sociais.

O pedido formal feito por Erika Hilton foi protocolado neste domingo (19) na Polícia Federal para identificar os responsáveis pelas ameaças. A Advocacia-Geral da União (AGU) também pediu apuração sobre as fake news relacionadas ao tema.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está avaliando medidas legais contra propagadores de desinformação. “Vamos tomar providências, inclusive criminais, contra quem propagou fake news e está aplicando golpes”, declarou.

O caso evidenciou a estratégia de comunicação do PL, partido de oposição, que utiliza as redes sociais para potencializar suas críticas ao governo. Publicitários ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro também apontaram falhas estratégicas na condução do tema pelo governo, ampliando o desgaste político da gestão atual.

Fotógrafa pernambucana vence prêmio nacional com série sobre tradição afro-brasileira

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Foto: Ernesto de Carvalho

A fotógrafa Wenny Mirielle Batista Misael, conhecida como Uenni, tornou-se a primeira mulher negra a conquistar o primeiro lugar na categoria Série Fotográfica do Prêmio Mário de Andrade de Fotografias Etnográficas. O concurso, organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), busca valorizar as culturas populares do Brasil e premiou o trabalho de Uenni, intitulado “Canjerê dos Pretos Velhos na Jurema Sagrada de Pernambuco”.

Nascida e criada no bairro de Santo Amaro, em Recife, a fotógrafa de 26 anos retratou, com sensibilidade e autenticidade, o ritual do Canjerê de Pretos Velhos no Terreiro Axé Talabi, localizado em Paulista, na Região Metropolitana. As imagens capturam momentos simbólicos, como pés descalços sobre o chão de barro e cânticos conduzidos pela ialorixá Mãe Lú, que lidera o terreiro reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2023.

A série premiada foi produzida ao longo de dois anos e reflete a conexão de Uenni com a tradição retratada. Parte da comunidade do Terreiro Axé Talabi, ela descreve o Canjerê como “um rito de profunda ancestralidade, que celebra a sabedoria e a resistência do povo preto”. Para a fotógrafa, a conquista é também um marco pessoal. “Nunca imaginei receber este reconhecimento. Minha fotografia vem da fé e do desejo de contar histórias reais, mesmo sem os melhores equipamentos ou formações acadêmicas na área”, afirmou.

O Prêmio Mário de Andrade, que está em sua segunda edição, recebeu mais de 400 inscrições apenas na categoria em que Uenni participou. A premiação reconhece três trabalhos em cada modalidade, com valores de até R$ 15 mil, além de menções honrosas. A vitória da jovem fotógrafa ressalta a importância da valorização das narrativas negras no cenário cultural brasileiro.

Além do reconhecimento individual, o trabalho de Uenni traz visibilidade às tradições da Jurema Sagrada e reforça o papel das mulheres negras como protagonistas na preservação de memórias culturais e espirituais. “Este prêmio é mais do que uma conquista pessoal, é uma celebração das nossas raízes e da força do nosso povo”, concluiu a fotógrafa.

Confira as fotos que levaram Uenni a conquistar o prêmio:

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