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Rita Batista e Érico Brás apresentam ‘Glô na Rua’, novo programa da Globo com cobertura dos blocos de rua

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Foto: Divulgação

O Brasil já está em ritmo de carnaval! Mas para quem curte esses dias em casa, poderão acompanhar entre os dias 18 e 21 de fevereiro, a estreia do programa “Glô na Rua” com Rita Batista e Érico Brás como apresentadores na TV Globo. O novo programa da tarde realizará entradas ao vivo nos blocos de rua em cinco capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Florianópolis. E de cada uma dessas cidades, respectivamente, os repórteres Ernesto Xavier, Thiago Simpatia, Luana Souza, Carol Maloca e Vanessa Martineli vão mostrar o clima dos festejos nos principais blocos.

“O carnaval é uma festa popular porque o próprio nome já define pessoas brincando na rua. A gente terá agora a possibilidade de mostrar isso na TV aberta pra todo mundo, celebrando a diversidade, a cultura e a criatividade de um povo, a sua catarse e o seu momento de total descontração e entrega ao reinado de Momo”, defende Rita, que estará ao lado de Érico no estúdio em São Paulo, chamando os repórteres que farão as entradas ao vivo. “É muito bom poder mostrar o carnaval do Brasil inteiro para os nossos telespectadores. Eu que sou amante do carnaval de Salvador, do Rio de Janeiro e de Recife, e todo ano estou presente. Desta vez, estou abrindo mão pra mostrar um carnaval até mais amplo, carnaval dos principais pontos do Brasil. É uma felicidade fazer o Glô na rua”, completa Érico.

‘Glô na Rua’ irá ao ar no sábado, 18, logo após ‘A Roda: Raízes do Samba’ (no Rio e na Bahia)/ Sessão de Sábado (rede)’, no domingo, após o ‘The Masked Singer Brasil’, e na segunda e na terça-feira, após a exibição de ‘Chocolate com Pimenta’.

Confira abaixo a entrevista com os dois apresentadores Rita Batista e Érico Brás:

Quem são vocês no carnaval?

Rita Batista: Eu sou animada, a emocionada. A que é filha de Momo. Cria de Ivete, sabe? Sou o resultado dessa alegria do povo, do povo da Bahia, do povo do Brasil, essa catarse que é o carnaval. Como muitos poetas e compositores e compositoras já disseram: ‘É o momento da alegria soberana’. E que nenhum problema, aqueles que nos massacram cotidianamente, vai suplantar a felicidade desses sete dias, cinco dias, quatro dias a depender do lugar. Então eu sou carnaval em cada esquina do meu coração. Eu gosto de bloco, de camarote, de trio. Já corri muito atrás do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, do Tapajós, porque eu sou do subúrbio ferroviário de Salvador. Sou de Piripiri, de onde o Araketu nasceu há quarenta e três anos, que é a minha idade. Toda pessoa preta toda pessoa que se respeita é também do Ilê Aiyê. Ah, se não fosse Ilê. Eu sou do Cortejo Afro elegantemente sofisticado, do samba reggae de Márcia Short, de Neguinho do Samba, de Margareth Menezes. Amo o carnaval.

Érico Brás: Eu sou o verdadeiro rei Momo (risos)! Eu amo carnaval, ainda mais porque o carnaval, às vezes, cai no meu aniversário (dia 5 de março). Quando eu posso curtir, gosto de ir para o meio da folia, dos blocos afro, como o Olodum e Ilê Aiyê. Esses dois, eu não perco.

Qual fantasia gostariam de usar?

Rita Batista: Eu uso as fantasias dos blocos afro. A gente se adorna. A minha fantasia é do Cortejo Afro, a do Ilê Aiyê. Eu me fantasio de foliã soteropolitana.

Érico Brás: A folia é um momento de extravasar. Esse ano, se eu fosse me fantasiar, sairia com uma fantasia de diabo, de vermelho e preto.

Vocês já trabalharam juntos? Qual é a expectativa trabalharem juntos?

Rita Batista: Érico Brás é ouro em pó. A gente já apresentou um evento juntos, mas isso tem muitos anos. Sou fã, espectadora de Érico no teatro, onde ele é um acontecimento também, desde sempre nos espetáculos do Bando de Teatro Olodum, grupo do qual ele fazia parte em Salvador. E depois que ele veio pra televisão, passando pelo cinema. Então, Érico é memorável, tem a mão da atuação e da apresentação também. Eu acompanhei, vibrei com ele no ‘Se Joga’, agora, na novela ‘Mar do Sertão’. A gente está muito em casa um com o outro. E quem vem junto? Chame gente, vambora, com Glô na Rua!

Érico Brás: Rita é uma pessoa que eu conheço há muito tempo. Vi Rita começando na TV, em Salvador e, hoje, pra mim, é uma honra trabalhar com ela, uma pessoa que é supercompetente e alegre. Estou sentindo que a gente vai animar as tardes da Globo com o Glô na Rua, porque a energia da gente é lá em cima, vai ser maravilhoso, a expectativa é a melhor possível.

Como profundos conhecedores, qual a boa do carnaval de Salvador?

Rita Batista: A ótima é ver a maior festa popular do mundo acontecendo em Salvador. É uma das sete maravilhas do mundo conhecer os circuitos, saber das histórias por trás do carnaval, por trás dos blocos. Depois de dois anos de jejum, vai ser um acontecimento, senhoras e senhores!

Érico Brás: O melhor do carnaval de Salvador é curtir os trios elétricos e, depois, cair na praia, tomar um banho, e sair para comer uma comida típica de Salvador, no Pelourinho.

Jonathan Ferr lista cinco artistas de jazz para incluir na playlist

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Foto: Reprodução/Instagram

O público negro ficou encantado com a Samara Joy, 23, ganhando o Grammy de “Artista Revelação” no último domingo, 5 de fevereiro. E para além desta artista incrível do jazz, o Mundo Negro entrevistou o músico afrofuturista Jonathan Ferr, referência do gênero no Brasil, para listar outros cantores de jazz que a comunidade negra já pode começar a incluir na playlist.

“Acho extremamente importante redimensionar o jazz para outros patamares. Ela é uma cantora incrível e sua música tem muito frescor e vigor. Isso mostra que o jazz segue atual. É uma música que se reinventa a cada ano que passa. O jazz nunca é rígido”, celebra o artista. 

Jonathan Ferr também trouxe reflexões sobre como o gênero se tornou elitizado no Brasil, diferente dos Estados Unidos, de onde surgiu o jazz. “É uma música libertária, revolucionária, periférica e preta. Isso não pode ser esquecido”, afirma.

Foto: Reprodução/Instagram

Leia a entrevista completa abaixo:

Poderia citar cinco artistas de jazz que você escuta e indicaria para a comunidade negra conhecer?

Existem artistas incríveis. Eu sou muito fã do Robert Glasper, que inclusive ganhou o Grammy também de melhor álbum de R&B. Ele faz uma fusão de jazz com hip hop muito legal; Kamasi Washington, um dos maiores nomes do jazz da atualidade, e que tive o prazer de abrir o show dele em 2019 no Circo Voador (RJ), e em 2022 fiz uma participação no show dele no Queremos! Festival; também gosto muito da Esperanza Spalding; Daqui do BR, tem o som do Amaro Freitas e também do Grupo KIAI.

O que você acha da consagração da Samara Joy como artista revelação em 2023 para o cenário do jazz?

Acho extremamente importante redimensionar o jazz para outros patamares. Ela é uma cantora incrível e sua música tem muito frescor e vigor. Isso mostra que o jazz segue atual. É uma música que se reinventa a cada ano que passa. O jazz nunca é rígido.

Foto: Reprodução/Instagram

Como você avalia o cenário jazz no Brasil? Você diria que tem diferença em relação ao Estado Unidos atualmente?

Sim, tem diferença. Lá, o jazz tem mercado, casas de shows, muitos festivais e um público que consome. Aqui o jazz se elitizou e se configurou como um som feito para uma certa elite pseudo-elitizada. Eu creio que jazz é muito mais que isso. É uma música libertária, revolucionária, periférica e preta. Isso não pode ser esquecido. Minha música, que eu denomino Urban Jazz, tem esse intuito de reconectar as pessoas de fora dessa bolha.

As pessoas negras são as que continuam majoritariamente produzindo e/ou consumindo esse estilo de música?

Nem uma, nem outra rs. Pelo menos não no Brasil. Nos EUA, por ser uma música que nasceu lá, segue sendo feito por pretos, bem como o samba aqui. Aqui o jazz por ter se utilizado, durante muito tempo não deu um holofote potente para artistas pretes nesse segmento. Bons exemplos como Tânia Maria, Johnny Alf, Moacir Santos, entre outros artistas que não tem a visibilidade à altura da obra que entregaram. E por consequente, o público também tem poucas pessoas pretes.

Mas a boa notícia é que sinto que isso vem mudando ano após ano. Vejo cada vez mais pessoas pretes nos meus shows e em outros shows que frequento. Está havendo um boom de artistas de jazz no mundo, fazendo coisas frescas, de vanguarda e cheio de modernidades, e isso inclui o Brasil, principalmente de artistas negres.

Negra Rosa comemora parceria com Farmax: “Vamos potencializar o alcance dos produtos pelo país para mais mulheres negras”

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Rosangela Silva - Foto: Reprodução

“Historicamente sempre faltou um olhar do mercado para o segmento de beleza negra. Não havia investimentos nem produtos que contemplassem a diversidade de peles negras. Quando eu comecei esse trabalho, as pessoas negras não eram vistas nem atendidas nas suas particularidades”. Rosangela Silva, fundadora e CEO da Negra Rosa começa 2023 tendo muito o que comemorar.

Sua marca, uma das primeiras em maquiagem para peles negras no Brasil teve sua área de operações adquirida pela mineira Farmax, fabricante de produtos de beleza, saúde e bem-estar que teve um faturamento de R$373 milhões no ano passado e incluiu aquisições dentro do seu plano estratégico. 

Negra Rosa, que começou com maquiagem, ampliou seu repertório sem perder o foco no consumidor negro e começou a oferecer também produtos para o cabelo. Com a parceria, a Farmax assume parte da produção da empresa que em poucos meses apresentará uma nova identidade visual e produtos para pele negra, que de acordo com Rosangela “já estão em fase adiantada de desenvolvimento”. 

Rosangela Silva, fundadora da marca Negra Rosa – Foto: Divulgação

A previsão é de que os novos produtos sejam lançados em abril e estejam disponíveis aos consumidores, no ponto de venda, a partir de junho deste ano.


Conversamos com Rosangela Silva para saber mais detalhes sobre essa nova fase do seu negócio, que começou em 2016, no município de Angra dos Reis (RJ). 

Como surgiu essa parceria entre a sua marca e a Farmax, quem procurou quem? Quais os produtos estarão disponíveis na loja? Serão vendidos apenas nas lojas físicas?

O primeiro contato foi feito pela CMO da Farmax, Bianca Pi, no ano passado. Ela buscou saber o que eu esperava para o futuro da marca. A partir daí nossa conversa avançou durante meses e a sintonia de expectativas foi muito grande. Meu cuidado era que a marca não se transformasse em algo sem sentido, diferente daquilo que sempre foi o nosso diferencial para o público negro. Mas logo percebi que tinha encontrado pessoas com o mesmo propósito. A Farmax vai potencializar a Negra Rosa mantendo a verdade que sempre carregamos desde a nossa origem, há sete anos, em especial porque ela continua com nosso time e nosso olhar. O mix de produtos Negra Rosa girava em torno de 60 SKUs (Unidade de Manutenção de Estoque) exclusivos para cabelo e maquiagem. Agora, além do rebranding, somente nesta primeira etapa, outros 10 SKUs para skincare já estão em fase adiantada de desenvolvimento. As revendedoras continuarão tendo papel fundamental. Elas são essenciais e grandes referências da marca. Só vamos potencializar o alcance dos produtos pelo país para ainda mais mulheres negras encontrarem de forma fácil um produto Negra Rosa em qualquer lugar do Brasil. Além das vendas pela internet e nas lojas físicas – hoje a Farmax está em 94% das farmácias brasileiras. Vamos chegar cada vez a mais pessoas e isso nos enche de alegria. 

A parceria com a Farmax vai mudar alguma coisa na sua estratégia com as revendedoras de Negra Rosa?

Nossas revendedoras fazem parte da história da Negra Rosa e elas continuarão conosco tendo a mesma importância que sempre tiveram. Elas são parte de tudo que conquistamos. Vamos continuar valorizando aquelas pessoas que nos valorizaram desde o princípio, acompanhando todo o processo de crescimento da marca. 

Quais tipos de produtos a Negra Rosa oferece ao público hoje, quais destes têm mais saída. Ainda sobre os produtos queridinhos, o que eles oferecem de diferente comparado aos similares do mercado?

Até o fim do ano passado, o mix de produtos Negra Rosa era exclusivo para cabelo e maquiagem. Com a Farmax, vamos ter condições de investir em pesquisa e desenvolvimento de novas linhas. Nosso grande diferencial é sermos uma marca feita por mulheres negras para outras mulheres negras. Nossos produtos mais reconhecidos são a base de maquiagem com tons específicos para peles negras, o gel ativador e o Creme de Pentear Merengue, lançado há pouco tempo, mas que já é um sucesso. Além de fundadora da marca, eu sou consumidora. Eu criei produtos que eu, minha família e minhas amigas não encontrávamos. Essa parceria com a Farmax é fruto do desejo compartilhado de promovermos cada vez mais o acesso da população negra a itens de beleza de qualidade e a preços acessíveis, o que era muito incomum quando comecei esse trabalho.   

Quais são suas expectativas em médio e longo prazo com essa parceria?

A partir de agora passamos a não ter mais limite para crescer. Ainda é difícil dizer aonde podemos chegar, mas as expectativas são as melhores possíveis. A Farmax apresentou as condições perfeitas para alcançarmos o lugar que sempre sonhamos. Eu tenho a felicidade de seguir como curadora da marca, assim como meu time, acompanhando todos os processos, testando tudo, ajudando de pertinho a fazer todas as coisas acontecerem. A Negra Rosa segue sendo pensada e olhada por mulheres negras e isso é muito significativo, tanto para nossa marca se fortalecer, quanto para o próprio mercado que passa a dar visibilidade para essa demanda das consumidoras de forma genuína.

Dentro do seu ramo, quais são as maiores dificuldades em se fabricar e comercializar produtos específicos para comunidade negra, mas também o que torna esse tipo de negócio tão potente e especial? 

Historicamente sempre faltou um olhar do mercado para o segmento de beleza negra. Não havia investimentos nem produtos que contemplassem a diversidade de peles negras. Quando eu comecei esse trabalho, as pessoas negras não eram vistas nem atendidas nas suas particularidades. Sendo que estamos falando de um segmento predominante na sociedade brasileira e que é altamente engajado no cuidado pessoal. Por isso existia um vazio a ser preenchido. O interesse era grande, mas não havia uma resposta do mercado. A história da Negra Rosa começou para ajudar a mudar essa realidade. 

Como a fábrica trabalha para manter a satisfação dos clientes e responder às suas necessidades?

Esse é outro aspecto que temos para comemorar. Até aqui a Negra Rosa sempre trabalhou com fabricantes terceirizados. Agora temos a fábrica da Farmax, localizada em Divinópolis (MG), que vai absorver uma parte da produção. Ou seja, vamos ter ainda mais controle de tudo que entregamos para nossas consumidoras, aprimorando cada dia mais a qualidade dos nossos processos. Assim como a Negra Rosa, um dos pilares da Farmax é o foco no cliente. Aliás essa é uma preocupação transversal para todas as áreas. Exatamente por essa característica é que essa parceria surgiu tão forte.  

Quantas pessoas sua empresa emprega atualmente? Há uma gestão com foco na diversidade e questões ambientais?  

Eu e o time de três colaboradoras seguimos focadas na nossa marca. Agora, outros profissionais já foram contratados e outros ainda vão chegar, sempre com o olhar para a diversidade, garantindo nossa proximidade com nossas consumidoras. A atuação se dá em diversas áreas, entre elas a Digital, Marketing e Pesquisa (P&D), por exemplo. Uma equipe que vai somar aos aproximadamente 900 colaboradores da Farmax. Nossa gestão sempre foi e continuará sendo pautada pela diversidade. Diversidade é sinônimo da nossa história. É a nossa essência e também faz parte da essência da Farmax, se não, não estaríamos aqui. Foi para isso que comecei todo esse trabalho. A Farmax é participante do Pacto Global da ONU, com metas claras de avanço nas esferas ambiental, social e de governança, que são visíveis no plano estratégico da companhia e na gestão das pessoas. Realmente a convergência entre o propósito das marcas é muito grande.

Aprendiz da Glória Maria: Família de Mirella Archangelo encontra dificuldades para garantir o sonho da filha

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Amanda ( de rosa), a matriarca da família Archangelo - Foto: Arquivo pessoal

A estudante Mirella Archangelo, 16, voltou aos noticiários por conta de um momento especial que ela e  seus três irmãos compartilharam com a jornalista Glória Maria, que faleceu no dia 2 de fevereiro. A jovem viu sua conta no Instagram saltar de menos de 10 mil seguidores, para 60 mil, por conta do seu carisma, dicção impecável, além da curiosidade do público em acompanhar o amadurecimento de uma jovem com tanto potencial e talento.

Residente em Ribeirão Preto, a família de jovens que sonham grande, se depara com a realidade da maioria das famílias negras brasileiras que querem investir na educação dos filhos: a dificuldade financeira. Somado aos fatores de educação há questões sérias de saúde na família.  Mirella é cardiopata e seu pai, Júlio César Archangelo (43) sofre de uma doença autoimune. 

Amanda Najara de Sales Santos, 36, mãe de Mirella explica que, como na maioria das cidades do interior, as pessoas fantasiam sobre a realidade da sua família. “Complicado é que com a visibilidade, as pessoas acabam achando que a Mirella está ganhando dinheiro”, explica Amanda dizendo que tem até quem peça dinheiro emprestado.

Conversamos com ela para conhecer melhor a família Archangelo, seus sonhos e dificuldades. Além de Mirella, Amanda e Júlio são pais de Peterson Sales Archangelo (13), Pablo Sales Archangelo (13) e Marjory Sofia Sales Archangelo (11). 

 1) COMO ERA A ROTINA DE VOCÊS ANTES DE DEPOIS QUE MIRELLA E OS IRMÃO FICARAM CONHECIDOS?

A nossa rotina antes da Mirella e os irmãos ficarem conhecidos era bem tranquila. Eles estudavam todos na mesma escola (Municipal em Ribeirão Preto). Mirella estudava no período da manhã e Peterson, Pablo e Marjory a tarde.  Eu e o Júlio trabalhávamos no estúdio que foi aberto em 2011. Conseguimos manter bem a rotina da casa. O dinheiro que ganhamos com o estúdio dava para viver bem.

Depois que o vídeo viralizou em dezembro de 2017 foi uma loucura. Nos meses seguintes, até meados de julho, se falava bastante.  As crianças foram convidadas a participar de várias coisas.  Chegamos a fazer algumas parcerias, mas com o passar dos dias, e desencontros com pautas e assuntos que queriam que eles tratassem, decidimos que era melhor parar. Tinha dias que eles  não queriam sair para gravar, queriam brincar em casa ou na rua, aí se tornava chato para eles. Sem contar que os valores que às vezes (quando tinha pagamento) eram apenas para o transporte, mal sobrava para um sorvete.  Afinal eram 4 crianças.  Então eu e o pai decidimos que era melhor deixar eles aproveitar a infância.

COMO É LIDAR COM ESSA POPULARIDADE EM UMA CIDADE PEQUENA?

Em questão de popularidade, no nosso bairro é bem tranquilo. Dificilmente eles são parados por alguém, e quando são, é apenas para receber os parabéns.  O complicado é que com a visibilidade, as pessoas acabam achando que a Mirella está ganhando dinheiro, então tem sempre aquele comentário chato, aquela mensagem pedindo ajuda, acham que estamos cheios de grana. Acham que porque ela está no Fantástico ou na TV local fazendo uma reportagem ela está sendo remunerada. Então fica aquela sensação de que estamos “bem financeiramente “, mas a realidade não é esta.

AS CRIANÇAS JÁ VIVERAM SITUAÇÕES DE RACISMO? Há ALGUMA QUE TENHA TE MARCADO MAIS COMO MÃE?

Viver uma situação de racismo escancarada, não . Sempre deixei claro para eles que estas situações existem e na medida do possível, ensino como eles podem reagir. O que mais acontece e nos chama à atenção, é que sempre que chegamos em alguns lugares, principalmente se for restaurantes ou lojas, somos sempre olhados da cabeça aos pés.  

Supermercados sempre temos a companhia de seguranças. Por ser uma família muito grande, de pretos retintos, sempre somos vigiados de perto. Procuro sempre manter a calma e digo a eles que a sociedade não está preparada para nossa beleza.  Tento sempre manter este momento com descontração e tem dado certo.

SUA FAMÍLIA É GRANDE E O BRASIL TEM VIVIDO UM MOMENTO DE RECESSÃO NOS ÚLTIMOS 4 ANOS, COMO FOI PARA VOCÊS FINANCEIRAMENTE? A VISIBILIDADE DA MIRELLA TROUXE ALGUMA RENDA PARA FAMÍLIA?

Com a recessão nos últimos 4 anos, a pandemia fez nossa família ficar com um maior desconforto financeiro.  O Júlio também possui uma doença autoimune que foi reativada em dezembro de 2019, onde ele teve que ficar afastado do estúdio ( ele é tatuador)  por 4 meses.  Foi um momento complicado que está se perpetuando ainda. Durante a pandemia tivemos que fechar as portas mesmo, pois a Mirella é cardiopata e o Júlio tem a doença dele. Nos fechamos em uma bolha, literalmente e quase toda reserva financeira que tínhamos, foi indo para os gastos da casa e família.  A visibilidade da Mirella trouxe um pouco de ajuda em 2018, após isso não mais.

Nós temos o estúdio de tatuagem há 12 anos. O Júlio é tatuador e eu ajudo na parte da administração, agendamentos e organização do local. Desde que eles nasceram não voltei a trabalhar fora, encontramos no estúdio uma forma de trazer o sustento e ficar sempre por perto deles.  Levar na escola, participar das reuniões e festas escolares sempre foi muito importante para nós pais. No último ano de 2022, entendemos que com as dificuldades financeiras seria melhor eu procurar outro trabalho fora para ajudar financeiramente, mas com a minha pouca experiência tem se tornado um pouco complicado. No momento estou fazendo parte de um processo seletivo para entrar em uma empresa e trabalhar na área da logística.  Estou no aguardo e o Júlio continuaria com o estúdio .

Foto: Arquivo pessoal

A MIRELA QUER FAZER JORNALISMO. SE ELA ENTRASSE HOJE NA FACULDADE, VOCÊS CONSEGUIRIAM MANTÊ-LA?

O sonho da Mirella é cursar jornalismo. Se ela hoje entrasse em uma faculdade que gerasse um custo maior do que temos com ela no Colégio, infelizmente ela teria que trabalhar ou não poderia fazer o curso. Ela e a Marjory são bolsistas 100% de mensalidade em um excelente colégio em Ribeirão Preto, mas os custos com materiais didáticos (que aliás ainda nem comprei), materiais de uso pessoal, tablets, transporte, alimentação, uniforme são custeados por nós então gera um gasto médio mensal. 

Se o gasto dela na faculdade for maior que este, sinceramente não acredito que teríamos condições se não estivermos empregados em outros lugares.

A nossa maior dificuldade financeira hoje é ter o dinheiro para estes extras, que cada vez estão mais caros. O que ganhamos no dia é gasto no dia. Os meninos não estudam com elas, pois não temos condições de manter estes gastos diários.  Eles estudam ainda no Colégio Municipal. Desde 2020 não conseguimos mais fazer uma reserva financeira. 

E OS OUTROS FILHOS QUEREM SE O QUE QUANDO FICAREM MAIS VELHOS?
Os irmãos da Mirella querem fazer outras coisas. Pablo quer fazer algo que envolva robótica, games , jogos. Peterson ama fotografia, recentemente ganhou uma máquina antiga de fotos e vive fotografando, mas disse que fará educação física porque gosta muito de esportes. A Marjory está pensando em fisioterapia, ou algo relacionado a ciências ou saúde.

Quem quiser contribuir com a família Archangelo pode fazer uma doação por meio do pix:

PIX:
Amanda Najara de Sales Santos
amandajara_@hotmail.com

SZA é eleita a mulher do ano pela Billboard: “uma força singular do R&B contemporâneo”

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Foto: Getty Images / Recording Academy.

A cantora norte-americana SZA, 33, foi eleita como a ‘Mulher do Ano’ em 2023 pela revista Billboard, um dos principais veículos de entretenimento e música dos Estados Unidos. “Desde que entrou em cena em 2017, SZA desafiou os gêneros e lançou continuamente canções cruas e poderosas que colocaram sua música no topo das paradas”, disse Hannah Karp, diretora editorial da Billboard. “O lançamento de seu último álbum, SOS, a solidificou como uma força singular no R&B contemporâneo e a catapultou para o estrelato”.

O reconhecimento faz parte do evento ‘Mulheres na Música’. SZA se junta às homenageadas anteriores do importante prêmio como Cardi B, 30, Beyoncé, 41, e Rihanna, 34. A escritora e atriz Quinta Brunson, será a anfitriã da cerimônia de 2023, que reconhece as estrelas em ascensão da música e artistas, criadoras, produtoras e executivas, que contribuem para a indústria e a comunidade.

O evento acontecerá no dia 1º de março, diretamente de Los Angeles. Os detalhes da transmissão ao vivo ainda não foram anunciados.

Jovens negros e periféricos criaram o novo clipe do Criolo “Pretos ganhando dinheiro incomoda demais”

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Foto: Divulgação

Os alunos do Soma+, programa educacional de inclusão de jovens negros e indígenas periféricos no mercado publicitário da AKQA, criaram o novo clipe do Criolo Pretos ganhando dinheiro incomoda demais“.

O programa está com inscrições abertas para a edição de 2023 com mais de 1000 vagas pelo site. As aulas são gratuitas e realizadas semanalmente, à distância e iniciam em 26 de abril.

Criolo vem de uma série de cinco singles com videoclipes cinematográficos. O visual minimalista do álbum “Sobre Viver” abre uma brecha para o clipe de “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais”. A afirmação que pretos ganhando dinheiro incomoda demais vai além do que se vê, é preciso mostrar e ressignificar a prosperidade preta.

Foto: Divulgação

O projeto inteiro é uma grande construção coletiva, entre alunos e alunas do Soma+ em parceria com as agências Gana e Mooc, a Oloko Records e o próprio rapper, que movimenta um ciclo de prosperidade preta. O clipe constrói um novo imaginário a partir da fábula da árvore da riqueza. A árvore da riqueza está ao alcance de todos por meio do webapp, em que seus frutos se conectam com outras árvores plantadas por projetos/negócios espalhados pelo Brasil.

“O DanDan sempre faz essa reflexão: como é que você luta para ser aceito num mundo que sempre vai te rejeitar? É sem fim essa guerra. Por isso que falo: Eu vou ganhar dinheiro, mãe, porque é só assim que eles respeitam a gente. Mas pensar assim não é vitória do sistema? Mas eu vim do bairro que depende do Bom Prato, irmão. E os que nem o Bom Prato tem? Então, todo dia é vitória do sistema. A diferença é que, para vocês, nós temos que ficar só onde nós ficamos. E aí, conversa com a ‘Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais’. Eu poderia dar outro nome para a canção, mas eu faço questão do título ser o bagulho central, para quando estiver numa rádio, na televisão, a pessoa falar o nome da música. Então, mesmo sem ouvir, o nome da música já abre o debate”, complementa Criolo.

Famílias negras são as mais afetadas com os desafios da distância escola-casa

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Foto: Freepik

Há 23 anos, uma amiga, mãe de gêmeos, precisava pegar um ônibus municipal para se locomover de um bairro para outro para garantir a presença dos bebês na creche. Hoje, em 2023, eu, uma mãe preta e gemelar, preciso fazer o mesmo para garantir a educação das minhas filhas, mesmo com uma creche a menos de cinco minutos de casa.

Desde novembro do ano passado, eu só ouço negativas para a transferência das minhas filhas. Passei um turbilhão em home office enquanto cuidava das duas na temida fase dos dois anos, que quem é mãe e pai entende. E na última semana, dia 2 de fevereiro, que elas deveriam voltar às aulas na nova creche, só hoje, dia 10, depois de muita insistência, consegui a transferência, só que para uma unidade ainda mais distante do que as que elas já estavam matriculadas. 

Imagine a situação: a Prefeitura de Cotia, na Grande São Paulo, não disponibiliza vaga em uma creche próxima, também não me disponibiliza van escolar gratuita e me mandam para um bairro, em que preciso pegar um ônibus, cujo trajeto é mais de meia hora e eu ainda preciso caminhar a pé por mais 15 minutos, com as duas bebês, todos os dias. Nem as vans particulares fazem esse trajeto. 

Essa é uma das razões pela qual as crianças negras são as que menos têm acesso à educação infantil. As prefeituras não investem como deveriam na primeira infância. Não investem em mais creches de forma proporcional para cada bairro. 

O direito à educação das minhas filhas está sendo negligenciado e a responsabilidade de um órgão público sendo jogado nas costas de uma mãe preta que já trabalha todos os dias para garantir o sustento da família. 

Idris Elba provoca polêmica ao rejeitar ser rotulado como ator negro: “somos obcecados por raça”

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Foto: Misan Harriman

Em entrevista para a revista Esquire, o ator Idris Elba causou polêmica ao falar sobre a recusa em usar o título de “ator negro” declarando que isso o coloca em uma “caixa”. “Parei de me descrever como um ator negro quando percebi que isso me colocava em uma caixa”, disse. “O racismo deve ser um tema de discussão, com certeza. O racismo é muito real. Mas, da minha perspectiva, é tão poderoso quanto você permite que seja”, declarou.

O ator de 50 anos falou sobre como se sente quando “questionado por ser o primeiro negro”. “Conforme você sobe a escada, você é questionado sobre como é ser o primeiro negro a fazer isso ou aquilo. Bem, é o mesmo que seria se eu fosse branco. É a primeira vez para mim . Não quero ser o primeiro negro. Eu sou o primeiro Idris.”, afirmou.

Idris Elba reconheceu a importância de discutir o racismo, mas declarou que existe uma “obsessão” pelo tema “raça”. “Como humanos, somos obcecados por raça. E essa obsessão pode realmente atrapalhar as aspirações das pessoas, atrapalhar o crescimento das pessoas.”, disse ele. “Parei de me descrever como um ator negro quando percebi que isso me colocava em uma caixa. Temos que crescer. Nós temos que. A nossa pele não é mais do que isso: é só pele”, continuou.

“Estar ciente de que, em muitos casos, posso ser o primeiro a me parecer comigo para fazer determinada coisa. E isso é bom deixar como parte do meu legado. Para que outras pessoas, crianças negras, mas também crianças brancas crescendo nas circunstâncias em que cresci, possam ver que havia uma criança que veio de Canning Town e acabou fazendo o que eu faço.”, refletiu o ator, se referindo ao bairro em que estudou, no leste de Londres, no Reino Unido.

Na internet, as falas do ator geraram uma série de críticas. “Quando pessoas como @idriselba tentam se desassociar de sua negritude por não quererem ser chamadas de negras, elas acham que não são mais vistas como negras ou…?”, criticou uma pessoa no Twitter.

Outro internauta reagiu com um gif do ator tossindo com a seguinte legenda: “Idris Elba quando a polícia o para para lembrar que ele é um ator negro”

Idris Elba se preparar para estrear o filme “Luther: o cair da noite”, que conta a história do ex-detetive John Luther. O longa tem previsão de lançamento em março deste ano. Ontem, o streaming publicou o trailer oficial que dá mais detalhes sobre a história. 

Sobre seu papel no novo filme, Elba comenta: “Luther, ele é provavelmente o personagem que mais se parece comigo na vida real. Ele tem tanta convicção. Ele não tenta complicar demais as coisas. Ele vai direto ao ponto. Eu amo a escrita. É divertido de jogar. Espero que esta seja uma série de filmes expandindo as histórias de John Luther”.

 

Atriz Dominique Thorne, a Coração de Ferro, fez teste para viver Shuri em Pantera Negra

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Foto: Reprodução

O episódio “Nos Bastidores de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, da série “Avante“, que apresenta os bastidores das produções da Marvel, mostrou que Dominque Thorne, atriz que interpretou Riri Williams, a Coração de Ferro, em Pantera Negra 2 fez teste para viver a personagem Shuri, irmã de T’Chala. Quem ficou com o papel foi Letitia Wright.

“Nos lembramos daquela audição e então quando decidimos Riri Williams em Wakanda Forever, ela foi a primeira e única a ser chamada”, contou o produtor Nate Moore sobre a decisão de convidar Dominique para viver a Coração de Ferro na sequência do filme.

Pantera Negra: Wakanda Forever foi sucesso de bilheteria desde a estreia, quando arrecadou U$ 330 milhões, o equivalente a R$ 1,75 bilhões, com apenas quatro dias em cartaz, de acordo com o Deadline. “Pantera Negra” foi o primeiro grande filme sobre um super-herói negro, e teve uma estreia que rendeu US$ 202 milhões e uma indicação ao Oscar de melhor filme.

Pantera Negra 2 também se tornou a maior estreia global da Marvel no Disney+, de acordo com a plataforma de streaming, batendo o recorde de exibição.

Anvisa proíbe a venda de todas as marcas de pomadas modeladoras; medida é preventiva

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (10) a venda no país de todas as pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos. Segundo a agência, no momento, são realizados testes, provas e análises para investigar os diversos casos de irritação ocular e cegueira temporária.

Vale lembrar que antes de proibir a venda de todas as marcas, a Anvisa já tinha vetado a comercialização dos produtos de mais de 20 fabricantes. No entanto, com o aumento dos casos de intoxicação, a agência resolveu, por precaução, estender a medida a todos os lotes de pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos.

Segundo a Anvisa, a decisão é preventiva e temporária e foi adotada em razão do aumento do número de casos de “efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto”.

Entre os eventos relatados pelos usuários estão perda temporária da visão, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. Nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza enquanto a norma estiver em vigor.

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