Patricia Hill Collins, uma das mais influentes pesquisadoras do feminismo negro nos Estados Unidos e no mundo, retorna a São Paulo para participar de um ciclo formativo da ONG Ação Educativa, contando com o apoio do Projeto Seta. Com o tema “Interseccionalidade em Ação“, o curso é destinado a promover uma compreensão aprofundada sobre a interseccionalidade e suas aplicações no campo da educação. A formação é gratuita e acontecerá nos dias 04/07 e 11/07 no formato online, com um terceiro encontro, no modo presencial, em 12/07, nessa ocasião, com a presença da pensadora.
Aberto ao público em geral, o ciclo formativo é voltado especialmente para mulheres negras ou indígenas, cis, trans ou travestis, que atuam na educação básica pública ou em espaços não escolares. Como o número de vagas é limitado a 20 participantes, as interessadas na formação precisarão submeter o interesse preenchendo um formulário de inscrição online. Tanto o formulário quanto o edital com os critérios para a seleção das contempladas já estão disponíveis no site da Ação Educativa.
Referência no ramo da sociologia e educação, Patricia atua como professora na Universidade de Maryland, College Park, chefiou o Departamento de Estudos Afro-Americanos na Universidade de Cincinnati por mais de duas décadas, além de ser autora de obras como “Pensamento Feminista Negro” e “Interseccionalidade”. Durante o ciclo formativo, Hill Collins passará por diversas experiências que vão desde conhecer a Ocupação 09 de Julho em São Paulo até ter um momento de troca e diálogo com educadores.
Sobre o ciclo formativo
Mas afinal, o que é interseccionalidade? O termo refere-se à maneira como diferentes formas de opressão – como racismo, sexismo, classismo, etarismo entre outras – se interligam e se sobrepõem. Em vez de analisar essas desigualdades isoladamente, a interseccionalidade avalia como essas múltiplas formas de discriminação se cruzam e impactam a vida das pessoas em várias dimensões. Na visão de Patricia Hill Collins, a interseccionalidade é tanto uma ferramenta de análise quanto de intervenção política na luta por justiça social.
“A forma como Patricia constrói o conceito de interseccionalidade dentro da teoria crítica feminista é muito contemporânea, nova e relevante. Ela traz a interseccionalidade de raça, classe e gênero para dizer que existe uma construção da ‘mulheridade’ em se tratando das mulheres negras, que se constrói a partir de diferentes matrizes de opressão”, destaca Ednéia Gonçalves, coordenadora-executiva adjunta da Ação Educativa.
“Nossa proposta é que, nos encontros online, seja discutido o conceito de interseccionalidade no pensamento da autora. Em um segundo momento, será realizada uma seleção de trabalhos de professoras e professores que discutem raça e gênero, na abordagem interseccional, dentro do ambiente da educação escolar, a fim de selecionar 20 propostas cujos responsáveis irão, além de fazer o curso, conhecer Patricia pessoalmente”, explica Ednéia.
Por meio do projeto Gênero & Educação, a Ação Educativa vem trabalhando temas como a interseccionalidade há um tempo, por meio da difusão de metodologias pedagógicas e formações gratuitas. “Temos desenvolvido há muitos anos um trabalho para fortalecer o enfrentamento de desigualdades e violências de gênero por meio da educação, um tema que vem sendo alvo de desinformação e censura. E, para isso, é fundamental aprofundar a abordagem interseccional, considerando como gênero se cruza com as dimensões de raça e classe”, explica Bárbara Lopes da Ação Educativa.
Como a proposta é a de fortalecer a abordagem interseccional nos processos educativos, as participantes da formação terão a oportunidade de reconhecer a complexidade das diferentes formas de opressão no dia a dia de educadoras e educandos. Temas como o feminismo negro brasileiro contemporâneo e o pensamento da socióloga também estarão presentes na programação.
Para informações sobre o edital, inscrições e seleção das vagas, acesse o site: acaoeducativa.org.br ou escreva para generoeeducacao@acaoeducativa.org.br.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) anulou, no último sábado, 15, o processo por discriminação racial contra o médico Márcio Antônio Souza Júnior, acusado de filmar um caseiro negro acorrentado e divulgar o vídeo em uma rede social. O caso deve ser transferido para a Justiça Federal, conforme determina o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em situações de divulgação em plataformas públicas.
O julgamento inicial, ocorrido em novembro de 2023, resultou na condenação de Márcio Antônio por discriminação racial, com a obrigação de pagar R$ 300 mil em indenização por danos morais coletivos a uma associação quilombola, além de prestar serviços comunitários.
Segundo a nova decisão do TJ-GO, a competência para processar, julgar e punir o médico não é da Justiça Estadual, uma vez que o ato discriminatório foi amplamente divulgado na internet, configurando um caso que deve ser analisado pela Justiça Federal. O tribunal estadual, portanto, acatou a argumentação de que, devido à natureza da disseminação das imagens, o julgamento deve ocorrer em uma esfera que abrange jurisdição nacional.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 15 de fevereiro, quando o médico Márcio Antônio Souza Júnior gravou e publicou em seu Instagram um vídeo em que mostrava um homem negro, que trabalhava como caseiro na Fazenda Jatobá, na cidade de Goiás, acorrentado pelos pés, pescoço e pelas mãos. No vídeo, é possível ouvir o medico dizer “Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala”.
Blake Bolden, frequentemente referida como a ‘Jackie Robinson’ do hóquei feminino, em referência ao primeiro homem negro a integrar a liga de Beisebol norte-americana, continua a romper barreiras em um esporte historicamente dominado por homens brancos. Primeira mulher negra a jogar na extinta Liga Nacional de Hóquei Feminino (NWHL) em 2015 e, em 2020, a primeira mulher negra a se tornar olheira profissional no time de hóquei Los Angeles Kings, ela está trabalhando pela inclusão no esporte.
Atualmente, Bolden exerce múltiplos papéis na organização dos Kings, sendo especialista em crescimento e inclusão, além de integrar a Coalizão de Inclusão de Jogadores da NHL. Sua missão é clara: diversificar o hóquei e garantir que jovens de comunidades marginalizadas tenham acesso ao esporte.
Atualmente, a fundação dos Kings, sob o trabalho liderado por Blake Bolden, mantém uma parceria com o ’24 Degrees of Color’ (ou ’24 Graus de Cor’, na tradução para o português), fundada por Kendal Troutman, mãe de uma patinadora artística negra e ativista da diversidade nos esportes no gelo. Juntas, as duas trabalham para diversificar a patinação no gelo e o hóquei em Los Angeles, nos EUA, tornando esses esportes mais acessíveis financeiramente e garantindo uma representação diversificada nas pistas. O programa busca introduzir os jovens a esportes recreativos no gelo, fornecendo também recursos para competirem, se assim desejarem.
“É por isso que Kendall e eu nos damos tão bem – nossas missões e valores estão tão alinhados”, compartilhou Bolden, ao relembrar suas próprias dificuldades ao crescer jogando hóquei juvenil em Cleveland. “Foi muito desafiador. Financeiramente, acho que é quase impossível, especialmente se você está apenas entrando no jogo e não tem um plano.”
O trabalho de Bolden, inspirado por sua própria experiência de ser frequentemente a única pessoa negra e a única garota em seu time, é orientado pela determinação de diversificar o hóquei e criar recursos para famílias que não sabem os próximos passos. “Meu principal objetivo é apenas diversificar o jogo. A NHL tem este slogan que diz: ‘O hóquei é para todos’, e foi basicamente isso que mantive durante toda a minha vida porque, em cada pista em que entrei, eu era a única pessoa negra. Na maioria das vezes, eu era a única garota do meu time. É muito importante para mim agora espalhar esta mensagem para garantir que uma pessoa de cor, ou a garota de um time só de meninos, se sinta acolhida”, afirma Bolden.
Buscando servir de inspiração para aqueles que virão depois dela, Bolden enfatiza a importância de criar e encontrar oportunidades no hóquei: “Você pode ser um olheiro profissional, pode trabalhar em operações de hóquei se estiver interessado. Você pode ser um treinador, um gerente geral, qualquer coisa neste esporte, desde que continue a se esforçar para encontrar seu pessoal”, conclui.
A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, contou que seu pai, Sigifredo Márquez, escapou ileso de um atentado a tiros ocorrido na tarde do último domingo, 16. O ataque, que também envolveu o sobrinho de 6 anos da vice-presidente e dois seguranças, aconteceu na rodovia Suárez-Cali, no sudoeste do país.
“Meu pai, juntamente com meu sobrinho de 6 anos e dois seguranças, sofreu um atentado na rodovia Suárez-Cali. Felizmente, eles saíram ilesos”, escreveu Francia em sua conta na rede social X. “Me dói o coração que justo nesse dia tenham atacado o meu pai”, lamentou, lembrando que no domingo a Colômbia celebrou o Dia dos Pais. As autoridades confirmaram que não houve feridos.
Imagens divulgadas pela imprensa local mostram a caminhonete em que Sigifredo Márquez estava com marcas de tiros nas janelas e na parte traseira. O ataque ocorreu na região do Cauca, uma área historicamente conflituosa e onde dissidentes das Farc mantêm atividades relacionadas ao narcotráfico. Francia Márquez, que é natural do sudoeste colombiano, foi vítima de um atentado a tiros em agosto de 2022, antes de assumir a vice-presidência. Naquela ocasião, a ativista ambiental também saiu ilesa.
Este domingo se perpetró un atentado contra el vehículo en el cual se movilizaba Sigifredo Marquéz Trujillo, padre de la vicepresidenta de la República, Francia Márquez. El hecho se registró sobre la vía que comunica al corregimiento de Timba con el de Robles, en zona rural del… pic.twitter.com/Dj9e9Sqhpo
A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, fez uma publicação em sua conta no ‘X’, prestando solidariedade à vice-presidente colombiana: “A violência não pode ser moeda da política nem caminho para pressionar por poder. Toda solidariedade a colega e vice-presidenta da Colômbia Francia Márquez pelo atentado a tiros contra seu pai e sobrinho”.
A violência não pode ser moeda da política nem caminho para pressionar por poder. Toda solidariedade a colega e vice-presidenta da Colômbia Francia Márquez pelo atentado a tiros contra seu pai e sobrinho. Mando meu abraço também a todo o povo colombiano, que não aguenta mais a… pic.twitter.com/vrppSi0qQt
Em janeiro e fevereiro de 2023, Francia já havia denunciado a presença de explosivos em rotas que ela percorreria, revelando a contínua ameaça à sua segurança. Ela é a primeira mulher negra a assumir a vice-presidência da Colômbia.
O presidente Gustavo Petro manifestou preocupação com o incidente e solicitou às autoridades competentes que iniciem uma investigação para identificar os responsáveis pelo atentado.
Na sexta-feira, 14, a editora Mostrada publicou uma nota repudiando a censura ao livro “Meninas Sonhadoras, Mulheres Cientistas”, escrito pela juíza Flávia Martins de Carvalho, que foi retirado das salas de aula e bibliotecas das escolas municipais de São José dos Campos, interior de São Paulo.
Em nota, a editora manifestou surpresa com a decisão, destacando que o livro, escrito em versos e ilustrado, conta a trajetória de cientistas renomadas como Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Dorina Nowill, Débora Diniz e Marielle Franco, ressaltando suas contribuições para o conhecimento e a defesa dos direitos humanos. “Repudiamos qualquer tipo de censura e defendemos que obras que promovem o pensamento crítico e o exercício da cidadania devem permanecer nas escolas, sem quaisquer impedimentos de ordem autoritária”, declarou a editora.
A ordem de retirada foi comunicada às escolas na quarta-feira, 11, e cumprida no dia seguinte. O pedido foi feito pelo vereador Thomaz Henrique (PL), alegando que a presença de Débora Diniz, conhecida por sua defesa do aborto, justificava uma revisão do material. De acordo com a prefeitura, a obra passará por uma análise pela equipe técnica da Secretaria de Educação e Cidadania.
O livro “Meninas Sonhadoras, Mulheres Cientistas” vai além de uma simples compilação de biografias. Através de poesias e ilustrações, Flávia Martins de Carvalho celebra a vida de 20 mulheres, abordando suas histórias de superação e sucesso. A maioria das homenageadas são mulheres negras e brasileiras, mas a obra também destaca mulheres indígenas, brancas e estrangeiras, todas atuantes em diversas áreas e unindo suas atividades a ações afirmativas e sociais.
Flávia Martins de Carvalho, escritora e formada em Comunicação Social e Direito, é conhecida por produzir obras que enfatizam a representatividade e a autoestima de pessoas negras, uma carência que identificou em sua própria infância. Além disso, Carvalho atua como juíza auxiliar do juiz Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal.
Em uma entrevista coletiva realizada neste domingo, 16, Kylian Mbappé, capitão da seleção francesa, fez um apelo contra a ascensão da extrema-direita na França e incentivou os jovens a votarem nas eleições legislativas marcadas para os dias 30 de junho e 7 de julho. O pronunciamento ocorreu na véspera da estreia da França na Eurocopa, que será na segunda-feira, 17.
Mbappé não se esquivou ao abordar a questão política que toma conta do país, afirmando: “Quero falar ao povo da França. Os extremistas estão tomando o poder. Apelo a todos os jovens para que votem e compreendam os nossos valores de tolerância.” A declaração surge num momento em que atletas da seleção francesa, que disputa a Eurocopa na Alemanha, tem usado suas plataformas para se posicionar contra extremistas.
Questionado se sua fala era um pedido para que o povo não votasse no partido de extrema direita Reagrupamento Nacional, Mbappé afirmou: “Kylian Mbappé é contra os extremos, contra as ideias que dividem. Temos a oportunidade de escolher o futuro do nosso país, e isso é uma tarefa muito importante. Acredito que há muitos jovens que, talvez inconscientemente, não estejam cientes da importância do voto, como mostra o alto índice de abstenção, tanto nas áreas rurais quanto nas periferias.”
“Eu não quero representar um país que não corresponde aos meus valores, que não corresponde aos nossos valores, porque eu acho e espero que todos nós estamos no mesmo barco”, destacou o jogador. ” Muitas vezes dizem que não se deve misturar política com futebol. Eu concordo quando se trata de bobagens, mas quando são situações como esta, é muito importante. E é mais importante, como eu disse, que o jogo de amanhã. E isso é uma verdade, e espero que não me levem a mal. Porque hoje, o país está em uma situação muito importante. Não, porque são ideias que dividem. E eu sou contra a divisão. Eu sou a favor de ideias que unam e valores que são comuns, que são sobre a diversidade, o respeito e a tolerância”.
No início da semana, seu companheiro de equipe, Ousmane Dembélé, também expressou preocupações similares, destacando que a situação política no país “acionou o alarme” e confirmando que ele e outros jogadores pretendem votar remotamente durante a competição. Dembélé enfatizou a importância do voto, mesmo à distância, refletindo o sentimento de urgência compartilhado por Mbappé.
A declaração de Mbappé ocorre em um contexto de instabilidade política na França. Recentemente, o presidente Emmanuel Macron dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições legislativas após a vitória da extrema-direita, liderada pelo Reagrupamento Nacional, no Parlamento Europeu. O partido, liderado por Marine Le Pen, conseguiu um avanço significativo que alarmou diversos setores da sociedade francesa.
A convocação para o voto por parte de Mbappé ganha um peso simbólico adicional devido às suas raízes. Filho do imigrante camaronês Wilfried Mbappé, técnico de futebol que gerencia a carreira do filho, o atacante personifica a diversidade e a integração que são frequentemente alvo de ataques por movimentos extremistas.
A seleção francesa, caso avance para a fase eliminatória, ainda estará na Alemanha durante as eleições. O primeiro turno coincidirá com as oitavas de final do Euro 2024, enquanto o segundo turno será realizado logo após as quartas de final. A equipe e os jogadores, comprometidos tanto com o torneio quanto com suas responsabilidades cívicas, planejam exercer seu direito ao voto de forma remota.
O lançamento das “100 melhores músicas de R&B da Era do Streaming” elegeu a cantora SZA figura o topo da lista com o hit “Snooze”, do álbum ‘SOS’, lançado em 2022. A iniciativa faz parte do Spotify CLASSICS, programa criado pela plataforma para celebrar os catálogos disponíveis no streaming.
A lista foi lançada no mês de abril e definiu a “Era do Streaming” como o período que vai de 2015 até os dias atuais, a plataforma considerou músicas lançadas a partir de 1º de janeiro de 2015 para compor a lista. Ao contrário do esperado, as seleções não se basearam nos números de streaming, mas sim em critérios como qualidade, impacto, valor de repetição, influência e significado cultural. Essa curadoria foi feita pela equipe editorial do Spotify nos Estados Unidos, sob a direção de Carl Chery, diretor criativo e chefe de música urbana da empresa.
O R&B, que já vinha se transformando desde o início dos anos 2010, passou por uma evolução ainda mais intensa com a popularização do streaming na última década. Além de SZA, os dez primeiros lugares foram ocupados por Frank Ocean – “Pink + White”, Daniel Caesar e H.E.R. – “Best Part”, Beyoncé – “CUFF IT”, Bryson Tiller – “Don’t”, Solange – “Cranes in the Sky”, Summer Walker – “Session 32”, Rihanna – “Needed Me”, Jazmine Sullivan – “Pick Up Your Feelings” e Chris Brown ft. Drake – “No Guidance”.
Diferente de como acontece no Brasil, em que o Dia dos Pais é celebrado no segundo domingo de agosto, em outros 70 países do mundo, incluindo os Estados Unidos, a data foi estabelecida no terceiro domingo do mês de junho. E para comemorar, personalidades como o músico A$AP Rocky, o ex-presidente norte-americano, Barack Obama,e o atleta da NFL Russell Wilson compartilharam mensagens especiais em suas redes sociais.
O músico A$AP Rocky, namorado de Rihanna, compartilhou neste domingo sua primeira campanha publicitária para o Dia dos Pais, feita para a grife Bottega Veneta, onde aparece em fotos e em um vídeo interagindo com os filhos RZA, de 2 anos, e Riot Rose, que nasceu há cerca de 10 meses. Ele escreveu ainda: “Foi um prazer trabalhar ao lado dos meus filhos. Este momento especial captura a vulnerabilidade, o amor e a interação entre eu e meus filhos. Tenho orgulho de ser o homem que eles chamam de papai”.
Pai de Malia e Sasha, frutos do casamento de mais de 30 anos com Michelle Obama, o ex-presidente norte-americano Barack Obama compartilhou uma foto com a família e escreveu na legenda: “Feliz dia dos pais! O trabalho mais gratificante que já tive foi ser pai de Sasha e Malia. A todos aqueles que tiveram a sorte de assumir o papel de pai, espero que aproveitem o seu dia”.
Happy Father's Day! The most fulfilling job I've ever had is being Sasha and Malia’s dad. To all those lucky enough to take on the role of being a father, I hope you enjoy your day. pic.twitter.com/BfoYwVX5Ml
Enquanto isso, Russell Wilson, marido da cantora Ciara, publicou fotos com os quatro filhos e escreveu: Obrigado Future, Sienna, Win e Amora! Eu tenho o melhor trabalho e presente do mundo sendo o pai de vocês! Minha maior alegria no mundo é ser pai de vocês! Grata por poder criar esses bebês com você @Ciara! Amo muito vocês! Feliz dia dos pais!”. A cantora também compartilhou um vídeo, homenageando o marido pela data: “Não há palavras ou fotos suficientes que possam expressar o nosso amor por ti!”, escreveu ela.
Thank you Future, Sienna, Win, and Amora! I’ve got the best job & gift in the world being y’all’s dad! My greatest joy in the world is being y’all’s Dad! Grateful I get to raise these babies with you @Ciara! Love you guys so much! Happy Father’s Day! pic.twitter.com/4YXxW2KyWm
Foto: Mrs. Charles Stephenson (Grace Murray)/ Wikimedia Commons
A empresa de genealogia, Ancestry.com, lançou um banco de dados que utiliza inteligência artificial (IA) para ajudar negros americanos a rastrear suas árvores genealógicas. O acervo contém dezenas de milhares de artigos de jornais do século XIX, com informações sobre pessoas anteriormente escravizadas nos Estados Unidos.
A coleção é composta por aproximadamente 38 mil artigos de jornais datados de 1788 a 1867, oferecendo detalhes de mais de 183 mil indivíduos anteriormente escravizados. Este banco de dados, de acesso gratuito, pretende preencher lacunas históricas e auxiliar na descoberta de histórias familiares. Utilizando IA, a ferramenta analisa registros de jornais para identificar nomes, idades, descrições físicas e localizações dessas pessoas.
“Muitos desses artigos originais contêm informações inéditas sobre indivíduos escravizados e preenchem lacunas onde registros judiciais e comunitários foram perdidos ou destruídos”, afirmou Nicka Sewell-Smith, genealogista profissional e produtora sênior de histórias da Ancestry.
A nova página dedicada aos registros da escravização permite aos usuários pesquisar por nome ou explorar registros específicos de estados com mais dados. A IA conecta nomes em outros bancos de dados de inventários da Ancestry, auxiliando na montagem de complexos quebra-cabeças genealógicos. Segundo a Axios, responsável pela plataforma, esta ferramenta irá “vasculhar os registros de jornais, antes difíceis de pesquisar, em busca de nomes de pessoas escravizadas, conectando nomes em outros bancos de dados de documentos de inventário da Ancestry para montar quebra-cabeças”.
A iniciativa é um complemento à vasta base de dados existente da Ancestry, que já inclui “mais de 18 milhões de registros, documentando a vida de indivíduos anteriormente escravizados ou recém-emancipados”, como registros do Freedmen’s Bureau, do Freedman’s Bank e outros documentos selecionados do Censo Federal dos EUA.
Os maiores registros encontrados estão nos estados da Geórgia, Louisiana, Mississippi e Virgínia. Alguns artigos até revelam detalhes sobre como Harriet Tubman ajudou pessoas escravizadas a escapar para o norte ou fornecer pistas sobre tentativas de fuga pela Estrada de Ferro Subterrânea até o México.
Muito a celebrar! Com mais de 20 anos de carreira, a jornalista baiana Rita Batista, 44, completa dois anos no time de anfitriões do programa “É de Casa“, da TV Globo, e recentemente, foi anunciada como a nova apresentadora do programa “Saia Justa“, do GNT, além lançar o seu primeiro livro “A Vida É Um Presente”, onde ela reúne mantras importantes, muitos dos quais compartilhava com seus seguidores nas redes sociais.
Em entrevista ao Mundo Negro, Rita fala sobre a alegria de viver este momento na carreira. “Quando eu cheguei no ‘É de Casa’,, eu acho que eu cerejei o bolo da minha vida profissional, né? Porque foram 20 anos para entrar na TV Globo. 20 anos trabalhando, produzindo, aprendendo, entendendo, sendo excepcional no meu ofício para que eu tivesse a oportunidade de mostrar meu trabalho na maior emissora do país. E quando houve o convite, foi algo tão natural”, conta.
Ao longo das 21 temporadas do “Saia Justa”, Rita Batista se torna a quinta apresentadora negra a integrar o elenco do programa, que já contou com 25 apresentadores ao todo. Para a jornalista, a sociedade e o audiovisual vivem uma mudança importante. “É no passo a passo que a sociedade vai se adequando, vai entendendo que diversidade é um valor, que diversidade é importante, que equipes diversas trazem para as suas companhias, independente do ramo da empresa, uma melhor qualidade para os seus produtos. Isso não é diferente com o produto audiovisual ou com o produto televisivo”, afirma.
Foto: Reprodução/Instagram
Leia a entrevista completa abaixo:
O que esses dois anos apresentando o “É De Casa” significam para você pessoalmente e enquanto profissional? Teve algum momento que você considera mais marcante?
Quando eu cheguei no “É de Casa”, eu acho que eu cerejei o bolo da minha vida profissional, né? Porque foram 20 anos para entrar na TV Globo. 20 anos trabalhando, produzindo, aprendendo, entendendo, sendo excepcional no meu ofício para que eu tivesse a oportunidade de mostrar meu trabalho na maior emissora do país. E quando houve o convite, foi algo tão natural. Eu entrei primeiro como repórter da “Super Manhã”. Eu recebi uma ligação de Rafael Dragó, meu diretor à época, dizendo que havia surgido uma vaga temporária de três meses para o Super Manhã e que, se eu quisesse, eu tinha que morar em São Paulo durante esses 90 dias. Eu falei: “Tá, beleza, vambora”. Por isso que eu acredito verdadeiramente que a vida é cheia de milagres. Porque quando tem que ser, não tem pra ninguém, não tem adversidade, não tem problema, não tem nada, é fluido, segue. Óbvio, evidente, que você tem que continuar fazendo, né?
Outro dia eu estava com Zezé Motta no [evento] Negritudes Globo, Antônia Pitanga e Atila Roque. Antônio e Atila disseram assim: “a gente nunca sabe”. E Zezé falou assim: “A gente nunca sabe qual vai ser o ponto de virada da carreira, qual vai ser o momento de ‘uau, cheguei aqui, todo mundo tá conhecendo meu trabalho’. Não importa se você trabalhou 10, 20, 30, 40, 50 anos, o que importa é que você continue trabalhando, porque esse momento do cavalo selado passando na sua frente, não há como precisar”. E Zezé complementou, quando ela falava sobre os louros da carreira, aos 70 e poucos anos, a primeira campanha publicitária, aos 78, e aí ela disse: “Tudo valeu a pena. Absolutamente tudo que eu fiz, tudo que eu passei, valeu a pena”. Então eu acho que é isso. Eu tô vivendo um novo momento da minha carreira, mas colhendo tudo que plantei, porque o plantio pode até ser aleatório, mas a colheita é certa. Disso não tenho dúvida. Eu cheguei em dezembro de 2020 como repórter da TV Globo, da “Super Manhã”, um ano e meio depois, o convite veio e a estreia dessa nova formação foi em julho de 2022. Aí eu falei: “É isso. Bora. Agora que agora é uma nova caminhada, ainda não cheguei no topo da montanha, mas tô na trilha certa, é isso aqui, vamos lá”.
Foto: Reprodução/Instagram
Quais são suas expectativas para essa nova fase no “Saia Justa”? E qual a importância de ter uma apresentadora negra e baiana para manter a qualidade das entrevistas no programa?
Eu acho que como a sociedade muda, o audiovisual também. É no passo a passo que a sociedade vai mudando, vai se adequando, vai entendendo que diversidade é um valor, que diversidade é importante, que equipes diversas trazem para as suas companhias, independente do ramo da empresa, uma melhor qualidade para os seus produtos. Isso não é diferente com o produto audiovisual ou com o produto televisivo. Então, a gente está num novo momento do “Saia [Justa]”, uma nova temporada, um programa que completa 22 anos no ar, ininterruptos, eu com 21 anos de carreira. Eu acho que está todo mundo com muita maturidade, fora que a gente tem essa possibilidade de atender a nossa audiência, como sempre foi feito, diante das mudanças que a nossa sociedade vem passando nos últimos tempos de todas as transformações desse Brasil, que vive nessa era de cancelamentos ao mesmo tempo de adequações linguísticas para que todos os grupos se sintam contemplados e sejam de fato contemplados. Enfim, a gente vive esses opostos, equilibrando a balança e todos os pratos rodando ao mesmo tempo. Então, eu tô com grande expectativa porque é um programa que eu sou verdadeiramente apaixonada, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora. Eu como espectadora, como eu disse, o Saia tem 22 anos de carreira, eu tenho 21 anos. Fui repórter do Saia em 2016, então conheço também internamente e eu acho que vai ser massa. Fora que são três novidades, né? Que eu não sei também, viu minha gente? Eu só sei de mim e de Bela Gil. As outras duas companheiras, não sei, tô que nem vocês, aguardando ansiosamente. Então é muita novidade junta, né? Vai ser massa.
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No seu livro “A Vida É um Presente”, lançado recentemente, você traz mantras para o dia a dia que fizeram a diferença na sua vida. Destes, você tem algum favorito e por quê?
Pra mim, o mantra da minha vida é: “Eu sou corajosa, destemida e forte, eu sou alegre, expansível, cheia de vida, tudo me corre bem, eu sou um ímã para atrair tudo que é de bom e útil e eu gosto da mais perfeita saúde”. Esse mantra é muito especial porque uma grande amiga, que é jornalista também, Mônica Vasco, me ensinou há muitos anos. Foi a primeira pessoa, despretensiosamente, como texto jornalístico, ela me ensinou, sabe? Porque ela aprendeu com o mestre Didi. E o Mestre Didi, filho de Mãe Senhora, do Ilê Axé Opó Afonjá. O Mestre Didi, um sacerdote também, um artista plástico, um homem de muito conhecimento. Então, a partir dali, mesmo sem saber ainda, sem ter consciência do poder da palavra, eu me apropriei disso e esse me acompanha para o resto da vida. Eu tô pensando até em tatuar, porque tenho pouca tatuagem, ainda tem espaço no corpo. Pra isso, pra muita coisa.
Foto: Reprodução/Instagram
Como você concilia o papel de mãe com sua carreira profissional, com gravações do É de Casa no RJ, e agora do Saia Justa em SP, e o filho morando com o pai em Salvador? Você acredita que as mulheres estão cada vez mais combatendo julgamentos sobre o que deveria ser a maternidade ideal?
Eu acho que esse peso da maternidade eu nunca carreguei, e eu falo isso obviamente de um lugar de muito privilégio, de mesmo numa relação que já acabou, o meu casamento já terminou, mas os papéis de pai e mãe são desempenhados na sua totalidade. E Marcel, como ele é um excelente pai, e qualquer homem nesse país, que faz o seu papel de pai, e faz mais alguma coisa além do que deve ser feito, fica nesse lugar, no pedestal, não é porque ele se coloca, mas a sociedade faz isso, então é ele que está nas festinhas, porque acontecem as finais de semana, é ele que está nas apresentações de escola, que acontecem também aos finais de semana ou nas sextas-feira, enfim. Nas urgências e nas emergências, que às vezes também, porque as crianças se machucam no final de semana e não durante a semana (risos)… não deveria se machucar em época nenhuma, mas ele tem muito isso. Fora a experiência, porque ele tem outros dois filhos do primeiro casamento dele, filhos mais velhos obviamente, então ele é muito rápido com as crianças, e ele também tem essa porção brincalhona, que eu por exemplo não tenho, de ficar horas brincando, horas se jogando no chão, eu não sou essa mãe, Eu sou a mãe do muito carinho, do afago, do colo, do beijo, do abraço, do “eu te amo”, das brincadeiras que tem início, meio e fim. E o meu filho sabe o que é que eu tô fazendo, sempre foi dito isso a ele. A gente nunca inventou historinha, mentir ou qualquer coisa do tipo. Por isso que eu digo que eu falo desse lugar de privilégio, que eu tenho um pai presente, uma rede de apoio, tanto eu quanto ele, uma rede de apoio profissional para que nós tenhamos as nossas vidas profissionais em plenitude.
Ah, julgar, vamos julgar. Gente, eu sou mulher, né? Vamos julgar a vida toda, desde sempre. E com a maternidade, eu fui logo me acostumando com o julgamento quando eu disse, e eu criei essa hashtag, o Verdades Gravídicas, que era minha série sobre maternidade no Instagram, na rede social, que era “Não pega na minha barriga”. Porque já começa daí, a sociedade acha mesmo que tem um poder sobre uma mãe, sobre uma mulher grávida. E que vai criar todos os ditames pra essa maternidade, para experiência dessa mulher com a maternidade dela. Começar por esse negócio de ficar passando a mão na barriga. Você nunca viu a pessoa na existência e a pessoa fica: “oh, quantos meses?” Não, não pega na barriga. E não tinha essa conversa aí, ninguém pegava mesmo. E acabou essa história. O corpo é meu, o filho é meu e eu não sou um receptáculo, sabe? Eu sou uma pessoa inteira. E é por isso que eu digo às mulheres: “vocês não são um receptáculo, vocês não são só mãe. Mãe é uma das facetas desse ser feminino completo”.