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Patrícia Ramos estreia nos cinemas em Uma Mulher Sem Filtro

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A influenciadora e apresentadora Patrícia Ramos fará sua estreia nas telonas com o filme Uma Mulher Sem Filtro, que chega aos cinemas em 21 de agosto. Na produção, protagonizada por Fabiula Nascimento, Patrícia interpreta Roberta.

Em uma das cenas divulgadas nas redes sociais, a narrativa apresenta a personagem Bia, vivida por Fabíola Nascimento, que tenta desabafar sobre um momento difícil, mas vê sua amiga Roberta, Patricia Ramos, transformar a conversa em um monólogo sobre si mesma.

O trecho, compartilhado no Instagram, mostra de forma bem-humorada um comportamento comum em relações pessoais: quando até o drama alheio vira palco para a autoafirmação.Conhecida pelo trabalho como criadora de conteúdo e apresentadora, Patrícia Ramos agora amplia sua trajetória artística com o cinema.

Sinopse

Em “Uma Mulher Sem Filtro”, interpreta Bia, uma publicitária que precisa lidar com um chefe machista e sem noção, um marido encostado, uma melhor amiga extremamente egocêntrica, e uma irmã muito diferente dela. Como se não bastasse, a jovem influencer Paloma, interpretada por Camila Queiroz, assume o cargo de CEO de conteúdo na empresa em que Bia trabalha e espera uma promoção há anos. À beira de um colapso, Bia aceita a sugestão de Paloma e resolve se encontrar com Deusa Xana, para uma espécie de sessão esotérica. Como resultado, ela perde todos os filtros e passa a dizer tudo o que pensa.

Empresas lançam curso de inteligência artificial para capacitar 10 mil mulheres até 2026

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Um grupo de 50 empresas, em parceria com a Prosper Digital Skills, especializada em desenvolvimento de habilidades digitais para transformação social, lançou o Potenc.IA, programa gratuito de capacitação em inteligência artificial voltado para mulheres. O objetivo é mitigar os efeitos da automação no mercado de trabalho feminino, já que estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que 9,6% dos empregos ocupados por mulheres estão sob risco de automação, contra 3,5% dos ocupados por homens.

A primeira turma do programa, que começa com 1.600 alunas, terá duração de seis meses e pretende formar 10 mil mulheres até março de 2026. Metade das vagas será destinada a colaboradoras das empresas patrocinadoras, enquanto a outra metade será preenchida por mulheres indicadas por ONGs, institutos sociais e inscrições diretas na Prosper.

Diversidade e interseccionalidade

Para promover a inclusão, o programa prioriza mulheres negras, indígenas, LGBTQIAPN+, com deficiência e acima de 50 anos. “A IA impactará funções administrativas, operacionais e de serviços, majoritariamente ocupadas por mulheres. Queremos garantir que elas avancem junto com a nova economia”, afirma Silmara Pereira dos Santos, head do Potenc.IA e ex-executiva de empresas como Philips e iFood.

Diferente de outras iniciativas, o curso é híbrido, com conteúdo assíncrono, exercícios práticos e mentorias semanais. As participantes serão direcionadas para três trilhas de aprendizado, conforme seu nível de conhecimento: “Uso de IA”, “Agentes de IA” ou “Decisão baseada em dados”. Ao final, um novo assessment medirá o desenvolvimento das habilidades.

Mentoria e empregabilidade

Além da formação técnica, o programa inclui feiras de contratação e mentorias para facilitar a recolocação profissional em ambientes que valorizem a equidade de gênero. “Queremos formar lideranças em habilidades digitais, não apenas técnicas”, diz Silmara, que também é mentora do Insper.

A iniciativa foi inspirada no trabalho da pesquisadora jamaicana Margaret Spencer, consultora do programa. “É uma ação concreta para que a transformação digital aconteça com equidade e protagonismo feminino”, destaca Silmara.

Mais informações estão disponíveis no site: https://potencia.prosperdigitalskills.com/

64% dos empreendedores negros fazem dos seus negócios uma arma contra o racismo e um motor de identidade cultura

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O empreendedorismo negro pulsa na economia brasileira, gerando renda, oportunidades e inovação. Mas, para que essa engrenagem continue girando, é preciso mais do que esforço individual: são necessárias políticas públicas capazes de articular recursos e criar condições para que esse ciclo não se quebre. É sobre essa força econômica e os caminhos para fortalecê-la que vamos falar nas próximas linhas.

Nos últimos anos, programas de incentivos públicos e projetos de lei vêm ganhando força para reduzir desigualdades históricas e impulsionar negócios liderados por pessoas negras. Além das iniciativas governamentais, as empresas privadas podem desempenhar um papel fundamental nessa empreitada — incentivar o afroempreendedorismo não é apenas um gesto de responsabilidade social, mas também um movimento estratégico para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

Inclusão governamental e corporativa

São Paulo, Goiás e Pernambuco são exemplos de estados onde as políticas de inclusão ao empreendedor negro já se estabelecem. Mas, é importante ressaltar que temos em curso projetos de lei nacional para contemplar todos os estados brasileiros (Projeto de Lei n 2.538/20 e n 5.619/2023) ambos visando criar apoio e políticas públicas para fomentar o desenvolvimento econômico por meio do afroempreendedorismo.

O impacto desses recursos na engrenagem social e econômica do país colabora para quebrar o ciclo de exclusão financeira de pessoas que constroem diariamente soluções de negócios para toda a sociedade, e, com isso, fortalece a geração de renda, a mobilidade social e impulsiona recursos para uma economia mais participativa.As empresas têm um papel fundamental no processo de desenvolvimento social, e podem contribuir de diversas maneiras — desde apoio financeiro e institucional até a adoção de políticas de compra que priorizem produtos e serviços de empreendedores negros, fortalecendo cadeias produtivas de maneira sustentável e escalável.

Formalizar para crescer

De acordo com o portal SEBRAE (2025), pessoas negras representam 52% dos empreendedores no Brasil — cerca de 16 milhões de empreendedores. No entanto, 60,1% estão na informalidade, o que limita acesso a crédito e proteção social.

Esses dados reforçam a urgência de uma comunicação assertiva para a construção de processos que viabilizem a formalização desses negócios e a manutenção desses recursos, garantindo que o empreendedor tenha acesso a mecanismos estruturados que fortaleçam a empresa e assegurem sua competitividade e sustentabilidade no mercado.

De acordo com pesquisa realizada pela AfroBusiness, 64% dos empreendedores negros afirmam que seus negócios têm como missão fortalecer a identidade cultural e combater o racismo. Isso mostra que, para além de fazer a roda girar, eles também direcionam seus negócios de maneira inovadora.

É preciso reconhecer as pessoas negras como o que são: desenvolvedores de projetos que ampliam a transformação socioeconômica do país. Elas estão presentes na tecnologia, na moda, na beleza, na arte e, sobretudo, na alimentação — atuando tanto no e-commerce quanto nas periferias ou nas grandes metrópoles. Com maestria, poucos recursos e muita dedicação, esses empreendedores vêm construindo negócios inovadores que refletem resistência, criatividade e protagonismo, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil.

“Vai ser uma virada de página”, revela Iza sobre novo show com influência reggae

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A cantora Iza adiantou, neste domingo (17), detalhes sobre seu próximo projeto musical durante participação no evento Rio Gastronomia, no Rio de Janeiro. Em entrevista a Julio Fersil, a artista afirmou que o novo álbum marcará uma “virada de página” em sua carreira, com um repertório inspirado no reggae, ritmo que, segundo ela, sempre esteve presente em sua trajetória.

“Vai ser uma virada de página que eu estou esperando há bastante tempo”, disse Iza, destacando que trabalha no projeto desde os sete meses de gravidez de sua filha, Nala, hoje com 10 meses de nascida. “Estou ansiosa, animada para mostrar tudo que está acontecendo. A nova era está bem perto”, completou.

A cantora, que já explorou o gênero em sucessos como Pesadão e Brisa, descreveu o novo trabalho como um “reggae delicioso” e “universal”. “Tem tudo a ver comigo. É um ritmo que eu amo muito”, afirmou. Sem revelar datas ou detalhes específicos, Iza brincou: “Acho que tem umas paradas que eu quero falar que combinam com o estilo, e acho que eu seguro a bronca também de cantar reggae”.

O último álbum da carreira de Iza foi Afrodhit, lançado em agosto de 2023.

Médica endocrinologista cria série que une ancestralidade, ciência e saúde para repensar o cuidado com o corpo negro

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Foto: Divulgação

“Quando a gente fala de grandes atletas nos EUA, falamos de corpos negros com metabolismo acelerado, massa muscular exuberante. Essa é nossa herança, mas também precisamos falar dos impactos do estresse racial na saúde”, afirma a Dra. Suzikelli Lisboa, médica endocrinologista, criadora da série Elegância Negra, publicada em seu perfil no Instagram. Com relatos pessoais e embasamento científico, a médica conecta questões raciais, fisiologia e cuidado integral em um projeto que ressignifica o cuidado para populações negras.

No episódio “Corpo Preto, Metabolismo Vivo”, a especialista explica como experiências de estresse vividas pela população negra se refletem no corpo: “O estresse sobre a questão racial também pode levar ao ganho ou perda de peso. Não é só genética, é epigenética. O ambiente muda nosso corpo, e a gente pode intervir nisso”. O vídeo aborda como o racismo e outras formas de opressão atuam no organismo, influenciando desde a menopausa precoce até a hipertensão mais frequente em homens negros. “Não adianta só falar para comer melhor e fazer exercício se a pessoa vive sob um estresse que dispara cortisol todo dia”, diz. A médica defende que, sem olhar para esses fatores, o tratamento de condições como diabetes e obesidade fica incompleto.

Mais do que uma série sobre medicina, o projeto é um convite para enxergar o corpo negro em sua complexidade, considerando nossa ancestralidade e as pressões atuais. “Temos uma história, uma raiz. Cuidar da saúde é também honrar isso”, afirma Dra. Suzikelli. Com linguagem acessível, os episódios misturam ciência, relatos e estratégias práticas, em que a especialista reforça: “Você não está sozinho. Existem caminhos”.

Os próximos episódios trarão temas como como menstruação, SOP, menopausa e fertilidade, além de discutir a saúde hormonal dos homens negros e a menopausa e andropausa na terceira idade preta.

Nós por nós, pretos e pardos!

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Foto: Reprodução/Freepik

Amo minha raça, luto pela cor, o que quer que eu faça é por nós, por amor — Racionais MC’s

Afirmar-se publicamente como uma pessoa negra e orgulhosa da raça não era uma coisa simples para muitos afrodescendentes da maneira que é hoje. O racismo brasileiro é tão perverso que estimulava os negros a mutilarem a própria identidade, a negarem as origens étnicas e assumirem os valores e a estética que dialogam com a cultura eurocêntrica. Isso ainda persiste. A promessa implícita para os que se propõem a seguir essa lógica é receber um caloroso “seja bem-vindo” nos espaços segregados. No entanto, é uma ilusão, a tolerância quando acontece não pode ser confundida com acolhimento. E a busca pelo inatingível deixa marcas profundas na saúde mental, o adoecimento é inevitável quando o negro tenta a todo custo ajustar-se a uma cultura estranha.

Felizmente, crescemos, evoluímos no conhecimento e, diferentemente do passado, existe uma massa de negros ostentando as raízes, consumindo a cultura africana e afro-brasileira sem a necessidade de dar explicação e se desculpar por serem quem são. O próprio Dia de Zumbi dos Palmares e Consciência Negra (20 de novembro) revigora a luta. Nesse mês, rememoramos as histórias e lições de nossos ancestrais e demonstramos à sociedade que os negros estão juntos contra qualquer forma de exclusão e violência. Denunciamos os mecanismos de dominação que carregam em sua essência a manutenção ininterrupta do genocídio da população negra, ignorando que “a gente combinamos de não morrer” como nos lembrou a escritora Conceição Evaristo.

Essa resistência consciente não surgiu do nada. Ela emerge através da sabedoria dos nossos ancestrais, conhecimentos que atravessam gerações, difundidos no campo oral, na prática e na teoria. Ao beber dessa fonte, movimentos negros, intelectuais, ativistas e apoiadores das lutas antirracistas articulam o enfrentamento em diferentes camadas para as demandas negras ecoarem e serem transformadas em políticas públicas.

A população negra brasileira é enorme. Somos mais da metade da população, pretos e pardos presentes na mesma categoria racial. Esse contingente populacional deixa a branquitude em estado de atenção, sabem que temos potencial revolucionário. A história dos povos negros no Brasil e no mundo tem muitos registros nesse sentido. O que não pode é essa massa populacional se deixar enganar por migalhas ou ideias que fragmentem a nossa resistência. Ainda que tenhamos divergências nos métodos de luta, saibamos respeitar e compreender as diferenças existentes na comunidade negra, porque acima de tudo o racismo nos torna um corpo único. Estamos por nossa conta, enfrentando a todos que não nos enxergam como humanos.

Mulheres que amam na maturidade

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Foto: Reprodução

Namorar depois na maturidade é um tabu entre casais negros. É como se estivessem realizando algo estranho. Na publicidade, raramente você vê casais negros maduros. Imagine um casal de namorados! Na novela “Dona de mim”, Yara (Cyda Moreno) e Jussara (Vilma Melo) rompem com o preconceito e se permitem namorar na maturidade.

Um acontecimento considerado corriqueiro entre os jovens, mas desafiador depois de determinada idade. A paixão se renova, o cuidado com o corpo ganha outro significado, o olhar para o parceiro ou parceira ganha momento de entusiasmo, pela redescoberta de como é gostoso sonhar e amar. Os filhos ficam desconfiados e muitos duvidam que os mais velhos possam ter desejos de namoro, de ficar juntos; é como se o amor tivesse prazo de validade, algo inexequível, impossível e improvável para pessoas com mais idade! Como estão enganados!

A vida nos traz surpresas e aventuras inesperadas, independente da idade. Os olhares de Yara e Jussara são exemplos de poesia. São imagens alegres e divertidas. Reconhecem o desafio de retomar a vida a dois, mas retomam com alegria e disposição, e muita beleza, o destino de suas vidas.

Como são bonitas! A interpretação das duas mulheres negras da periferia tem um ar natural de elegância e beleza. Há uma desmitificação do fato que pontua que, após determinada idade, não existiria vida amorosa ou sexual. Cenas simples, como se preparar para ir a uma festa, se transformam em verdadeiros acontecimentos, com ida ao cabeleireiro do bairro ou a confecção de um vestido pela costureira. Toda uma economia é movida para atender às expectativas daquelas mulheres que ousam amar.

A luta destas mulheres negras pela sobrevivência e os cuidados com os filhos e os netos não deixam de ser um alerta de que a vida não é fácil. Exige trabalho duro, disciplina, fé ,apoio da comunidade e uma luta permanente para que elas se mantenham como referência de dignidade. A vida na periferia exige solidariedade e o maior desafio que é acreditar nos seus sonhos.

A interpretação das atrizes Cyda Moreno, como Yara, e Vilma Melo, como Jussara, possibilitam um debate que envolve homens e mulheres negras, questão muito bem registrada pela escritora bell hooks, que escreveu algo profundo quando disse: “Muitas mulheres negras sentem que em suas vidas existe pouco ou nenhum amor. Essa é uma de nossas verdades privadas que raramente é discutida em público. Essa realidade é tão dolorosa que as mulheres negras raramente falam abertamente sobre isso”. Eu acrescentaria que raramente os homens negros se permitem conversar sobre o assunto. Exige coragem e desprendimento. Em uma reunião só de homens, pouco se conversa sobre esse ponto que mexe com valores e lugares escondidos na alma masculina. Poucos têm a coragem de admitir. Mas quando o coração relaxa, alguns confidenciam e admitem que sentem que em suas vidas existe pouco ou nenhum espaço para o amor.

Jason Weaver recusou US$ 2 milhões e hoje recebe royalties vitalícios por dar voz a Simba no filme clássico “O Rei Leão”

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Foto: reprodução

Jason Weaver, o ator e cantor que deu voz ao jovem Simba no clássico animado O Rei Leão, lançado em 1994, revelou em entrevista ao canal do YouTube, VladTV,  que continua recebendo royalties pelo filme, graças à visão estratégica de sua mãe. Segundo ele, os ganhos acumulados ultrapassam US$ 1,9 milhão (cerca de R$ 10 milhões na cotação atual). 

Na entrevista concedida em 2019, Weaver contou que recebeu uma oferta inicial de US$ 2 milhões para cantar as músicas do filme, incluindo sucessos como “I Just Can’t Wait to Be King” e “Hakuna Matata”. Na época, sua mãe insistiu em negociar um acordo que incluísse royalties futuros, prevendo o potencial de relançamentos da Disney. 

“Ela conseguiu enxergar o cenário e pensar: ‘Isso vai render muito dinheiro com o tempo. E o que acontece quando meu filho fizer 40 anos? Ele ainda vai receber um cheque?’”, disse Jason Weaver. “Com certeza, ela estava absolutamente certa”, afirmou. 

O filme, que completou 30 anos em 2024, foi relançado ao menos sete vezes em formatos como VHS, DVD e Blu-ray. O remake em CGI (2019) também impulsionou a procura pela versão original, aumentando os ganhos do ator. Além disso, o “live-action” do filme que conta a história de Mufasa, pai de Simba, foi lançado nos cinemas em 2024.

Curiosamente, O Rei Leão não era considerado prioridade pela Disney durante a produção. O estúdio via Pocahontas (1995) como seu carro-chefe, enquanto o musical africano era tratado como um projeto secundário. O filme chegou a ser chamado internamente de “Bambi na África”, segundo o produtor Don Hahn. 

Weaver afirmou que os royalties serão herdados por seus filhos e netos. “Se ela não tivesse feito isso, teria sido um dos maiores erros da minha carreira”, concluiu. 

Afeto, carreira e poder: a roda de mulheres negras que está mudando o jogo em Salvador

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Fotos: Andreza Mona

Na última semana, Salvador testemunhou mais do que um encontro profissional, presenciou um movimento. A segunda edição da Ciranda Preta, realizada no charmoso restaurante Solar Gastronomia, no Rio Vermelho, reuniu cerca de 80 mulheres negras de diferentes áreas de atuação como comunicação, direito, economia, eventos, saúde e poder público.

Criada por Danielle Pires e Najara Black, a Ciranda Preta nasceu do desejo de unir mulheres negras em espaços de prestígio, muitas vezes pouco ocupados por elas, e transformar jantares em pontes para o futuro. Mais que networking, trata-se de reivindicar presença e ocupar mesas que antes pareciam reservadas a poucos.

Se a proposta inicial era criar conexões estratégicas para impulsionar carreiras e gerar negócios, o que se viu foi um mergulho coletivo em afeto, autoconfiança e pertencimento. Entre taças erguendo brindes e sorrisos soltos, a alegria,  tão característica da cultura baiana, costurou novas histórias e aproximou profissionais que, até então, nunca haviam se encontrado.

“Foi um espaço seguro para ser quem somos e dizer sem medo: ‘eu quero crescer e quero levar outras comigo’”, resumiu Josi Querino, sócia-diretora da Pau Viola Entretenimento. E os resultados falam por si: segundo a organização, 85,7% das presentes vislumbram novas oportunidades de negócios, saíram mais confiantes e acreditam que a rede seguirá rendendo parcerias concretas.

Essa movimentação não é isolada. Segundo o Sebrae, empreendedoras negras já representam mais de 35% das donas de negócios no Brasil, mas ainda enfrentam barreiras para acessar crédito, clientes e redes de influência. Iniciativas como a Ciranda Preta atuam exatamente nesse gargalo: conectar talento e oportunidade.

Além disso, estudos do McKinsey & Company mostram que empresas com diversidade étnico-racial em cargos de liderança têm 36% mais chances de alcançar desempenho financeiro acima da média. Quando se cria um ecossistema onde mulheres negras se fortalecem mutuamente, o ganho não é só individual, é econômico, social e cultural.

Esta iniciativa ser em Salvador é simbólica. A cidade, marcada pela força da ancestralidade negra, oferece o cenário perfeito para um movimento que une identidade, excelência e leveza. A alegria, presente do primeiro ao último brinde, foi catalisadora da sensação de pertencimento. Mesmo para quem chegou sozinha, era impossível não sair com novos contatos e novas amigas.

A Ciranda Preta prova que, quando mulheres negras se encontram com intenção, o impacto ultrapassa as paredes de um restaurante. É sobre carreira, mas também sobre saúde emocional. É sobre negócios, mas também sobre afeto. É sobre agora, mas sobretudo sobre o futuro.

E para Salvador, a mensagem é clara: a cidade não será a mesma depois dessas rodas de conversa e afeto. Porque, no fundo, cada gargalhada ecoada no Solar Gastronomia era também um ato político.

Vida longa à Ciranda Preta!

Feira Afro do Valonguinho destaca gastronomia ancestral em evento no Centro do Rio

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Foto: Divulgação

A gastronomia afro-brasileira será um dos destaques da Feira Afro do Valonguinho, que ocupa o Jardim Suspenso do Valongo neste sábado (16), no Centro do Rio. Com entrada gratuita, o evento promove saberes ancestrais por meio de pratos como acarajé, feijoada da Tia Célia e o famoso mate da Casa.

Organizada pelo Instituto Cena Portuária e pelo casarão, reconhecido como Ponto de Cultura e Casa Ancestral pela Prefeitura do Rio, a feira reforça a conexão entre culinária, história e identidade negra na Pequena África, região central na diáspora africana no Brasil.

Além dos quitutes tradicionais, os visitantes poderão experimentar cervejas artesanais e outras iguarias em meio a apresentações culturais. O acarajé, símbolo da culinária de raiz afro-baiana, e a feijoada da Tia Célia, preparada há décadas no Morro do Valongo. Já o mate da Casa, bebida típica do casarão, é uma herança de preparos ancestrais, combinando erva-mate, gengibre e limão em uma receita que reflete a fusão de influências africanas e indígenas.

O evento também oferece visita ao Casarão Cultural João de Alabá, espaço que homenageia o babalorixá João de Alabá, fundador de um dos primeiros terreiros de candomblé do Rio. No local, a exposição “12 Orixás Adesivados”, da artista Jussara Di Medeiros, dialoga com a proposta de valorização da cultura afro-brasileira.

Para quem quiser estender o passeio, o casarão promove ainda visitas guiadas, sessões de cinema e passeios pela Vila do Iguassú, reforçando o turismo de base comunitária na região portuária.

Serviço
📅 Data: 16 de agosto de 2025 (sábado)
🕘 Horário: a partir das 9h
📍 Local: Jardim Suspenso do Valongo – Rua Camerino (Pequena África), Centro, Rio de Janeiro
🎟 Entrada: gratuita
📱 Informações: @casaraoalaba

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