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Como superar o racismo nos partidos políticos?

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Foto: Freepik.

Acreditamos que a plena participação da população negra na política é essencial para a democracia no Brasil, para a construção de uma sociedade mais justa, desenvolvida, ética e representativa.

Todos nós podemos e devemos pressionar os partidos políticos para que sejam éticos, democráticos, transparentes, diversos e inclusivos. Dessa forma, os parlamentares poderão aprovar legislações que tornem as políticas públicas antirracistas e inclusivas. As políticas de igualdade racial devem ser uma prática frequente em setores do governo, em empresas públicas e privadas. Além disso, é importante ampliar o fomento e incentivo aos setores de inovação e desenvolvimento.

Precisamos e devemos compartilhar nossa vivência na política, sistematizá-la, interpretá-la e tirar desse ato todas as lições teóricas e práticas em consonância com a perspectiva exclusiva dos interesses da população negra e de sua respectiva visão de futuro.

Cuidar em organizar a nossa luta por nós mesmos é um imperativo da nossa sobrevivência como um povo. Devemos, por isso, ter muita cautela ao fazer alianças com forças políticas, sejam as ditas revolucionárias, reformistas, radicais, progressistas ou liberais. Toda e qualquer aliança deve obedecer a um interesse tático ou estratégico, e as pessoas negras precisam obrigatoriamente ter poder de decisão, a fim de não permitir que sejam manipuladas por interesses de causas alheias à sua própria.

“O Movimento Negro se fortalece a cada dia e hoje qualquer formulação, iniciativa ou atuação política que se queira honestamente comprometida com o povo brasileiro, deve por obrigação observar, respeitar e considerar a elaboração e o acúmulo histórico da resistência negra organizada”. A afirmação é do historiador negro Douglas Belchior.

Ao longo de nossa recente história do século XX e XXI soubemos elaborar um discurso, uma prática de enfrentamento e conquistas no Brasil, denunciando o mito da democracia racial, o racismo e as desigualdades raciais em nosso país. Elaboramos legislações, formulamos políticas públicas de direitos humanos, de saúde da população negra, educação e de acesso ao trabalho. Nesse percurso, as famílias elegeram a educação como uma das suas principais estratégias de superação e emancipação.

Hoje, temos uma história de lutas da qual nos orgulhamos e sabemos que a defesa pela educação pública de qualidade é imprescindível ao tempo presente e ao futuro. Para isso fomos até a mais alta corte brasileira, em defesa das ações afirmativas no ensino superior no Supremo Tribunal Federal, e vencemos um debate público que reflete uma história de luta histórica da nossa gente.
Precisamos de mobilização e de organização de pessoas negras, e de uma luta enérgica, sem pausa e sem descanso, contra as instituições que nos oprimem. Em especial, precisamos defender e promover os direitos das crianças negras, da juventude, das mulheres negras, dos religiosos de matriz africana, dos quilombolas, da população LGBTQIA+ e dos idosos deste país.

Com base na literatura e na prática em participar de campanhas políticas, registra-se algumas lições que poderão ser úteis para se entender a complexidade de se fazer política.

1- A trajetória política deve começar antes de seu ingresso na política formal. A história de sua militância nos movimentos sociais será muito importante. A entrada na política será mais uma etapa de sua vida para a difusão de suas ideias ou o momento oportuno para promover mudanças relevantes.

O educador Wesley Teixeira, candidato a vereador em 2020, no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, dá um importante depoimento sobre como é ser um negro candidato: “Eu acho que o conjunto dos partidos são racistas. Hoje, não temos um partido negro no Brasil. Pelo contrário, os negros e negras se organizam através de seus movimentos, que é para justamente pressionar para que esses partidos melhorem. Quem dera, tivesse no Brasil um partido antirracista. Enquanto não existe esse partido antirracista, que eu adoraria construir, temos que tomar nossas decisões pautadas na conjuntura. Então, nós fomos procurar os melhores partidos para fazer essa disputa.”

2- O partido ao qual você decidir se filiar precisa não só ser alinhado com sua visão de mundo, mas também tem que estar disposto a ser mais conectado com a sociedade e a tratar a sua candidatura com seriedade. A maioria dos partidos não tem um programa claro e seus posicionamentos acabam variando muito não só no tempo, mas também de Estado a Estado, e muitas vezes de município a município.
Os multicanais de redes sociais têm sido um incremento a essa volatilidade de ideias. Lembrem-se que o tempo da internet e do que viraliza nas redes é diferente da nossa construção política e de visão de mundo.

É importante também observar suas práticas. Fique atento e avalie com muita clareza e determinação o quanto o partido leva sua candidatura a sério. Nas primeiras conversas você deve buscar saber o quanto o partido pretende apoiar sua candidatura, seja com recurso, seja com espaço, seja com visibilidade.
Temos exemplos de candidaturas recentes que denunciaram muitos partidos em que o racismo e a violência política são práticas recorrentes.
Um importante depoimento do historiador negro Douglas Belchior, quando se defrontou com a direção partidária, dá uma exata dimensão do que encontramos nos partidos políticos: ”(…) a violência política, a prática do boicote, do apagamento, do silenciamento, da desqualificação e do racismo institucional que sofri nesses anos de embate, sobretudo quando passei a questionar”.

3- Acompanhar todas as etapas de organização de uma eleição, desde a direção partidária de seu diretório, assim como a convenção do seu partido, é fundamental. É o momento de garantir seu nome na lista de candidatos, saber seu número com o qual você concorrerá. Na história, temos a figura de Abdias Nascimento que concorreu à eleição como vereador na cidade do Rio de Janeiro, na década de 1950, e deram a ele um número que não correspondia ao número com o qual o partido o havia registrado. Criaram diversos obstáculos para impedir a sua candidatura. Conclusão, elaborou todo o material gráfico com o número errado e, por fim, teve a campanha sabotada.

Abdias Nascimento. Foto: Reprodução.


4- Durante a campanha você deve se comunicar com clareza, simplicidade e objetividade, citando não só as razões pelas quais decidiu se candidatar, como também as bandeiras que vai defender, caso seja eleito ou eleita. A eleição é a oportunidade de você amplificar sua luta anterior.

5- É importante você buscar dados que reforcem seus argumentos na construção de narrativas políticas que embasarão sua campanha. Comunicar-se com a base e fazer com que as redes interajam com as suas ideias é um ponto forte nesses movimentos.

6- Faça um orçamento de sua campanha de forma que você não se endivide, ou que deixe despesas para pagar sem uma fonte de arrecadação. Lembre-se que uma campanha necessita de recursos para diferentes tipos de despesas: transporte, alimentação, confecção de material gráfico e digital, acesso à internet, programadores, designers, roupas e sapatos, e seja o mais detalhista possível. O partido deve disponibilizar uma parte dos recursos oriundos dos fundos partidários. Tenha em mão as projeções de custos de campanha e exija transparência. Este é o ponto onde a direção dos partidos políticos mostra a dimensão do racismo.

7- Há um ponto central na corrida eleitoral: o acesso aos Fundo Eleitoral e ao Fundo Partidário. As candidatas e os candidatos a cargos eletivos são financiados por doações de pessoas físicas, recursos próprios dos candidatos e por verbas públicas. As campanhas são majoritariamente financiadas com recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o chamado Fundo Partidário.

Os critérios de acesso ao Fundo Eleitoral devem prever a obrigação de aplicação do total recebido do Fundo de acordo com os seguintes percentuais:

  • Para as candidaturas femininas, o percentual corresponderá à proporção dessas candidaturas em relação à soma das candidaturas masculinas e femininas do partido, não podendo ser inferior a 30%;
  • Para as candidaturas de pessoas negras, o percentual corresponderá à proporção de:
    a) mulheres negras e não negras da sigla;
    b) homens negros e não negros da legenda.
  • Os percentuais de candidaturas femininas e de pessoas negras serão obtidos pela razão dessas candidaturas em relação ao total de candidaturas do partido em âmbito nacional.

Observem atentamente que os recursos são de verba pública para a participação dos candidatos no processo eleitoral. A ideia geral é a de que o financiamento de candidaturas negras seja equivalente ao número de candidatos negros no partido. E isto tem sido motivo de muitas denúncias de desvio de recursos no interior dos partidos. Quando não há transparência, temos uma grande possibilidade de fraudes no cadastramento dos candidatos negros.

8- É muito importante que você passe todo o tempo que puder com pessoas, gaste a sola de sapato, converse sobre suas propostas, pedindo doações, recrutando, formando e mobilizando voluntários, ou pedindo votos dos eleitores.

E, não se esqueça do lema do líder angolano Agostinho Neto: “A luta continua e a vitória é certa”.

Jeniffer Dias anuncia fim do relacionamento com Yuri Marçal

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Foto: Thiago Jesus

A atriz Jeniffer Dias anunciou nesta quarta-feira (24) o fim do relacionamento com Yuri Marçal. Eles estavam juntos há mais de 4 anos. Motivos que levaram ao término não foram relevados.

“Vocês têm mandando muitas mensagens perguntando, e não vou falar sobre os motivos e porquês. Mas em respeito ao que vivemos juntos, de maneira pública durante 4 anos, acho importante vocês saberem que eu e Yuri não somos mais um casal”, publicou ela através de seu perfil no Instagram.

Até o momento dessa publicação, Yuri não se manifestou de forma pública sobre o fim do relacionamento.

Drake pode ser processado por recriar, sem autorização e por meio de IA, a voz de Tupac em nova música

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Foto: PRINCE WILLIAMS/WIREIMAGE ; Reprodução.

Imagina se essa moda pega… O rapper Drake chamou atenção da internet ao lançar na última semana a música ‘Taylor Made’. A faixa ganhou as manchetes por utilizar tecnologia de inteligência artificial para criar versos falsos de Tupac Shakur e Snoop Dogg.

Nesta última terça-feira, o Espólio responsável pela obra e imagem de Tupac ameaçou processar Drake pelo uso indevido da imagem do rapper, que morreu em setembro de 1996. “O Espólio está profundamente consternado e desapontado com o uso não autorizado da voz e da personalidade de Tupac”, destacou a nota oficial. “O registro não é apenas uma violação flagrante da publicidade de Tupac e dos direitos legais do espólio, mas também é um abuso flagrante do legado de um dos maiores artistas de hip-hop de todos os tempos. O Espólio nunca teria dado a sua aprovação para este uso.”

Tupac em 1993. Foto: dapd.

Um representante de Drake se recusou a comentar as demandas do espólio de Shakur. Até o momento, não foi revelado se Snoop Dogg , cuja voz também aparece em ‘Taylor Made’, está planejando levantar objeções legais.

“Todos devem se sentir respeitados”, diz Fê Medeiros sobre o tratado da NBB para combater o racismo no basquete

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Foto: Divulgação.

A Liga Nacional de Basquete (LNB) marcou um avanço significativo na luta contra o racismo no cenário esportivo brasileiro. A entidade responsável pela promoção do Novo Basquete Brasil (NBB) apresentou o Tratado Antirracista e Pela Diversidade, um compromisso firmado entre os 19 clubes participantes do campeonato nacional.

O Tratado apresenta diretrizes para lidar com situações de discriminação racial, violência contra mulheres, LGBTfobia, xenofobia e capacitismo durante os jogos da liga. O documento também funciona como uma espécie de manual a ser seguido pelas equipes em casos de preconceito ou discriminação durante as competições.

O apresentador e criador de conteúdo digital Fê Medeiros comentou sobre o avanço da LNB. “Falar sobre o preconceito no esporte é fundamental. Todos devem sentir-se seguros e respeitados em quadra. É hora de reconhecer a escassez de espaço para pessoas pretas no basquete, considerando que mais de 50% da população brasileira é negra. Precisamos de mais diversidade e inclusão em todos os níveis do esporte”, diz Fê Medeitos, que ainda reforça a maneira como o Tratado Antirracista representa um marco importante na história do basquete brasileiro. “Isso demonstra o compromisso do NBB em promover um ambiente esportivo mais justo, inclusivo e igualitário para todos os seus participantes”.

Governo de São Paulo é condenado a pagar R$ 750 mil por PM seguir Caminhada Negra

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Foto: Divulgação

O Governo Estadual de São Paulo foi condenado pela justiça a pagar R$ 750 mil “por dano moral coletivo e atuação discriminatória” pelo caso em que a Polícia Militar perseguiu a Caminhada São Paulo Negra, realizada pelo jornalista Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro, no dia 24 de outubro de 2020.

A decisão foi emitida pela justiça após uma ação movida pela Defensoria Pública que pedia o reconhecimento do caso como racismo. Segundo o Ministério Público, “o nexo causal entre os atos ilícitos praticados e os danos causados foi comprovado. A atuação da polícia militar, gerou situação humilhante, e como consequência, ainda, tolheu os profissionais da empresa e as demais pessoas do grupo da liberdade de ir/ficar/permanecer, sem embaraço, em espaço público e exercer o seu direito à cultura, no seu caráter difuso, como já exposto. O dano para toda a coletividade, portanto, é inegável.”

A indenização considera a dimensão da receita da Fazenda Estadual e a necessidade de inibir a ocorrência de novas práticas discriminatórias ofensivas. “A condenação deve ser revertida em favor da população negra e recolhida a um fundo próprio, conforme prevê artigo 13 da lei da Ação Civil Pública, com a específica obrigatoriedade de vinculação do recurso para projetos culturais e turísticos apresentados em favor da população negra, a ser definido após o trânsito em julgado”, informa a decisão do juiz Fausto Dalmaschio Ferreira, proferida em 15 de abril deste ano.

O caso aconteceu no dia 24 de outubro de 2020, quando um grupo de 14 pessoas participavam da ‘Caminhada Negra’, organizada pelo Guia Negro, que realiza uma visitação guiada pelo centro da capital paulista, percorrendo locais e monumentos representativos para a população negra, tendo como propósito, a realização de um resgate da história do povo negro na cidade de São Paulo. O itinerário completo percorrido é de aproximadamente 3,5 km, começando na Praça da Liberdade e terminando no Largo Paissandu. Na ocasião, a Polícia Militar passou a seguir o grupo e alegou proibição de aglomeração por conta da pandemia da COVID, além de possível tumulto à ordem. Integrantes de grupo afirmam que a ação discriminatória da PM foi evidente, considerando que o grupo passou por aglomerações com números maiores de pessoas que não tiveram intervenção dos agentes do Estado.

Os policiais alegaram que receberam ofício do Comando da PM para acompanhar a atividade em razão de monitoramento feito pelo Facebook de manifestação do movimento negro, mesmo com a explicação de que não se tratava de uma manifestação, dois policiais da ROCAM (Rondas Ostensivas com Aplicação de Motocicletas), passaram a seguir o grupo com as motocicletas pelos pontos que iam sendo percorridos. Eles também foram seguidos pela cavalaria da PM.

Portugal reconhece pela primeira vez a culpa por escravidão no Brasil: “Vamos ver como podemos reparar isso”

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Foto: Museu da Presidência da República / Portugal.

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou nesta última terça-feira (23) que Portugal foi responsável por uma série de crimes contra escravos e indígenas no Brasil na era colonial. Essa é a primeira vez que o país europeu, através de seu chefe de Estado, reconhece a autoria dos crimes.

“Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, declarou Marcelo Rebelo. “Pedir desculpas é a parte mais fácil”.

A escravidão de Portugal com o Brasil aconteceu partir do início da colonização, em 1500, e se estendeu até a abolição da escravatura em 1888. Durante esse período, o país europeu estabeleceu um intenso comércio de escravos africanos para trabalhar nas plantações de açúcar, nas minas de ouro e em outras atividades econômicas. Milhões de africanos foram capturados, transportados à força para o Brasil em condições desumanas e submetidos a uma vida de trabalho forçado, violência e opressão.

Marcelo Rebelo não especificou a forma como a reparação vai ocorrer. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, declarou que já entrou em contato com o governo português para buscar ações concretas de reparação. “Pela primeira vez estamos fazendo um debate desta dimensão em nível internacional”, disse a ministra.

Xande Pilares e Thay Pereira compartilham bastidores de ensaio fotográfico com a filha, Estrela

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Foto: Reprodução

Recém-chegada ao mundo, a pequena Estrela, filha de Xande Pilares e Thay Pereira já está fazendo seu primeiro ensaio fotográfico. A modelo compartilhou o vídeo dos bastidores do ensaio em suas redes sociais na última terça-feira, 24, revelando detalhes do cenário.

No vídeo, Estrela aparece sendo fotografada com os pais e cercada por instrumentos musicais, como um pandeiro, um violão e um cavaquinho. Além de ter uma foto com a bandeira do Salgueiro, escola de samba do Rio de Janeiro da qual seu pai também é integrante.

As imagens também revelam a preparação do cenário, além de mostrar Xande e Thay se arrumando e em momentos de descontração. A pequena Estrela chegou ao mundo no dia 5 de abril deste ano. Na ocasião, os pais compartilharam um registro do nascimento da bebê nas redes sociais e celebraram na legenda: “Nossa Estrela nasceu !!! O melhor presente que eu poderia ter”.

A gravidez de Thay Pereira foi anunciada na imprensa no dia 20 de outubro de 2023 em um comunicado emitido pela assessoria de Xande Pilares. na época, o sambista deu uma entrevista oara o Jornal Extra falando sobre o assunto: “No início eu não estava muito aberto a ideia de ter mais um filho, pensava: ‘Quando a criança tiver dez anos, vou estar coroa’, mas hoje vejo que para ter filho não tem idade. Será mais uma motivação para acordar e correr atrás da vida”, afirmou. O casal está junto desde 2020.

“Não sei quem eu sou”, desabafa Halle Bailey sobre depressão pós-parto

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Foto: Getty Images

Halle Bailey fez um desabafo comovente sobre depressão pós-parto. Mãe do pequeno Halo, que nasceu no final de 2023, fruto de seu relacionamento com o rapper DDG, Bailey publicou um vídeo nas redes sociais onde revela que está passando por uma depressão pós-parto e conta conta tem sido sua experiência nesse processo.

“Tenho [depressão pós-parto] grave, grave e não sei se alguma nova mãe se identifica, mas chegou ao ponto em que é muito ruim e é difícil para mim ficar separada do meu bebê por mais de 30 minutos de cada vez antes de eu começar a surtar”, desabafou em um vídeo publicado no Snapchat.

Ela pontuou que a doença não estava relacionada ao filho, afirmando que tem sido difícil se “sentir normal” em seu próprio corpo: “Eu me sinto uma pessoa completamente diferente. Quando me olho no espelho, sinto como se estivesse em um corpo totalmente novo. Tipo, eu não sei quem eu sou”, destacou.

Halle lembrou que falar sobre depressão pós-parto ainda é um tabu em nossa sociedade, o que dificulta lidar com o tema. A cantora e atriz deu seu próprio exemplo ao dizer que antes de ter filho, quando ouvia as pessoas falarem sobre o assunto, ele “simplesmente entrava por um ouvido e saía pelo outro”: “Agora, ao passar por isso, é quase como se você estivesse nadando neste oceano que é como as maiores ondas que você já sentiu e está tentando não se afogar. E você está tentando respirar”, afirmou.

No relato, publicado em vídeo no dia 16 de abril, em sua conta no Snapchat, Halle Bailey confessou que os boatos sobre sua família nas redes sociais foram um gatilho para ela: “A mídia social não é uma boa coisa para se estar no pós-parto – mas fiquei realmente acionado hoje, especialmente ao ver algumas das coisas que foram ditas sobre mim e minha família, e aquele que eu amo e aqueles que eu amo.”

Nos últimos dias, circularam na imprensa e nas redes sociais, rumores de que Halle e DDG teriam terminado seu relacionamento. O site “Media Take Out” chegou a publicar um relato de uma suposta amiga do casal que dizia: “Eles passaram de diversão, férias e tapetes vermelhos, relacionamento… para quem está alimentando o bebê e trocando fraldas”.

No final do vídeo, a intérprete de Ariel, no live action de ‘A Pequena Sereia’ deixou um recado para quem estava assistindo: “Mesmo que você admire certas pessoas e pense que elas são celebridades, e elas parecem ter tudo sob controle, você nunca sabe o que outra pessoa está passando, especialmente alguém que acabou de ter um bebê, literalmente”.

Estudo mostra que 73% das mulheres não recebe orientação

Um estudo publicado pela fundação britânica Parent-Infant, compartilhado pelo Jornal da USP, mostrou que uma em cada dez mulheres apresenta dificuldades para criar vínculo com seus bebês. Os dados também mostram que 73% das mulheres não recebe orientação “sobre como aumentar a conexão afetiva nessas relações, contando apenas com um simples direcionamento para tentarem se ligar emocionalmente com as crianças como forma de promoção de um desenvolvimento saudável para o bebê”. No Brasil, a depressão pós parto atinge 25% das mães entre seis e 18 meses após o parto.

Busque Ajuda

Além do apoio familiar e de uma rede de apoio qualificada, mulheres que estão passando pela depressão pós-parto também podem buscar tratamento com psiquiatras e psicólogos. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral gratuito nesses casos. De acordo com informações do Ministério da Saúde, “as equipes de Saúde da Família podem solicitar o apoio matricial dos profissionais de saúde mental, por intermédio do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) ou de outras equipes de saúde mental do município. Alguns casos considerados mais graves, que precisem de um cuidado intensivo, devem ser encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou outros serviços de referência em saúde mental do município ou da região”.

Mundo Negro é convidado para encontro sobre o Plano Nacional de Comunicação Antirracista do governo federal

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Foto: Larissa Lins/MIR

Como combater o racismo na comunicação governamental e pública? Com o objetivo de desenvolver o Plano Nacional de Comunicação Antirracista, essa será uma das perguntas a ser debatida na escuta e reunião entre as Mídias Negras e o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), promovida pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), nesta quinta-feira (25), em Brasília.

“O Mundo Negro foi a primeira mídia negra digital do país e é uma grande honra ser convidada para contribuir com uma questão tão fundamental que é a diversidade na comunicação e o antirracismo no jornalismo”, celebra Silvia Nascimento, CEO e Head de Conteúdo do veículo de comunicação.

O diálogo do GTI com a sociedade civil teve início com a abertura da consulta pública, que recebeu mais de 400 contribuições, e avançou para um encontro de forma híbrida que aconteceu no dia 11 de abril, além de uma escuta com outros especialistas de comunicação.

O Plano Nacional de Comunicação Antirracista é uma iniciativa importante para a implementação de políticas públicas destinadas a combater as desigualdades étnico-raciais no contexto da comunicação pública e governamental. O plano busca abordar, em diversas dimensões, estratégias eficazes no enfrentamento ao racismo.

Essas serão algumas perguntas para nortear o debate, como pontos de partida:

  • Como combater o racismo na comunicação governamental e pública?  
  • Quais podem ser as estratégias eficazes de diálogo entre Ministérios para a promoção da igualdade racial e combate ao racismo na comunicação?  
  • Quais podem ser as estratégias eficazes com atores de   veículos de mídia para a promoção da igualdade racial e combate ao racismo na comunicação?  
  • Quais podem ser estratégias e iniciativas de promoção da diversidade racial na publicidade dos órgãos e entidades da administração pública federal?  
  • Quais iniciativas de promoção da diversidade racial nos patrocínios dos órgãos e entidades da administração pública federal devem ser priorizadas?  
  • Quais os melhores instrumentos de formação e aperfeiçoamento técnico nas temáticas de relações étnico-raciais para porta-vozes, servidores, empregados públicos e prestadores de serviços, de todos os níveis, na área de comunicação?  
  • Quais medidas podem ser tomadas de promoção de direitos e combate ao racismo nos serviços digitais de comunicação?  
  • Quais estratégias e instrumentos podem ser elaborados que possam contribuir no fortalecimento e sustentabilidade de mídias negras?  

“A gente que gosta de maquiagem e tem pele escura passa por tanto episódio traumatizante”, diz Tassio Santos, criador do Herdeiro da Beleza

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Foto: Divulgação.

Depois de 12 anos criando conteúdo na internet e prestando consultoria para gigantes do setor de beleza, o ativista de pele, influenciador e agora escritor Tassio Santos, criador do perfil Herdeiro da Beleza, lança seu primeiro livro. Chamado de “Tem Minha Cor? Quando maquiar se torna um ato político”, a obra aposta na maquiagem e skincare como caminho para resgatar poder. “Se antes as marcas desenvolviam (quando desenvolviam) cores para alguém com no máximo meu tom de pele, por exemplo, agora elas consideram pessoas ainda mais escuras. E isso só aconteceu por demanda popular“, conta Tássio em conversa com o MUNDO NEGRO.

Para a criação de seu novo livro, o creator diz que colocou suas habilidades jornalísticas em prática e catalogou o portfólio de grandes marcas do Brasil. “Com esses dados em mãos, comparei com a mesma pesquisa que fiz em 2016. Algumas marcas evoluíram bastante. Já outras não tiveram um avanço tão expressivo assim”, diz ele ao definir seu livro como uma grande análise da cultura através da maquiagem. “Uma vez Krada Kilomba falou que “a negação é usada para manter e legitimar estruturas violentas de exclusão” e isso faz sentido! Eu estudo a falta de tons no mercado brasileiro sob essa ótica: uma estratégia de perpetuação do racismo – já que maquiagem faz parte do processo de embelezamento do corpo e a construção do poder passa também pela estética“.

Foto: Divulgação.

Para Tassio, encontrar produtos para além da base e uma dermatologia mais inclusiva são os principais desafios que as pessoas negras ainda enfrentam no mercado de cosméticos atualmente. “Sabe-se pouco sobre pele negra, inclusive quando o assunto é fotoproteção. Eu falo muito sobre o desafio de encontrar um protetor solar que não deixe esbranquiçado, mas talvez a gente não precise apenas disso“, diz ele. “Nem toda pele reage da mesma forma frente ao sol e corre o risco da gente estar deixando passar alguma especificidade que é só nossa. Então fica o pedido por mais investimento e disposição para dermatologistas estudarem pele negra”.

Durante anos de experiência no mercado de beleza, Tassio sentiu a necessidade de criar o termo ‘Racismo Cosméticos’, para definir episódios de discriminação dentro da indústria. “Muitas pessoas negras, principalmente mulheres de pele retinta, tem histórias infelizmente nesse universo. Só que toda vez que abriam o peito, elas chamavam de ‘isso’. Nunca tinha nome, era só ‘isso’. E eu aprendi com bell hooks que a gente precisa nomear as coisas para ser mais fácil reconhecê-las e, portanto, combater se for o caso. No livro eu dou muitos exemplos de Racismo Cosmético. Técnicas e produtos”, relata.

De acordo com o escritor, o livro “Tem Minha Cor? Quando maquiar se torna um ato político” possui quatro capítulos, com a primeira parte apresentando um introdução sobre a construção do belo. No segundo capítulo, ele define Racismo Cosmético e relata experiências que pessoas negras passam dentro desse universo da maquiagem/skincare. A pesquisa comparativa entre marcas no Brasil entra no capítulo 3 e no final, ele propõe soluções para os problemas. Tassio defende que dentre tantas soluções, uma delas é diversificar o quadro de funcionários em toda a cadeia de produção da indústria cosmética. “Pessoas de diferentes tons de pele, mas não só! Diversidade no pensamento, no idade, na origem… Se a gente quer uma indústria inclusiva, incluído o Brasil precisa estar”, relata.

O autor finaliza indicando que deseja passar uma mensagem de acolhimento com seu novo livro. “A gente que gosta de maquiagem e tem pele escura passa por tanto episódio traumatizante que talvez o livro faça emergir esse sentimento de inadequação. Mas quero que os leitores saibam que eu estou com eles nessa! Então toda vez que minhas palavras façam vir à mente alguma memória difícil, quero que olhem pra capa e se sintam acolhidos por mim“, diz ele.

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