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IZA diz que se sentiu invadida ao ver a mídia espalhando fake news sobre gravidez: “foi cruel”

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Foto: Reprodução/Redes Sociais.

Em nova entrevista para a revista Marie Claire Brasil, IZA, 32, comentou sobre a fake news de que ela estaria grávida. Em março do ano passado, a falsa informação ganhou destaque em diversos veículos pelo país. A cantora relatou que se sentiu invadida. “Quando noticiaram que eu estava grávida. Foi cruel, porque quero muito ser mãe e não estava grávida. Mas, e se estivesse?”, disse ela. “Não gosto de responder nessas situações. Não porque sou zen. Soco a parede, grito no travesseiro. Mas não respondo porque sei que no final o barulho vai ser maior. Até brinquei postando um vídeo mostrando que estava grávida de dois copos de chope‘.

Iza no festival Universo Spanta (Foto: Carol Caminha)

IZA destacou que a fake news envolvendo a gravidez também passou por uma vigilância estética muito grande. “Uma pessoa sem fonte alguma publica um absurdo e quem tem que provar que não está grávida sou eu! Sei que muita gente sofre com coisas piores, isso parece pouco, mas fez um barulhão na minha vida. Me senti invadida“, destacou. “Também não quero que isso pareça ‘a pobre história da menina famosa’. Mas é porque esse lance da gravidez passou por um lugar de vigilância de corpo também. Ali eu estava passando por uma questão emocional, tomando remédios para controlar a ansiedade, meu corpo ficou diferente”.

A artista, que é técnica do The Voice Kids, também reafirmou seu desejo em ser mãe. “É um sonho grande e real. E não é uma coisa que atrelo a um relacionamento. Independentemente de qualquer coisa, esse é um desejo meu. Nunca congelei óvulos, mas estou com os exames em dia, monitoro a minha saúde. Tenho certeza de que vai acontecer no melhor momento“, pontuou.

“Toda Família Tem”: comédia com família negra é a aposta da Prime Vídeo

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Foto: Mariana Vianna

Nesta sexta-feira (31), a Prime Vídeo anunciou o início das filmagens de “Toda Família Tem”, série brasileira Original Amazon. A os capítulos irão mostrar o dia a dia de uma família negra de forma cômica.

“Toda Família Tem” conta a história de Pê, interpretado por Pedro Ottoni, um jovem de 19 anos que vê sua vida mudar quando sua família precisa se mudar para a casa da sua avó no Rio de Janeiro. 

Pê é um menino com privilégios que precisa se adaptar a sua nova vida na casa da vó, enquanto passa por desafios e dilemas comuns na vida de um jovem, mas tudo isso de forma cômica e leve.

“Estamos felizes em expandir nossa narrativa local com uma comédia familiar leve. ‘Toda Família Tem’ é uma história feita sob medida para representar a maioria da população brasileira”, diz Malu Miranda, head de Conteúdo Original Brasileiro do Prime Video. 

“Sabemos o quanto os brasileiros são próximos de suas famílias e que, no final das contas, por mais dura que seja a luta do dia a dia, são essas pessoas com quem eles podem contar. ‘Toda Família Tem’ fala sobre isso de uma forma calorosa e divertida”, complementa.

Jonathan Haagensen, um dos criadores da série e da produtora Black Pen Filmes, comemorou o anúncio no Instagram. “Estamos muito felizes pela confiança de toda a nossa equipe que está transformando diariamente esse sonho em realidade, e a partir de agora vamos poder dividir mais sobre os bastidores da nossa amada Família Silva!”, comemorou Jonathan.

Além de Pedro, estão escalados na série Maíra Azevedo, Solange Couto, Érico Brás, Gabriela Dias, Duda Pimenta, Sergio Loroza, Ramon Francisco, Bethânia Campos, Caique Ivo, Pedro Novaes e Anderson Muller. A série é uma criação de Mariana Veil, Jonathan Haagensen e Pedro Ottoni

A série é um Original Amazon e produção da Black Pen Filmes. Ainda não há previsão de estreia.

Quilombo Vista Alegre, em Alcântara, no Maranhão, sofre tentativa de despejo violento por parte das forças armadas

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Foto: Reprodução

Na última quarta-feira (29), quilombolas do Quilombo de Vista Alegre, localizado em Alcântara, no Maranhão, foram alvos de uma tentativa de despejo por agentes da aeronáutica e do batalhão de choque. Famílias que vivem há cerca de 40 anos no local denunciaram a ação violenta dos agentes do governo que tentam tomar as terras há anos.

De acordo com os quilombolas, foram utilizadas bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra idosos, mulheres e crianças que também ficaram feridas durante o confronto. Eles também denunciam que nenhum órgão de Direitos Humanos foi ao local para prestar solidariedade ou intermediar a situação.   

Orlando Rodrigues Costa, morador do Quilombo, contou que durante o confronto com os agentes foi atingido em dois lugares e que sua neta foi atingida na testa por uma bala de borracha.  “Na hora eles nos confrontaram com bala de borracha, com bomba de gás”, contou ele. “A gente ficou muito prejudicado. Eu fui baleado em dois lugares, a minha neta na testa, meu genro na perna, meu irmão no braço”, denunciou ele.

O presidente do partido Unidade Popular, Léo Péricles, também denunciou o caso em suas redes sociais, compartilhando uma série de fotos e vídeos da ação violenta ocorrida na última quarta e de depoimentos de moradores do quilombo de Vista Alegre.

Em nota, a Associação do Território Étnico Quilombola de Alcântara, onde está localizada a comunidade de Vista Alegre, junto com outros movimentos ligados ao quilombo, afirma que pode “adotar medidas”para “responsabilizar órgãos e agentes omissos”: “não descartamos ainda a possiblidade de adotar as medidas judiciais para responsabilizar os órgãos e agentes públicos omissos, uma vez que a ação resultou em violações a direitos e garantias fundamentais de toda a comunidade, extrapolando os limites do empreendimento”. 

De acordo com a nota emitida, a ação de reintegração de posse é direcionada contra um pequeno restaurante privado que pertence a um morador do quilombo e é demandada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A nota diz ainda que “a comunidade está no centro de uma disputa histórica com os militares da Força Aérea Brasileira lotados no CLA, que ilegalmente sustentam serem proprietários da área”. 

‘Para Pretos, Pardos e Simpatizantes’: novo disco de Thiago Thomé convoca público para celebrar ancestralidade negra

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Foto: Ronald Cruz

O ator e cantor Thiago Thomé (43) lançou nesta sexta-feira (31), o primeiro episódio do seu novo álbum “Para Pretos, Pardos e Simpatizantes”. A primeira parte do novo trabalho do músico chega às plataformas digitais referenciada pelas vivências de Thomé na escola de samba e, principalmente, no Candomblé, onde ele teve um encontro íntimo com o tambor. 

Capa do disco: Valter Brum / Foto: Ronald Cruz

Para o Mundo Negro,Thiago Thomé explicou quem são os simpatizantes a quem se refere no nome do seu novo disco de trabalho. “Simpatizantes são todas as pessoas não negras que se identificam, que entendem as mazelas da sociedade nesse âmbito antirracista, dentro dessa estrutura que se organiza, para nos impedir de ter acesso a coisas básicas como educação, saúde, moradia, direitos esses que nos foram negados desde a construção desse país. Então pessoas não negras que entendem toda essa complexidade e que fazem algum movimento para que isso gere um ato de melhora”, disse. 

Na noite da última quinta-feira (30), o músico realizou uma audição para apresentar a primeira parte do novo trabalho para um público selecionado seu novo trabalho. sobre esta fase, Thiago diz que está bastante ligada à sua religiosidade. “Primeira fase do disco é uma fase muito religiosa, né, eu falo de Ogum, falo de Oxum, falo de Iansã. Falo de Omolu, falo de Iemanjá, falo de Xangô, então é uma parte muito religiosa, afrocêntrica também porque na música “Atotô, meu amor” eu trago Obaluaiê no lugar de cura para o amor preto. Na música “Ama Lá”, eu trago Xangô como justiceiro, para dar justiça a uma injustiça cometida, então, essa primeira parte vem muito trazendo esse lugar”, disse.

“Para Pretos, Pardos e Simpatizantes” está sendo lançado em duas partes, ou dois episódios. O primeiro contém 4 faixas, a de trabalho, “Atotô, meu Amor” foi gravada com a noiva Bárbara Carine, e as demais são “Quatro búzios para cima”, “Pra te namorar” e “Ama lá”, todas com composições que destacam temas de Matrizes Africanas, Antirracismo, Amor Preto, Afrocentrismo, Afrofuturismo e afins. A segunda parte do trabalho deve ser lançada em julho deste ano.

Convidada para escutar a faixa de trabalho, a atriz Léa Garcia deu suas impressões sobre o que ouviu, em um vídeo que será publicado nas redes sociais do cantor na próxima quinta-feira, 6 de abril. “Essa música reflete toda a influência do sistema eurocentrista em cima da população negra”, disse. “Só o afrocentrismo cura e através da nossa ancestralidade que são os orixás”, disse ela em um trecho da declaração.  

Foto: Ronald Cruz

Ao nomear seu trabalho como um projeto de música ancestral, Thiago Thomé também traz uma “diversidade rítmica” para seu disco que inclui vivências do cantor dentro da escola de samba e no próprio Ilê Ayê, bloco afro tradicional da Bahia que seu pai frequentava. “A diversidade rítmica do disco se dá pela minha historicidade mesmo. Que é a escola de samba, mais precisamente a Mangueira, por eu ser aqui do Rio de Janeiro, que é minha escola do coração, onde eu já fui integrante. Do Ilê Ayê, que é o primeiro acesso que eu tenho aos blocos afros de Salvador, é pelo Ilê Ayê, por conta do meu falecido pai. E claro, que depois o ingresso no candomblé também, que aí você vai tendo acesso aos toques, à história das divindades, à música correspondente, então acho que isso tudo faz eu chegar nesse momento aqui”.

Sobre sons ancestrais muito presentes em seu novo trabalho, Thomé é enfático ao dizer que o tambor é a “maior referência”. “Eu acho que o tambor, né. O tambor pulsa muito em mim de várias formas ao longo da vida. Os meus primeiros instrumentos foram percussões. As percussões de samba, depois eu vou pro cavaquinho, depois eu vou para o violão, mas esse agora, de uns anos para cá, que eu começo a frequentar o candomblé. Deve ter 8 anos, que eu descubro que eu sou Ogã, que eu começo a tocar e aprender os toque e entender. Acho que foi um preparo para chegar nesse lugar aqui, agora. Acredito muito nisso.”, contou. “Então eu entendo que minha maior referência para esse trabalho mesmo é o tambor”, conclui.  

The Town anuncia H.E.R como atração no festival

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Foto: Aaron J. Thornton/FilmMagic

Na noite desta quinta-feira (30), a cantora H.E.R foi anunciada como uma das atrações do The Town, em São Paulo. A artista vai se apresentar no festival no dia 10 de setembro no palco principal, o Skyline.

https://twitter.com/thetownfestival/status/1641593888455499776

H.E.R é um dos grandes nomes do R&B internacional, dona de hits como “Focus”, “Slide” e “Best Part”, com Daniel Caesar. Ela também é ganhadora do Grammy e do Oscar. A cantora já se apresentou no Brasil no Rock In Rio, “irmão” do festival The Town, em 2019.

H.E.R também explora seu lado artístico atuando. Em dezembro de 2022, H.E.R participou do musical em comemoração aos 30 anos do clássico “A Bela e a Fera”, da Disney, ela interpretou a “Bela”.

Além de H.E.R, Bruno Mars, Ne-Yo, Iza e Racionais MC’s também estão confirmados no The Town.

O primeiro lote dos ingressos já foram esgotados, mas o evento abre novas vendas no dia 18 de abril. O The Town 2023 acontece nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. 

Marvel entrou em contato com o agente de Jonathan Majors para discutir o futuro do ator

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Foto: Divulgação/Marvel

Desde a prisão do ator Jonathan Majors, 33, no último sábado (25), por supostamente agredir a sua namorada em Nova York, a Marvel Studios tem analisado as opções para o futuro do ator de Kang, o grande vilão da saga do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel).

O insider Jeff Sneider disse ao podcast ‘The Hot Mic‘, que o estúdio ainda “não tomou nenhuma decisão” sobre o futuro da estrela, mas revelou que já entrou em contato com o agente do ator para “discutir possíveis opções daqui para frente”.

“Ouvi dizer que a Marvel não tomou nenhuma decisão em relação a Jonathan Majors, mas eles se encontraram ou falaram com seu agente para discutir possíveis opções daqui para frente”, contou Sneider.

A permanência de Jonathan Majors na Marvel Studios, possivelmente depende da comprovação de sua inocência ou culpa em relação à agressão contra a namorada.

Nesta quinta-feira (30), a advogada de Majors divulgou prints e mensagens de texto em que a vítima assume a culpa pelo ocorrido. Segundo as mensagens, a mulher escreveu ao ator dizendo: “eu disse a eles que foi minha culpa tentar pegar seu telefone”. Ela também relatou que estava “furiosa” por Majors ter sido preso e que havia deixado claro que as acusações de agressão e assédio direcionadas a ele não tinham sua aprovação. “Reiterei [para a polícia] que isso não foi um ataque”, escreveu a mulher, que em outro momento da mensagem se mostrou preocupada com o destino do ator.

Vítima de Jonathan Majors ‘assumiu culpa’ de agressão, diz advogada do ator

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Foto: Michael Rowe/Getty Images.

Nesta quinta-feira (30), o caso de Jonathan Majors ganhou um novo capítulo. No último sábado (25), o ator foi preso, acusado de agredir e assediar uma mulher em Nova York. A advogada de Majors divulgou prints e mensagens de texto em que a vítima assume a culpa pelo ocorrido.

De acordo com as mensagens, a mulher escreveu ao ator dizendo: “eu disse a eles que foi minha culpa tentar pegar seu telefone”. Ela também relatou que estava “furiosa” por Majors ter sido preso e que havia deixado claro que as acusações de agressão e assédio direcionadas a ele não tinham sua aprovação. “Reiterei [para a polícia] que isso não foi um ataque”, escreveu a mulher, que em outro momento da mensagem se mostrou preocupado com o destino do ator.

Foto: ABDM Studio.

“Por favor, me diga que você está bem quando receber essa mensagem. Eles [policiais] me garantiram que você não será sentenciado. Eles disseram que tinham que prendê-lo como protocolo quando viram os ferimentos em mim e sabiam que tínhamos brigado’, disse a vítima nas supostas mensagens compartilhadas pela advogada de Majors. “Estou com tanta raiva que eles fizeram. E lamento que esteja nesta posição. Vou garantir que nada aconteça sobre isso. Eu disse a eles que era minha culpa por tentar pegar seu telefone. Acabei de sair do hospital. Só me ligue quando estiver fora. Eu te amo.”

Mensagens de texto compartilhadas pela advogada de Jonathan Majors. Foto: Reprodução.

Um representante da Polícia de Nova York declarou que o caso está sendo investigado sob sigilo. No último sábado, a vítima da suposta agressão foi levada ao hospital com “ferimentos leves na cabeça e no pescoço”, segundo as autoridades. Jonathan Majors nega que tenha agredido a mulher.

Carta às mulheres negras no poder

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Foto: Emanuelle Sena.

Por Ilka Teodoro, Advogada especialista em Direitos Humanos e Ex-Administradora do Plano Piloto

Escrevo a partir de Brasília. Desse Plano Piloto que administrei por quatro anos. Nesse mês da mulher em que se reivindica uma mulher negra no Supremo Tribunal Federal e da instituição das cotas de 30% de pessoas negras nos cargos comissionados federais. Na semana em que a Marcha dos Prefeitos agita a cidade e escancara que a lógica do poder ainda é masculina, branca e abastada. São apenas 658 mulheres a frente dos 5.568 municípios do país. Apenas 4% são negras. Também nos mostra que o poder que se concentra aqui, converge para a capital a partir de cada pedacinho desse Brasil.

Então escrevo para você, mulher negra, que chegou lindamente na Esplanada. E para você prefeita, governadora, vereadora, ocupante de cargos municipais, estaduais ou federais, em qualquer um dos três poderes, ou em espaços de poder na iniciativa privada e em espaços corporativos.

Veja, vão questionar sua negritude. Seu tom de pele e curvatura do cabelo, passarão pelo escrutínio da escala pantone da colonialidade. Mostremos que negação da nossa negritude por aspectos meramente fenotípicos é a reafirmação do racismo pela branquitude. Não nos define.

Todo início é difícil. É preciso conhecer a engrenagem e se apropriar dela. Competências, atribuições, legislação e normativos de regência, estrutura, orçamento, contratos, perfil da equipe, fluxos e processos. Será uma experiência única e um conhecimento específico que levaremos para a vida.

Ilka Teodoro. Foto: Emanuelle Sena.

Registre todos seus passos. Vão tentar apagar seu trabalho e negar seu sucesso e desmontar o que você construiu. É importante que seu legado fique registrado. Outras virão depois de você. O caminhar da mulher negra é centopeico. São muitos pés pavimentando nossas trilhas. Ontem, hoje e amanhã. Onde fincarmos o pé, outros pés pisarão. Registre seu caminhar.

Vão questionar seus métodos e decisões, mas nossa ancestralidade nos mostra o caminho, reforçando nosso conhecimento e intuição. Confie e faça. Nossa forma de fazer política tem afeto e um tempero que nos é próprio. Além de seu currículo impecável. Respire fundo e prossiga. Os resultados mostrarão seu acerto e capacidade.

Conheça e imponha seus limites. São eles que vão definir seu tempo de permanência no cargo e sua forma de atuação.

Construa estratégias. A ancestralidade nos ensinou. Sobrevivemos e chegamos até aqui. Serão critérios de decisão dos sapos que serão engolidos e dos que serão cuspidos.

Escute sua intuição. Ela é sua melhor conselheira para lidar com decisões complexas que serão demandadas várias vezes por semana ou por dia.

Liderança é o lugar das decisões difíceis e vértice das intrigas. Essa agrava a dificuldade daquela. Desmobilize as intrigas para decidir bem. As posições de poder já exigem demais de nossa mente e corpo. Um ambiente de trabalho mais leve ameniza a pressão.

Em caso de erro, não se culpe. A culpa é um grilhão que nos aprisiona. Se puder consertar, recalcule a rota e corrija. Se não puder, vire a página e prossiga.

Monte uma equipe diversa. A riqueza da vivência e do olhar de pessoas negras, indígenas, com deficiência, trans, de gerações diferentes, de locais diferentes, é algo que se reflete no trabalho. O resultado é surpreendente. A administração pública é um sistema. Cada um tem uma função, mas só funciona junto. As habilidades são individuais, mas os indivíduos são interdependentes. É trabalho coletivo. A multiplicidade transforma trabalhos simples e burocráticos em algo rico e potente. Em ambiente de recursos escassos, a criatividade da coletividade é um ativo.

No gabinete e cargos de chefia, cerque-se de pessoas generosas e leais. Que possam dividir a carga de trabalho, a pressão e as angústias. Serão seu filtro e blindagem em momentos de fragilidade.

E por falar em fragilidade… não demonstre em público. Nos momentos ruins, recolha-se. Até ficar bem. Se estamos sempre no alvo, não temos por que facilitar.

Nossas crianças precisam ser bem-vindas nos espaços por onde circulamos.

Família, amigos e casa são nosso refúgio. O lugar do retorno, do colo, do abraço e do afago.

Cuide-se. Mantenha rotina de exercícios físicos, bem-estar e bem viver. Saúde integral (física, mental e sexual) tem que estar em dia. Coma bem, beba água e durma!

Não se curve às pressões e padrões estéticos. Seu corpo-território é político. Sua estética também. Você já é referência e inspiração para as próximas gerações.

Somos únicas e diversas. Do seu jeito, só você vai fazer. Deixe seu legado.

Lembre-se: nada mais identitário do que a branquitude questionando, criticando ou buscando evitar não brancos em espaços de poder, na defesa de seus próprios privilégios. Não aceite ser pautada. Sigamos buscando e ocupando o que é nosso por direito e nos foi usurpado. Axé!

Segundo Grammy, Liniker, IZA, Luedji Luna e Ludmilla são artistas brasileiras em ascensão global

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Foto: Reprodução

Na última terça-feira (30), o Grammy Awards, uma das maiores premiações da indústria musical, publicou um artigo indicando Liniker, IZA, Luedji Luna e Ludmilla como artistas femininas brasileiras em ascensão global. Além delas, Marina Sena e Duda Beat também foram apontadas em ascensão.

Intitulado “Love Anitta? Check Out These 6 Brazilian Female Artists Rising To Global Stardom” (“Ama a Anitta? Conheça essas 6 artistas femininas brasileiras em ascensão global”, em tradução livre) o artigo comenta que a música brasileira está conquistando a indústria musical global e não vai demorar muito para isso acontecer. Em 2022, o Brasil entrou para o Top 10 Music Markets, único país da américa latina, e com virais do Tik Tok hits brasileiros estão quebrando barreiras.

Na última edição do Grammy, a cantora Anitta foi indicada ao prêmio de Melhor Artista Revelação, foi a primeira artista brasileira em quase 50 anos a ser indicada na categoria, e com isso acabou deixando o Brasil em evidência novamente. Segundo o artigo, Liniker, IZA, Luedji Luna e Ludmilla estão próximas dessa ascensão internacional – e quem sabe um Grammy.

Veja o que o Grammy falou de cada uma:

Liniker – “Com uma voz profunda e retumbante, ela cria peças exuberantes que exploram soul, jazz, samba, bossa nova e muito mais – tudo sublinhado por uma celebração da música negra como um todo. E mesmo com apenas um álbum, Liniker já fez história: seu trabalho de estreia, Índigo Borboleta Anil, ganhou o prêmio de Melhor Álbum de MPB no Latin GRAMMY de 2022, tornando-a a primeira artista abertamente trans a ganhar um Latin GRAMMY.”

Foto: Divulgação

IZA – “A própria diva do R&B brasileiro, IZA passou de gravar covers do YouTube em 2014 para liderar as paradas do país três anos depois. Seu álbum de estreia Dona de Mim foi indicado para Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa no Latin GRAMMY Awards 2018, sugerindo seu potencial como um futuro ícone de uma geração.”

Foto: GettyImages

Ludmilla – “Se tem uma coisa que Ludmilla se empenha em apresentar é o empoderamento feminino. A carioca – também conhecida como carioca – tem um timbre adocicado e atrevido que ela usa em hinos autoconfiantes como “Cheguei” e “Só Hoje”. Suas letras colocam as mulheres como agentes em vez de objetos, subvertendo um gênero que muitas vezes é dominado pelos homens; como uma mulher abertamente bissexual, Ludmilla também desempenha um papel importante na representação dos brasileiros queer por meio de suas canções e videoclipes.”

Em 2022, Ludmilla ganhou o prêmio de Melhor Álbum de Samba/Pagode Latin Grammy Awards com o Numanice 2.

Foto:GettyImages

Luedji Luna – “Outra voz emocionante cantando sobre a representação afro-brasileira é Luedji Luna. Nascida em Salvador, Bahia, filha de pais politicamente ativos, esta cantora mundialmente aclamada sabe que o amor é uma força primordial para a mudança.”

Em 2018, foi indicada a Melhor Álbum MPB no Latin Grammy, com Bom Mesmo É Estar D’Água. 

Foto: Divulgação

Jonathan Majors e o complexo de Will Smith

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Foto: Jemal Countess/Getty Images ; AMPRAS.

Texto de Anderson Shon, Professor, Escritor e Poeta.

Casey Afleck ganhou um Oscar sendo acusado de assédio sexual, o mesmo já assumiu a culpa e se responsabilizou pelo comportamento inaceitável. Tarantino defendeu Polanski dizendo que o mesmo não era um estuprador – Roman Polanski foi condenado por violentar sexualmente uma criança de 13 anos – e se omitiu diante dos casos de abuso de sexual de Harvey Weinstein, nada disso arranhou sua imagem de diretor consagrado. Liam Neeson já disse que saiu por uma semana com um taco de beisebol na mão buscandoque um “negro desgraçado” que procurasse briga com ele. O que esses atores têm em comum? Todos eles continuam suas carreiras, não tiveram contrato nenhum cancelado e a internet nem lembra bem dessas histórias… ahhhh, eles são brancos. Agora podemos começar a falar sobre Jonathan Majors.

Se você curte cinema e acompanha os canais que fazem resenhas regulares sobre obras da cultura pop, então você sabe quem é Jonathan Majors. Seu mais novo papel foi em ‘Creed III’, antagonizando a sequência que agora, além de protagonizada, é dirigida por Michael B. Jordan. Sua ascensão veio com a série ‘LoveCraft Country‘, mas seu rosto ficou mais reconhecível a partir do pronunciamento de que ele seria o “novo Thanos”, a nova ameaça do Universo Cinematográfico da Marvel. 

Foto: Marvel Studios.

Como Kang, Majors teve sua imagem gravada na mente dos nerds. Porém, uma acusação de violência contra uma mulher pode colocar tudo a perder. Acho que ainda não apontei algo muito importante, Jonathan Majors é negro, está despontando numa geração que vem acompanhada pelo próprio Michael B. Jordan, Donald Gloover, Daniel Kaluuya, Bryan Tyree Henry, Lakeith Stanfield… Ou seja, atores negros de qualidade estão conseguindo papéis interessantes, não estão mais só representando escravizados ou tendo seus corpos sexualizados gratuitamente, são passos curtos, mas algo está mudando… será? A acusação e a repercussão da notícia me leva a crer que está nascendo um novo Will Smith. E isso poderia ser ótimo, se fosse pelo lado positivo, mas não é.

Serei breve te contextualizando… (nos episódios anteriores) Will Smith subiu no palco do Oscarr e deu um tapa em Chris Rock após o mesmo fazer um comentário desagradável sobre Jada Pinkett- Smith. Após feito, Will perdeu contratos de trabalho e sofreu uma punição severa da academia. A mesma já admitiu ter sido muito rígida, mas não ficou muito claro o motivo dessa tal rigidez. Essa mesma academia não foi tão rígida com Casey Afleck e nem um pouco rígida com Tarantino. Majors teve sua participação no comercial do exército retirada por conta do ocorrido, ele ainda é um acusado, sua advogada jura inocência, mas já está vendo que sua jornada será mais difícil a partir de agora. Casey continuou contracenando com atores como Chris Pine, Eric Bana, Tarantino chamou a atenção da imprensa inteira ao anunciar o enredo do seu décimo filme, mas Majors não aparecerá na propaganda incentivando jovens para entrar no exército. Não são dois pesos e duas medidas, são medidas fora de qualquer peso.

Will Smith e Chris Rock no Oscar. Foto: Reprodução / AMPAS.

Para que fique bem nítido, eu não estou defendendo que pessoas negras que cometem crimes sejam inocentadas. O que estou provando com fatos, é que negros só tem uma chance de errar, enquanto pessoas brancas erram e aquilo não arranha a imagem delas. O mercado cultural aceita que pessoas brancas utilizem o “quem nunca errou que atire a primeira pedra” e pessoas negras parecem constantemente apedrejadas. Majors precisa pagar pelo seu crime – caso seja condenado -, assim como Casey deveria ter pagado, assim como Tarantino e Liam Neeson precisariam dar explicações sobre suas posições. Não irá me surpreender se Majors for substituído no papel de Kang numa suposta espera para que “tudo seja resolvido”. E quando o racismo estrutural será resolvido? Podemos esperar por isso também?

O ator Tim Nicolai escreveu uma sequência de tweets que começa com: “Vou apenas dizer isso sobre Jonathan Majors: o pessoal de Yale e a comunidade mais ampla de Nova York o conhecem há anos. Ele é um sociopata e abusador e é assim que praticamente todo mundo fala dele. É uma pena que tenha demorado tanto para ser denunciado.”… Lembrando… Jonathan Majors foi acusado e não condenado, logo é irresponsável uma declaração como essa. O próprio Tim contracenou com Dylan McDermott, ator acusado em 2017 por ter cometido assédio sexual em 1991. Tim Nicolai não pareceu se incomodar com isso. Tim e Dylan são homens brancos. Majors é um homem negro.

Nos resta esperar o que as investigações irão apontar desse caso. Algumas informações já surgiram e a advogada de Jonathan afirmou que há um vídeo que pode provar a inocência do mesmo, além de alguns registros indicarem que ele tentou chamar a polícia temendo o comportamento da namorada e uma suposta declaração da mesma desmentindo o ocorrido. Pra mim é muito triste ver um preto em ascensão estar numa situação como essa, mas é mais triste ainda saber que homens – e não estou falando do Jonathan, pois no caso dele faltam provas cabais – se sentem à vontade em bater em mulheres e que todo dia tenhamos que conviver com feminicídio e violência de gênero. Independente da veracidade desse caso, sabemos que mulheres agredidas é um fato, uma realidade e não podemos tirar isso da equação. Nos resta continuar na luta para um mundo com menos violência, menos preconceito, menos dedos apontados. Talvez isso exista em algum multiverso… talvez. #WakandaForever

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