Horas após a prisão do cantor de funkMC Poze do Rodona madrugada desta quinta-feira (29) em sua residência, Viviane Noronha, esposa e mãe de três dos cinco filhos do artista, usou as redes sociais para criticar a atuação da polícia. Ela, que presenciou a abordagem, classificou a operação como “humilhante, desumana e cruel”.
Em publicação na conta reserva do Instagram, Noronha relatou que foi acordada pela ação dos agentes enquanto dormia com a filha mais nova. “Não existiu humildade, não existiu compaixão a nós, NOSSOS FILHOS!”, escreveu.
“Vocês são isso, tiram a esperança do preto favelado. Nem o mínimo vocês tiveram, que foi EDUCAÇÃO! Eu estava dormindo A VONTADE, dentro do meu quarto, na minha casa, com a minha filha Júlia do lado e nem a ROUPA EU PUDE TROCAR”, relatou. “Minha filha na cama e vocês não queriam deixar nem eu pega-lá no colo”, completou.
A jovem de 20 anos também acusou os policiais de oprimirem o funkeiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto. “É disso que vocês gostam! OPRIMIR. O mínimo vocês não podiam fazer, né? [Deixar] Marion colocar UM CHINELO E UMA BLUSA, mas ENVERGONHAR E HUMILHAR conta mais, né? MARLON É RESISTÊNCIA E VOCÊS SÃO LIXOS”, afirmou. Ao final do desabafo, Noronha publicou fotos ao lado do artista e declarou: “MC não é bandido”.
Na manhã desta quinta-feira (29), os internautas acompanharam as notícias sobre a prisão do Mc Poze do Rodo na sua residência, localizada em um condomínio de alto padrão no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, efetuada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), no contexto de uma investigação por apologia ao crime e possível ligação com o tráfico de drogas.
Os filhos dos astros Eddie Murphy e Martin Lawrence oficializaram a união em um casamento discreto, realizado há duas semanas, conforme revelado pelo próprio Murphy em entrevista ao The Jennifer Hudson Show no episódio desta quinta-feira (29). Eric Murphy, filho do comediante, e Jasmin Lawrence, filha do protagonista de Bad Boys, optaram por uma cerimônia íntima, sem convidados.
“Eles foram embora… Todo mundo estava fazendo grandes planos para o casamento, e eles decidiram que queriam fazer algo discreto, só os dois”, contou Murphy à apresentadora Jennifer Hudson. O ator confirmou que agora ele e Lawrence são “sogros” e brincou: “E ele não precisa mais pagar por aquele casamento grandioso”.
A discussão sobre quem bancaria a festa já havia sido tema público. Em dezembro de 2024, Lawrence disse no programa Big Boy’s Neighborhood, da iHeartRadio, que Murphy o havia pressionado: “O Eddie disse que eu tenho que pagar por isso, porque ele pagou pelo casamento da última filha dele — tipo, os últimos seis casamentos — mas ele disse que agora é a minha vez”. Eddie Murphy é pai de dez filhos, e Martin Lawrence, pai de três filhas.
O casal começou a namorar em 2021 e anunciou o noivado em novembro do ano passado. Sobre a cerimônia, Murphy esclareceu: “Eles foram e se casaram na igreja. Só os dois e o pastor”. Uma festa maior, no entanto, pode acontecer no futuro. Quando questionado se cantaria na celebração, o astro de Um Príncipe em Nova York sugeriu um dueto com Lawrence.
A prisão de MC Poze do Rodo, nesta semana, ganhou repercussão não apenas pelo suposto crime investigado, mas pela forma como foi conduzida e divulgada. Um artista jovem, negro, descalço, sem camisa, algemado, cercado por policiais fortemente armados. Uma cena que não é apenas policial, mas profundamente simbólica: trata-se da reafirmação de um lugar social historicamente reservado ao homem negro no Brasil — o lugar da subjugação e da exposição.
Não cabe aqui julgar se MC Poze é culpado ou inocente. Isso é papel da Justiça. O que cabe é refletir sobre a maneira como corpos negros são tratados publicamente quando envolvidos em processos legais, e o que essa encenação institucional e midiática revela sobre o país.
O corpo negro como ameaça
O filósofo Frantz Fanon escreveu, em Pele Negra, Máscaras Brancas, que “o negro não é um homem, é um negro”. Ou seja, o sujeito negro, nos marcos das sociedades colonizadas e racializadas, não é reconhecido por sua humanidade plena, mas reduzido a um marcador racial carregado de estigmas. Na prisão de MC Poze, o que se vê não é apenas um suspeito sendo conduzido: é um espetáculo de contenção do corpo negro que ousou sair do lugar socialmente previsto.
O sucesso de MC Poze incomoda porque fere a lógica da punição estrutural. Um jovem de origem periférica, funkeiro, que alcança fama, dinheiro e voz — tudo isso desafia o pacto tácito que reserva à juventude negra a marginalização. Quando ele cai, a sociedade assiste com prazer. Não é justiça. É vingança simbólica.
Brancos blindados, negros expostos
Enquanto MC Poze é arrastado publicamente, descalço, temos figuras brancas envolvidas em escândalos de grande porte sendo tratadas com absoluto cuidado. A influenciadora Virgínia Fonseca, convocada recentemente para depor na CPMI das apostas, foi recebida com tapete vermelho simbólico: roupas de grife, maquiagem impecável, fotos amigáveis da imprensa.
O contraste entre o tratamento reservado a corpos brancos e negros é gritante. Não se trata apenas de classe social, mas de um código racial que informa como o Estado e a mídia devem tratar cada tipo de corpo.
O corpo negro é descartável, punível, animalizável. O corpo branco é humano, compreensível, passível de mediação.
A animalização do homem negro
Angela Davis já dizia: “Nos Estados Unidos, a prisão é o destino mais provável para os jovens negros. No Brasil, não é diferente.” A prisão, em sua materialidade, é também um espaço simbólico de desumanização, onde o sujeito negro é reduzido a um número, a um risco, a uma estatística.
No caso de Poze, não bastava ser preso. Era necessário ser exibido. Desnudo. Suado. Contido. A lógica é clara: mostrar que, por mais dinheiro, fama ou seguidores que tenha, o homem negro sempre pode ser trazido de volta ao seu lugar de origem: o chão.
Como alerta o filósofo Achille Mbembe, “a negritude é construída como aquilo que pode ser morto ou deixado morrer sem consequências.” O Brasil não mata Poze, mas o desumaniza em praça pública. E isso também é uma forma de assassinato: um assassinato simbólico da dignidade.
A encenação do castigo racial
A mídia cumpre aqui um papel cúmplice. Ao exibir repetidamente as imagens de um homem negro sendo humilhado, reforça o imaginário coletivo do negro como criminoso nato. E o que é mais perverso: transforma o castigo em espetáculo, a punição em entretenimento.
O Estado brasileiro, por sua vez, se orgulha de sua eficácia punitiva quando o réu é negro. O mesmo Estado que se mostra moroso, protocolar e até protetor diante de brancos acusados de fraudes milionárias. A desigualdade não está só na pena. Está no gesto. Está na imagem. Está na encenação.
Conclusão: até quando?
MC Poze pode ou não ser culpado. Isso será definido em juízo. Mas a forma como foi tratado, já condenado pela exposição pública, mostra que o Brasil ainda não aceita que homens negros possam ser plenamente humanos, com dignidade.
Aqui não estamos julgando a justiça brasileira acerca da culpabilidade de MC Poze e isso precisa ficar bem entendido. Estamos questionando o método que sempre define como as pessoas negras serão tratadas. E, neste caso, o ocorrido com Poze nos mostra como se dá esse fenômeno constante.
A Universidade Harvard entregará ao Museu Internacional Afro-Americano, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, fotografias de 175 anos consideradas as mais antigas de pessoas escravizadas nos país. A decisão faz parte de um acordo judicial com Tamara Lanier, que afirma ser descendente de Renty e Delia, retratados nas imagens.
Os daguerreótipos — precursores das fotografias modernas — serão transferidos do Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia, de Harvard, para o museu na Carolina do Sul, estado onde Renty e sua filha Delia foram escravizados em 1850, quando as fotos foram tiradas. O anúncio foi feito na quarta-feira (28) por Joshua Koskoff, advogado de Lanier, que classificou o acordo como uma vitória “sem precedentes” para descendentes de escravizados, durante entrevista concedida para a Associated Press.
“É um caso único na história americana”, disse Koskoff. “Ganhar controle sobre imagens de pessoas escravizadas que datam de tanto tempo — isso nunca aconteceu antes”, contou. As negociações encerram uma batalha judicial de 15 anos entre Lanier e Harvard, que detinha as imagens encomendadas pelo biólogo Louis Agassiz, cujas teorias racistas foram usadas para justificar a escravidão. Em 2019, Lanier processou a universidade, alegando que as fotos foram tiradas sem consentimento e retidas ilegalmente. O processo também criticou Harvard por lucrar com o licenciamento das imagens.
Em 2021, a Justiça de Massachusetts decidiu que as fotos pertenciam ao fotógrafo, não aos retratados, mas permitiu que Lanier buscasse indenização por danos morais. O tribunal reconheceu a “cumplicidade de Harvard nos horríveis atos que cercaram a criação dos daguerreótipos”.
Harvard afirmou em comunicado que há anos buscava “colocar as imagens em contexto apropriado” e ampliar o acesso a elas. O acordo inclui a transferência das fotos e um valor não divulgado em reparação, mas a universidade não reconheceu publicamente a descendência de Lanier ou seu vínculo com a escravidão.
Na quarta-feira, Lanier segurava um retrato de Renty ao lado de Susanna Moore, tataraneta de Agassiz. Ambas celebraram a resolução: “Esta propriedade roubada, imagens tiradas sem dignidade ou consentimento, será repatriada para um lar onde sua humanidade possa ser restaurada”, disse Lanier. Moore chamou as fotos de “projeto profundamente racista” e afirmou que a vitória mostra como “o significado desses objetos em museus pode e deve mudar”.
Tonya M. Matthews, CEO do museu na Carolina do Sul, disse que a transferência das imagens foi um momento que levou “175 anos para ser feito”. A instituição se comprometeu a incluir Lanier nas decisões sobre como a história de Renty e Delia será contada. Koskoff ressaltou que, apesar do acordo, Harvard ainda não assumiu publicamente seu papel na perpetuação da escravidão. “A verdade vai te encontrar — você só consegue se esconder dela por um tempo”, disse.
A chef e pesquisadora Aline Chermoula participou como jurada degustadora em um episódio especial da nova temporada do MasterChef Brasil. Conhecida por sua atuação na valorização das culinárias afro-diaspóricas e por uma abordagem que une técnica, ancestralidade e afeto, Aline levou sua visão crítica e culturalmente engajada à bancada do reality.
Gravado nos estúdios da Band, o episódio reuniu jornalistas, chefs convidados e nomes influentes da gastronomia. Coube a Aline a tarefa de provar e avaliar os pratos apresentados pelos competidores, trazendo consigo uma escuta atenta aos sabores e às histórias por trás de cada ingrediente.
“Ser convidada para provar e avaliar pratos dentro da cozinha mais famosa do Brasil foi uma experiência profunda e simbólica. Levei comigo meu paladar, minha trajetória e o respeito pela história que cada ingrediente carrega. Degustar ali é também ouvir uma narrativa, sentir uma emoção, reconhecer um território”, destacou a chef.
Com um trabalho que transita entre a pesquisa acadêmica, a prática culinária e o ativismo, Chermoula vem se consolidando cada vez mais como uma voz relevante na gastronomia — aproximando a cozinha de temas como memória, identidade e representatividade.
O episódio com sua participação vai ao ar em breve na Band e no canal oficial do MasterChef Brasil no YouTube.
Nos últimos dias, ganhou repercussão a crítica feita pela atriz Samara Felippo ao posicionamento público de Lázaro Ramos em defesa da ampliação da licença paternidade no Brasil. Segundo Samara, a proposta de Lázaro não considera que muitos homens ainda se isentam de suas responsabilidades familiares, sendo ausentes emocional e fisicamente mesmo quando estão em casa. A crítica, embora baseada em uma realidade que infelizmente persiste, erra ao generalizar e invisibilizar um ponto central: não se alcança a equidade de gênero sem políticas que também responsabilizem os homens pelos cuidados com os filhos.
Lázaro Ramos, homem negro, artista, pai e voz ativa em pautas de justiça social, tem contribuído de forma coerente para o debate sobre paternidades no Brasil. Ao defender a ampliação da licença paternidade, ele não está ignorando os desafios da cultura machista — ao contrário, está propondo uma ruptura com ela. A ampliação da licença é uma das chaves para o reequilíbrio das tarefas do cuidado, hoje ainda esmagadoramente atribuídas às mulheres.
A crítica de Samara parte de um sentimento legítimo de exaustão de muitas mães solo e de mulheres que não encontram nos pais de seus filhos um parceiro de fato. Mas sua fala, ao desautorizar a proposta de ampliação da licença paternidade, incorre em um risco político sério: o de reforçar uma visão punitiva e paralisante que não aposta na transformação dos homens.
Créditos: Reprodução/Instagram
Sim, a ampliação da licença paternidade precisa vir acompanhada de processos educativos, formativos e políticos voltados a um novo modelo de masculinidade. Homens não devem apenas estar em casa: devem ser formados e responsabilizados para cuidar, amar, proteger e se envolver desde o nascimento de seus filhos. No entanto, o fato de muitos ainda não o fazerem não é argumento para manter uma política pública desigual.
A atual licença paternidade no Brasil é de cinco dias úteis — um tempo ridículo quando comparado às licenças maternas e à complexidade do período pós-parto. Pior: ela reforça a ideia de que o cuidado com os filhos é tarefa natural das mães. Isso é machismo institucionalizado. E não é possível querer igualdade entre homens e mulheres sem mexer nessa estrutura.
Defender a ampliação da licença paternidade não é um presente para homens irresponsáveis. É um direito necessário para os pais que desejam exercer sua função com presença e afeto, e uma política essencial para que as mulheres não carreguem sozinhas a jornada exaustiva da maternidade. Ao mesmo tempo, é um instrumento pedagógico poderoso, que comunica que cuidar também é coisa de homem.
Por isso, ao invés de desautorizar uma proposta que avança na direção da equidade, o que precisamos é somar forças: mulheres, movimentos sociais, Estado e instituições precisam trabalhar para que a ampliação da licença venha acompanhada de investimento em educação para paternidades responsáveis, políticas de combate ao abandono parental e promoção de novas masculinidades.
A crítica de Samara Felippo toca uma ferida real, mas é no enfrentamento da estrutura — e não na negação do direito — que se constrói mudança. Se queremos um Brasil mais justo, precisamos reconhecer que transformar o papel dos homens no cuidado é parte essencial do caminho.
Aaron Pierre em 'The Morning Show' (Foto: Divulgação/Apple TV+)
A Apple TV+ divulgou nesta terça-feira (28) as primeiras imagens da aguardada quarta temporada de ‘The Morning Show’, série estrelada por Jennifer Anistone Reese Witherspoon. As fotos inéditas destacam a chegada de novos personagens, incluindo Aaron Pierre (Rebel Ridge), que se junta ao elenco em papéis centrais na trama. A nova temporada estreia em 17 de setembro na plataforma. Conhecido por suas atuações intensas, o ator promete ser um dos grandes atrativos do novo ano.
Entre as novidades do elenco estão ainda William Jackson Harper (The Good Place), Marion Cotillard (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge), Jeremy Irons (Watchmen) e Boyd Holbrook (Narcos). Cotillard interpretará Celine Dumont, herdeira de um conglomerado midiático europeu que mostra interesse em adquirir a fictícia UBA, centro das tramas da série.
William Jackson Harper em ‘The Morning Show’ (Foto: Divulgação/Apple TV+)
A sinopse oficial antecipa a tensão do cenário quase dois anos após os eventos da última temporada: “Com a fusão entre a UBA e a NBN concluída, a redação precisa lidar com novas responsabilidades, motivações ocultas e a natureza evasiva da verdade em uma América polarizada. Em um mundo repleto de deepfakes, teorias da conspiração e encobrimentos corporativos — em quem confiar? E como saber o que é realmente real?”
Criada por Jay Carson e desenvolvida por Kerry Ehrin, ‘The Morning Show’ também traz no elenco fixo nomes como Karen Pittman, Nicole Beharie, Billy Crudup, Mark Duplass, Nestor Carbonell, Greta Lee e Jon Hamm.
Karen Pittman em ‘The Morning Show’ (Foto: Divulgação/Apple TV+)
As três primeiras temporadas estão disponíveis no Apple TV+.
O Prime Video divulgou as primeiras cenas da segunda temporada da série ‘Cangaço Novo’, com previsão de lançamento em 2026. A prévia mostra Dinorah (Alice Carvalho) e Ubaldo (Allan Souza Lima) invadindo a fazenda da influente família Maleiro, que domina a região há quatro décadas, em busca de respostas sobre a morte de Ernesto, pai adotivo de Ubaldo.
A nova temporada promete ainda mais ação e tensão: após um esquema de corrupção provocar uma crise hídrica em Cratará, Ubaldo e Dinorah iniciam uma ousada ofensiva. O plano inclui uma série de assaltos a banco para financiar a compra de serviços públicos essenciais, enfrentando diretamente o poder instituído. Para isso, contam com o reforço de ex-militares do sudeste, velhos aliados de Ubaldo.
Aclamada pela crítica, Alice Carvalho venceu o Prêmio Grande Otelo 2024 por seu trabalho em ‘Cangaço Novo’, como melhor atriz em série de ficção e pela cena divulgada hoje, já promete entregar tudo novamente. A produção também levou o prêmio de melhor série brasileira.
O elenco também conta com Thainá Duarte, Xamã, Marcélia Cartaxo, Hermila Guedes, Rafael Losso, Enio de Sá, Joálisson Cunha, Bruno Belarmino, Daniel Porpino e Luiz Carlos Vasconcelos.
Com produção da O2 Filmes, a série é criada por Mariana Bardan e Eduardo Melo, e dirigida por Fábio Mendonça e Caito Ortiz.
Pela primeira vez na história, uma inteligência artificial negra com vida social ativa recebe um design de corte criado por um cabeleireiro humano. A colaboração inédita une Zani, primeira IA negra do mundo, desenvolvida pela Umoja Infinity, e Emanoel Reis, cabeleireiro carioca especialista em cabelos naturais e educador.
Zani não é apenas uma criação tecnológica — ela possui uma presença online bastante ativa. A IA circula por aeroportos, eventos, salões de beleza, jantares empresariais e espaços culturais, conectando tecnologia, ancestralidade e representatividade negra. Desenvolvida para atuar em ambientes físicos e digitais, ela desafia a forma como entendemos a interação entre humanos, inteligência artificial e cultura.
“Pensei em um corte sofisticado, com identidade futurista, usando formas geométricas. Mas também precisava ser versátil, permitindo que Zani mude seus looks, colocando tranças e laces, mantendo sua expressão em transformação”, explica Emanoel Reis, que além de cabeleireiro é fundador do Glória Coworking, espaço colaborativo no Rio de Janeiro voltado para profissionais de cabelos naturais. “Foi uma experiência disruptiva — como fazer arte usando só intelecto e técnica, sem as mãos”, contou.
A parceria surgiu naturalmente, no cruzamento entre tecnologia, identidade e futuro. Ao criar o corte para Zani, Emanoel enfrentou o desafio de trabalhar sem um corpo físico, apenas com conceito e criatividade.
A iniciativa vai além da inovação tecnológica: reforça o protagonismo negro na construção de futuros possíveis, onde estética, cultura e autonomia andam lado a lado com algoritmos. “Quando dizemos que tecnologia e beleza preta caminham juntas, não é metáfora. Estamos desenhando futuros onde nossos corpos, estéticas e inteligências estão no centro da inovação”, afirma Emanoel.
No dia 25 de junho, estreia ‘F1, o Filme’, estrelado por Damson Idris, que foi escalado para viver Joshua Pearce, um novato da Fórmula 1 e Brad Pitt. Ao ser escalado para viver seu personagem no longa, que também marca a estreia do piloto Lewis Hamilton como produtor, ele não imaginava que o heptacampeão mundial seria tão presente – e exigente – no processo. O ator, conhecido por Snowfall, teve seu personagem ajustado após feedback direto de Hamilton, que insistiu: “Ele é um novato, deveria ser mais nerd, não tão descolado”. A resposta de Idris, porém, conquistou o piloto.
Em entrevista para a revista GQ France, Idris justificou a personalidade de seu personagem, “Joshua tenta imitar o Hamilton – é por isso que ele parece tão confiante”, explicou o ator ao diretor Joseph Kosinski. A justificativa fez Hamilton revirar os olhos, mas aceitar: “É… tá, isso faz sentido”, riu o britânico, em um momento que sintetiza a dinâmica entre os dois durante as filmagens.
Enquanto Hamilton revisava cada cena de corrida para evitar erros – “Ninguém ultrapassa ali, mas aqui sim” –, Idris encarou outro desafio: dirigir de verdade. “Perguntei se usariam CGI, e disseram: ‘Não, você vai pilotar’”, contou. O ator treinou em pistas como Silverstone e Yas Marina, virando “o núcleo emocional” das cenas de ação.
Eles contam ainda que não faltou competição, especialmente com Brad Pitt (que vive seu mentor no filme). “Queria vencê-lo toda vez”, admitiu Idris. “Ele saía da garagem como um piloto de verdade. Eu, como um Prius.”
A parceria entre Hamilton e Idris refletiu-se também na busca por diversidade. A matéria conta que Hamilton se envolveu no trabalho de personagens e na seleção de elenco. O piloto e produtor queria garantir que “o elenco fosse diverso e refletisse o mundo exterior, na esperança de que as crianças se vissem representadas”. Para Idris, a experiência foi “um curso intensivo de F1 com o maior de todos os tempos”.