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Universidade Zumbi dos Palmares inicia nova turma do curso gratuito para formação de trancistas

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Foto: Freepik
Com aulas presenciais, a Universidade Zumbi dos Palmares, em parceria com a Fundação Elijass Gliksmanis, inicia uma nova turma do curso gratuito para formação de trancistas. As inscrições terminam hoje, 16 de outubro, e as aulas iniciam amanhã, 17.
No campus da universidade, em São Paulo, a formação será um apoio para unir o resgate à ancestralidade e o fomento a oportunidades para pessoas negras e em situação de vulnerabilidade social. (Clique aqui para se inscrever)
As aulas acontecem das 19h às 22h e todos os estudantes recebem certificado. Para mais informações, entrar em contato no telefone (11) 3325-1000 – Ramal 112.
Empreender por meio da ancestralidade
As tranças que já foram utilizadas para desenhar rotas de fuga rumo aos quilombos, refúgios de negros escravizados, hoje são fonte de renda para pessoas que encontram no empreendedorismo a inclusão que por vezes não acontece no mercado formal de trabalho.

Atualmente, mais de 70% das brasileiras têm cabelos crespos ou cacheados. De acordo com dados do Sebrae, as mulheres pretas movimentam R$700 bilhões em negócios anuais.

Will Smith se pronuncia após revelações de Jada Pinkett sobre casamento: “ela viveu uma vida mais no limite”

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Foto: Gettymages

Após as recentes falas de Jada Pinkett, que revelou ao mundo que ela e Will Smith não estão mais casados desde 2016, o ator e diretor decidiu se pronunciar sobre as declarações. Em um e-mail enviado para o The New York Times, Will Smith disse que as revelações “meio que o acordaram”.

Segundo o ator, as revelações do novo livro de Jada mostraram que “ela viveu uma vida mais no limite” e que “ela é mais resiliente, inteligente e compassiva” do que ele imaginava.

“Quando você está com alguém há mais da metade da sua vida, uma espécie de cegueira emocional se instala”, escreveu Smith. “E você pode facilmente perder a sensibilidade às nuances ocultas e belezas sutis.” 

Já os filhos do casal, Jaden e Willow, disseram ao Daily Mail estarem aliviados por não precisarem mais mentir sobre a situação de seus pais.

Na última semana, Jada veio a público falar sobre sua vida pessoal e divulgar seu novo livro “Worthy” (Digno, na tradução para o português). Em entrevista à NBC, Pinkett revelou que o casal vive ‘vidas completamente separadas’ desde 2016. A entrevista faz parte de um especial da NBC News que vai ao ar no dia 17 de novembro onde ela revelou mais detalhes sobre seu casamento – os dois ainda são casados no papel.

Jada também contou que ficou chocada quando Will Smith a chamou de “minha mulher”, após dar um tapa em Chris Rock no Oscar em 2022.  “Em primeiro lugar, estou realmente chocado, porque veja bem, eu não estou lá. Faz muito tempo que não nos chamamos de marido e mulher”, contou ela na entrevista para a jornalista Hoda Kotb. “Manter o nome da minha esposa fora da sua boca? Estou muito preocupado com Will porque não sei o que está acontecendo”, lembrou ela. 

A apresentadora do Red Table Talk também revelou para a revista People que Chris Rock tentou chamá-la para sair quando houve rumores de que o seu casamento com Will Smith estaria acabando. “Ele me ligou e basicamente disse, ‘Eu adoraria sair com você’, contou Jada.

Ela também revelou em outra entrevista que o seu amigo de infância, o rapper Tupac, era sua alma gêmea. “Se existem vidas passadas, eu definitivamente acho que o Pac e eu viajamos juntos em algumas delas. Sabe, de várias formas”, disse a revista “Rolling Out”.

Educação é poder: racismo e antirracismo um conflito necessário para a transformação social

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Foto de Juca Martins/Olhar Imagem

Uma menina negra é xingada de macaca por uma colega de turma, em outro dia é chamada de neguinha feia com cabelo de bombril. No ano seguinte, em outra escola cria expectativa de fazer amizades, mas acaba sozinha durante todo o horário do recreio. No último ano do ensino fundamental, é excluída da apresentação de dança da festa junina da escola, o motivo: ninguém a escolheu como par na quadrilha. Este relato poderia ser sobre a sua infância. Se você é uma pessoa negra, provavelmente viveu algum episódio de racismo na escola.  

Para confirmar algo que já imaginávamos, um dado científico. O ambiente escolar é o principal local onde os brasileiros sofrem racismo, conforme mostrou uma pesquisa recente. A investigação concluída em julho de 2023, foi realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), contratada pelo Projeto SETA e pelo Instituto de Referência Negra Peregum. De acordo com os resultados, a cada 10 pessoas que afirmaram ter sido vítimas de racismo no Brasil, 3,8 sofreram num espaço de educação formal (escolas, faculdades ou universidades). 

 A escola é o espaço onde ocorrem as primeiras violências raciais e as crianças negras são as principais vítimas. Mas não são as únicas. O racismo no ambiente escolar afeta a todos. Concordamos que a educação formal pode ser (e é) um meio de transformação social e da diminuição das desigualdades e das discriminações. Porém, a educação também pode servir para veiculação e reforço de ideais racistas, sexistas e homofóbicos. Diversas vezes, as práticas educacionais fortalecem valores eurocêntricos expostos, inclusive em diferentes materiais didáticos. Não podemos perder de vista que a escola é um produto social e por isso reflete pensamentos e construções realizadas por uma dada sociedade. Se vivemos numa sociedade racista a escola também será racista, construir uma realidade diferente (uma educação antirracista) é uma responsabilidade de todos, tanto dos profissionais da educação, do Estado, dos movimentos sociais, quanto sua e minha. 

Em falar em movimentos sociais, vale lembrar que a questão do acesso à educação para a população negra no Brasil sempre foi pauta do  Movimento Negro. Desde o pós-abolição da escravatura em 1888, e com a proclamação da República no ano seguinte, as organizações negras já tinham em suas reivindicações a educação como questão prioritária, uma vez que o analfabetismo e o lento acesso às escolas oficiais se colocaram como um dos principais desafios a serem enfrentados. Nesse cenário, uma organização se destacou, a Frente Negra Brasileira. A associação de caráter político foi criada em 1931, em São Paulo, mas logo se espalhou para outras cidades e o plano era alcançar uma proporção nacional. A Frente Negra tinha como um dos objetivos criar meios de integrar o negro na sociedade nos aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos. A instituição abriu escolas e promoveu cursos com o objetivo de alfabetizar jovens e adultos negros. 

A professora e primeira reitora negra de uma universidade federal no Brasil, Nilma Lino Gomes argumentou que o  Movimento Negro é um ator político que ensina a sociedade sobre as relações étnico-raciais. Um momento fundamental para o Movimento Negro contemporâneo, foi a criação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial, que ocorreu  nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, na noite do dia 18 de junho de 1978, em plena ditadura civil-militar. Em 1979, a instituição foi rebatizada e passou a se chamar Movimento Negro Unificado (MNU). Com dimensão nacional, essa organização tinha entre suas pautas centrais o acesso à educação na luta contra o racismo. No século XX, organizações negras já buscavam um ensino e aprendizagem que valorizassem a resistência e a força negra, ao contrário do discurso educacional que operava na época. Onde, em resumo, o sujeito negro era quase que sinônimo de escravo (para usar as palavras da época) e vivia numa completa passividade. O pouco da história da população negra era contada a partir do 13 de maio e da valorização da princesa Isabel – “a heroína que libertou os escravos”. 

A fotografia que compõe este texto representa a luta do Movimento Negro por uma educação que incluísse a história e a cultura dos africanos e dos seus descendentes. O registro é de Juca Martins e retrata uma manifestação organizada pelo MNU da Bahia, que ocorreu na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1981, em Salvador. Os militantes ficaram indignados pois na reunião anual da SBPC não houve uma discussão racial, assim surgiu a faísca para a manifestação. 

No processo de redemocratização do Brasil e nas discussões para a formulação da Constituição Democrática o Movimento Negro se fortaleceu ainda mais e com destaque para a pauta educacional. Um dos resultados, ou produtos das incansáveis lutas promovidas pelos militantes foi um conjunto de políticas públicas, com objetivo, por exemplo, de construção de uma educação emancipatória e multicultural.  

Um dos frutos dessa luta histórica, foi a aprovação da Lei 10.639. Você sabe o que diz essa lei? A Lei 10.639 tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira em todos os estabelecimentos de ensino públicos e privados, em todas as séries escolares. É provável que você não conheça essa lei e pode concluir, “deve ser uma lei recente”, mas não. Em 10 de janeiro de 2023, a lei completou 20 anos. A 10.639 alterou a principal lei de educação do Brasil, a Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira (LDB), a Lei 9.394 de 1996. Está na LDB, mais especificamente no seu artigo 79B que o dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, deverá ser incluído no calendário escolar. Os conteúdos ligados à História e Cultura Afro-Brasileira precisam constar em todo o currículo escolar. Você leu certo, em todo o currículo. Então, não é a professora ou o professor de História ou de Literatura, mas o de Matemática, Química, Física e todas as outras matérias. 

Por fim, é importante reconhecer o empenho do Movimento Negro contemporâneo em lutar e sair vitorioso no campo das políticas públicas educacionais. Concordo com a pesquisadora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva em seu artigo, Educação das Relações étnico-raciais nas instituições escolares, em que ela conclui que “o problema não está, portanto, na falta de políticas públicas, tampouco de orientações para implementá-las […], mas em projeto de sociedade que ainda se faz dominante, projeto esse que tenta eliminar as diferenças étnico-raciais, folclorizar as marcas culturais, sabedorias, conhecimentos e tecnologias que não de raízes europeias”.

Lembra do relato do início? Aquela menina negra era eu. Durante todos os anos da minha vida escolar nunca escutei a história de Dandara, Maria Firmina dos Reis, Luiz Gama. Cresci sem saber quem foi Tereza de Benguela. Mas posso garantir que nenhum aluno tenha passado por isso em minhas aulas. Hoje, como professora de história, busco cotidianamente a construção de uma educação antirracista. Acredito no grande poder de transformação social da educação e no papel que ela pode cumprir no processo de fortalecimento das identidades negras. 

Referência: Foto de Juca Martins/Olhar Imagem. “Manifestação durante a reunião da SBPC, Salvador, BA, 1981”. Arquivo Edgard Leurenroth/Unicamp. A foto foi publicada pela primeira vez no jornal Voz da Unidade, em 1981.

Profissionais negros realizam nova edição do Simpósio Afrocentrado de Medicina Veterinária, em São Paulo

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Foto: Freepik

Organizado pelo coletivo Afrovet, em 25 de novembro será realizado o primeiro Simpósio Afrocentrado de Medicina Veterinária presencial, em São Paulo.

“A realização desse evento confirma que nós médicos veterinários negros somos capazes de organizar um evento de grande porte, patrocinado por grandes empresas e com uma grade científica repleta de palestrantes de altíssimo gabarito”, endossa o embaixador e perito veterinário judicial Dr. Clifton Davis, pioneiro na área.

Dr. Clifton Davis (Foto: Divulgação)

O evento inédito conta com uma grade 100% preta de palestrantes e abrangerá as áreas de pequenos animais, grandes animais, animais selvagens e saúde pública.

Além disso, também terão mesas redondas abordando temas como: saúde mental, racismo, empreendedorismo negro e perícia veterinária.

Serviço

1° Simpósio Afrocentrado de Medicina Veterinária

Data: 25 de novembro

Endereço: Av. Chucri Zaidan n° 1240 – 4° andar – na sede da empresa Zoetis

Ingressos: R$ 80 à R$ 130 (Clique aqui!)

Exigimos professores negros no ensino superior 

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Foto: Reprodução

A inteligência também nunca salvou ninguém, pois se é em nome da inteligência e da filosofia que se proclama a igualdade dos homens, também é em seu nome que muitas vezes proclama o extermínio.

           ‒ Frantz Fanon

É basicamente consenso de que a educação institucional é um dos instrumentos fundamentais para a evolução da sociedade. Acredita-se que através dela as pessoas se relacionarão com respeito e solidariedade, e, em paralelo, serão abastecidas de conhecimentos técnicos para a aplicação nos diversos setores da sociedade: saúde, tecnologia, produção industrial, economia, cultura, agricultura etc.

Porém, precisamos de certo cuidado com esse pensamento, pois a educação também pode ser utilizada para atender interesses de grupos privilegiados, em detrimento da maioria desfavorecida. Por essa razão, o aprofundamento do debate sobre qual o modelo de educação é importante. Não é o foco deste texto, neste momento, a ideia é pensarmos sobre quem não deveria estar ausente no processo de construção do conhecimento. Dito isso, é inadmissível a minúscula inserção de professores negros nas instituições de ensino superior; algo que deveria causar estranheza na sociedade, e assim estimular a luta por mudanças.

Caso você tenha passado pelo ensino superior, responda-me: quantos professores negros lecionaram no seu curso? Imagino que a sua resposta até permite contar nos dedos. A universidade brasileira é racista! Um exemplo que reforça ainda mais essa afirmação está no Anuário Estatístico (2021): dos 5.412 docentes da USP, apenas 129 se autodeclararam pretos e apenas 1 se declarou indígena. As instituições públicas e privadas não querem pessoas  negras lecionando nos seus espaços. E quem perde é a sociedade, os professores negros poderiam contribuir com novos olhares nas diferentes áreas do conhecimento.

Além disso, o papel simbólico contemplaria positivamente a subjetividade dos alunos negros, e conformaria o lugar marginal que ocupamos no pensamento dos alunos brancos. Isso não é pouca coisa. O combate ao racismo é reforçado. Não é aceitável que a sociedade continue formando um enorme contingente de especialistas, médicos, engenheiros, advogados, entre outros graduados, que desprezam a população negra e/ou ignoram qualquer tipo de discussão racial. 

O que acontece na saúde é revoltante. Casos e mais casos surgem nos noticiários mostrando o racismo em hospitais e clínicas. Um estudo feito por pesquisadoras do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) menciona que  “O racismo obstétrico influencia a tomada de decisão dos profissionais de saúde e com isso hierarquiza as pessoas e desumaniza as mulheres pretas e pardas no momento do pré-natal, parto, aborto e puerpério.” Será que os profissionais em sua formação foram expostos – sistematicamente – às discussões  (trabalhos, seminários, palestras, debates) sobre a prática criminosa que ocorre nos hospitais, consultórios etc., com ênfase no racismo e a necessidade urgente da abolição dessas atrocidades?  

Na realidade, os professores brancos não têm a preocupação profunda com esse tema, diferente de professores e professoras negros. Apenas os negros são pessoas capazes de alterar esse cenário que é uma máquina de diplomados racistas. Então, que se abra espaço para o nosso povo na docência universitária. Urgente!

Tecnologia na formação de professores é uma das chaves para levar mais qualidade à educação pública

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Olhar para a formação dos professores, incluindo o conhecimento em tecnologia, é uma das principais chaves para levar mais qualidade à educação pública. A pandemia de COVID-19 impôs que muitos docentes e alunos iniciassem o ensino a distância sem estarem prontos para isso, como resposta acompanhamos a alta evasão escolar, o retrocesso da alfabetização e o impacto negativo na saúde mental desse público

Apesar dos pesares, mesmo com o fim da pandemia, algumas necessidades permaneceram, afinal, quando obtém espaço e condições, a nova geração assimila muito bem os conteúdos expostos através de ferramentas digitais. Essa exposição – acompanhada e responsável – pelo mundo online, é uma forma de prepará-los para as demandas da vida real: mercado de trabalho, construção de pensamento crítico e facilidade para resolução de problemas.

Durante a abertura do 25º Fnesp (Fórum Nacional de Ensino Superior Privado), em São Paulo, o ministro da educação, Camilo Santana, expôs sua insatisfação em relação à qualidade atual das licenciaturas no país. Segundo ele, é necessário melhorar a condição dos cursos tanto na rede privada como nas públicas.

“Todos os programas que lançamos para melhorar a qualidade da educação básica [o pacto nacional de alfabetização e o de ampliação de escolas em tempo integral] dependem da formação de qualidade dos professores. Garantir uma educação de qualidade para as nossas crianças depende da qualidade do professor que está em sala de aula”, afirmou o ministro. 

Não podemos esquecer que em um país de dimensões continentais, onde existem desigualdades em todas as áreas, em especial na educação, a qualidade deste segmento é afetada diretamente e a resolução é um fator complexo. É inegável que um bom investimento pode permitir uma melhor qualidade na formação dos professores e consequentemente a ampliação de profissionais preparados. 

Com isso, também é possível reduzir o tamanho das turmas e melhorar as instalações escolares, oferecendo espaços de iniciação de tecnologia para que todos e todas tenham as mesmas oportunidades.

Sem dúvidas a educação digital traz uma série de diferenciais que tornam a aprendizagem mais dinâmica e personalizada. Além dos alunos, professores também podem contar com suporte para melhorar seus planos de aula e, com isso, facilitar a prática pedagógica. 

Entretanto, o ensino brasileiro ainda possui grandes dificuldades em relação à tecnologia e à conectividade, além da falta de capacitação na área, de acordo com o VII Estudo Global sobre uso da tecnologia na educação, professores também pontuam a falta de dispositivo nas escolas como um desafio para o uso da tecnologia na sala de aula.

Precisamos deixar no radar que o Brasil sempre possuiu um modelo de desenvolvimento excludente, não possibilitando que milhões de brasileiros acessem a escola e nela permaneçam e quando colocamos uma lupa nestas pessoas encontramos as populações pretas, pardas e indígenas. Disso resulta a lacuna na formação dos profissionais da educação e a ausência de material didático específico.

Em 2022 63% dos estudantes tinham acesso à banda larga, e 37% não tinham, fica complicado para um professor encantar o aluno com a tecnologia e também se encantar se ainda falta o básico: o acesso em casas e nas escolas, até que todas as regiões periféricas urbanas, rurais, indígenas e quilombolas estejam conectadas não diminuiremos as desigualdades.

Nova Diretora Executiva do Mover, Natália Paiva destaca: “Não basta que a empresa queira promover diversidade, é preciso intencionalidade”

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Foto: Wanezza Soares

O Mover, (Movimento pela Equidade Racial), anunciou recentemente a nomeação de Natália Paiva como sua nova Diretora Executiva. A mudança marca um novo capítulo na história da instituição, que teve a executiva Marina Peixoto no cargo por dois anos.

Peixoto agora tem a missão de ajudar a desenhar o Conselho Consultivo do Mover, enquanto Natália, chega para colocar em prática a experiência acumulada de mais de 15 anos de trabalho na gestão estratégica de empresas do setor público, privado e na área social.

Com uma missão crucial de impulsionar a inclusão e a equidade racial nas lideranças corporativas, o Mover tem sido uma força de transformação nos últimos dois anos, com 49 grandes empresas associadas. A transição da liderança, com a chegada de Natália Paiva, representa um momento importante na trajetória do movimento.

Com exclusividade para o Mundo Negro, Paiva falou sobre como suas experiências anteriores influenciam sua abordagem e contou quais planos estratégicos  colocará em prática para promover a equidade racial nas empresas associadas ao Mover.

A diretora executiva foi chefe de Políticas Públicas do Instagram para a América Latina, também atuou como consultora da McKinsey & Company para o setor público e social e como Diretora-Executiva da ONG Transparência Brasil. Empreendedora, ela fundou a Alandar Consultoria, com foco em políticas públicas e tecnologia, além de ser membro do conselho consultivo de segurança da Teleperformance. Ela também possui MBA pela IE Business School.

Com um extenso currículo que inclui cargos de chefia em diferentes setores sociais, Natália Paiva já tem planos traçados para contribuir com mais mudanças no cenário racial existente na liderança das empresas, entre as medidas que a diretora executiva deve tomar, estão: “Apoiar a criação, ampliação ou mensuração de processos e programas internos para aumentar a presença, o pertencimento e a ascensão profissional de pessoas negras”, segundo ela, é necessário padronizar o modo como as informações são mensuradas hoje pelas empresas, o que pode ajudar a analisar com mais exatidão os indicadores de equidade racial no setor corporativo.

Nos planos estratégicos de Paiva, também está a ampliação dos impactos causados pelas ações das empresas associadas ao Mover, beneficiando toda a cadeia: “Vamos impulsionar ferramentas de apoio às associadas, com uma plataforma de talentos negros e outra plataforma de empreendedores negros aptos a fornecerem para grandes empresas. Também vamos ampliar nossos programas de formação de liderança e de bolsas de inglês, tanto para os colaboradores das empresas associadas quanto para o público em geral. Por meio de ações intencionais no setor corporativo, buscamos impactar toda a sociedade para espaços mais equitativos”.

“Nas empresas brasileiras como um todo, pessoas negras ainda são subrepresentadas em cargos de liderança. Menos de 5% dos profissionais negros ocupam posições executivas. Há turnover alto e em muitos casos não recebem as ferramentas necessárias para o desenvolvimento profissional”, lembrou ela.

“O Mover vem para mudar isso. Não basta que a empresa queira promover diversidade, é preciso intencionalidade; não basta apenas criar vagas afirmativas, é preciso promover um espaço inclusivo e que propicie o crescimento profissional. É uma jornada”, finalizou.

Chef Marina Santos prepara brunch 100% vegetal com direito a day use com piscina

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Foto: reprodução

Você já ouviu falar em brunch? No próximo domingo (15), acontece o “Brunch da Marina”, da Chef Marina Santos, com um saboroso brunch vegetal, com direito a um day use com piscina e música na CasaJojo, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

Brunch é aquele café da manhã recheado de comidas gostosas e diversas bebidas na mesa para saborear com calma, normalmente em feriados e finais de semana, diferente daquele café da manhã rápido durante a correria da semana.

O brunch da Marina será 100% vegetal com comida à vontade das 10h até às 15h30, com direito a bebidas não alcoólicas e um drink incluso. O brunch também terá uma degustação guiada de chocolates orgânicos bean to bar da Black Cacau Chocolataria.

Além do café da manhã, a pessoa terá direito a usar o espaço da CasaJomo, incluindo a piscina e demais áreas até às 18h (não incluindo os quartos que podem ser reservados à parte).

O valor do brunch é de R$ 250,00 reais e pode ser reservado pelo link na bio da @marinaesuasmassas e da @casajomo.art

‘Ilhados com a Sogra’: família Tenório já conquistou o nosso coração

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Foto: Divulgação

Contém spoiler!

Construir uma família pode ser complicado, né?! Não basta apenas encontrar a pessoa certa para compartilhar a jornada, você ainda precisa aprender a lidar com a bagagem da parte da família dela, que inclui, na maioria das vezes, a convivência com a sogra. Mas e quando falta esse convívio porque a sogra já nem gosta de você, antes de te conhecer?

É desta forma que a família Tenório começa o novo reality show brasileiro ‘Ilhados com a Sogra’, a nova queridinha da Netflix, que está no Top 10 desde o lançamento em 9 de outubro. Em um diferente experimento social, apresentado por Fernando Souza, seis sogras se uniram aos seus genros e noras para disputar o prêmio de R$ 500 mil. 

Em um clima caótico, com muitas cenas engraçadas e de climão, a compositora Severina Tenório finalmente conheceu o genro e influencer Thyago Cesar, que mora com a filha multiartista Mayara Tenório, há mais de um ano. Ambos os lados têm os seus motivos para explicar porque não se conheceram antes, mas apesar das trocas de farpas, os dois irão se mostrar uma dupla de arrasar.

Mayara Tenório e Thy Cesar (Foto: Divulgação)

Severina conheceu o genro de uma forma meio conturbada com a dinâmica do reality, e se mostra em poucos minutos uma mulher brava, que se impõe e fala o que der vontade. A primeira impressão é de que não há como Thy conquistar o coração da sogra.

Mas ao longo dos episódios, dona Severina mostra um pouco da sua história para o genro e para os outros participantes. Fala sobre o seu passado, uma relação difícil que teve com a mãe dela, a batalha para ser uma mulher estudada e independente. Impossível não chorar com ela.

Severina Tenório e Thy Cesar (Foto: Divulgação)

Isso logo contextualiza com as suas inseguranças. Ela lutou para que Mayara estudasse, mas não ficou feliz com o Thy como genro antes de conhecê-lo. Os motivos são diversos: a falta de segurança financeira, falta de convivência, tempo de namoro. Quando a gente para ouvi-lá, tudo faz sentido, mas ainda assim, com atitudes bem rígidas. Podemos dizer que os dois erraram, mas isso não impediu que eles recomeçassem. No decorrer dos primeiros episódios, já se mostraram que são mais que uma dupla, mas uma família unida, dispostos a melhorar pelo amor da Mayara. 

Conviver com a Severina agora vai ser difícil para os outros participantes, já que ela tem se sentido incomodada com certos olhares e falas a respeito dela, que a deixaram alerta para um possível caso de racismo estrutural. Segundo a compositora, eles não aceitam uma mulher negra, nordestina, inteligente, e isso ainda vai dar o que falar. Os próximos episódios chegam na segunda-feira, 16, na Netflix.

“Não estamos habituados a olhar o continente africano com o viés de oportunidades”, diz empresário Luciano Machado

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Foto: Arquivo pessoal

“As oportunidades são imensas”, descreve o engenheiro civil Luciano Machado, sobre os negócios que podem ser fechados com pequenos e médios empresários do continente africano, em entrevista ao Mundo Negro. Ele acaba de voltar de Cabo Verde após uma agenda de compromissos, que o fez analisar muito sobre muitas possibilidades de lá. “O problema é que não estamos habituados a olhar o continente africano com o viés de oportunidades”.

Sócio Fundador da MMF Projetos, Luciano Machado revela que a empresa agora é signatária do Pacto Global das Nações Unidas, um movimento de sustentabilidade corporativa. “Pensando nesse compromisso, faz total sentido levarmos nosso conhecimento e acesso a tecnologia de ponta a todos os países que têm essa necessidade”, diz.

Junto com a esposa e jornalista Joyce Ribeiro, eles foram convidados pela embaixada de Guiné Bissau, em Cabo Verde, para participar dos festejos do cinquentenário da independência de Guiné Bissau, celebrado em 24 de setembro. Na entrevista, Luciano explica a relação que une os dois países como irmãos, a experiência de ir ao continente africano pela primeira vez, além de compartilhar as possibilidades de negócios destes países com o Brasil.

Quadro e camisa, feitos por guinenses (Foto: Arquivo pessoal)

Leia a entrevista completa abaixo:

Luciano, recentemente você esteve em Cabo Verde. Pode nos contar o que motivou a ida para o país e como foram as experiências de trocas culturais? 

Nós fomos convidados pela embaixada de Guiné Bissau, em Cabo Verde, na pessoa da Embaixadora Basiliana Tavares, para participar dos festejos do cinquentenário da independência de Guiné Bissau. Chegando no país, a comemoração da independência em conjunto fez total sentido. Por diversas vezes ouvimos de Guineenses e Cabo-Verdianos, que são irmãos de sangue, e essa união se dá principalmente por terem em comum o Revolucionário Amílcar Cabral, que é o grande líder da revolução e independência, que nasceu em Guiné Bissau, mas viveu, casou-se pela segunda vez em Cabo Verde e lutou pelos dois países.

Uma ideia ficou na mente. Penso que existem muitos brasileiros, que não aceitariam ouvir que são irmãos de outros brasileiros, que são diferentes deles na aparência. Me senti em casa. A sensação era de reencontro com o passado, acharam que eu era de lá. Engraçado que 3 pessoas diferentes iniciaram a conversa comigo em crioulo, depois passamos a falar em português. É difícil explicar essa sensação, você ser apenas mais um entre tantos outros negros em espaços tão importantes como os que estivemos, normalmente no Brasil, nesses mesmos espaços, somos negros únicos.

Entre as diversas pessoas que conversamos, uma frase que ouvi algumas vezes ficou gravada: “aqui em Cabo Verde, ninguém é estranho”. Fomos recebidos de uma forma única e incrível. Para se ter uma ideia, no evento de apresentação do livro (Chica da Silva, Romance de uma vida) da Joyce Ribeiro (minha esposa), estavam diversos presidentes das câmaras (que são equivalentes aos nossos prefeitos), embaixadores de diversos países, incluindo o embaixador do Brasil em Cabo Verde (Colbert Soares Pinto), que teve uma linda fala no evento. E o que mais nos surpreendeu foi a presença, durante todo evento do Presidente da República de Cabo Verde – Sr. José Maria Neves, que foi muito gentil e receptivo, inclusive abrindo sua casa para um jantar tradicional da culinária Guineense.

Evento de apresentação do livro Chica da Silva, Romance de uma vida, da Joyce Ribeiro (Foto: Arquivo pessoal)

Hoje você é uma grande referência no mundo por construir uma empresa de sucesso. Como você avalia a potência das pequenas e médias empresas no continente africano? 

No último dia 06 de outubro de 2023, eu recebi a carta de boas-vindas da ONU (Organização das Nações Unidas) e agora a MMF Projetos de Infraestrutura é signatária do Pacto Global das Nações Unidas. Pensando nesse compromisso, faz total sentido levarmos nosso conhecimento e acesso a tecnologia de ponta a todos os países que têm essa necessidade! Do ponto de vista de negócios, muitos dos países africanos possuem possibilidades enormes, sobretudo para pequenas e médias empresas. O problema é que não estamos habituados a olhar o continente africano com o viés de oportunidades, porém estando lá e vendo os enormes investimentos feitos por empresários de outros países, principalmente os chineses, é nítido que as oportunidades são imensas. Essa foi minha primeira vez em terras africanas, mas com certeza não será a última. Voltarei em breve, possivelmente ainda em 2023, para tratar de alguns assuntos que ficaram em aberto.

Luciano Machado e o da República de Cabo Verde, José Maria Neves (Foto: Arquivo pessoal)

Hoje, você considera que o Brasil e os países do continente africano tem uma boa relação para negócios? Qual ramo é ou pode se tornar mais promissor?

Os africanos, principalmente os da lusofonia, que são os que estou em contato, não olham para o Brasil com o olhar de país colonizador, uma vez que também fomos colonizados. Esse olhar já possibilita uma relação mais colaborativa e eles amam o Brasil, principalmente pelo que chega através da televisão. Diversas áreas podem se destacar nos trabalhos com os países do continente africano, tecnologia, infraestrutura e as pequenas e médias indústrias em diversos segmentos, com certeza possuem espaço para atuar. Quando estive no mercado, comprei um biscoito que não conhecia a marca, chegando no apartamento que estávamos, fui olhar onde era fabricado e foi surpreendente saber que vinha do Rio Grande do Sul, Só esse fator já confirma essa oportunidade que estamos enxergando.

Evento cultural em comunidade guinense com a Embaixadora Basiliana Tavares (Foto: Arquivo pessoal)

 

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