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Inscrições para o Afro Esporte FUND II, que dará capacitação para empreendedorismo no futebol feminino para atletas negras encerram hoje (21)

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Foto: Freepik

Atletas negras interessadas em impulsionar suas carreiras no futebol feminino têm até hoje, 21 de julho, para se inscreverem no Afro Esporte FUND II. Uma parceria entre Afro Esporte e Decathlon, a iniciativa visa promover o empreendedorismo afro esportivo e capacitar dez esportistas selecionadas em branding pessoal, produtos esportivos da marca Kipsta e incentivo financeiro.

O programa, realizado pela Afro Esporte, primeira agência que conecta atletas pretos e pretas com a tecnologia e a inovação digital, busca fortalecer o futebol feminino ao mesmo tempo em que empodera mulheres negras para desenvolverem suas marcas pessoais e gerarem renda no âmbito esportivo. As participantes, que podem ser atletas profissionais ou amadoras em início de carreira ou em ascensão, terão a oportunidade de receber treinamentos e mentorias em temas como branding, produção de conteúdo, finanças pessoais, comunicação, entre outros.

empreendedorismo afro esportivo vem tomando força no mundo, a nível global temos a tenista Serena Williams que criou a Serena Ventures, para apoiar startups lideradas por mulheres e pessoas negras, o multicampeão da F1 Lewis Hamilton, que financia ações para aumentar a representatividade negra na F1, a queniana Navalayo Osembo-Ombat que criou a primeira marca de calçados de corrida da África. Trazendo para o Brasil temos Ronaldo à frente do Cruzeiro, Spider, os irmãos Nogueira e outros tantos lutadores que criaram rede de academias, mas até chegar nesse nível de visibilidade, enquanto isso, nas periferias do Brasil, atletas fazem rifas, vendem marmita, brigadeiro, leiloam medalhas… tudo para custear suas carreiras e pagar contas. Precisamos desenvolver essa mentalidade empreendedora na base, para que atletas pretos e pretas reconheçam o poder da sua marca pessoal”, declara Mia Lopes, CEO Afro Esporte.

As atletas selecionadas contarão também com apoio financeiro para auxiliar em suas carreiras, além de participarem de um Media Training Day com simulação de entrevistas e sessão de fotos profissionais, possibilitando a divulgação de suas marcas pessoais com produtos da marca Kipsta. O resultado das dez escolhidas será divulgado no dia 27 de julho, e as atividades de mentoria estão previstas para iniciar em 1º de agosto.

A iniciativa do Afro Esporte FUND II vem em um momento importante para o futebol feminino, com os jogos mundiais em evidência, e representa um passo significativo para promover a inclusão e o desenvolvimento de negócios no esporte, com foco no empoderamento das mulheres negras. As interessadas podem se inscrever através do site oficial até o final do dia de hoje.

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Em um ano, Brasil tem aumento de 67% em casos de racismo, mas estados ocultam dados para levantamento

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Foto: Freepik

Em 2022, o Brasil teve um aumento de 67% em ocorrências de crimes raciais em relação ao ano anterior, revelam dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20). Apesar do mapeamento feito em cada estado, os registros ainda são pouco transparentes.

Em média, o Brasil registrou 6,7 casos de racismo por dia, um total de 2.458 ocorrências. Os casos de injúria racial também aumentaram neste período de 2021 e 2022 para 32,3%. O levantamento produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), considera a alta nos casos como “aumento da demanda por acesso ao direito a não discriminação”.

Segundo o que pôde ser apurado, o Rio de Janeiro é o estado com o maior número de casos de racismo. Em um ano, o aumento foi de 91,6%, um salto de 168 para 322 ocorrências. Já em relação às denúncias de injúria racial, o aumento foi de 38,6%, de 1.372 para 1.902.

No entanto, a retificação em grande escala dos dados chamou a atenção do FBS. O Pará alterou os dados de injúria racial de 2021: de cerca de 3.000 registros para 305. Já o Rio Grande do Sul, que antes havia registrado 4.132 casos, não disponibilizou os dados de 2022 para o novo anuário.

“Antes, tinha a barreira de como fazer o registro, o eufemismo de ser injúria racial ou racismo, corroborada anteriormente pela legislação. Tinha uma grande dificuldade de qualificar uma ocorrência como caso de racismo. Agora tem a bomba das retificações, que mostra que a gente não consegue usar esses registros pra entender o estado de discriminação a que estamos submetidos”, disse Dennis Pacheco, pesquisador do FBSP.

No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que tipifica a injúria racial ao crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

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Após gafe envolvendo a África, Lula pede reforço de equipe para evitar erros em discursos

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Foto: Jean Christhope / AFP;

Após afirmar que tem “gratidão” à África “por tudo que foi produzido durante os 350 anos de escravidão” no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um reforço na equipe responsável por preparar seus discursos. De acordo com o G1, o objetivo é evitar a novas ocorrências de erros como o registrado sobre o continente africano.

“Quero recuperar a relação com o continente africano. Nós, brasileiros, somos formados pelo povo africano. A nossa cultura, nossa cor, tamanho, é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus. E nós temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”, disse Lula durante a ocasião.

A fala problemática foi dita em Cabo Verde, ao lado do presidente do país africano, José Maria Neves. Durante o discurso, Lula contou também que o Brasil é fruto da “miscigenação entre índios, negros e europeus”, o que influenciou a cultura, a cor e a diversidade do país.

Inicialmente composta por três auxiliares, a equipe de Lula será reforçada com a adição de Cristina Charão, anteriormente vinculada à assessoria da primeira-dama, Janja. Além disso, há uma expectativa para a chegada de mais um profissional para integrar o time.

Modelo negra denuncia loja de SP por racismo após ser acusada de roubar a própria blusa

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

No último sábado (15), Daniela Orcisse, modelo e influenciadora, e atual Princesa do Carnaval de São Paulo de 2022, afirmou ter sido vítima de racismo em uma loja localizada em São Mateus, bairro da zona leste de São Paulo. De acordo com a advogada Paloma Santos e Silva, que representa Daniela, a confusão surgiu devido à semelhança entre o protetor de zíper da blusa da modelo com o das peças vendidas no estabelecimento.

Tudo começou após uma cliente acusar Daniela de roubar a própria blusa. O incidente tomou proporções graves quando um homem, que se identificou como gerente da loja Águia Shoes, começou a seguir a modelo, acusando-a de furtar a blusa que era, na verdade, de sua propriedade. Juntamente com um segurança, o gerente abordou a influenciadora, que já estava em outra loja, e a surpreendeu com a acusação.

A abordagem só foi interrompida quando a advogada, que passava pelo local, interveio a favor da modelo. “Estávamos minha irmã e eu em uma loja em São Mateus quando vimos uma pessoa abordando a Dani e ouvimos ela dizendo ‘não roubei’. Voltamos à loja e alegaram, inicialmente, que ela saiu da loja com uma blusa preta nas mãos e uma cliente disse que ela havia roubado”. Os representantes da loja revelaram que não tinham registros de câmeras de segurança relacionadas ao ocorrido.

Nas redes sociais, Daniela relatou o caso com indignação e informou que prestou boletim de ocorrência. “Eles queriam acordo para aliviar o lado do gerente que tem 10 anos de experiência porque ele é um pai de família. E eu gente? E meu constrangimento?”, questionou ela. “Só sei dizer que está doendo muito”. Em outra publicação, a modelo compartilhou relato de uma ex-funcionária da loja, que também relatou situações similares. “Acabaram com meu psicológico, mas irei até o fim”, pontuou ela, se referindo às ações na Justiça. 

Gil do Vigor diz que foi prejudicado por universidade dos EUA: “estou sendo punido por um erro deles”

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

Na Universidade de Davis, nos Estados Unidos, Gil do Vigor vem se dedicando aos estudos em busca do título de PhD em Economia. O ex-BBB enfrentou recentemente provas importantes para obter seu título. No entanto, o resultado que recebeu não correspondeu às suas expectativas. Através das redes sociais, Gil revelou que acabou sendo reprovado em uma das provas por um erro da universidade.

O economista contesta ainda a organização da instituição, já que, das 33 páginas que entregou ao fiscal de prova, recebeu a correção com nove delas faltando. “Achei muito estranho o resultado da prova de microeconomia, que eu fui reprovado. Fiquei em choque com o resultado”, contou Gil no programa Mais Você, da TV Globo. “Se espera que em um programa de PhD se tenha um sistema confiável e organizado, que é coisa que eles não têm, infelizmente. Eu reportei à universidade e disse ‘Eu exijo que as páginas que sumiram sejam encontradas’. Eu tô falando de uma prova que define o meu futuro”.

Foto: João Cotta / TV Globo.

Mesmo explicando a situação para a universidade, Gil foi orientado a refazer toda a prova. “A coordenadora foi muito clara: ou eu refaço ou eu estou fora do PhD. Ou seja, estou sendo punido por um erro deles. E eu me pergunto por quê. Eu só quero o justo. O mínimo que eu quero é transparência. Eu não vou aceitar punição de algo que eu não fiz. Eu quero que eles respondam”, disse ele.

O ex-BBB contou também que toda a situação não fez bem para sua saúde. Ele relatou no Mais Você, que abriu mão de contratos publicitários milionários para focar nos estudos. “Afetou meu emocional, afetou meu psicológico. Eu abri mão de muitas coisas, de trabalhos publicitários, foram quase de R$ 5 a R$ 7 milhões em contratos que tive que abrir mão. Eu não estou brincando no PhD. Eu não acreditei que alguém retirou minhas páginas“, revelou.

Através das redes sociais, Gil realizou uma publicação expondo a situação de boicote com a universidade. “É um descaso que escancara outras questões, mas por mais que queiram, eles não vão me parar. Sou Gilberto Nogueira e estou onde estou por mérito dos meus estudos. E não vou desistir dos meus sonhos e da educação“, destacou ele.

Jorge Aragão responde bem ao tratamento de câncer e equipe informa previsão de alta

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Foto: Lucas Jones

O cantor Jorge Aragão, 74, diagnosticado com Linfoma Não-Hodgkin, está respondendo bem ao tratamento e deve receber alta no próximo final de semana, diz novo boletim médico.

“O artista vem respondendo bem ao tratamento e faz esse primeiro acompanhamento no hospital apenas por precaução médica. Aragão tem previsão de alta para o fim de semana e todos os seus exames apresentam ótimos resultados”, informou a assessoria do sambista para a imprensa.

No último sábado (15), a equipe do Jorge Aragão divulgou o diagnóstico do câncer que afeta o sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico e ajuda o corpo a combater as doenças. “Contando com o apoio, orações e energias positivas de todos para seguir tranquilo”, escreveu.

Desde a publicação da nota nas redes sociais, diversos famosos prestaram apoio ao Jorge Aragão. “Deus manda ,Deus manda na hora que mais se precisa. Temos fé no Altíssimo que sua recuperação está próxima”, escreveu Péricles. “Já estamos em oração pra que tudo dê certo, Mestre e Amigo”, disse Thiaguinho.

Os principais sintomas são inchaço nos gânglios do pescoço, das axilas e da virilha, suor noturno excessivo, febre, coceira na pele e perda de peso. Cerca de 12 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença em 2022, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

CazéTV é criticada por falta de representatividade em time de transmissão da Copa do Mundo Feminina

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Foto: Reproduçãp

Nesta quinta-feira (20), começou a Copa do Mundo Feminino 2023. A CazéTV, mídia alternativa fundada pelo influencer Casimiro, um dos grandes influenciadores do momento, vai transmitir os jogos ao vivo da Copa. Porém, das 20 pessoas escaladas para as transmissões, apenas uma é negra.

https://twitter.com/CazeTVOficial/status/1681842241105428480

O time completo, de apresentadores e comentaristas, que vai transmitir os jogos pela CazéTV foi anunciado ontem (19), mas apenas a ex-jogadora da seleção feminina, Fran, é negra. Nas redes sociais, influencers e seguidores cobraram a falta de representatividade.

A jornalista e influencer Isabela Reis definiu como “desolador”. “Eu sou muito fã do Cazé, mas é desolador como até a mais jovem e alternativa mídia remonta o mesmo panorama racial das redações tradicional. Muitas mulheres mas quase todas brancas. 1,2 pessoas pretas numa lista imensa de gente brancas”, criticou a jornalista.

Além da falta de representatividade, a jornalista Jordana Araújo não está  incluída na arte oficial do time da transmissão dos jogos do CazéTV. Ela será repórter. “Quando você já tem uma diversidade racial MINÚSCULA na sua equipe e ainda esconde gente FODA que tá envolvida, não tem outro nome. É racismo”, comentou a jornalista Júlia Belas.

A criadora de conteúdo e pós-graduada em jornalismo esportivo, Duds Saldanha, disse que essa falta de representatividade é um dos principais motivos para ela nunca ter exercido a área: “Por isso que pós-graduei em jornalismo esportivo e nunca quis exercer. É muito ruim estar sozinha no meio de um panteão branco. Às pretinhas que ainda tentam: boa sorte, por que olha…”

Muitos seguidores relembraram que Casimiro já foi cobrado por falta de representatividade em outras coberturas, onde a maioria dos que foram escalados eram amigos próximos de Casimiro.

Mesmo com as críticas, nem Casimiro e nem a CazéTV se pronunciaram sobre o caso.

‘Maldito Rap’: segunda temporada da série criada por Issa Rae ganha data de estreia

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Foto: Divulgação

A HBO Max divulgou o trailer da segunda temporada da série original ‘Maldito Rap‘, criada pela estrela Issa Rae (Insecure), nesta quarta-feira (20). Um dos maiores sucessos da plataforma estreia no dia 3 de agosto.

A série acompanha duas amigas de Miami que decidem cantar rap juntas, mas que enfrentam muitas dificuldades no caminho. Presa em um trabalho sem futuro e com sede de mudança, a rapper Shawna (Aida Osman) se reconecta à amiga Mia (KaMillion), mãe solo e maquiadora com vários trabalhos paralelos. Juntas, elas buscam a fama viral. 

Com o sucesso da primeira temporada, a série já havia sido renovada em setembro do ano passado. “Estamos muito animados para continuar esta jornada com Shawna e Mia e o mundo incrivelmente divertido de Maldito Rap. Com as perspectivas maravilhosamente cômicas e únicas de Aida Osman, KaMillion, Issa Rae, Syreeta Singleton e a equipe da Hoorae, a segunda temporada certamente trará ainda mais sedução e conspiração”, disse Sarah Aubrey, chefe de conteúdo original da Max, em um comunicado, na época.

Em um momento de ascensão à fama, na segunda temporada, a dupla Shawna e Mia “se encontram em um momento crucial em sua carreira no rap, pois são forçadas a decidir se irão permaneçam fiéis a si mesmas ou em conformidade com as demandas da indústria da música”, disse Aubrey.

Veja o trailer da segunda temporada:

“Diversidade na liderança corporativa é uma questão urgente”, ressalta Luana Ozemela, embaixadora do II Fórum Pacto das Pretas

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Foto: Pino Gomes

Neste ano, a executiva e Vice-presidente de Impacto Social do iFood, Luana Ozemela será a embaixadora da segunda edição do Fórum Pacto das Pretas, o evento acontece no dia 25 de julho, em São Paulo, no Teatro Sesi. O Fórum representa uma oportunidade para mulheres negras se unirem, trocarem experiências e aprenderem estratégias para superar obstáculos no mundo corporativo em relação a ESG, diversidade, inclusão e sustentabilidade.

O tema deste ano é “Investimento Privado: Uma estratégia de Transformação Social da Mulher Negra” e busca reunir também lideranças e aliados do setor privado, sociedade civil e demais agentes interessados na pauta racial com intersecção de gênero.

Outra novidade que acontecerá durante o evento é a cerimônia de premiação da segunda edição da  “Powerlist Mulheres Negras transformando histórias”, realizada pelo Mundo Negro e que reconhece o trabalho de 10 mulheres que conquistaram relevância e geraram impacto social em suas comunidades através da atuação em diferentes segmentos.

A embaixadora do Fórum Pacto das Pretas também encabeça diversas iniciativas bem-sucedidas, sendo co-fundadora da DIMA, PreCapLab, GryndTech e Blackwin. Com mais de duas décadas de experiência em 20 países, ela é uma economista e investidora reconhecida, responsável pela estruturação de investimentos de impacto social que totalizam $500 milhões de dólares. Além dos títulos que acumula pelo trabalho de mais de 20 anos no setor corporativo, em 2023, Luana Ozemela foi reconhecida como uma das 100 mulheres da Inovação pela Revista Época.

Ao Mundo Negro, Luana destacou a importância do diálogo com os aliados para criar acesso igualitário a oportunidades e tornar a inclusão efetiva uma realidade no mercado brasileiro. Além de ressaltar que “a diversidade na liderança corporativa é uma questão urgente”.

Acompanhe a entrevista completa:

Mundo Negro – Como embaixadora do Fórum Pacto das Pretas, o que espera do evento deste ano?

Luana Ozemela – O Fórum Pacto das Pretas é mais que um encontro liderado por mulheres negras, ele é um programa para mulheres negras se unirem, compartilharem experiências e aprenderem estratégias para superar obstáculos, obter uma riqueza de conhecimentos e se inspirarem com outras mulheres negras e líderes não negros à frente dos seus pares em matéria de ESG (environmental, social and Governance), diversidade, inclusão e sustentabilidade.   

O Pacto das Pretas é uma iniciativa extremamente necessária que escancara a falta de diversidade no mundo corporativo, mas que também discute ações concretas para criar acesso para todas, por isso dialogar com os aliados é uma necessidade elementar e urgente. Me sinto extremamente honrada de me tornar embaixadora em 2023 e espero que avancemos no diálogo sobre os investimentos necessários para tornar a inclusão efetiva uma realidade no mundo corporativo brasileiro.

MN – Como você vê a contribuição de empresas privadas atualmente para mudança no cenário social ligado às mulheres negras?

LO – No Brasil, como em muitos outros países, temos observado esforços para aumentar a diversidade e inclusão, mas ainda é irrisório o percentual de mulheres negras em cargos de alta liderança corporativa.

Algumas empresas, como o próprio iFood, assumiram compromissos públicos e estão implementando iniciativas e programas de diversidade para acelerar a transformação. Entre eles, o compromisso de chegar a 30% de pessoas negras em cargos de liderança. Na minha vice-presidência ultrapassamos essa meta de largada com mais de 40% de pessoas negras e mais de 50% de mulheres. Os dois cargos mais altos da VP são ocupados por mulheres negras. Mas não é somente sobre representatividade, nós colocamos a meta de 100% dos colaboradores concluírem a trilha de letramento racial. Também eliminamos os gaps salariais de gênero e raça olhando para os dados a cada ciclo de méritos e promoções e não toleramos micro agressões.

No entanto, desafios e preconceitos sistêmicos ainda existem sem sombras de dúvidas, dificultando o progresso das mulheres negras na conquista de cargos de liderança. É fundamental continuar medindo, promovendo a inclusão e quebrando barreiras para que todas tenham oportunidades iguais no mundo corporativo.

MN – Para você, as empresas estão preparadas para trabalhar com líderes negras? Existe abertura?

LO – Em primeiro lugar, é importante observar que a diversidade na liderança corporativa é uma questão urgente, mas que infelizmente enfrenta volatilidade no seu interesse pela sociedade e empresas. A questão ganha mais ou menos visibilidade conforme vários fatores, como atitudes da sociedade, eventos como o assassinato de George Floyd, reformas na cultura da empresa e políticas governamentais.

Além disso, as empresas e, em particular, os líderes e colaboradores nessas empresas precisam se questionar sobre seus vieses e aprender sobre a história da população negra e as dinâmicas do racismo nas relações no dia a dia. Não são as pessoas brancas que devem ser os que determinam se as mulheres negras estão prontas para posições de poder e liderança. Mas ainda se escuta esse tipo de questionamento. As mulheres negras já assumiram o controle de seu próprio destino e tem historicamente trabalhado para se fortalecer, sem precisar da aprovação ou dúvida de ninguém sobre suas capacidades. O que quero enfatizar é a importância da autoconfiança e da autodeterminação das mulheres negras e quanto isso repele dúvidas e abre caminhos nas empresas certas e onde elas conseguirão se destacar. As empresas mais preparadas conseguirão reter essas mulheres e acelerar talentos criando uma vantagem competitiva no mercado onde atuam.

MN – De que maneira eventos semelhantes ao Pacto das Pretas podem contribuir com a transformação social da mulher negra?

LO – No Brasil corporativo, a executiva negra frequentemente trabalha em equipes onde são as únicas representantes da população negra do país. No momento, em que você vem para eventos como o do Pacto e vê outras centenas se preparando, investindo e confiantes para assumir cargos cada vez mais seniores, superamos o pensamento arcaico de que só há espaço para uma, mostrando que há espaço para todas.

16ª edição do Festival Latinidades chega em São Paulo com shows, oficinas e roda de conversa sobre ‘bem viver’ da mulher negra

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Foto: Reprodução

Nos dias 21, 22 e 23 de julho, no Centro Cultural São Paulo e no Museu das Favelas, acontece a 16ª edição do Festival Latinidades, um evento com foco no Julho das Pretas com shows, workshops e debates voltados para a mulher negra. 

Dias antes do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha, o Festival Latinidades une, em São Paulo, multi-linguagens, como música, oficinas e rodas de conversas, abordando temas relevantes para a valorização da mulher negra, junto com personalidades negras de diversas áreas e do exterior.

A abertura do Latinidades conta com apresentação do samba-enredo de 2024 da Escola de Samba da Mocidade Unida da Mooca, que homenageará Helena Theodoro, e um painel sobre “Construir a Cultura do Bem Viver entre Mulheres Negras e Indígenas”.

No sábado acontece o lançamento do livro “Afro-México”, com a artista e senadora Susana Harp, do México, o Workshop: Dança Tradicional Haitiana, com Warda Brédy, do Haiti, painel sobre “Pedagogias Decoloniais”, com o Movimento Led, da Rede Globo, e o Espaço Ilera Bem Viver.

No domingo, em homenagem aos 50 anos do Hip Hop, o festival vai sediar o Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop.

Durante os três dias terão shows gratuitos da Tasha & Tracie, Danny Bond, Amabbi, Duquesa, Margaridas, Isa Marques, MC Soffia, Vox Sambou (Haiti), Capoeira para Todes, Ellen Oléria, Veeby (Camarões) e Zezé Motta. Também terá uma edição especial da Feira Preta durante os dois primeiros dias do evento.

Além de São Paulo, a 16ª edição do Festival Latinidades passou pelo Distrito Federal e Rio de Janeiro. A próxima parada será em Salvador, Bahia, nos dias 29 e 30 de julho.

A programação completa e ingressos podem ser conferidos no site oficial do evento: https://latinidades.afrolatinas.com.br/sp_/ 

O festival é patrocinado pela Natura Musical e nesta edição conta com o apoio do Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford, Oxfam Brasil, Edital Cultura Circular, Oi Futuro e British Council.

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