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Ministério dos Direitos Humanos mapeia territórios de memória negra e africana no Brasil

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Foto: Aprigio Vilanova

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou a publicação “Lugares de Memória Negra e Africana no Brasil”, um mapeamento que identifica e valoriza espaços históricos marcantes para a preservação da cultura negra e da ancestralidade africana no país. Divulgada no dia 4 de abril, uma data simbólica que remete ao assassinato de Martin Luther King Jr., a iniciativa também se alinha com o Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravizados, em 25 de março. O objetivo é promover reconhecimento, reparação e visibilidade para a contribuição negra na construção do Brasil.

A publicação faz parte da nova seção “Memória e Verdade” do Observatório Nacional dos Direitos Humanos, plataforma virtual do MDHC que reúne indicadores e evidências sobre direitos humanos no Brasil. Os dados são baseados no “Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil”, publicado em 2013 pela Universidade Federal Fluminense e pela UNESCO.

O levantamento identificou 100 pontos distribuídos por todas as regiões do país. A maior concentração está no Nordeste, com 44 locais, seguido do Sudeste (39), Sul (11), Centro-Oeste (3) e Norte (1). Entre os estados, a Bahia lidera com 23 lugares de memória, seguida do Rio de Janeiro (20) e Pernambuco (10).

Resgate da história

Lugares como comunidades quilombolas, locais de trabalho, de vida cotidiana e de práticas culturais negras, além de terreiros e igrejas fundadas por irmandades de grupos africanos e locais de revoltas, foram inventariados. O mapeamento viabiliza a implementação de políticas públicas nestes espaços, considerando que parte deles não foi patrimonializada até o momento.

Exemplos disso são o lugar onde ocorreu a Revolta de Carrancas, no município de Carrancas (MG), e o Campo da Pólvora, onde foram executados os escravizados envolvidos na Revolta dos Malês, e que hoje é uma praça e uma estação de metrô, na capital baiana, sem nenhuma referência pública àqueles acontecimentos históricos.

Há ainda locais mapeados que são espaços turísticos muito visitados, mas que a maioria das pessoas não sabe que guardam parte da memória negra. São os casos da praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, e o Mercado Modelo, em Salvador. No passado, estes foram locais de desembarque legal e ilegal – conforme a legislação da época – por onde pessoas escravizadas e traficadas do continente africano chegavam ao Brasil.

Pontos conhecidos

Entre os espaços listados estão o Largo do Pelourinho, em Salvador, onde africanos escravizados eram castigados, e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, que já foi o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas. Reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, desde 2012, o cais foi revitalizado e aberto à visitação pública.

Outra área em destaque é o Quilombo dos Palmares, em Alagoas. Símbolo da resistência negra no país, o sítio arqueológico da Serra da Barriga, onde ficava o maior quilombo registrado do país, hoje abriga o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Também estão presentes no mapa locais como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (MG), a Casa da Tia Ciata (RJ), o Engenho Massangana (PE) – antiga propriedade escravocrata onde viveu o abolicionista Joaquim Nabuco, o Sítio Histórico de Alcântara (MA) e o Museu Afro Brasil (SP), que guarda importante acervo sobre a cultura e história da população negra no país.

Acesse aqui o mapeamento completo na plataforma ObservaDH!

Valorização

A coordenadora-geral da Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico do MDHC, Fernanda Thomaz, ressalta que a publicação do ObservaDH é uma forma de valorização da memória negra no Brasil. “Penso que é um momento importante para essa publicação, porque, se a gente pensar o tamanho do apagamento sobre a história, a experiência da população negra desde a escravidão até hoje, é fundamental destacar as contribuições dessa população africana e afrodescendente”, afirma.

Segundo ela, o mapeamento é essencial para o desenvolvimento de outras medidas neste mesmo sentido. “É caminho aberto para que novas ações e atuação no campo da política pública sejam realizadas em torno da população negra e pensando na memória da população negra”, conclui.

Sinalização dos espaços

Por meio de parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o MDHC pode receber consultoria de profissionais da área de arquitetura para a indicação metodológica mais adequada para a sinalização de 100 lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil.

Essa etapa faz parte de um projeto mais amplo, conduzido pela Coordenação Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico, do MDHC, que tem o objetivo de sinalizar esses lugares nas cinco regiões do país com placas, indicando que são locais importantes na história do tráfico de escravizados africanos no Brasil.

O projeto integra uma iniciativa conjunta entre os Ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania; da Igualdade Racial; da Cultura; e da Educação, e pretende sinalizar 100 locais em todo o país. Já foram instaladas placas na Serra da Barriga e no Cais do Valongo. A ação também conta com atividades educativas, como produção de materiais didáticos e realização de oficinas.

Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

Taís Araújo relata episódio de racismo sofrido pelo filho em condomínio onde passavam férias em família

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Foto: Reprodução/Instagram

Em entrevista a revista Vogue, publicada na segunda-feira (7), a atriz Taís Araújo, que interpreta Raquel no remake de Vale Tudo, relembrou um episódio de racismo vivido por seu filho, João Vicente, de 14 anos, em um condomínio de luxo e discutiu os desafios de educar crianças negras em espaços majoritariamente brancos.

“Minha vida é pedir que João Vicente não saia desarrumado na rua. Estou evitando um trauma”, pontuou. “Recentemente, viajamos de férias, alugamos uma casa num condomínio no Brasil e um segurança o parou. Ele e um amigo, um amigo preto também, os dois de bicicleta. Perguntou se eram moradores. Falei para ele que se fosse um menino branco, de olho azul, seria diferente”, relatou Taís sobre a conversa que teve com o filho.

Taís contou ainda que o filho ainda argumenta: “Ele quer desafiar. Ele fala: ‘Até parece. Roupa não significa nada, não determina se a pessoa é boa ou não’. Ele vem com uns conceitos em que ele está certo. Não deveria significar nada mesmo. Mas falo: ‘Cara, neste país, isso vai te proteger’. Conversas dificílimas. É o desafio de criar crianças pretas no lugar de privilégio”, pontua.

A atriz também falou sobre o desafio de criar uma menina negra:  “Quando engravidei e vi que a Maria era menina, fiquei muito feliz. Ao mesmo tempo, insegura. A menina te obriga a rever o passado, a infância, as relações com a sua mãe, com a sua irmã, com o mundo, com as amigas. E aí você vai reconhecendo toda a ordem de racismo, abuso, de coisas ruins e boas que te forjaram”.

“Em ‘Dona de Mim’, Clara Moneke vive sua primeira protagonista em novela: ‘Leona é a mulher da atualidade’

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Foto: Globo/ Manoella Mello

“Poder contar uma história como a da Leo, como a da Caridade de No Rancho Fundo, como a Kate Cristina de Vai na Fé, é contar a história de um Brasil que eu vejo, de um Brasil que eu acredito, de um Brasil que tá num processo de mudanças. Eu acredito que arte contribui muito pra essa mudança”. Foi assim que Clara Moneke definiu, em entrevista coletiva nesta terça-feira (8), sua expectativa para “Dona de Mim”, novela das 19h que estreia em 28 de abril na Globo, onde interpreta sua primeira protagonista em telenovelas.

Na trama, a atriz interpreta Leona, uma jovem solar de São Cristóvão que mora com a avó Yara e a irmã Stephany. Após perder a filha durante a gravidez, esconde sua dor atrás de uma vida corrida e cheia de responsabilidades, enquanto tenta recomeçar como babá na mansão da família Boaz: “A Léo, como a Rosane [Svartman, autora] disse lindamente, ela vem de um buraco, de uma fossa mesmo de sofrimento, de trauma, uma depressão que ela passa. E ela reencontra vontade de viver, de conhecer a vida e o mundo por várias perspectivas que não são só românticas. Ela começa a entender o amor próprio de diversas outras formas”.

Moneke destacou o desafio de interpretar uma personagem tão multifacetada, uma mocinha real e cheia de contradições: “Eu adoro que ela é uma mocinha completamente contraditória, e ela erra”, destacou. Ao descrever sua personagem, a atriz também ressalta: “A Leona é essa personagem determinada, alegre, divertida, ela é solar. Ela é totalmente pela família, mas também por ela, pelos interesses dela. Muitas vezes ela coloca responsabilidades sobre ela. É a mulher da atualidade, cercada de culpas, prazeres, desejos, traumas. Ela é muito humana. Eu acho muito bonita a humanidade da Leona”.

“Mulher real”

“É muito bom contar a história dessa mulher real. A realidade tá no mundo, tá nas ruas. As pessoas estão sobrevivendo, né? É bom montar isso dramaturgicamente com humor, trazendo assuntos tão presentes – não só enquanto mulher negra, artista, mas vários outros temas”, completou.

A autora Rosane Svartman reforçou que a novela dialoga com questões sociais, como saúde mental, violência urbana e padrões de beleza, sem abrir mão do lúdico. “Uma novela das 7h tem liberdade para mergulhar em vários gêneros, do suspense à comédia. É como um circo: tem o globo da morte [suspense], os palhaços [humor] e os trapezistas [romance]”, comparou.

Juan Paiva, que interpreta Samuel, filho adotivo de Abel, personagem de Tony Ramos, descreveu seu personagem como “sensato e misterioso”, destacando a relação dele com Leona: “Ela traz leveza para alguém que sempre foi muito sério”. Já Aline Borges, que vive a ambiciosa Caridade, adiantou que sua personagem “virou vilã por exaustão” após anos de desigualdade. “Cansei de ver o rico continuar rico e o pobre, pobre. Agora, ela toma as rédeas da vida – mesmo que de forma não convencional”, explicou.

Com direção de Allan Fiterman, Dona de Mim substitui Volta por Cima.

É insalubre ser o único negro no trabalho

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Foto: Reprodução/Freepik

A exposição constante ao racismo inevitavelmente impacta a saúde do povo negro, muitas vezes sem deixar rastros visíveis. Nesse sentido, os negros que não têm uma base teórica consistente sobre as questões raciais encontram-se em maior vulnerabilidade. Mesmo sem oferecer imunidade, o conhecimento ajuda a construir resistência individual, possibilitando ao negro ressignificar a própria visão e o comportamento diante dos desafios no cotidiano. Além de não se culpar pelos resultados negativos que, na realidade, escapam ao seu domínio.

No passado, trabalhei em uma empresa na qual eu era a única pessoa negra no setor. Que experiência dolorosa! E nem poderia me dar ao luxo de sair da empresa naquele momento. Sabemos que uma das características do racismo estrutural é o aprisionamento das pessoas negras no campo econômico, principalmente quando somos responsáveis pelo sustento da família. Assim sendo, a demissão voluntária não entrava na lista de prioridades.

Durante o expediente, o meu potencial e qualidade profissional quase sempre eram colocados à prova. Os brancos deixavam explícito o inconformismo pelo fato de eu ocupar o mesmo cargo que eles, inicialmente. E tratavam-me como uma pessoa que estava ali apenas para atender suas necessidades.

Eu não sabia, mas hoje percebo que fui violentamente exposto ao racismo daquelas pessoas com o aval da empresa. Mesmo sendo responsável por algumas melhorias técnicas e conquistando índices importantes, a minha ascensão na carreira não aconteceu. Por outro lado, testemunhei diversas pessoas brancas, com conhecimentos técnicos questionáveis, recebendo sucessivas promoções.

Só eu sei o quanto lutei e provei para alcançar o reconhecimento, mas nada adiantava; a empresa estava me sufocando sem que eu notasse. E, após seis anos, assinei o pedido de demissão. Você não tem ideia do alívio que senti ao deslizar a caneta sobre os papéis do RH. Indescritível. Porém, ao fazer esse percurso mental, tenho certeza da falta que me fez não participar de uma comunidade negra, dialogar sobre as experiências pessoais, acessar leituras sobre o racismo, entre outras atividades e contatos que fortalecem a nossa autoestima. Se eu tivesse o conhecimento que tenho hoje, muita coisa poderia ter sido evitada. Sem dúvida, todas as pessoas negras precisam estar nessa atmosfera coletiva. Quando as experiências se cruzam, lições valiosas surgem. Atualmente posso afirmar que estou realizado na minha área profissional, entretanto, cuido da ansiedade que desenvolvi naquela empresa.

Michael B. Jordan lamenta sua ausência antes da morte de Chadwick Boseman: “Pesa sobre mim”

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Foto: Divulgação

O legado de Chadwick Boseman e do filme ‘Pantera Negra’ ganhou muito destaque no documentário “Homens Negros Conquistam Hollywood”, nova produção da Apple TV+, lançada recentemente. 

Michael B. Jordan, a estrela que contracenou com Boseman no grande sucesso da Marvel, interpretando o antagonista Killmonger, contou como a morte do amigo ainda impacta na sua vida, e lamentou como gostaria de ter sido mais presente na época.

“É algo em que penso com frequência. Não estou verificando tanto quanto deveria. É algo que pesa sobre mim também. Não estou tentando transformar isso em uma sessão de terapia, mas Chadwick é especial. Eu estava ansioso para, tipo, você sabe…”, disse B. Jordan, que logo se emocionou e não conseguiu concluir a fala sobre o amigo.

Daniel Kaluuya, que também estrelou o filme, dando vida ao guerreiro W’Kabi, chorou ao relembrar de Chadwick Boseman durante a entrevista. “Uma coisa incrível de se ter testemunhado e de ter estado por perto. Além disso, o tipo de homem que ele estava. Ele ajuda as pessoas e ele ajudou as pessoas. Ele ainda está ajudando as pessoas. Vamos manter isso real. E é o suficiente para continuar, apenas depende de nós para continuar”, contou emocionado.

Para Kevin Hart, a morte de Chadwick abalou a todos e relembrou bons momentos com ele. “Ele assumiu sua batalha, ele assumiu sozinho. Ele não fez disso um assunto do mundo. Era privado entre ele e sua família. Essa é a verdadeira força de sair todos os dias e sorrir, e apertar as mãos de todos. Ter uma apresentação do bem. Toda vez que eu o via, ele não tinha nada além de orações e boas palavras. ‘Irmão, eu te amo. Faça uma oração por você, Kevin’. Ele sempre faz uma oração no meu ouvido. ‘Deus, segure-o, seja forte’. Chadwick era um cara tão positivo e inspirador. Cedo demais”, relatou o ator. 

Chadwick Boseman faleceu aos 43 anos, em 2020, após uma batalha silenciosa contra o câncer no intestino. Sua morte aconteceu semanas antes do início das gravações de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, que estreou em 2023.

O legado de ‘Pantera Negra’

Durante a gravação do documentário, Denzel Washington contou que chorou um pouco quando assistiu ‘Pantera Negra’. “Fui à estreia e não estava interessado no tapete vermelho. Então fui aos bastidores e vi Chad e Ryan [Coogler]. Falei com eles e então sentei e assisti ao filme. Senti como se o bastão tivesse sido passado. Não sei se a palavra é ‘aliviado’, mas fiquei orgulhoso de ver o que eles fizeram e ver para onde estavam indo. Eu não sabia que eles ganhariam um bilhão de dólares, mas ganharam. Então, foi um momento especial para mim”, lembrou. 

Para Laurence Fishburne, o filme era o que os negros estavam esperando por um século. “Porque você não tem apenas um príncipe nesse filme. Nós temos dois príncipes com Chad e Michael B. Nós nunca tivemos isso antes no cinema. Então para mim, isso foi como toda a nossa história. Meio que embrulhado e condensado nesse maravilhoso mundo de fantasia de Wakanda. Isso nasceu da nossa necessidade de ter esse tipo de heróis e esse tipo de representação. E Coogler [diretor] fez um ótimo trabalho com isso. E tanto Michael B. quanto Chadwick realmente entraram nesses papéis com uma espécie de pureza de coração, que realmente significou tudo para mim”, contou. 

“Eu estava, tipo, ‘Estou causando um rebuliço’”, contou Michael B. Jordan com uma boa risada. “A primeira coisa que fizemos, no primeiro dia, foi o Conselho Tribal. Então, no primeiro dia, eu andei acorrentado, eu tinha meus dentes de ouro. No set, sempre que eu colocava essas coisas, eles já sabiam que eu estava em um lugar diferente. Essa era a beleza desses personagens na sofisticação e nas camadas disso”.

“Não era só preto e branco, você sabe, eram dois lados de uma conversa que precisavam ser tidas. Era uma coisa extra que nos permitia sentar em nossos personagens de uma certa maneira e apenas ser. E fizemos isso no maior palco. E permitimos que o mundo entrasse nessa conversa. Nós não vendemos no exterior. Nossos filmes não são traduzidos. Ninguém quer ir ver um filme negro com elenco todo negro. Todas essas coisas boas. Então eu acho que queimar esses limites imaginários que foram projetados em nós por tanto tempo, que começamos a acreditar nisso, foi, tipo, uma reeducação para todos, mas especialmente para nós”, disse empolgado. 

“Chad foi imortalizado. Wakanda para sempre. Chadwick para sempre”, concluiu Michael B. Jordan.

Morre Luana Rocha, viajante e cofundadora da página ‘Dois Pretinhos no Mundo’, aos 35 anos

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Foto: Reprodução/Instagram

Luana Rocha, viajante e cofundadora da página ‘Dois Pretinhos no Mundo’ ao lado do marido Adão, faleceu aos 35 anos, após uma longa batalha contra um câncer. A informação foi divulgada no perfil oficial do Instagram na madrugada desta segunda-feira, 7 de abril, e na rede social do pai, o Deputado Federal Vicentinho (PT).

“Amigos(a) agradeço imensamente as orações e boas energias que recebemos. Infelizmente a Luana não resistiu e descansou após 5 anos de luta, onde tivemos muitos momentos difíceis mas cada momento de alegria, cada vitória, cada ciclo de quimio finalizado era comemorado em família como mais uma vitória”, inicia o texto. “Ela sempre será lembrada por sua determinação nos cuidado com nosso filho, a dedicação ao serviço social, por seu sorriso, e amor com a família e amigos”, completa.

Nas redes sociais, o Guia Negro publicou uma nota prestando solidariedade a família e amigos e detalhou a trajetória e a luta da Luana. “Mulher negra, esposa do Adão, com quem mantinha um perfil de viagem que foi indicado pelo Guia Negro em 2020 entre os viajantes que todos deveriam seguir. Ao lado do companheiro, Luana passou por 14 países e considerava cidadã do mundo”.

“Graduada em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 2011, e mestre pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2014, Luana dedicou sua vida profissional à construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Desde 2013, atuava como Assistente Social no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), com atuação no Programa de Assistência Estudantil e nas políticas de ações afirmativas. Atualmente, colaborava tecnicamente com a Universidade Federal do ABC (UFABC)”, continua o texto.

“Há cinco anos, Luana enfrentava uma dura batalha contra um câncer agressivo que se espalhou pelo intestino. Passou por cinco cirurgias e inúmeros tratamentos. Desde o último dia 25, estava internada no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Nos últimos dias, seu estado de saúde se agravou, sendo necessária a entubação. Os médicos lutavam contra um quadro de infecção generalizada, mas os antibióticos já não surtiram efeito diante do avanço da doença”, detalha.

“Única filha mulher dos 7 filhos do Deputado Federal Vicentinho (PT). Neste momento de tristeza, expressamos nossa solidariedade e condolências aos familiares, amigos, colegas e todos que tiveram o privilégio de conhecer Luana. Sua memória seguirá viva e temos certeza que ainda vai inspirar muitas pessoas negras e viajantes”, diz.

O velório e o sepultamento está agendado para até às 17h desta segunda-feira, no Cemitério Memorial Jd. Santo André, na cidade Santo André em São Paulo.

3° Prêmio do Afroturismo reconhece destaques do setor em cerimônia durante a WTM Latin America

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2ª Edição do Prêmio do Afroturismo em 2024 | Imagem: Terra Preta Produções

A terceira edição do Prêmio do Afroturismo, realizado pela plataforma Guia Negro, vai celebrar os destaques do setor em 2024 em uma cerimônia no dia 14 de abril, a partir das 17h30, no auditório Transformation, no Expo Center Norte, durante a WTM Latin America, maior feira de turismo do continente.

Com 10 categorias, o prêmio reconhece profissionais, destinos, empresas e experiências que têm fortalecido o afroturismo no Brasil. Os finalistas, representantes das cinco regiões do país, foram selecionados por 32 jurados do setor, incluindo agentes de viagens, consultores, hoteleiros e especialistas.

Este ano, a categoria “Melhor Conteúdo de Afroturismo” foi decidida por voto popular online, enquanto “Melhor Empresa” teve votação aberta, sem finalistas pré-definidos, recebendo mais de 15 indicações. “O Guia Negro tem reunido o setor para esse momento de celebração e de reconhecimento de quem está se destacando e tornando o turismo mais diverso. É muito simbólico ter tudo isso dentro da maior feira de turismo do país”, afirma Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro e idealizador do prêmio.

Destaques da edição passada incluem a Embratur, vencedora como melhor empresa, e Salvador, eleita melhor destino, com o Pelourinho premiado como melhor atração turística.

Confira os finalistas de 2025:

  1. MELHOR PROFISSIONAL DO AFROTURISMO

Bianca Daya (DF) – Fundadora da Me Leve Cerrado
Luana Ferreira (RJ) – Guia de turismo da Pequena África
Nilzete dos Santos (BA) – Fundadora da Afrotours Bahia
Thais Rosa (RJ) – Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo
Valéria Lima (AP) – Afroturismo Amapá

Homenagem: Boaventura Santos (in memoriam), fundador da Tbiras Ecoprime Viagens

  1. MELHOR DESTINO NACIONAL

Cachoeira (BA) – Festa da Boa Morte e terreiros de candomblé
São Luís (MA) – Turismo no Quilombo Urbano Liberdade
Palmares (AL) – Maior quilombo das Américas
São Paulo (SP) – Museu Afro Brasil e Aparelha Luzia
Rio de Janeiro (RJ) – Circuito da Pequena África

  1. MELHOR DESTINO INTERNACIONAL

África do Sul – Vencedora da 1ª edição
Benim – Intercâmbio cultural com a Bahia
Colômbia – Festival Petronio (Cali)
Paris – Lavagem de Madeleine e diáspora africana
Rota dos Direitos Civis (EUA) – Museus sobre Martin Luther King Jr.

  1. EMPRESA DE AFROTURISMO DESTAQUE DO ANO (Votação aberta – mais de 15 indicações sem finalistas pré-definidos)
  2. EMPRESA PARCEIRA DO AFROTURISMO

Accor – Ações de diversidade na hotelaria
BNDES – Investidor do projeto Viva Pequena África
Grand Hyatt São Paulo – Capacitação em diversidade racial
Loreal – Roteiros afrocentrados no Rio
Sebrae – Apoio a afroempreendedores

  1. MELHOR CONTEÚDO DE AFROTURISMO (voto popular)

Emile Brito – @emileporai (viagens e autoestima negra)
Gabriela Palma – Sou Mais Carioca (afroturismo no RJ)
Leandro Gonçalves (Preto Viajante) – Dicas de roteiros afro
Rafael Sousa – Isso o Mundo não Mostra (viagens pela África)
Rebecca Aletheia – Bitonga Travel (podcast e viagens)

  1. MELHOR ATRATIVO OU EXPERIÊNCIA TURÍSTICA

Sítio Rosa do Vale (RS) – Vinícola e samba da uva
Galeria do Reggae (SP) – Centro de cultura africana
Muhcab (RJ) – Museu da História Afro-Brasileira
Muncab (BA) – Museu Nacional da Cultura Afro
Novo Quilombo (MA) – Espaço cultural em São Luís

  1. MELHOR EXPERIÊNCIA FORA DO EIXO RJ/SP/BA

Bela Oyá Pantanal (MT) – Roteiros em quilombos pantaneiros
Caminhada Olinda Negra (PE) – Roteiro afrocentrado
Rotas Afro (SP interior) – Tours com realidade virtual
Belos Horizontes Negros (MG) – Caminhada no centro de BH
Cidade Griot Praia Grande (MA) – Narrativas afro em São Luís

  1. MELHOR EMPREENDIMENTO AFRO

Aparelha Luzia (SP) – Quilombo urbano de Erica Malunguinho
Dida Bar e Restaurante (RJ) – Gastronomia e samba
Embaixada Preta (SP/BA) – Coworking e loja colaborativa
Preto Fala de Amor (BA) – Loja no Pelourinho
Zanzibar (BA) – Restaurante com vista para Salvador

  1. DESTAQUE GUIA NEGRO: Categoria em que a plataforma de afroturismo escolhe um destaque do ano no setor do afroturismo.

“Minha Mãe é um Sucesso”: livro reúne relatos potentes de executivas brasileiras e seus filhos

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Foto: Divulgação

Existe algo mais potente do que uma mãe inspirando o próprio filho com sua trajetória? Essa troca de afeto e admiração dá vida ao livro “Minha Mãe é um Sucesso”. A obra reúne histórias emocionantes escritas por 21 mulheres negras e não negras de destaque no mundo corporativo — ao lado de seus filhos e filhas, que também escrevem sobre o impacto dessas mulheres em suas vidas.

Organizado pela executiva Maria Alicia Peralta, o livro foi lançado no dia 28 de março, no Rio de Janeiro. A obra é um convite para enxergar o lado mais humano, afetivo e transformador da jornada de mulheres que equilibram grandes responsabilidades profissionais com a missão de educar, acolher e inspirar dentro de casa.

Entre as histórias presentes no livro estão as de mulheres como Márcia Silveira, referência em beleza e diversidade, com mais de duas décadas de atuação na comunicação e no marketing, hoje liderando Advocacy e DE&I no Grupo L’Oréal Brasil; Josie Jardim, diretora jurídica da Amazon Brasil, reconhecida como uma das advogadas mais premiadas do país; e Catia Porto, executiva global de RH, admirada nacionalmente por sua liderança e atual vice-presidente da Vale.

O ponto de partida dessa coletânea poderosa foi uma carta escrita por Luiza Helena Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, para seu filho, Frederico Trajano. Nesse texto, que hoje se tornou o prefácio da obra, ela reflete sobre os valores que queria transmitir ao jovem executivo. A profundidade da mensagem inspirou Maria Alicia a reunir outras mães líderes para abrir o coração — e ouvir o retorno amoroso de seus filhos.

Além de ser um mergulho emocionante nas relações entre mães e filhos, o projeto também tem um compromisso social. Parte da renda será revertida para o Grupo Mulheres do Brasil, que atua em prol da equidade racial e de gênero, do fortalecimento do empreendedorismo feminino e no combate à violência contra mulheres e meninas. Liderado por Luiza Helena Trajano, o grupo reúne mais de 130 mil mulheres em 155 núcleos no Brasil e no exterior.

Violonista brasileiro João Luiz Rezende é nomeado professor da Escola de Música de Yale, nos Estados Unidos

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Foto: Reprodução/Instagram

O violonista, compositor e educador brasileiro João Luiz Rezende foi anunciado como novo professor da Escola de Música de Yale, uma das instituições de ensino musical mais prestigiadas dos Estados Unidos. A nomeação foi divulgada em um comunicado oficial da universidade, que destacou a trajetória internacional do músico e seu trabalho como intérprete, compositor e mestre.

Segundo a Yale, Rezende, duas vezes indicado ao Grammy Latino, foi selecionado após um processo que avaliou “vários fortes candidatos” por um comitê formado por professores e gestores. A universidade ressaltou seu “espírito profundamente colaborativo, brilhantismo técnico e notável experiência de ensino”, além da versatilidade em diferentes estilos e tradições musicais.

A Yale também destacou seu trabalho social, incluindo iniciativas educacionais em comunidades carentes de São Paulo e esforços para tornar a música clássica mais acessível. “Por mais de duas décadas, ele tem sido mentor de jovens violonistas talentosos em todo o mundo”, afirmou a universidade. Rezende assume o cargo no próximo ano letivo, integrando o corpo docente de uma das instituições mais tradicionais dos EUA.

Nascido no Brasil, Rezende começou seus estudos na infância, migrando depois para o violão clássico sob orientação de Henrique Pinto. Com mestrado na Mannes School of Music e doutorado na Manhattan School of Music, ambas em Nova York (EUA), o músico consolidou sua carreira como solista e em duo.

Em 1997, ao lado de Douglas Lora, fundou o Brasil Guitar Duo, conjunto que ganhou projeção internacional após vencer o Concert Artists Guild International Competition, em 2006. A vitória abriu portas para apresentações em palcos como o Carnegie Hall (EUA) e o Concertgebouw (Holanda).

Além do duo, Rezende colaborou com nomes como Yo-Yo Ma, Paquito D’Rivera e Carlos Prieto. Em 2014, participou de um concerto histórico em Cuba em homenagem aos 75 anos do compositor Leo Brouwer.

Como compositor, suas obras têm sido gravadas e executadas por artistas como Fábio Zanon e Clarice Assad. Em 2019, estreou Recife, concerto para harpa escrito para Bridget Kibbey, com a Orquestra Filarmônica de Orlando.

Coreógrafo Joseph Toonga traz ao Rio festival internacional que reflete sobre saúde mental da comunidade negra

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O coreógrafo camaronês Joseph Toonga desembarca no Rio de Janeiro entre 11 e 26 de abril de 2025 com o projeto “The Body Black Festival: Joy Isn’t Always Joy”. A iniciativa, financiada pelo Arts Council England, ocupará o Centro Coreográfico da Cidade e a Biblioteca Parque, na região central, com ensaios abertos ao público. O festival utiliza linguagens artísticas que misturam dança, teatro e tecnologia digital para abordar questões urgentes de saúde mental na comunidade negra, com foco em temas como solidão e depressão.

Criado pelo coreógrafo Joseph Toonga, o projeto é uma plataforma multidisciplinar que comissiona obras sobre temas como solidão, depressão e suicídio na comunidade negra. A peça central, “Joy Isn’t Always Joy”, é um espetáculo de teatro-dança de 60 minutos que explora as lutas ocultas por trás de sorrisos que muitas vezes mascaram sofrimento.

Nascido em Camarões e criado em Londres, Toonga é reconhecido por sua abordagem que funde hip-hop e dança contemporânea. Sua trilogia aclamada — “Born to Manifest”, “Born to Protest” e “Born to Exist” — abordou questões raciais e de pertencimento, rendendo-lhe colaborações com companhias de peso, como o The Royal Ballet. “O Brasil tem uma das maiores diásporas negras do mundo, e trazer essa discussão para cá é essencial”, disse Toonga em comunicado. Após o período de ensaios no Rio, o elenco segue com Toonga para a Europa entre junho e agosto, onde finalizará a montagem e dará início a uma turnê.

Além da dança, o festival integra a participação da designer carioca Vitória Flores, moradora da Rocinha e professora do Istituto Europeo di Design (IED). Sua trajetória — da periferia ao mundo da moda — reflete-se em figurinos que priorizam narrativas negras e marginalizadas.”Queremos que o público não apenas assista, mas reflita e se reconheça”, afirma Flores, que também atuará como figurinista da produção.

Para ampliar o impacto, o projeto inclui uma plataforma digital com recursos de saúde mental, oferecendo suporte ao público e participantes. A iniciativa busca fomentar diálogos contínuos sobre bem-estar emocional, especialmente em comunidades negras e periféricas.

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