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Motherhood Penalty: o preço invisível que muitas mulheres negras ainda precisam pagar para exercer a maternidade

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Foto: Black-ish/ABC

Você já parou para pensar sobre quanto custa a maternidade no mercado de trabalho? Agora, adicione a isso o recorte de raça e tente mensurar o preço que as mulheres negras pagam por exercerem esse direito.

Ela é competente. Entregou todos os projetos. Cumpriu prazos e superou expectativas. Porém, quando a maternidade chegou, também veio um fardo adicional que ninguém incluiu no plano de carreira: o custo silencioso, e muitas vezes invisível, de ser penalizada. Para mulheres negras, essa penalidade vem acompanhada de camadas extras de discriminação e racismo estrutural.

Esta é a realidade de várias mulheres que enfrentam, duplamente, a chamada “Motherhood Penalty”, a penalidade da maternidade. Um fenômeno cruel que se torna ainda mais excludente, pois une os impactos do sexismo à interseccionalidade racial. Para uma mulher negra, os obstáculos que surgem após a maternidade não são apenas frutos do machismo, mas de um sistema que frequentemente subvaloriza o seu potencial desde o início.

Como se Expressa Essa Penalidade nas Mulheres Negras?

Além das formas comuns de penalização – como promoções negadas, exclusão de projetos estratégicos e aumento de desigualdade salarial – as mulheres negras enfrentam barreiras adicionais:

Subestimação constante: Antes mesmo de se tornarem mães, muitas mulheres negras já lidam com expectativas profissionais mais baixas e desconfiança em relação às suas competências. Após a maternidade, essa visão se agrava.

Dupla cobrança: O imaginário de que a mulher negra “aguenta tudo” e é “forte por natureza” coloca uma pressão desumana. Ela precisa ser uma mãe perfeita e uma profissional impecável, mesmo quando os fatores externos conspiram contra sua progressão.

Racismo no ambiente de trabalho: A exclusão não ocorre apenas por ser mãe, mas também por ser uma mulher negra em um espaço que muitas vezes privilegia corpos e histórias distintas das suas.

 Impactos no Mercado de Trabalho

Estudos confirmam que mães negras são mais penalizadas do que mães brancas – tanto em oportunidades quanto em salários. Para elas, a maternidade funciona quase como uma sentença que reforça segregações preexistentes. Isso não acontece por falta de competência, mas por um sistema enviesado, que mede mulheres negras com uma régua ainda mais injusta.

Apesar do cenário desafiador, é possível agir para transformar essa realidade. Um mercado de trabalho verdadeiramente comprometido com a equidade não só de gênero, mas também racial, pode começar com passos fundamentais:

Enfrentar vieses interseccionais: É essencial que empresas reconheçam como gênero e raça se interseccionam na maternidade. Políticas que combatam ambos os tipos de discriminação são imprescindíveis. 

Avaliar desempenho com consciência racial: Reconhecer e valorizar talentos negros, incluindo os desafios que enfrentam, e promover avaliações justas e sem vieses. 

Incorporar interseccionalidade nos planejamentos de carreira: Os planos de carreira devem considerar todas as camadas de exclusão que atuam sobre mulheres negras mães, transformando a maternidade em um elemento integrado. 

↳ Implementar ações afirmativas para mulheres negras: Criar oportunidades específicas para que mães negras avancem de maneira equitativa é tão importante quanto incluir a maternidade nos diálogos corporativos. 

Não basta falar de equidade de gênero sem falar de raça. Não basta oferecer benefícios sem entender as estruturas silenciosas que prejudicam mais profundamente as mulheres negras, ser aliada das mães não é uma concessão: é uma responsabilidade. É sobre dividir o peso, transformar estruturas e criar um mercado onde todas as mulheres – e, em especial, mulheres negras – possam prosperar.

Regé-Jean Page vai estrelar e produzir série romântica baseada em best-seller de sucesso

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Foto: Jake Rosenberg/Vanity Fair

O charme de Regé-Jean Page vai voltar a brilhar nas telas. Segundo o Deadline, o astro foi confirmado como protagonista e também como produtor executivo da adaptação televisiva de ‘Funny You Should Ask’ (Engraçado Você Perguntar), romance best-seller de Elissa Sussman, publicado em 2022. Ainda não há previsão de estreia.

Este poderá será o primeiro papel fixo de Page na televisão desde sua saída de ‘Bridgerton’, onde foi revelado mundialmente como o duque Simon Basset, um dos maiores sucessos da Netflix.

A série está em desenvolvimento inicial pela Apple, com produção da Tomorrow Studios e roteiro assinado por Rachel Alter. Page e sua parceira criativa, Emily Brown, tocam o projeto pela produtora A Mighty Stranger.

A trama acompanha uma jovem jornalista cheia de ambições que entrevista um galã de Hollywood. Dez anos depois, os dois se reencontram e ela tenta descobrir os sentimentos que ele tem por ela.

No livro, o personagem que Regé-Jean Page deve interpretar é um astro de cinema que assume o papel de James Bond. Desde sua atuação em ‘Bridgerton’, Page tem sido apontado por fãs e críticos como um dos nomes mais cotados para viver o próximo 007 nas telonas, e a notícia cria ainda mais expectativas.

Antes do papel na série ‘Bridgerton’, ele já havia atuado na série ‘For The People’, também da Shondaland. No cinema, se destacou em títulos como ‘Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes’, ‘The Gray Man’ e ‘Black Bag’.

Herói senegalês será homenageado após salvar crianças em incêndio em Paris

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O senegalês Fousseynou Samba Cissé, de 39 anos, ganhou reconhecimento internacional após um ato de coragem e humanidade. Na última sexta-feira (4), ele salvou quatro crianças e duas mulheres de um incêndio que atingiu um prédio residencial na região de La Chapelle, no norte de Paris, na França.

Fousseynou, que vive na França desde 2020 com sua esposa e filho de 2 anos, não hesitou diante do perigo. Ele se manteve firme no parapeito do edifício até garantir que todos os vizinhos estivessem a salvo. “A imagem do bebê ‘me puxou’. Não pensei duas vezes em sair quando vi a mulher tirar seu bebê para fora”, contou o herói em entrevista ao programa “Fantástico”.

Comovidos pela ação do senegalês, os vídeos do resgate viralizaram rapidamente nas redes sociais, mostrando a coragem e a determinação de Fousseynou em meio ao fogo.

Além de sua coragem, ele fez questão de destacar seu ato como um gesto humano e solidário: “Fiz como ser humano, simplesmente queria salvá-los. Poderia ser eu, poderia ser você”.

O prédio atingido pelo incêndio abriga muitas famílias de imigrantes. Ao todo, 18 pessoas ficaram desalojadas, e 13 precisaram de atendimento médico por inalação de fumaça. As causas do incêndio ainda são investigadas.

Agora, em reconhecimento a sua bravura, Fousseynou Samba Cissé será condecorado oficialmente pelo governo francês. Sua história serve como um exemplo de coragem, solidariedade e humanidade, destacando a importância de reconhecer e valorizar ações heroicas que transcendem fronteiras e culturas.

Iniciativa oferece curso gratuito de trança afro e beleza para mulheres negras

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Nesta terça-feira, 8 de julho, será lançado em São Paulo um curso gratuito de formação em trança afro-brasileira e beleza, voltado exclusivamente para mulheres negras. A iniciativa, promovida pela Universidade Zumbi dos Palmares em parceria com a Fundação Banco do Brasil, tem como foco a geração de renda, a valorização da cultura afro e o fortalecimento da autonomia financeira dessas mulheres.

Muito além de uma questão estética, a prática de trançar cabelos carrega significados profundos: é resistência, herança ancestral e afirmação de identidade. Desde que a profissão de trancista foi regulamentada no Brasil, em 2023, tem crescido o reconhecimento desse ofício como um caminho digno de trabalho e empreendedorismo.

“O curso transforma o que é tradição em oportunidade concreta de crescimento. Trançar é cultura, identidade e sobrevivência”, afirma o Prof. Dr. José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares. Para Luciana Bagno, diretora de Desenvolvimento Social da Fundação Banco do Brasil, a iniciativa é um marco importante, especialmente por alcançar comunidades de capitais nas cinco regiões do país.

A meta é formar 600 trancistas profissionais até o final de 2025, com impacto direto na geração de renda, no fortalecimento da economia solidária e na autoestima de mulheres negras. A parceria entre a Fundação Banco do Brasil, referência nacional em sustentabilidade e desenvolvimento social, e a Universidade Zumbi dos Palmares, única instituição de ensino superior da América Latina voltada à inclusão da população negra, mostra o potencial transformador de ações voltadas ao Brasil profundo, especialmente nas periferias urbanas.

A apresentação do curso acontece nesta terça-feira (8), às 19h, na sede da Universidade Zumbi dos Palmares.

Para mais informações, acesse o site da Universidade Zumbi dos Palmares.

O “Adestramento” da mulher negra: quando o racismo e a misoginia são institucionalizados

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Foto: © Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O que aconteceu na Câmara dos Deputados no dia 2 de julho de 2025 não foi um simples embate político. Foi um ataque público e coordenado contra a Ministra Marina Silva, que é, além de Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, deputada federal eleita pelo povo brasileiro, ou seja, ela faz parte daquela Casa. Mesmo assim, ou justamente por isso, foi alvo de insultos, distorções, ironias, desrespeito e misoginia, num espetáculo que mais parecia um linchamento institucional do que uma audiência pública.

Deputados como Rodolfo Nogueira (PL-MS), que presidia a sessão e fez piada com o uso de avião oficial pela Ministra; Evair Vieira de Melo (PP-ES), que liderou os ataques com discurso inflamado e recheado de desinformação; além de Gustavo Gayer (PL-GO), Zé Trovão (PL-SC), Delegado Caveira (PL-PA), Silvia Waiãpi (PL-AP), Pastor Marco Feliciano (PL-SP), Rodrigo da Zaeli (PL-MT) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO), todos atuaram como se estivessem acima da Constituição, do regimento interno e do mínimo de decência parlamentar.

Utilizaram o microfone e a imunidade parlamentar, que deveria proteger o debate democrático como escudo para seus preconceitos individuais, escancarando o racismo, o machismo e a intolerância religiosa com ares de normalidade. Essa imunidade não foi feita para isso. O que vimos foi a distorção de um privilégio constitucional sendo usado para tentar silenciar e humilhar uma das figuras públicas mais respeitadas do Brasil e do mundo.

A violência política tem cor e gênero

É impossível assistir ao que aconteceu com Marina Silva e não reconhecer o padrão: a violência institucional contra mulheres negras no Brasil é muito mais brutal do que contra qualquer homem branco sob as mesmas condições. O que Marina enfrentou naquela audiência não seria tolerado se fosse dirigido a um ministro branco, de elite, ligado aos mesmos interesses que ela enfrenta diariamente com coragem.

A necessidade de mais mulheres no Congresso é inquestionável. Mas o que também é inquestionável, e revoltante, é que todas que chegam estão submetidas a um tratamento inconstitucional, violento, deslegitimador e, muitas vezes, impune. Isso não é democracia, é barbárie travestida de debate.

E que fique claro: Marina não estava ali como convidada, como alguém de fora. Ela é deputada federal eleita, com a legitimidade que muitos ali parecem querer esquecer. Seu lugar é naquela Casa, e sua voz incomoda exatamente porque representa um Brasil que eles se recusam a aceitar: plural, diverso, popular, negro, amazônico, resistente.

Os ataques não foram apenas pessoais, foram estratégicos. Acusaram a Ministra de “perseguir o agro”, de “confiscar gado”, de “culpar São Pedro” pelas queimadas, e de liderar um ministério “inoperante”. Tudo isso enquanto ignoram deliberadamente os dados que mostram uma queda de 46% no desmatamento da Amazônia e um investimento recorde em fiscalização e combate a incêndios.

Ao distorcer os fatos, esses parlamentares tentam sabotar políticas públicas que buscam proteger o meio ambiente, conter o colapso climático e enfrentar crimes ambientais. Fazem isso em nome de uma suposta “defesa do produtor rural”, mas, na prática, defendem interesses ilegais e predatórios que avançam sobre terras públicas, indígenas e de conservação.

Silenciar Marina é silenciar tudo o que ela representa ela, que hoje, um dos principais símbolos vivos da luta por justiça socioambiental. E é justamente isso que a torna alvo. Atacam Marina porque ela ousa dizer não à devastação. Porque ela diz sim à floresta, aos povos originários, à ciência e à democracia. Porque sua trajetória — uma mulher negra, evangélica, vinda do seringal — é uma ameaça à lógica racista e elitista que ainda domina o poder político brasileiro.

Quando a Deputada Juliana Cardoso (PT-SP) denuncia que Marina é atacada “por não se curvar e não se vender”, ela está dizendo o óbvio que muitos insistem em ignorar. E quando a Deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) afirma que “o que precisa ser adestrado nesta Casa é o racismo e a misoginia”, ela aponta o cerne do problema: o racismo político está institucionalizado, e ninguém faz nada.

A democracia está em risco e o silêncio é cúmplice

Essa audiência foi mais do que um episódio vergonhoso. Ela é um alerta sobre o que está em jogo. A tentativa de calar Marina é também uma tentativa de desacreditar os dados, atacar as instituições ambientais, relativizar o papel do Parlamento e transformar a arena política em um ringue de ódio.

E não podemos esquecer: muitos dos que hoje atacam Marina são os mesmos que flertaram com os atos antidemocráticos. São os mesmos que defendem a liberação total de agrotóxicos, o garimpo ilegal e o desmonte das leis ambientais. Eles não têm compromisso com o futuro, têm compromisso com a destruição.

Nossa resposta precisa ser coletiva, defender Marina Silva é defender a legitimidade das mulheres negras na política, a integridade das políticas ambientais, a ciência, o direito à verdade e o Estado Democrático de Direito. Não é apenas sobre uma pessoa. É sobre o Brasil que queremos construir e o Brasil que precisamos proteger.

Não basta mais dizer “repudiamos”. É hora de exigir responsabilização pública e política. É hora de cobrar dos partidos, das lideranças e da sociedade civil que digam: não aceitaremos mais esse tipo de violência.

Marina não está sozinha. Ela representa milhões de brasileiras e brasileiros que lutam todos os dias para existir com dignidade. E enquanto houver uma floresta em pé e uma mulher negra resistindo no poder, haverá esperança.
Por Priscilla Arantes, comunicadora de impacto com ênfase em Políticas Públicas, fundadora do Instituto Afroella e Natália Figueiredo, gerente de Políticas Públicas da Proteção Animal Mundial.

Michael B. Jordan e Danai Gurira voltam a atuar juntos no remake do clássico ‘The Thomas Crown Affair’

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Fotos: Muscular Dystrophy Association e Divulgação

Depois de atuarem juntos em ‘Pantera Negra’, Michael B. Jordan e Danai Gurira vão se reencontrar em um novo projeto que promete esbanjar estilo, tensão e representatividade. Os dois atores estão no elenco da nova versão de ‘The Thomas Crown Affair’, clássico do cinema de 1968 que agora ganha uma nova releitura sob o comando do próprio Jordan.

Além de estrelar, Michael B. Jordan também dirige e produz o longa por meio de sua produtora, a Outlier Society, ao lado de Elizabeth Raposo e do veterano Charles Roven (Oppenheimer). A produção começou nesta segunda-feira (7), em Londres, e a estreia nos cinemas já tem data marcada: 5 de março de 2027.

Taylor Russell (As Ondas), Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores) e Kenneth Branagh (Hamlet), também estão confirmados no elenco. Jordan vai viver um bilionário sofisticado, apaixonado por arte e também por roubá-la. No centro de um suspense romântico de assalto, Russell será a investigadora privada que tenta capturá-lo. Os detalhes sobre os papéis de Gladstone e Branagh ainda estão sob sigilo, mas fontes apontam que Danai Gurira viverá a confidente do personagem de Jordan, em uma posição estratégica e poderosa.

O filme é baseado no longa original, estrelado por Steve McQueen e Faye Dunaway, que teve um remake em 1999 com Pierce Brosnan e Rene Russo. A nova adaptação mantém a temática de assalto e luxo, agora ambientada na Europa, e tem roteiro assinado por Drew Pearce (Missão Impossível: Nação Secreta), com base em versões anteriores de Wes Tooke e Justin Britt-Gibson. O roteirista do filme original, Alan Trustman, assina como produtor executivo.

Danai Gurira, aclamada por seu papel como Okoye nos filmes ‘Pantera Negra’ e ‘Vingadores’, volta a se encontrar com Jordan, que deu vida a Killmonger na Marvel.

‘Ruth & Boaz’: novo romance negro de Tyler Perry estreia em setembro na Netflix

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Foto: Netflix

Em um novo romance negro, a criatividade de Tyler Perry se une à sensibilidade espiritual de DeVon Franklin para dar vida a ‘Ruth & Boaz’, releitura contemporânea de uma das histórias de amor bíblica. O filme estreia em 26 de setembro na Netflix e acaba de ganhar um novo clipe cheio de química entre os protagonistas.

Estrelada por Tyler Lepley (Harlem) e Serayah McNeill (Empire), a trama se passa em Tennessee, nos Estados Unidos, e acompanha uma jovem que foge da cena musical de Atlanta para cuidar de uma viúva idosa. Em meio ao luto, à fé e à reestruturação da vida, ela encontra o amor e também reencontra uma figura materna que nunca teve.

Dirigido por Alanna Brown (Árvores da Paz) e com roteiro assinado por Michael Elliot (Jogada Certa) e Cory Tynan (Play’d: Uma História de Hip-Hop), ‘Ruth & Boaz’ é o primeiro fruto da parceria plurianual entre os estúdios de Perry e Franklin com a Netflix, dedicada à produção de filmes com temática religiosa.

O elenco reúne outro nomes brilhantes da televisão, como Phylicia Rashad (Creed), Walnette Santiago (Doom Patrol), Nijah Brenea (Maldito Rap), James Lee Thomas (Bad Boys: Até o Fim), entre outas participações especiais.

“Estou muito animado para trabalhar com DeVon neste e em projetos futuros. Acho que neste mundo polarizado, e em um momento em que o mundo parece estar ficando mais frio a cada dia, nós dois compartilhamos o objetivo comum de querer espalhar o bem. E não há lugar melhor do que a Netflix”, disse Perry ao Tudum.

Franklin também celebrou a parceria: “Tyler e eu somos grandes amigos há mais de 15 anos. Então, quando ele me chamou para trabalharmos juntos em filmes que pudessem elevar o espírito humano, agarrei a oportunidade e não poderíamos ter um parceiro melhor do que a Netflix para nos ajudar a inspirar o mundo.”

Jovem negro é morto com tiro na cabeça por PM

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Por Mundo Negro

Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, voltava para casa após um dia de trabalho quando foi executado por um policial militar na Zona Sul de São Paulo. Ele carregava apenas uma marmita, um livro e a roupa do serviço.

Na última sexta-feira (4), Guilherme Dias Santos Ferreira, um jovem negro de 26 anos, foi morto com um tiro na cabeça disparado por um policial militar em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo. Ele havia acabado de encerrar seu expediente como marceneiro e se dirigia ao ponto de ônibus para voltar para casa. Segundo sua esposa, Sthephanie Ferreira Dias, Guilherme foi assassinado “a sangue-frio”, pelas costas, por estar correndo para não perder o transporte público.

“Só porque era um jovem negro, preto, e estava correndo para pegar o ônibus, ele atirou”, disse Sthephanie. “Era o único jovem preto ali no meio e foi o atingido. Queremos esse policial na cadeia. Ele tem que pagar.”

Guilherme trabalhava havia quase três anos na mesma empresa, era casado, sonhava em ser pai e acabara de voltar das férias. No momento do crime, ele carregava em sua mochila apenas uma marmita, talheres, um livro e a roupa de trabalho. A informação de que ele havia registrado ponto às 22h28 foi confirmada por colegas e imagens do relógio eletrônico. Sete minutos depois, Guilherme estava morto.

O policial responsável pelo disparo, Fábio Anderson Pereira de Almeida, foi preso em flagrante, mas pagou uma fiança de R$ 6.500 e responde em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A versão inicial da PM é de que ele teria reagido a uma tentativa de assalto por motociclistas armados, e confundido Guilherme com um dos suspeitos. Mas testemunhas, a família e o boletim de ocorrência apontam que o jovem não tinha qualquer relação com a suposta abordagem criminosa.

A Polícia Civil já o reconhece oficialmente como vítima, e a investigação segue com base em provas que desmontam a narrativa inicial do PM. Ainda assim, o policial está livre.

Guilherme era descrito como um “homem de Deus”, trabalhador, afetuoso, e alguém que vivia entre o serviço, a casa e a igreja. Ele e Sthephanie planejavam ter filhos, reformar a casa e fazer uma viagem em agosto para comemorar dois anos de casamento.

Mais um corpo negro tombado pelo braço armado do Estado.

Num país em que mais da metade da população é negra, mas a maioria dos mortos pela polícia também, o caso de Guilherme não é uma exceção, é um retrato do genocídio da juventude negra brasileira. A cor da pele ainda decide quem vive, quem morre e quem será confundido com um criminoso só por estar correndo para pegar o ônibus.

João Gabriel homenageia Tebas em projeto potente na CASACOR Bahia 2025

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Com mais de 120 projetos realizados em 17 estados do Brasil e em três países, João Gabriel é um dos principais nomes da nova geração da arquitetura brasileira. Em 2025, foi reconhecido pela Casa Vogue como um dos 50 arquitetos mais relevantes do país. Criador de A Sala Preta, a primeira mentoria gratuita voltada exclusivamente para arquitetos negros, João vem construindo uma rede potente de trocas, pertencimento e transformação dentro do mercado.

Na sua segunda participação na CASACOR Bahia, o arquiteto apresenta ‘O Ateliê de Tebas’, um ambiente que não apenas ocupa espaço, mas também resgata memórias e propõe novos futuros. A inspiração vem de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas — homem negro, mestre de obras e arquiteto responsável por construções emblemáticas no Brasil colonial do século XVIII, especialmente em São Paulo. Mesmo com um legado significativo, sua trajetória foi invisibilizada por séculos e só recentemente passou a ser reconhecida pela história oficial.

Inspirado pelo tema “Semear sonhos”, o ateliê imagina um presente em que Tebas não é exceção, mas ponto de partida. Com estética retrofuturista e linguagem visual marcada por madeira escura, curvas, verde profundo e amarelo queimado, o espaço valoriza o tempo como elemento central. Marcas do passado, como ladrilhos antigos, madeira e paredes de adobe, são preservadas e exibidas como parte da narrativa. A tecnologia também se faz presente: os notebooks de alta performance da Avell mantêm o ambiente em pleno funcionamento criativo.

Sem registro oficial do rosto de Tebas, João Gabriel convidou três artistas negros para preencher esse vazio com arte e representatividade. Emerson Rocha (@de.saturno), Rynnard (@rrynnard) e Elson Júnior (@elsonjuniorr) assinam obras que ocupam o ambiente com corpos e faces negras, resgatando memória pelo campo da imaginação. Um mural criado pelo próprio arquiteto retrata Tebas ao lado de arquitetos negros contemporâneos — num gesto simbólico que propõe: e se fossem eles os ancestrais?

O Ateliê de Tebas é mais que um espaço expositivo. É parte de um movimento que reposiciona narrativas, celebra a presença negra na arquitetura e afirma: sonhar é um ato coletivo, e profundamente político.

Professoras pagam para desmanchar cabelo crespo de adolescente negra e gera revolta na web

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Fotos: Reprodução/Redes Sociais

Professoras organizaram uma vaquinha entre elas para pagar um procedimento capilar que transformasse o cabelo crespo tipo 4C de uma adolescente negra em um modelo com cachos e causou revolta nas redes sociais.

A garota foi exposta em uma gravação feita pela própria cabelereira. Ao questionar para a garota o que ela queria fazer nos cabelos, ela respondeu: “A minha professora mandou fazer cachos”. Segundo a profissional, as docentes se reuniram na escola para pagar pela transformação, como forma de presente. Em seguida, ela é apresentada com os cachinhos baixinhos e uma maquiagem que também embranqueceu a sua pele retinta.

“Extremamente problemático!”, criticou a professora antirracista Bárbara Carine, conhecida como Uma Intelectual Diferentona, que trouxe o caso à tona. “Muito provavelmente as professoras que se reuniram pra fazer essa vaquinha, pra doar um permanente afro no intuito de apagar, desconfigurar, descaracterizar essa identidade retinta com o cabelo 4C que ela tem, fizeram isso na maior das intenções.”

“Muito possivelmente elas se sentem incomodadas por essa estética presente na sala de aula e elas pensam o seguintes: ‘se isso me incomoda, imagina ela, vamos ajudar'”, reflete.

No vídeo, Bárbara também identifica o comportamento acuado da garota. “A jovem começa o vídeo em uma postura curvada, falando baixo, uma timidez socialmente programada para pessoas negras desajustadas em um contexto social, pessoas negras que não se reconhecem, empoderadas socialmente, e o vídeo termina com ela falando do mesmo jeito, com a mesma postura”, avalia. “Transformar esse cabelo 4C em um cabelo cacheado, não vai trazer empoderamento nenhum pra vida de uma pessoa, a menos que a pessoa tenha consciência disso, a menos que a pessoa queira muito isso.”

Segundo a educadora, empoderamento é ter consciência critica racial da sua identidade. “Saber-se linda. Saber que esse seu cabelo é sua coroa. Saber que ela existe com uma identidade que vai para além de uma dimensão estética, mas que é uma identidade histórica. Saber que ela tem uma identidade cultural. Saber que ela tem memórias positivas. Saber que pessoas parecidas com ela produziram e produzem coisas incríveis no mundo hoje.”

Para fazer um bem a adolescente, as professoras deveriam trazer perspectivas africanas, afro diaspóricas, afro-brasileiras, disse Bárbara. “Fiquei muito triste, muito incomodada com vida e espero que isso chegue para essas professoras”, desabafou.

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