Salvador ganhou no último sábado (15) um novo marco no cenário da moda nacional: a primeira flagship da Dendezeiro, localizada no bairro do Rio Vermelho. A inauguração do espaço simboliza a consolidação da marca, fundada em 2019 por Hisan Silva e Pedro Batalha, e materializa uma identidade construída ao longo dos últimos anos, baseada em referências culturais brasileiras apresentadas de forma sofisticada e contemporânea.
O evento de abertura reuniu uma comunidade que acompanha a marca desde seu início, além de nomes como Lucas Pizane, Yan Cloud e Neyzona, que reforçam o diálogo da Dendezeiro com a arte, a moda e a cultura. Para os fundadores, a flagship representa um avanço significativo na trajetória da marca: “A Dendezeiro sempre teve o propósito de contar histórias por meio da moda. Ter um espaço físico nos permite ampliar esse diálogo e criar uma relação ainda mais próxima com quem se identifica com o que fazemos”, afirmaram Hisan Silva e Pedro Batalha.
Mais do que uma loja, o espaço foi concebido como um ponto de conexão entre moda, arte e identidade. O ambiente apresenta uma curadoria especial com coleções que marcaram a história da marca, além de peças exclusivas e a linha Dendezeiro Essentials. A proposta é oferecer uma experiência sensorial que aproxime o público do universo criativo da Dendezeiro.
Foto: Divulgação/Léo Cordeiro/Palmer Assessoria de Comunicação
A atriz e humorista Cacau Protásio anunciou que não desfilará como destaque na União da Ilha no Carnaval de 2025, escola de samba da Série Ouro do Rio de Janeiro. A decisão foi divulgada por meio de um comunicado oficial de sua assessoria de imprensa, emitido nesta segunda-feira (17), que atribuiu o desligamento à falta de alinhamento entre a agremiação e a artista em relação à fantasia que ela usaria no desfile. A artista afirma que não recebeu croqui da fantasia e que não teve retorno da escola.
De acordo com o comunicado, a União da Ilha não enviou o croqui da fantasia à atriz, apesar de inúmeras tentativas de contato feitas por ela e sua equipe. “A decisão deve-se à falta de alinhamento por parte da escola em relação à sua fantasia, cujo croqui jamais lhe foi enviado. Apesar de inúmeras tentativas de contato, tanto pessoalmente quanto por meio de sua equipe de comunicação, não houve qualquer retorno efetivo para solucionar a questão”, diz o texto.
Cacau Protásio, que sempre custeou integralmente sua indumentária, desde a aquisição dos materiais até a confecção, afirmou que, sem a orientação da escola e diante do curto prazo disponível, tornou-se inviável sua participação no desfile. “Este não é um adeus, mas um até breve”, ressaltou a humorista no comunicado, que declarou seguir torcendo pelo sucesso da agremiação.
A União da Ilha, que integra a Série Ouro do Carnaval carioca, fará uma homenagem à bailarina Marietta Baderna, figura notória do século 19 conhecida por unir a cultura erudita às danças populares do Rio de Janeiro. Enquanto isso, Cacau Protásio segue como musa da escola de samba Salgueiro, do Grupo Especial.
União da Ilha ainda não se pronunciou sobre o caso.
Confira a nota na íntegra:
“É com pesar que a atriz e humorista Cacau Protásio, por meio de sua assessoria de imprensa, vem a público informar que não participará do desfile da União da Ilha neste Carnaval de 2025. A decisão deve-se à falta de alinhamento por parte da escola em relação à sua fantasia, cujo croqui jamais lhe foi enviado. Apesar de inúmeras tentativas de contato, tanto pessoalmente quanto por meio de sua equipe de comunicação, não houve qualquer retorno efetivo para solucionar a questão. Importante destacar que Cacau Protásio sempre custeou integralmente sua indumentária, desde a aquisição dos materiais até a confecção. No entanto, sem a devida orientação da agremiação e diante do curto prazo disponível, tornou-se inviável viabilizar sua participação no desfile.
Ainda assim, este não é um adeus, mas um até breve. Cacau Protásio leva a União da Ilha no coração e segue na torcida pelo sucesso da agremiação e de toda a comunidade, desejando que a escola faça um belíssimo desfile e conquiste o lugar de destaque que merece no Grupo Especial.“
Após passar 55 dias internada e uma cirurgia de 21 horas para a retirada de tumores, a cantora Preta Gil recebeu alta hospitalar na última terça-feira (11) e concedeu uma entrevista à jornalista Maju Coutinho, do Fantástico, em sua casa em São Paulo. Durante o encontro, a artista detalhou os desafios da recuperação e revelou os preparativos para uma nova etapa do tratamento contra o câncer, que inclui uma viagem aos Estados Unidos.
Preta Gil passou por uma cirurgia complexa em dezembro de 2023, quando médicos removeram seis novos focos de tumores: quatro no peritônio (membrana que reveste o aparelho digestivo) e dois no sistema linfático. Ela teve parte do aparelho digestivo e do sistema linfático foi retirada, e houve a reconstrução de um ureter e de parte da bexiga. A artista revelou que, após a cirurgia, ficou três dias em coma induzido e precisou de transfusões de sangue para combater uma anemia e agora utiliza uma bolsa de colostomia de forma definitiva: “Eu sou grata à bolsa, a essa tecnologia, a essa maravilha que é essa bolsa de colostomia. Se ela não existisse, talvez eu não estivesse aqui. Eu não ia conseguir operar”, afirmou.
A cantora revelou ainda que no mês de abril, viajará para Nova York para iniciar um tratamento experimental com medicamentos que estão em fase final de estudo. A decisão partiu de uma recomendação médica, e a Preta Gil se mostrou confiante nos resultados. “Lá eles estudam muito e tem muita verba para pesquisa. Por indicação dos meus médicos no Brasil, eu fui indicada para uma médica que é muito estudiosa e trabalha com drogas que estão em fase final de aprovação, de pesquisas, já foram testadas e estão prestes a serem aprovadas e são drogas que a médica americana acredita muito que possa me ajudar a me curar. Estou atrás da cura, de várias maneiras”, disse.
A médica oncologista Fernanda Capareli, do Hospital Sírio-Libanês, explicou que os tumores removidos em dezembro são do mesmo tipo identificado em janeiro de 2023, quando Preta foi diagnosticada com câncer no reto. Na época, ela passou por uma cirurgia e tratamentos de quimioterapia, mas a doença retornou no segundo semestre de 2023.
Recuperação e planos futuros Atualmente, Preta Gil segue em recuperação em casa, acompanhada por uma equipe médica que inclui enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas. Apesar de ainda se sentir fragilizada e com o corpo debilitado, a cantora mantém a determinação. “Eu tenho mil privilégios, eu sei que tenho, isso faz toda a diferença. Então eu não reclamo, não tenho como reclamar: ‘ah, mas você não sofre?’. Sofro, sofro muito”, refletiu.
Entre os planos para o futuro, Preta espera receber autorização médica para viajar a Salvador, onde pretende mergulhar no mar e comer acarajé, prato típico da região que já pediu por delivery durante a internação. “Eu comi acarajé no hospital. Pedi acarajé no delivery. Não chegou igual, mas matei um pouquinho da minha vontade”, brincou.
A cantora também destacou a importância do apoio familiar durante o processo. “Foi um período duro, muito duro, mas muito bonito. A nossa família se fortaleceu, se juntou ainda mais. O meu pai passou o Ano Novo comigo. Dormiu na caminha do hospital. Ele e a Flora, os dois apertadinhos”, relembrou.
Preta Gil segue firme na luta contra o câncer, com planos de retomar a rotina e celebrar a vida. “Tenho 50 anos. Ainda tenho muito que viver. Ainda tenho muito que amar”, finalizou.
O espetáculo biográfico “Djavan, O Musical: Vidas pra Contar”, que celebra a trajetória de um dos mestres da música brasileira e que tem estreia agendada para o dia 5 junho no Teatro Multiplan do VillageMall, no Rio de Janeiro, e para 9 de agosto no Teatro Sabesp Frei Caneca, em São Paulo, encerra nesta segunda-feira (17) as inscrições para atores que se interessam em interpretar o artista. A produção também abriu as inscrições para o restante do elenco, que podem ser feitas até 5 de março.
De acordo com informações divulgadas pelo perfil oficial do espetáculo no Instagram, a produção busca profissionais com registro DRT e habilidades em canto, interpretação e dança. Interessados no papel de protagonista devem enviar um vídeo cantando uma música de Djavan, com timbre de tenor ou barítono, e habilidade para tocar violão. O material deve ser enviado por meio de um formulário online disponível na bio do perfil oficial do musical no Instagram (@djavanomusical).
A produção, que conta com texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, também está recebendo até o dia 05 de março, inscrições de atores e atrizes que desejam integrar o elenco do musical. Os perfis procurados incluem: Atrizes negras e brancas, com aparência entre 25 e 45 anos e atores negros e brancos, com aparência entre 25 e 45 anos. O formulário para as inscrições também estão disponíveis no perfil da produção.
Os ingressos já estão à venda e a produção é uma realização da Turbilhão de Ideias, com idealização de Gustavo Nunes, texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, direção artística de João Fonseca, direção musical de Fernando Nunes e João Viana, e coreografias de Márcia Rubin.
Próximos passos As audições para o elenco serão realizadas no Rio de Janeiro, em datas ainda a serem divulgadas. A produção reforça a importância de os candidatos seguirem as instruções do edital e enviarem seus materiais dentro do prazo estabelecido. Para mais informações, os interessados podem acompanhar as atualizações no perfil oficial do musical no Instagram: @djavanomusical.
A novela ‘Volta Por Cima’, protagonizada pela atriz Jéssica Ellen e pelo ator Fabrício Boliveira, recentemente ganhou um novo personagem. O ator Pedro Caetano chega à trama na pele de Matias para balançar o coração da mocinha Madá e também levará um importante elemento da cultura afro-brasileira para as telas, o jongo. Na novela, Caetano, que vai interpretar um diretor de documentários, que mostrará suas habilidades nas rodas de jongo, dança de roda afro-brasileira que combina percussão, canto e dança e que é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O ator destacou a importância de representar o jongo na televisão. “Ter o jongo representado de uma forma tão bonita, tão poética, e ter meu personagem como um veículo para tudo isso é uma conquista. É o que nossas tradições, nossa cultura e nossos ancestrais merecem”, afirmou o ator em entrevista ao site Mundo Negro.
Madá e Matias na roda de jongo – Foto: Globo/ Manoella Mello
Para Pedro, a experiência de incorporar o jongo ao seu personagem foi especialmente significativa. “Em minha carreira, eu sempre tento trazer algum elemento da minha cultura para compor o personagem. Sempre tento trazer alguma referência, seja da capoeira, do candomblé. E agora, com o jongo, é uma honra poder contribuir para que essa tradição seja conhecida e valorizada por mais pessoas”, compartilhou.
O ator também falou sobre a importância de estar em uma produção como Volta por Cima, que tem sido elogiada por seu elenco diverso e por retratar um cotidiano próximo da realidade brasileira. “Acredito que o público hoje quer se ver representado nas histórias, sentir que sua existência é válida, é digna e interessante. Para mim, é sempre significativo fazer parte de produtos que trazem essa possibilidade”, disse Pedro.
Ele ainda reforçou a responsabilidade que sente como artista ao participar de projetos que buscam quebrar estereótipos e promover a representatividade. “Ao mesmo tempo que aumenta a nossa responsabilidade como artista de apresentar um trabalho cuidadoso, verdadeiro e que não reforce estereótipos. E isso está presente em cada parte do trabalho, dentro e fora das telas”, destacou.
Pedro Caetano, que recentemente dublou o icônico Mufasa no filme ‘Mufasa – O Rei Leão’, segue consolidando sua carreira como um ator engajado e consciente de seu papel na luta por representatividade. O artista, que já havia atuado na versão brasileira de ‘O Rei Leão’ no teatro, falou sobre a importância de viver esse momento no cinema: “Só entendi que estava dublando o personagem mais icônico da Disney na estreia quando ouvi a voz marcante do James Earl Jones abrindo o filme. Naquele momento eu paralisei: pensei em minha filha, e que estava ajudando a contar a história do maior pai da animação mundial. Foi uma sensação incrível”.
Desde a infância, viajar era mais do que um deslocamento – era um convite para descobrir histórias, conectar-se com suas raízes e transformar percepções. Foi assim que a pesquisadora independente, Talita Azevedo, decidiu criar o projeto “Presente Histórico”, com o objetivo de mapear lugares no Brasil com a história afro-brasileira apagada, resgatando memórias e conectando passado e presente. Acesse: presentehistorico.com.br)
Com um olhar sensível, Talita percorreu diferentes regiões do país, guiada por intuições e conexões pessoais. “Eu comecei a sonhar com os lugares que viajaria. Foi uma viagem interna muito forte. À medida que um lugar era descoberto, eu tinha alguma intuição de quais seriam as próximas regiões. Foram dezenas de espaços conhecidos, mas priorizei 13 em regiões de maior familiaridade pensando nos desdobramentos deste trabalho e fluxo de informações a serem apresentadas ao público em um funil de aprofundamento a cada novo produto”, disse em entrevista ao Mundo Negro.
Durante nove meses de expedição, ela documentou histórias, fotografou paisagens e estruturou um acervo digital acessível ao público. O impacto do apagamento histórico, especialmente em locais como Campinas, no interior de São Paulo, reforçou sua missão.
Porto Seguro (BA) Foto: Talita Azevedo
“Campinas foi um grande marco. Para além de ser a minha cidade de nascimento, o fato de não conseguir encontrar informações suficientes para atestar com todos os fatos o processo de último local do mundo a abolir a escravização de pessoas sem dúvidas me desanimou um pouco. Afinal, eu estava de frente com a realidade do apagamento. A partir disso, decidi que meu trabalho teria foco em criar acervos do agora à frente. Fomentando os próximos passos das gerações subsequentes”, contou.
Em paralelo, ela desenvolveu a oná, uma metodologia que une criatividade e tecnologia, voltada para programadores e entusiastas da inovação. Agora, em 2025, Talita se dedica à publicação de um livro de bordo sobre suas viagens, a oferta de cursos em instituições e coworkings e a criação de colaborações com marcas para popularizar sua pesquisa.
Leia a entrevista completa abaixo:
Foto: Rafael Berezinski
Como começou seu interesse por resgatar lugares historicamente apagados no Brasil e registrar isso no desenvolvimento do oná?
Eu sempre tive uma relação muito próxima com o processo de movimento pela minha construção enquanto indivíduo. Sou neta de um avô materno de Jequié, filha de uma mãe de Ilha Solteira e um pai de São José do Rio Pardo. Aos oito anos, com a autorização e direcionamento dos meus pais, pude fazer minha primeira viagem sozinha e me apaixonar pelo processo de descoberta que a vida na estrada poderia contribuir à mim.
Essa viagem seguiu a rota entre Campinas, interior Paulista a Guaxupé, cidade de Minas Gerais. Na época meu avô paterno morava na cidade e eu tinha a vontade de vê-lo nas férias. E assim o fiz. Me lembro de ter sido minha experiência de conciliar viagens com contato à raízes.
Desde então a rotina entre diferentes cidades sempre se fez presente aos meus interesses, entendendo como várias perspectivas somariam ao meu olhar enquanto criativa e estratégica.
A busca e a decisão da expedição em si veio por duas frentes: eu me sentia incomodada com o cenário artístico representar muitas figuras de mulheres revolucionárias já falecidas e o contato com a demência do meu avô, que me despertou a urgência de entender como diferentes habilidades que tinha construído até aqui poderiam contribuir a um acervo histórico à memória para minha árvore genealógica – que, posteriormente a isso, entendi como somaria à vivência de outros milhões de Brasileiros.
E, com essa relação entre tempo-espaço, me veio a escolha do site ser “presente histórico”, um recurso linguístico que consiste em utilizar o tempo presente para narrar acontecimentos do passado.
Em paralelo a isso, comecei de maneira tímida novas perspectivas com a oná, uma metodologia que tem como foco levar criatividade a profissionais e entusiastas de novas tecnologias.
Salvador (BA) Foto: Talita Azevedo
Quais os critérios que você usou para escolher os lugares que contou a histórias no oná?
Eu comecei a sonhar com os lugares que viajaria. Foi uma viagem interna muito forte. À medida que um lugar era descoberto, eu tinha alguma intuição de quais seriam as próximas regiões. Foram dezenas de espaços conhecidos, mas priorizei 13 em regiões de maior familiaridade pensando nos desdobramentos deste trabalho e fluxo de informações a serem apresentadas ao público em um funil de aprofundamento a cada novo produto. O livro, por exemplo, tem fotos e anotações das experiências – como um produto um pouco mais aprofundado (nível 2) do mapeamento (nível 1).
Foto: Rafael Berezinski
Alguma história ou local te surpreendeu ou te marcou mais durante o processo?
Acredito que o maior aprendizado com este trabalho foi a necessidade que eu teria de fazer as pazes com o passado. Para além das lições que aprendi sobre as memórias de pessoas queridas à minha volta, tive algumas vezes que olhar ao espelho e entender que não seria capaz de criar recursos capazes de ir contra uma lei natural da vida: o tempo.
Esse insight aconteceu principalmente em Lagoa das Lontras, lugar próximo à Isabelópolis e que foi tomado pela vegetação e impacto de agentes naturais, como as chuvas, ventos e a ação cronológica do espaço.
Campinas também foi um grande marco. Para além de ser a minha cidade de nascimento, o fato de não conseguir encontrar informações suficientes para atestar com todos os fatos o processo de último local do mundo a abolir a escravização de pessoas sem dúvidas me desanimou um pouco. Afinal, eu estava de frente com a realidade do apagamento. A partir disso, decidi que meu trabalho teria foco em criar acervos do agora à frente. Fomentando os próximos passos das gerações subsequentes.
Próx. a Lagoa das Lontras (RJ) Foto: Talita Azevedo
Quanto tempo você levou para finalizar essa primeira etapa de viagens até o lançamento do projeto?
Para a expedição dedicada ao desenvolvimento do mapa (que até então era uma busca pela minha árvore genealógica), foram aproximadamente 9 meses – mas com o processo de estruturação e primeira versão ao todo são praticamente 1 ano.
O trabalho de mapeamento e o livro levam o nome de Presente Histórico, como um outro produto paralelo a essa movimentação. Minha forma mais artística e regionalizada de falar sobre pontos que formam meu olhar pessoal e profissional em tecnologia, uso de dados, criatividade e protagonismo Brasileiro.
Quanto ao oná, é uma metodologia que tem foco levar criatividade a programadores e entusiastas de novas tecnologias, é a minha vertente pensada para dar aulas de temas como:
– Análise de dados no marketing de influência
– Varejo com foco em expertises de startup
– História Brasileira e storytelling geolocalizado para Publicidade e Propaganda
– Desenvolvimento de Plano de Carreira
– Conceito de persona e formatos de conteúdo
– Novas tecnologias e ecossistema de inovação
– Inteligência regional Brasileira: cultura, História e tecnologia
Foto: Jones Ferreira
Você tem planejado fazer novas viagens em breve?
Por agora só pra divulgar o trabalho (risos). São muitos anos em diferentes coordenadas geográficas e acredito que para este momento é preciso criar colunas sólidas em regiões estratégicas. Em outras palavras, pretendo me fixar em Campinas e ampliar as metodologias deste trabalho para que seja cada vez mais colaborativo – abrindo o código para contribuição de programadores, sugestões de lugares vindas do público geral e, principalmente, a ampliação de diferentes layers de visualização – evidenciando o uso de dados como um grande trabalho em conjunto mesmo.
Quero que a temática da história seja relacionada não somente à inovação e tecnologia, mas também ao nosso poder de protagonismo em inteligência regional.
Petrópolis (RJ) Foto: Talita Azevedo
Como tem sido essa nova etapa para 2025, com o objetivo de escrever um livro sobre as suas experiências, dar aulas e dialogar com marcas nacionais?
Desafiadora! E divertida! Me sinto muito abençoada com o privilégio de, a partir deste trabalho, conhecer pessoas a partir de suas histórias e motivações. Para além destes próximos passos que previamente desenhei, estou animada com a oportunidade de aprender e vivenciar outras possibilidades que o uso de dados podem somar à minha construção – e de tantos outros jovens para essa nova fase.
De modo geral acredito que este trabalho pode ser uma oportunidade de reescrever outros significados a palavras que já conhecemos anteriormente e, a partir dessa linguagem, seja no mercado corporativo-acadêmico-intelectual ou em uma cor de esmalte, todos nós sejamos protagonistas e conhecedores da nossa própria História.
O ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, denunciou, em um desabafo publicado nas redes sociais no final da tarde deste sábado (15), uma tentativa de “apagamento” de sua trajetória após acusações de assédio sexual feitas no ano passado pela ONG Me Too, que incluem uma acusação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Em meio à defesa de sua reputação, Almeida escreveu: “Tentaram me matar”, e continuou na imagem seguinte: “Nestes últimos meses tentaram me fazer esquecer quem eu realmente sou, quem eu fui e quem eu sempre quis ser. Tentaram apagar trinta anos de trabalho sério, de dedicação e de muita renúncia”. Ele também anunciou o lançamento de uma nova edição ampliada e revisada de seu livro “Racismo Estrutural”.
“Algumas pessoas nem disfarçaram o racismo ao manifestar que já esperavam isso vindo de um homem “como eu”, leia-se, um homem negro, essa figura tão classicamente associada à violência e ao descontrole”, afirmou. No texto, o advogado e professor relatou sentir-se vítima de uma campanha para destruir sua imagem após mais de 30 anos de carreira: “Tentaram me transformar, de repente, em um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um ‘abusador’ de mulheres”, escreveu. Ele também criticou o que chamou de “gaslighting” por parte de setores da imprensa e instituições, que, segundo ele, buscaram desconstruir sua trajetória pública.
Almeida destacou que nenhuma das pessoas que trabalharam diretamente com ele ao longo de três décadas foi ouvida para compor o que chamou de “perfil monstruoso” criado contra ele. “Para naturalizar a morte de alguém, é preciso que se crie uma figura não-humana, que pode ser linchada sem dor na consciência”, afirmou.
O ex-ministro também mencionou que sua militância no movimento negro foi colocada em dúvida de forma “cínica”, mesmo tendo fundado o Instituto Luiz Gama, defendido comunidades quilombolas e participado de iniciativas como a frente pró-cotas e o comitê contra o genocídio da população negra. Ele ainda acusou adversários políticos e ONGs de pressionarem instituições do Estado para prejudicá-lo, em uma prática que comparou ao “lawfare“.
Além da nova edição de “Racismo Estrutural”, Almeida revelou que está retomando outros projetos interrompidos durante sua passagem pelo governo, como a finalização de um livro sobre “Estado, direito e raça no pensamento social brasileiro”. Ele também anunciou planos para obras como “Defesa da Soberania Nacional e Jurisdição Constitucional” e “Comentário às Leis Antidiscriminatórias do Brasil”.
Ao encerrar o texto, o ex-ministro afirmou que continuará escrevendo, falando e acreditando no Brasil. “Tentaram me matar. Mas não deu certo. Tal como se faz no gurufin, minha família, meus amigos, minhas alunas e alunos, meus parceiros de trabalho tiveram que cantar neste velório que armaram para mim. E se o morto levanta, acabou o velório”, concluiu.
As acusações
As denúncias contra Almeida foram reveladas no dia 5 de setembro pela coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, e confirmadas pela ONG Me Too Brasil, organização dedicada ao combate à violência sexual. Segundo o portal, os supostos casos teriam ocorrido no ano passado, e uma das vítimas seria a ministra Anielle Franco, que confirmou as acusações publicamente.
Em nota divulgada no dia seguinte, após a demissão do então ministro, Almeida afirmou que a investigação deve ser conduzida com rigor e transparência. “Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, disse. Ele também defendeu a importância de enfrentar a violência sexual com estratégias que protejam as vítimas e garantam uma apuração criteriosa. “Que os fatos sejam expostos para que eu possa me defender dentro do processo legal”, concluiu.
Esta é uma carta aberta às mulheres, em especial as negras em cargos de liderança e àquelas que trilham o caminho para chegar lá.
Por muito tempo, fomos levadas a acreditar que, para ocupar espaços de poder, precisávamos nos conformar com o “modelo masculino” , a tal energia deles na liderança. “Sente-se à mesa, fale mais alto, aja como eles.” Essa narrativa, que parecia abrir portas, na verdade nos forçava a um molde não feito para nós. O problema nunca foi onde estávamos sentadas, mas quem desenhou a mesa e para quem ela foi feita.
O modelo de liderança que nos foi apresentado é hierárquico, competitivo e inflexível, dependente da força bruta. Nossa presença nesses espaços, muitas vezes, foi condicionada à reprodução desses padrões. É como se só assim pudéssemos ser aceitas.
Mas a verdade é que não precisamos ser como homens para liderar. Não precisamos falar mais alto para sermos ouvidas, endurecer para sermos respeitadas ou competir para provar nosso valor.
Quais mulheres negras são suas maiores referências de liderança? Será que elas alcançaram suas posições imitando homens? Eu espero que não. Elas inovaram, desafiaram o status quo e se mantiveram fiéis a si mesmas. O problema nunca foi apenas chegar ao topo, mas nos fazer crer que, para isso, precisávamos abrir mão da nossa autenticidade.
Vivemos um momento de transformação. Não basta ocupar o topo; precisamos reconstruí-lo, com nossas próprias mãos e perspectivas. Isso significa recusar moldes antigos que nos limitam e criar novos caminhos, onde colaboração, empatia e propósito sejam reconhecidos como forças.
Ainda há muito a ser feito. No Brasil, mulheres negras ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do país. Em 2021, apenas 39,5% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres, e essa disparidade é ainda maior para mulheres negras.
Apesar dos desafios, mulheres negras têm se destacado em diversas áreas, demonstrando que a liderança feminina e negra é uma força poderosa para a mudança. Elas lideram empresas, ONGs, movimentos sociais e inspiram outras mulheres a romper barreiras.
Que esta carta seja um chamado à ação. Que possamos nos inspirar em mulheres negras que ousaram liderar de forma autêntica e construir um futuro onde a liderança seja diversa, inclusiva e justa.
Referências:
Instituto Ethos. (2023). Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas.
IBGE. (2021). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2024), uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas no país, evidenciando a gravidade do problema. Além disso, mais de 245 mil mulheres registraram medidas protetivas nos últimos 12 meses, o que representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores. As raízes dessa violência estão ligadas a questões estruturais como machismo, desigualdade de gênero e precarização das políticas de proteção as mulheres. Para enfrentar esse cenário, diversas iniciativas têm sido implementadas, incluindo projetos voltados à reeducação de agressores, com o objetivo de romper ciclos de violência e promover mudanças comportamentais duradouras.
O projeto Grupos Reflexivos com Homens Autores de Violência, conduzido pelo Instituto Mapear em parceria com órgãos estaduais, busca reverter esse cenário, promovendo a rehumanização dos participantes. Por meio de metodologias baseadas na reflexão crítica e no diálogo, o programa visa a reinserção social e a redução da reincidência na violência doméstica, transformando a perspectiva desses homens sobre gênero, masculinidade e convivência social.
O Instituto Mapear, em parceria com a Secretaria da Mulher e a Secretaria de Administração Penitenciária do estado do Rio de Janeiro, está desenvolvendo um projeto inédito que tem como foco a redução da reincidência da violência doméstica através da criação de grupos reflexivos entre homens que estão cumprindo pena no presídio. O objetivo é atuar diretamente com 750 participantes, utilizando uma metodologia baseada na participação deles em oito sessões grupais.
O trabalho se organiza por meio de uma metodologia desenvolvida, testada e aprovada, especialmente, por Luciano Ramos, o diretor do Instituto Mapear, e uma equipe de especialistas. Há, também, em curso um processo avaliativo dos resultados da aprendizagem dos homens acerca das sessões metodológicas. As atividades ocorrerão durante todo o primeiro semestre de 2025.
Os temas trabalhados incluem auto responsabilização, tipos de violência, Lei Maria da Penha, equidade de gênero, saúde física e mental masculina, estratégias para lidar com emoções, paternidade e cuidado, além de ressocialização. Cada sessão tem duração de uma hora e ocorre três vezes por semana. A equipe do Mapear tem atuado, por meio de 03 sessões semanais no Presídio Patrícia Acioli, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Uma característica marcante do projeto é que a adesão ao programa é voluntária, e todos os convidados aceitaram participar. Durante o processo, cerca de 75% dos participantes passarão por entrevistas iniciais e finais para avaliar o aprendizado adquirido nas sessões. A troca de experiências entre os participantes contribui para desnaturalização da violência nas relações, promovendo uma compreensão mais profunda sobre equidade de gênero e respeito.
Em janeiro, Luciano Ramos (diretor do Mapear), Heloísa Aguiar (Secretária da Mulher do RJ) e Giulia Luz (Superintendente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do RJ) apresentaram o projeto às representantes do Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA, no escritório da ONU em Brasília. Como resultado, o UNFPA aderiu à agenda da iniciativa e começou a articular parcerias para ampliar a visibilidade deste projeto inovador em nível nacional. Uma outra característica impactante desta inciativa em consonância com a realidade brasileira, é o público atendido, uma vez que a iniciativa atende diretamente o sistema carcerário brasileiro, ele trabalha com marcadores raciais além das vítimas.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, realizada pelo DataSenado, 32% das mulheres negras que não possuem renda suficiente para se manter declararam ter sofrido violência doméstica ou familiar, o que equivale a uma em cada três. Além disso, 85% dessas mulheres convivem com o agressor, o que pode dificultar ainda mais a busca por proteção e assistência.
O sistema carcerário brasileiro é marcado por um alto índice de encarceramento de homens negros, refletindo a desigualdade racial histórica do país. Dados do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) indicam que mais de 67% da população prisional é composta por pessoas negras, muitas das quais foram socialmente desumanizadas antes mesmo do ingresso no sistema. Dentro das prisões, essas condições se agravam, perpetuando a exclusão e dificultando a ressocialização.
Ao promover espaços de reflexão e diálogo, esses grupos incentivam os participantes a questionar normas de masculinidade tradicionais e a reconsiderar comportamentos violentos contra meninas e mulheres, buscando reduzir, efetivamente, a violência doméstica contra mulheres no estado do Rio de Janeiro. Além do trabalho com os grupos, o Instituto Mapear, em parceria com as Secretarias da Mulher e de Administração Penitenciária, está organizando o Primeiro Seminário Nacional sobre Grupos Reflexivos com Homens Autores de Violência, previsto para o final do segundo semestre de 2025, aguardem!
No sábado (22), o IMS Paulista inaugura a exposição gratuita Beleza Valente, primeira mostra individual no Brasil da artista e ativista visual Zanele Muholi. Muholi nasceu em 1972, em Umlazi, na África do Sul, Muholi seu trabalho é conhecido por combinar arte e política, documentando e celebrando a comunidade negra LGBTQIAPN+ em seu país e no mundo. A mostra, com curadoria de Daniele Queiroz, Thyago Nogueira e Ana Paula Vitorio, traz mais de 100 obras, entre fotografias, vídeos, pinturas e esculturas, produzidas desde 2002 até os dias atuais.
Durante a abertura, Zanele Muholi vai se reunir com o público para uma conversa, às 15h, e de uma sessão de autógrafos do catálogo da retrospectiva às 17h. A exposição inclui séries emblemáticas, como Faces e Fases (2006), que reúne retratos de pessoas negras lésbicas, não binárias e transgêneros masculinos, e Somnyama Ngonyama (2012), composta por autorretratos que exploram questões de identidade, ancestralidade e resistência. A série Bravas Belezas (2013) também está presente, com retratos de participantes do concurso Miss Gay RSA, desafiando padrões tradicionais de beleza.
Além das obras consagradas, a mostra traz fotografias inéditas feitas por Muholi durante sua residência artística em São Paulo, em 2024, quando participou do Festival ZUM e conheceu organizações LGBTQIAPN+ locais. Essas imagens estabelecem um diálogo entre a luta por direitos na África do Sul e no Brasil.
A trajetória de Muholi é marcada pela luta contra o racismo, o preconceito e os crimes de ódio que persistem na África do Sul, mesmo após o fim do apartheid e a implementação da Constituição de 1996, que proibiu a discriminação racial, sexual e de gênero. Inicialmente, Muholi focou em fotografias de denúncia, expondo episódios de violência. Com o tempo, passou a retratar e autorretratar, criando um vasto arquivo que confronta e subverte narrativas coloniais.
“Tudo o que eu quero ver é apenas a beleza. E beleza não significa que você tenha que sorrir, mostrar os dentes ou se esforçar mais. Basta existir”, afirma Muholi. A exposição também inclui trabalhos do início da carreira de Muholi, como a série Apenas Meio Quadro (2002-2006), que documenta vítimas de violência de gênero e racial, e Ser (2006), com registros de casais de mulheres lésbicas negras em momentos de intimidade.
A mostra fica em cartaz até 23 de junho, com uma programação paralela que inclui debates, exibições de filmes e atividades educativas. Para Muholi, a arte é uma forma de projetar publicamente a existência orgulhosa e bela de pessoas negras e LGBTQIAPN+, resistindo à violência e ao apagamento histórico.
Serviço Exposição Beleza Valente – Zanele Muholi Local: IMS Paulista (Av. Paulista, 2424) Data: 22 de fevereiro a 23 de junho de 2025 Horário: Terça a domingo, das 10h às 20h (quinta-feira até as 22h) Entrada gratuita Mais informações: www.ims.com.br