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‘O Agente Secreto’ é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026 e Alice Carvalho celebra: “viva o nordeste”

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Foto: Getty Images

A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta segunda-feira (15), o “O Agente Secreto” como o longa-metragem que vai representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2026, escolhido pela Comissão de Seleção.

Dirigido Kleber Mendonça Filho e protagonizado por Wagner Moura, o elenco também conta com outros grandes talentos como Alice Carvalho, Thomás Aquino, Isabél Zuaa, Jamila Facury, Wilson Rabelo, Carlos Francisco, entre outros.

No X (antigo Twitter), Alice celebrou o resultado na corrida pelo Oscar: “Twist de pobre é macumba. Viva o nordeste e o cinema feito no dente!”, destacou a atriz.

https://twitter.com/alicecarvalho/status/1967614946445041834

Vencedor dos prêmios de Melhor Ator, para Wagner Moura, e Melhor Diretor, para Kleber Mendonça Filho, no Festival de Cannes de 2025, “O Agente Secreto” narra a história de Marcelo, um professor especializado em tecnologia que se muda para Recife durante a ditadura militar e descobre que está sendo espionado. O longa-metragem estreia nos cinemas brasileiros em 6 de novembro.

“O Agente Secreto” disputou com outras 15 produções, inscritas e habilitadas a concorrer à vaga e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: “Baby”, de Marcelo Caetano; “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal; “Manas”, de Marianna Brennand; “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro; e “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi.

Chef nigeriana tenta cozinhar a maior panela de arroz jollof do mundo

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Fotos: Reuters e Tobbie B

A cidade de Lagos parou para acompanhar mais um feito ambicioso de Hilda Baci. A chef nigeriana, de 28 anos, que em 2023 entrou para o Guinness World Records pela maratona culinária mais longa já registrada, reuniu milhares de pessoas para tentar cozinhar o maior prato de arroz jollof do mundo.

A receita chama atenção: 4 toneladas de arroz, 500 caixas de extrato de tomate, 600 kg de cebolas e 168 kg de carne de cabra, tudo preparado em uma panela de aço feita sob medida, com capacidade para 23 mil litros. Foram nove horas de preparo, sob o comando de Hilda e uma equipe com mais 10 chefs, que mexiam a comida com longas colheres de pau.

Na hora da pesagem oficial do prato, quando a panela gigante foi içada por um guindaste, uma das pernas de apoio cedeu e o recipiente quebrou. Segundo a equipe da chef, imagens e vídeos do evento estão sendo reunidos para envio ao Guinness World Records, que poderá oficializar a tentativa. O organização chegou a desejar boa sorte a Hilda em suas redes sociais antes do evento.

Apesar do susto, o arroz não se perdeu e o prato foi distribuído em porções individuais para a multidão que acompanhava o evento.

Em entrevista à BBC Pidgin, Hilda destacou o orgulho por levar a cultura gastronômica da Nigéria ao mundo. “Nós [nigerianos] somos os gigantes da África, e o jollof é uma comida pela qual todos os africanos conhecem.”

O arroz jollof é um símbolo da culinária da África Ocidental, preparado com arroz, molho de tomate e acompanhamentos como carnes ou frutos do mar. Hilda Baci se tornou um nome de peso na gastronomia nigeriana ao vencer uma competição nacional de jollof em 2021 e, em 2023, cozinhar sem parar por 93 horas e 11 minutos. Atualmente, o recorde de maratona culinária pertence à australiana Evette Quoibia, com 140 horas e 11 minutos.

STF é acionado para manter pretos e pardos como critério para cotas raciais após decisão sobre heteroidentificação

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Foto: Pulsar Imagens

O Idafro (Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras) protocolou uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que a Corte reafirme o entendimento histórico de que o critério válido para acesso às cotas raciais em universidades e concursos públicos é a autoidentificação como preto ou pardo, e não a exigência de que o candidato se declare “negro”.

A iniciativa é uma resposta à recente decisão do STF (RE 1.553.243/CE), que autorizou o controle judicial sobre as bancas de heteroidentificação e estabeleceu que os candidatos devem se declarar “negros” ou “pardos”. Para o Idafro, esse entendimento representa um retrocesso, pois contraria decisões anteriores como a ADPF 186 e a ADC 41, além do Estatuto da Igualdade Racial e resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhecem a cor da pele e os traços fenotípicos como parâmetros centrais para aferição.

Na petição, os advogados Dr. Hédio Silva Jr., Silvia Souza, Anivaldo dos Anjos e Maira Vida argumentam que a exigência de comprovação de origem racial foge ao propósito das cotas.

“Atribuir às Comissões de Heteroidentificação a responsabilidade de decidir sobre cor da pele e traços fenotípicos é algo concreto e viável. Já definir origem racial ou descendência genética é tarefa impossível e sem respaldo jurídico”, afirmam.

Para o jurista Hédio Silva Jr., um dos autores da ação, o pedido busca restabelecer a segurança jurídica. “O Idafro pede que o Supremo resgate sua própria jurisprudência, reafirmando que basta a autoidentificação como preto ou pardo. ‘Negro’ não é critério jurídico ou administrativo, mas uma noção ligada a origem racial, impossível de ser aferida objetivamente. Já os traços fenotípicos como cor da pele, cabelo, características faciais, oferecem parâmetros claros e objetivos para as comissões. É isso que garante segurança jurídica e respeito à dignidade dos candidatos.”

O documento também relembra o emblemático julgamento do Caso Ellwanger (2003), no qual o STF consolidou o entendimento de que “raça é uma construção social definida pela negrofobia”. Para o Idafro, isso reforça que pretos e pardos são igualmente alvos do racismo estrutural e, portanto, devem ter garantido o direito às políticas de ação afirmativa.

Tramell Tillman se torna o primeiro homem negro a vencer Emmy de Ator Coadjuvante em Série de Drama

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Foto: Frederic J. Brown/AFP

Após conquistar o público com sua atuação como Seth Milchik na série ‘Ruptura’, Tramell Tillman escreveu seu nome na história do Emmy Awards. No último domingo (14), em Los Angeles, o ator levou para casa a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama, tornando-se o primeiro homem negro a vencer na categoria em mais de 77 anos de premiação.

Emocionado ao subir ao palco, Tillman dedicou o troféu à mãe. “Minha primeira professora de atuação foi dura, gente, mas todas as grandes mães são. Mamãe, você esteve comigo quando ninguém mais estava e quando ninguém mais aparecia. Sua bondade amorosa permanece em mim, e isso aqui é para você. Obrigado à Academia. Estou pleno. Estou humilde. Estou honrado. E, como minha mãe diria: ‘olha só o que Deus faz'”, declarou.

Foto: Apple TV+

A vitória de Tillman foi sobre nomes de peso, incluindo seus colegas de elenco Zach Cherry e John Turturro, além de Walton Goggins, Jason Isaacs e Sam Rockwell (The White Lotus), e James Marsden (Paradise).

Disponível pela Apple TV+, ‘Ruptura’ acompanha os funcionários da misteriosa empresa Lumen, que se submetem a um procedimento para separar permanentemente suas memórias pessoais e profissionais. Mark S (Adam Scott) é um dos primeiros a participar, mas começa a questionar o experimento quando um colega de trabalho é demitido, desencadeando uma trama de conspirações e segredos.

Evandro Luiz da Conceição lança Minha Estranha Loucura, livro sobre o amor LGBTQIAPN+

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Foto: divulgação

Minha Estranha Loucura é o primeiro livro solo de Evandro Luiz da Conceição, jornalista, escritor e roteirista da TV Globo, conhecido por seu olhar atento à cultura periférica e à diversidade sexual. A obra mergulha no universo amoroso de homens negros, gays e periféricos do Rio de Janeiro, além de personagens trans, trazendo histórias que, até hoje, pouco aparecem na literatura brasileira contemporânea. Com graça, inteligência e empatia, Evandro expõe o erotismo e o afeto desses personagens, colocando-os no centro da narrativa e afirmando sua existência em um país marcado pelo racismo, LGBTfobia e desigualdades sociais.

A ficção de Evandro Luiz da Conceição dialoga com a tradição literária brasileira, evocando, por exemplo, o clássico naturalista Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, que abordava a relação homoerótica entre um marujo negro e seu amante branco. Se no século XIX o tema provocava escândalo, em Minha Estranha Loucura o espanto vem da liberdade e da naturalidade com que os personagens vivem seu amor e desejo, enfrentando os desafios históricos e contemporâneos de serem homens negros, periféricos e LGBTQIA+ no Brasil.

O livro se destaca pelo realismo cru das situações, mas também pelo colorido e leveza da narrativa. Entre encontros intensos, conflitos, festas e violência policial, Evandro apresenta personagens que amam sem amarras, expressando desejo e cumplicidade, como no conto que dá nome à obra, onde Leonardo e Pedro vivem momentos de paixão e conflito em meio à vida urbana da Lapa, no Rio de Janeiro. A história não apenas envolve o leitor, mas coloca em evidência a complexidade de corpos e afetos historicamente marginalizados.

Além do universo das histórias, o editorial deve destacar o autor. Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ, Evandro atua há seis anos como redator de entretenimento na TV Globo, participando de grandes produções e festivais culturais como The Town e Lollapalooza, e em projetos voltados para a valorização da cultura negra. Sua trajetória literária começou em oficinas da FLUP, e ele já foi coautor de livros com nomes como Conceição Evaristo e Elisa Lucinda, além de ter publicado obras voltadas para a religiosidade de matriz africana, como Yabás, Mães Rainhas. Essa diversidade de experiências transparece na forma como ele constrói personagens complexos e empoderados, que desafiam estereótipos e padrões sociais.

Minha Estranha Loucura foi lançado em noite de autógrafos na Livraria Travessa de Botafogo, no Rio de Janeiro, reunindo histórias que celebram o amor LGBTQIAPN+ e afirmam a presença de homens negros periféricos no centro da narrativa literária. Entre erotismo, afeto e resistência, o livro cumpre um papel social ao visibilizar corpos e afetos historicamente marginalizados, oferecendo ao leitor não apenas histórias envolventes, mas também uma reflexão sobre desigualdade, preconceito e a potência da vida pulsante dessas pessoas. Evandro Luiz da Conceição reafirma, com cada conto, que o amor desses personagens é legítimo, livre e pleno, em contraste com as feridas sociais ainda abertas no Brasil contemporâneo.

Manifesto do Sono: um chamado pela vida

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Foto: Reprodução/Instagram

Por: Simone Nascimento (médica, palestrante, TEDx Speaker e Top Voice LinkedIn)

Dormir não é perder tempo. Dormir é viver. É no silêncio da noite que o corpo executa a grande missão de se preparar para o dia seguinte: ele se repara, a mente se organiza e a vida se preserva.

O sono é o guardião invisível da nossa saúde física e mental. Quando ele falha, a ansiedade cresce, a depressão se intensifica, a memória falha, as ideias se embaralham. É dormindo que o cérebro arquiva lembranças, faz faxina nas sinapses e fortalece a atenção para o dia seguinte. Negar-se ao sono é abrir mão da própria clareza.

É no escuro profundo que o corpo aciona seu arsenal de defesa. A ciência mostra: noites curtas aumentam o risco de câncer, porque o sistema imunológico perde a capacidade de reconhecer e destruir células anormais. Dormir mal também acelera processos inflamatórios
que preparam o terreno para doenças crônicas.

Enquanto sonhamos, o cérebro ativa sua potente rede de limpeza: o sistema glinfático, que remove proteínas tóxicas como a proteína beta-amiloide, diretamente ligada ao Alzheimer. Cada noite bem dormida é uma barreira erguida contra a perda da memória e da identidade.

O sono também constrói o corpo. É durante o sono profundo que liberamos hormônio do crescimento (GH), essencial para a regeneração de tecidos, cicatrização e ganho de massa muscular. Noites ruins quebram esse ciclo, dificultando a recuperação física e até mesmo os resultados de quem treina.

Noite após noite, a orquestra hormonal se ajusta no compasso do sono:

● A melatonina sinaliza escuridão e protege células contra envelhecimento.
● O cortisol encontra seu ritmo natural, evitando o caos do estresse crônico.
● A leptina e a grelina, hormônios da fome e da saciedade, se equilibram — explicando por que quem dorme pouco sente mais fome, busca mais açúcar e acumula mais peso.

O sono não é luxo. É pilar da sobrevivência. Quem dorme preserva não apenas sua saúde, mas sua humanidade. É no descanso que renascemos, que consolidamos quem somos e preparamos quem queremos ser.

Dormir é um ato de resistência em uma sociedade que insiste em exaltar a exaustão. Dormir é um ato político, de autocuidado radical, de afirmação da vida.

O sono é medicina gratuita, é direito de todos, é chave da longevidade. Cuidar do sono é cuidar da mente, do corpo e da alma.

E hoje, mais do que nunca, precisamos defender esse direito com a mesma seriedade que defendemos o ar que respiramos. Que este manifesto lembre a cada um de nós: preservar o sono é preservar a vida.

Tyler Perry empolga fãs com a estreia da 2ª temporada de Beauty in Black: “Reviravoltas ainda mais emocionantes”

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Foto: Quantrell Colbert/Netflix © 2025

A parte 1 da segunda temporada de ‘Beauty in Black’ estreou na Netflix nesta semana e já está no top 10 das séries mais assistidas do momento. A primeira temporada terminou deixando os fãs sem fôlego, quando o magnata Horace Bellarie (Ricco Ross) apresentou seus filhos, Roy (Julian Horton) e Charles (Steven G. Norfleet), à sua nova esposa — e nova chefe — Kimmie (Taylor Polidore Williams).

Oficialmente como a Sra. Bellarie, ela está pronta para mostrar quem manda agora. “Os fãs estão prestes a embarcar em uma jornada alucinante com Kimmie assumindo seu novo poder como chefe da Beauty in Black e da família Bellarie. Nesta temporada, ela é uma força que ninguém espera — e não importa quantos tentem, nada pode impedi-la”, afirmou Tyler Perry, criador da série, ao Tudum.

No clipe de oito minutos divulgado antes da estreia oficial, Horace se torna o mentor improvável de Kimmie, ensinando-a os segredos de como comandar uma família poderosa. Ela não quer apenas manter seu trono, quer garantir que sua irmã Sylvie (Bailey Tippen) e sua melhor amiga Rain (Amber Reign Smith) estejam seguras diante de tantas mudanças.

E as perguntas não param: como Kimmie vai lidar com o novo papel de chefona? Como seu ex-chefe Jules (Charles Malik Whitfield) vai reagir à inversão de papéis? E onde está Angel (Xavier Smalls)?

Tyler Perry garante que os fãs podem esperar uma temporada eletrizante: “Mal posso esperar para que os fãs descubram o quão louca e imprevisível esta nova temporada é. Todos os seus personagens favoritos retornam, e as reviravoltas incríveis estão mais emocionantes e de cair o queixo do que nunca.”

A Netflix ainda não anunciou oficialmente a data de estreia da parte 2 da segunda temporada.

Entre búzios, conchas e cristais: joias autorais que conectam raízes afro-brasileiras ao design contemporâneo

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Foto: divulgação

A empresária e designer baiana Graziele Neves apresenta a MAAR, marca de joias autorais que nasce em Lisboa e chega ao Brasil através de vendas online. Com experiência de mais de 20 anos em gestão e liderança, Graziele transforma seu olhar estratégico em criações que unem estética, cultura e ancestralidade.

As peças da MAAR são concebidas para gerar conexão — com a natureza, com memórias afetivas e com aquilo que nos torna únicos. Trabalhando com pedras naturais, cristais, pérolas, conchas, búzios, latão, aço inoxidável e prata, a marca aposta em joias artesanais, em baixa escala e com possibilidade de personalização, permitindo que cada peça conte histórias individuais.

A primeira coleção foi lançada em maio e, em setembro, chegam 40 novas peças exclusivas, já exportadas para Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Irlanda, Alemanha, Holanda e Brasil. No país, o público pode adquirir as joias diretamente pelo site oficial, com condições especiais de lançamento.

Para Graziele, a MAAR não é apenas uma marca de joias: é uma ponte entre culturas, conectando a riqueza estética da Bahia ao design contemporâneo europeu e trazendo à tona a força da ancestralidade afro-brasileira em cada detalhe.

Porque a Branquitude Não Deve Contar Sozinha Nossas Histórias

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A telenovela Vale Tudo é um clássico da dramaturgia brasileira. Mais do que o enredo, ela
nos lembra de uma questão urgente: representatividade não é apenas quem aparece diante das
câmeras, mas também quem está atrás delas. Durante décadas, a branquitude se autorizou a
narrar nossas histórias, quase sempre reduzindo pessoas negras a estereótipos que reforçam
dores históricas.Quando a crítica surge, o argumento recorrente é o de evitar o “panfletário”,
termo usado seletivamente, apenas quando não lhes convém aprofundar discussões sobre
racismo, gênero, sexualidade ou desigualdade social.


O que falta, em grande parte da produção do audiovisual brasileira, é escuta. Falta
reconhecer que estamos em um país que ainda engatinha na construção de uma educação
antirracista e, justamente por isso, a responsabilidade da mídia é imensa. Falta consultoria
especializada, falta abertura para roteiristas, diretores e produtores negros contarem suas
próprias vivências sem filtros coloniais.


Essa reflexão não é nova. Abdias do Nascimento, um dos maiories intelectuais e ativistas
negros do Brasil, já denunciava a ausência de protagonisto negro nas artes e nas narrativas
culturais. Ao criar, o Teatro Experimental do Negro, na década de 1940, Abdias abriu espaço
para que pessoas negras não fossem apenas personagens periféricos, mas autores de suas
próprias histórias. Sua obra e militância nos lembram que sem autoria negra, continuamos
presos a imagens distorcidas sobre quem somos.


E quando revisitamos personagens icônicos, como Raquel, percebemos que as marcas dessa
ausência. Se pensarmos em uma Raquel de 2025, podemos enxergá-la não mais como uma
mulher em busca de “salvação”, mas como uma mulher negra empreendedora, consciente de
sua identidade e capaz de criar uma rede forte com outras mulheres negras. Esse
“salvamento” presente em narrativas da branquitude não é inocente, ela reflete o racismo
estrutural que sempre coloca pessoas negras em um lugar inferior, dependente da tutela
branca para ascender socialmente. É uma lógica colonial de subalternização, onde o destino
da população negra só se realiza quando mediado pela branquitude.


A Rede Globo, mostrou em algumas produções que é possível abrir espaços para narrativas
negras como maior dignidade e profundidade. Vai Na Fé, Mister Brau e Encantados são
exemplos disso. Essas experiências comprovam que há caminhos. No entanto, continuam
sendo exceções dentro de uma indústria que insiste em manter a hegemonia branca nos
bastidores. E é justamente aí que está chave da mudança, sem diversidade real entre os
roteiristas, diretores, produtores e executivos, continuaremos reféns de uma visão limitada,
muitas vezes racista, sobre o que significa ser negro no Brasil.


Representatividade não é apenas ocupar a tela, mas disputar narrativas. É garantir que as
histórias contadas sobre nós tenham profundidade, pluralidade e respeito. Como Abdias do
Nascimento ensinou, é preciso romper com a lógica da tutela branca sobre nossas existências
e assegurar o direito de narrar a nós mesmos.


O futuro da televisão Brasileira precisa ser constrúido de forma coletiva, plural e antirracista.
Só assim será possível romper com os grilhões do passado e abrir espaço para narrativas que
realmente expressem a diversidade deste país.

Por Diego do Subúrbio (@diegodosuburbio)

Apoie a continuidade e permanência de Diego na universidade pública via
Pix: diegodosuburbio.contato@gmail.com e mais informações no perfil @diegodosuburbio

“Sou muito grata por fazerem uma personagem que vive normalmente”, Haonê Thinar, atriz de Pam em Dona de Mim, interpreta personagem sem reforçar clichês de deficiência

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Foto: reprodução

Em entrevista ao Notícias da TV (leia aqui), a atriz Haonê Thinar falou sobre a importância de dar vida a Pam, personagem de Dona de Mim. Mulher negra e cadeirante, a atriz faz história ao ocupar um espaço inédito na teledramaturgia da Globo.

“Sou muito grata a Rosane [Svartman, autora] e à equipe por fazerem uma personagem que vive normalmente. Ela não está ali por causa da deficiência. Ela trabalha, tem amigos, dá bronca, preocupa-se. Vive”, afirmou Haonê.

A presença da atriz em horário nobre rompe um padrão ainda recorrente na TV brasileira: a representação de pessoas com deficiência restrita a papéis marcados pelo sofrimento, superação ou limitações. Em Dona de Mim, Pam aparece como costureira, amiga, namorada e mulher jovem que circula pela trama sem ter sua narrativa reduzida à cadeira de rodas.

O papel de Haonê chama atenção para um debate necessário: a inclusão de atores e atrizes com deficiência em produções de grande alcance. Sua atuação amplia o repertório de histórias contadas na televisão e aponta para a possibilidade de personagens mais diversos e realistas nas telas.

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