Home Blog Page 5

‘Se ponha no seu lugar’: Ministras negras enfrentam machismo e racismo no exercício do poder

0

As ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), duas mulheres negras em posições de destaque no governo Lula, são alvos de ataques machistas e racistas sofridos durante exercício de suas funções. Nesta terça-feira (27), Marina reagiu a ofensas em audiência no Senado, enquanto Macaé contou em um evento que sofre ataques cotidianos nas redes sociais. Os casos, que não são uma novidade na política, mostram o desrespeito das instituições e do público com as mulheres e, sobretudo, com mulheres negras que estão na luta por causas fundamentais para a vida em sociedade.

“Se ponha no seu lugar”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO), à Marina Silva enquanto a ministra tentava defender seu ponto de vista durante a discussão na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre pavimentação na Amazônia. Alvo de provocações e interrupções, ela também teve o microfone desligado pelo senador, que também era presidente do colegiado. Já Macaé Evaristo falou sobre violência online no Power Trip Summit, em Salvador: “Recebo xingamentos todos os dias, desde ‘é terrível olhar para mim’ até ofensas ao meu corpo, cabelo e sorriso”, disse.

Os recentes acontecimentos, que não são casos isolados, trazem de volta às reflexões de Lélia Gonzalez sobre como a mulher negra é vista na sociedade brasileira. No livro Por um Feminismo Afro-Latino-Americano, que reúne diálogos e reflexões da intelectual, ela lembra como a opressão racista confina mulheres negras a estereótipos degradantes, mostrando que o racismo e o sexismo as colocam no “nível mais alto de opressão”. À exemplo das violências que sofrem nossas ministras, quando são silenciadas e subestimadas, não por sua trajetória política, mas porque há um incômodo em ver suas imagens negras, politizadas e insubordinadas ocupando lugares de autoridade.

“A dimensão racial nos impõe uma inferiorização ainda maior”, diz Lélia no livro, mas aqui sabemos que é necessário resistir, como sempre resistimos em nome de nossa existência. Marina incomodou ao resistir: “Eles gostariam que eu fosse uma mulher submissa. E eu não sou”, disse ela em entrevista após o episódio da última terça-feira.

Enquanto Macaé Evaristo destacou a resistência de mulheres negras no poder: “Nosso país é racista, machista e patriarcal. Precisamos construir uma irmandade para nos proteger”.

No livro “Discursos de ódio contra negros nas redes sociais”, escrito pela jornalista Luciana Barreto, ela mostra que mulheres negras são as maiores vítimas dos discursos de ódio na internet. “Uso no livro uma pesquisa do professor Luiz Valério Trindade que mostra que 81% dos discursos de ódio racistas são direcionados às mulheres negras com características semelhantes a minha: profissional com curso superior, cabelo crespo etc”, afirmou em entrevista ao Mundo Negro. Ela ainda completa:” Tem uma intencionalidade muito evidente quando analisamos estes casos: o hater quer minar o emocional, quer atingir e distrair a vítima. De certa maneira, o hater quer “eliminar” a vítima daquele espaço, daquele local que ele julga não pertencer a ela. Brinco quando falo sobre isso: “não vou dar este gostinho ao hater”.

Nós sabemos que resistir pode ser muito difícil, mas isso para nós, mulheres negras é a garantia da nossa sobrevivência.

‘Olhos de Wakanda’: série animada do Disney+ ganha imagens inéditas e diretor revela detalhes da trama

0
Crédito:Marvel Animation

Prevista para estrear em agosto no Disney+, ‘Olhos de Wakanda’, a nova série animada da Marvel Studios que promete mergulhar na história da nação fictícia de Wakanda a partir da perspectiva de diferentes guerreiros ao longo dos séculos, ganhou imagens inéditas nesta semana.

A ideia original da série surgiu do artista de storyboard Todd Harris, que também atua como showrunner e diretor da animação. Fã de quadrinhos desde a infância e estudante de História, Harris buscou unir suas duas paixões, explorando o que chama de “a interconectividade da Marvel com a interconectividade da história, juntamente com a interconectividade da história humana”, disse em entrevista ao Entertainment Weekly. “Eles me deixaram enlouquecer”, brincou.

“Gostei muito da ideia da visão de cada um sobre a história”, disse o diretor. “A história começa no final da Idade do Bronze Ocidental, e essa faísca dá início a uma gigantesca história de espionagem que reverbera através do tempo… Você tem um James Bond com a qualidade de Wakanda, e às vezes uma Jane Bond, com o pano de fundo de toda a grandiosidade que é Wakanda”, explica Harris.

Crédito: Marvel Animation

Entre os principais elementos da trama estão os Hatut Zaraze, traduzidos como “Cães de Guerra”, uma força de elite wakandana semelhante à CIA. Eles são responsáveis por localizar e recuperar artefatos de Vibranium que caíram em mãos erradas. “Quando um incidente desencadeia a liberação de algumas dessas coisas na natureza, eles precisam, em segredo, garantir que elas não se transformem em um problema maior. Vimos o que aconteceu quando um disco caiu nas mãos de um Super Soldado — mudou o curso do mundo”, revelou.

A atriz e cantora Anika Noni Rose, famosa por dublar Tiana em ‘A Princesa e o Sapo’, participa da produção. Harris destaca que sua personagem desempenha um papel central na narrativa. “Ela é uma das personagens com as quais eu mais quero um brinquedo. Ela chegou como um arcanjo e simplesmente arrasou”, comentou.

Outro destaque do elenco é Steve Toussaint, conhecido por seu papel em ‘A Casa do Dragão’. Ele interpreta um agente veterano, descrito por Harris como um personagem autoritário, mas com profundidade emocional. “Ele interpreta um agente cansado, cansado por todos os motivos certos. Ele acredita no seu trabalho, está aqui pela família e é muito dedicado à causa, mas às vezes os princípios superam o dever. [Toussaint] é muito bom em encontrar o equilíbrio entre o duro e o mole”.

Crédito: Marvel Animation

O elenco de vozes também inclui Cress Williams (Raio Negro), que interpreta um personagem chamado Leão, e Winnie Harlow (America’s Next Top Model), que dá voz a Noni. Outros nomes confirmados são Patricia Belcher, Larry Herron, Adam Gold, Lynn Whitfield, Jacques Colimon, Jona Xiao, Isaac Robinson-Smith, Gary Anthony Williams e Zeke Alton.

‘Olhos de Wakanda’ será estruturada como uma antologia. Cada episódio abordará um período diferente da história do país, mas todos estarão conectados por uma narrativa contínua. A proposta é mostrar como Wakanda evoluiu ao longo dos séculos e quais valores sustentam sua estabilidade como nação.

Segundo Harris, o foco da série não está apenas em ancestrais de personagens já conhecidos do universo Marvel, mas em discutir os princípios que moldam a sociedade wakandana. “Que tipo de princípios sólidos os mantêm no caminho certo, nesse equilíbrio que é tão difícil para todos os seres vivos?”, pontua.

Crédito: Marvel Animation

Além dos personagens wakandanos, a série trará figuras de outras culturas e regiões, como revelado anteriormente na D23 Expo. Entre elas, destaca-se a presença do personagem Punho de Ferro e uma guerreira inspirada em uma donzela escudeira viking.

Para Harris, a diversidade cultural da série reforça a ideia de que a história da humanidade é mais conectada do que parece. “Há algumas surpresas, porque parte da oportunidade aqui é espalhar pequenos pedaços da história e dizer: ‘Eu não sabia que isso tinha acontecido’. Parte disso é colocar um espelho diante de algumas teorias históricas, alguns fatos históricos e alguns preconceitos históricos.”

‘Cozinhando Histórias’: espetáculo idealizado pela chef Deni Correa celebra a gastronomia e a cultura quilombola

0
Chef Deni Correa (Foto: Rosano Mauro Jr.)

O espetáculo “Cozinhando Histórias”, idealizado pela chef de cozinha e griot Deni Correa, será apresentado nos dias 20 e 21 de junho, às 10h e 16h, no Centro Cultural Casa de Vó, em Chapada dos Guimarães (MT). A proposta une culinária, contação de histórias e música em uma experiência cênica e sensorial que celebra os saberes da comunidade preta local, com ênfase nos descendentes do Quilombo Lagoinha de Baixo.

Filha de Vó Chica — parteira e benzedeira falecida aos 108 anos e reconhecida como patrimônio imaterial de Mato Grosso — Deni Correa transforma receitas, memórias e histórias em dramaturgia. A ideia é criar conexões entre o público e as tradições afro-brasileiras por meio da comida, da palavra e da ancestralidade.

As artistas chapadenses Paula Biul e Jenifer Costa assinam a dramaturgia e atuam como contadoras de histórias. Amigas desde a infância, as duas iniciaram suas trajetórias artísticas lado a lado e agora se reencontram no palco com esse projeto, reafirmando os laços entre irmandade, memória coletiva e arte preta.

O processo de criação durou seis meses e envolveu pesquisa, laboratórios e ensaios, culminando em quatro apresentações gratuitas que combinam contação de histórias, cozinha ao vivo e música. Todas as sessões acontecem no Centro Cultural Casa de Vó.

Todo o espetáculo contará com tradução simultânea em Libras, realizada pelas próprias contadoras de histórias. Os ingressos gratuitos estarão disponíveis a partir do dia 10 de junho na plataforma Sympla. Mais informações podem ser acompanhadas pelos perfis no Instagram: @denicorrea_ e @casadevocentrocultural.

Além do espetáculo, o projeto também realiza a oficina “Cozinhando Sonhos”, voltada para estudantes, educadores e profissionais da educação. Inspirada na tradição dos griots africanos, a atividade propõe reflexões sobre letramento racial, valorização da oralidade e práticas pedagógicas antirracistas. A oficina será realizada em uma escola da periferia de Chapada dos Guimarães e oferecerá 20 vagas, com prioridade para pessoas pretas, LGBTQIAPN+ e PCDs.

Toda a trajetória será registrada no documentário “Cozinhando Histórias, Panela Preta”, que acompanha os bastidores do projeto e os relatos coletados ao longo das ações, ampliando a preservação e a visibilidade da cultura alimentar e afetiva da comunidade preta local.

O projeto “Cozinhando Histórias” foi contemplado pelo edital “Identidades”, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel).

Empresa organizadora dos festivais Rock in Rio e The Town é incluída na “lista suja” por trabalho escravo

0
Foto: Hermes de Paula/Agencia O Globo

A Rock World, empresa responsável pela organização dos festivais Rock in Rio e The Town, foi incluída na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego, que reúne empregadores responsabilizados por submeterem trabalhadores a condições análogas à escravidão.

A inclusão ocorre após a conclusão de processo administrativo aberto a partir de uma operação realizada em setembro de 2023 por auditores da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, com apoio do Ministério Público do Trabalho. Na ocasião, 14 pessoas foram resgatadas em condições degradantes durante a montagem do Rock in Rio.

Segundo os fiscais, os trabalhadores — contratados por meio da empresa terceirizada FBC Backstage Eventos — eram submetidos a jornadas exaustivas, chegando a trabalhar 21 horas seguidas e dormir apenas três. Dormiam no chão, sobre papelões, usavam mochilas como travesseiros e tinham acesso precário a banheiros e alimentação. Parte das mulheres tomava banho com caneca no banheiro feminino, sem porta com maçaneta, para impedir a entrada de homens.

Foto: MTE

Os resgatados atuavam na carga e descarga de equipamentos, montagem de estruturas e limpeza. Receberiam diárias entre R$ 90 e R$ 150, mas parte dos valores não foi paga.

Auditores lavraram 21 autos de infração contra a FBC Backstage e 11 contra a Rock World, que foi responsabilizada por não fiscalizar adequadamente as condições oferecidas pela contratada, como exige a legislação trabalhista.

A chamada “lista suja” não prevê punições diretas, mas é usada por bancos e empresas para avaliação de risco. Por isso, é considerada referência internacional no combate ao trabalho escravo contemporâneo pelas Nações Unidas.

Em nota enviada ao UOL, a Rock World afirmou repudiar “as acusações de trabalho análogo à escravidão e qualquer forma de trabalho que desrespeite a dignidade do trabalhador e a legislação vigente”. Alega ainda que os problemas foram causados exclusivamente pela terceirizada, já incluída na lista em abril, e que teria tomado providências assim que soube do caso.

A empresa também afirmou colaborar com as autoridades e reforçou que, em mais de 40 anos de atuação, sempre zelou por padrões rigorosos de contratação, gerando “impacto positivo na economia” e cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

Essa não é a primeira ocorrência de trabalho análogo ao escravo em festivais organizados pela Rock World. Em 2013, 93 trabalhadores foram resgatados no Rock in Rio em ação envolvendo o Bob’s, que usava mão de obra terceirizada em condições precárias para vender bebidas. Dois anos depois, 17 pessoas que vendiam batatas fritas também foram resgatadas em situação semelhante, com dívidas superiores ao que recebiam.

Na época, a organização do Rock in Rio afirmou que a contratação de funcionários era de responsabilidade dos operadores de alimentos e que tomava providências ao ser notificada.

Designer quilombola da Bahia leva coleção inspirada em ancestralidade para passarela em Moçambique

0
Foto: Jorge Garcia

O artista e designer Dih Morais, criador da marca homônima que une referências da cultura afro-brasileira a técnicas artesanais, se prepara agora sua estreia internacional no Fancy Africa 2025, evento que ocorrerá de 22 a 27 de setembro deste ano, em Maputo, Moçambique. Natural do Quilombo Barro Preto, em Jequié (BA), ele organizou uma campanha de financiamento coletivo para ajudá-lo a pagar os custos da viagem.

O convite surgiu após o sucesso de seu desfile autoral na Brasil Eco Fashion Week no ano passado, onde apresentou a coleção “Quilombo Barro Preto”. A proposta, que mistura moda e arte decorativa com elementos das religiões de matriz africana, chamou a atenção de curadores do evento africano, que tem como tema central a filosofia Ubuntu – “Eu sou porque nós somos”.

Foto: Marcelo Soubhia / Agência Fotosite

Para custear a viagem e a produção necessária, Morais iniciou uma campanha de financiamento coletivo. Em suas redes sociais, ele reforça o significado simbólico da participação: “Levar nossa coleção para Moçambique é contar nossa própria história a partir de nossas raízes”, escreveu. O link da vaquinha, que busca arrecadar recursos para passagens, hospedagem e logística, está disponível em:https://www.vakinha.com.br/vaquinha/dih-morais-em-mocambique.

A marca Dih Morais Brand, criada em 2016, tornou-se um espaço de afirmação identitária, valorizando saberes tradicionais e o trabalho de mãos negras. “Queremos inspirar outros jovens de quilombos e periferias a verem que seus sonhos são possíveis”, afirmou o designer.

Exposição dos Racionais MC’s no Museu das Favelas é prorrogada até agosto

0
Foto: Jef Delgado

A exposição “Racionais MC’s: O Quinto Elemento”, no Museu das Favelas, em São Paulo, será prorrogada até 31 de agosto de 2025. Com curadoria de Eliane Dias, a mostra, em cartaz desde dezembro, já recebeu mais de 80 mil visitantes e foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) na categoria Música Popular – Projeto Especial, além de eleita melhor exposição pelo Portal Pepper.

A mostra, que celebra a trajetória do grupo formado por Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, tem co-curadoria de Jairo Malta, o rapper Vitinho RB e André Caramante. No próximo 30 de maio, o museu lançará um minidocumentário inédito em seu canal no YouTube, com depoimentos dos integrantes, imagens de arquivo e registros da exposição.

A exposição oferece uma experiência imersiva, dividida em eixos temáticos que exploram a trajetória do grupo por meio de instalações luminosas e simbologias que destacam valores como união, lealdade e coragem – conceitos que remetem ao “quinto elemento”, representado na cultura hip hop como a consciência transformadora.

“Mais de 87 mil pessoas já passaram por aqui, e, em apenas seis meses, a mostra foi premiada duas vezes, o que só reforça o quanto essa história precisa – e quer – continuar sendo contada”, afirma Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas. Ela destaca a importância da parceria com Eliane Dias e a Boogie Naipe, produtora estratégica do projeto.

Serviço

Exposição “Racionais MC’s: O Quinto Elemento”
📍 Local: Museu das Favelas – Largo Páteo do Colégio, 148, Centro Histórico (SP)
📅 Data: Até 31/08/2025
Horário: Terça a domingo, das 10h às 17h (permanência até 18h)
🎟️ Entrada gratuita, com retirada de ingresso antecipado no site ou na recepção (sujeito a disponibilidade)

Taís Araujo viverá Elza Soares em cinebiografia produzida por Fernando Meirelles

0
Foto: Tata Barreto

Taís Araujo foi confirmada como protagonista da cinebiografia de Elza Soares, uma das maiores vozes da música brasileira. O longa será produzido pela O2 Filmes, do cineasta Fernando Meirelles, e as gravações devem começar no segundo semestre de 2026, segundo informações da revista norte-americana Variety.

O roteiro é assinado por Patrícia Andrade, conhecida por “Dois Filhos de Francisco”, e Viviane Pistache. O projeto marca o retorno de Taís ao papel da cantora —ela já havia interpretado Elza no filme “Garrincha – Estrela Solitária” (2003), que abordava o relacionamento turbulento entre o jogador e a artista.

A escolha da atriz teve um aval especial: o da própria Elza. Em 2020, dois anos antes de sua morte, a cantora publicou um texto nas redes sociais direcionado a Taís, celebrando a parceria e destacando a semelhança entre as duas. “Você fará Elza nos cinemas. Que honra minha por te assistir vivendo a minha história e fazendo parte da sua”, escreveu. “Às vezes eu me pego te olhando, sem saber se sou eu ou você.”

A relação entre Elza e Taís sempre foi marcada por afeto e admiração mútua. “Se não temos o mesmo sangue, somos feitas da mesma energia”, declarou a cantora no mesmo post, reforçando a identificação com a atriz.

A cinebiografia ainda não tem título definido, mas é um dos projetos mais aguardados da O2 Filmes. A expectativa é que o filme explore não só a trajetória artística de Elza, mas também seus enfrentamentos sociais e pessoais, como racismo, pobreza e violência de gênero —temas que atravessaram sua vida e obra.

Elza Soares morreu em janeiro de 2022, aos 91 anos, deixando um legado inquestionável para a cultura brasileira.

Janet Jackson é coroada ícone no AMA após show que marcou retorno à TV depois de 7 anos

0
Foto: Ethan Miller/Getty Images

A lenda da música Janet Jackson voltou a se apresentar na televisão pela primeira vez em sete anos no American Music Awards (AMA) 2025, realizado na segunda-feira (26). A cantora, integrante do Hall da Fama do Rock and Roll, que completou 59 anos no início de maio, apresentou seus clássicos “Someone to Call My Lover” e “All For You” no Fontainebleau Las Vegas, diante de uma plateia repleta de celebridades, antes de receber o prêmio Ícone do Show.

“Estou muito honrada. Estou muito grata”, disse Janet Jackson ao aceitar a honraria, já concedida a nomes como Rihanna, em 2013, e Lionel Richie, em 2022. “Não quero desrespeitar ninguém, mas não me considero um ícone. Minha família, eu mesma, nosso sonho nunca foi sermos famosos. Sempre tivemos um amor especial por música, dança e canto. A fama veio como resultado de muito trabalho e dedicação”, afirmou. “Minha história, a história da minha família, é verdadeiramente uma história americana. […] A única coisa que espero é ter sido uma inspiração para outros artistas seguirem seus sonhos”, afirmou em discurso.

Com 11 AMAs e cinco Grammys, a cantora domina as paradas musicais dos Estados Unidos há décadas. Caçula dos dez filhos da família Jackson, ela iniciou a carreira ao lado dos irmãos, incluindo o falecido Michael Jackson. Seu álbum “Rhythm Nation 1814” (1989) segue como o único a emplacar sete músicas no Top 5 da Billboard Hot 100. Sua carreira, porém, foi marcada pelo polêmico episódio no intervalo do Super Bowl de 2004, quando seu seio foi exposto por Justin Timberlake. Ela foi alvo de críticas, enquanto Timberlake — que só se desculpou publicamente em 2021 — foi poupado inicialmente.

“Someone to Call My Lover” (2001), do álbum “All For You”, recentemente reentrou na Billboard 100 após viralizar no TikTok. A artista, que tem hits como “That’s the Way Love Goes” e “Together Again”, entrou no Hall da Fama em 2019 — para muitos, uma honra tardia.

Em dezembro de 2024, Jackson iniciou uma residência artística no Resorts World Theatre, em Las Vegas, com três shows adicionais previstos para esta semana.

Homem é preso por agressão e ofensas racistas em partida de futebol no Ibirapuera

0
Foto: Reprodução

Um homem de 24 anos foi preso e indiciado no último sábado (24) por agredir e proferir xingamentos racistas contra três pessoas durante uma partida de futebol no Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado.

O caso foi registrado no 26º Distrito Policial (Vila Mariana) como preconceito de raça ou cor, injúria, ameaça e lesão corporal. Segundo uma das vítimas, o homem iniciou as ofensas após uma desavença no jogo e chegou a agredir fisicamente um dos presentes. Ele foi contido pela segurança privada do parque até a chegada da Polícia Militar.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que o acusado é levado pela polícia, enquanto pessoas ao redor gritam “racista”. Em uma publicação no X (antigo Twitter), uma usuária relatou: “A galera meteu uma surra em um racista no parque do Ibirapuera. A polícia demorou horas para chegar, mas o infeliz foi preso”. No entanto, não há confirmação oficial de que o homem tenha sido linchado.

Crime de racismo: inafiançável e imprescritível

O crime de racismo está previsto na Lei nº 7.716/1989, que abrange discriminação baseada em raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena no Brasil varia de um a cinco anos de prisão, além de multa, e é considerada inafiançável e imprescritível pela Constituição — ou seja, o acusado não pode responder em liberdade mediante pagamento de fiança, e o processo não tem prazo para prescrever.

A SSP informou que o homem já foi indiciado. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) foi contactado para detalhar os próximos passos do caso, mas ainda não se pronunciou.

Lizzo explica por que não revela quantos quilos perdeu: “Ainda querem fazer bullying disfarçado de preocupação”

0
Foto: Lizzo

Durante entrevista ao jornalista Jason Lee, a cantora Lizzo falou abertamente sobre as especulações em torno de sua perda de peso e explicou por que decidiu manter esse número em segredo.

“Já vi muitos vídeos no TikTok dizendo que perdi 227 quilos. Mas eu nunca pesei isso”, afirmou. Lizzo deixa claro que essa narrativa foi criada sem qualquer base real. “As pessoas estão colocando números em mim”, completou, mostrando seu incômodo com os julgamentos sobre seu corpo.

Segundo ela, existe uma pressão social para que pessoas gordas compartilhem seus dados como prova de disciplina ou superação. “Fico em dúvida se devo revelar o número para encerrar o assunto ou manter o mistério”, disse Lizzo. Ainda assim, ela escolhe o silêncio como forma de preservar sua autonomia. “Acho que as pessoas gostam de fazer bullying com gordos. É a única forma de bullying ainda socialmente aceitável.”

Em outro momento da entrevista, Lizzo relembra episódios de violência estética que sofreu mesmo dentro da indústria da música. “Já fui chamada de Rasputia tantas vezes. Inclusive no set de um videoclipe meu”, contou, referindo-se à personagem interpretada por Eddie Murphy no filme Norbit, famosa por estereotipar e ridicularizar corpos gordos. “Tive que segurar as lágrimas e seguir em frente.”

Para Lizzo, discursos disfarçados de preocupação com a saúde muitas vezes mascaram preconceito. “Quando dizem ‘você vai ter problemas de saúde’ ou ‘você escolheu o caminho mais fácil’, isso ainda é bullying. Só que com um verniz de empatia. No fim, é só violência com outra roupa.”

error: Content is protected !!