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Filmes e séries para celebrar o Dia do Folclore Brasileiro

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Wesley Guimarães como Saci em Cidade Invisível (Foto: Divulgação/Netflix)

Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore Brasileiro é um convite para revisitar figuras que atravessam gerações e fazem parte da identidade cultural do nosso país. O Mundo Negro selecionou produções audiovisuais que fazem esse resgate, disponíveis nas plataformas de streamings.

Entre os destaques está “Cidade Invisível”, série da Netflix criada por Carlos Saldanha que transporta grandes figuras como Saci (Wesley Guimarães), Iara (Jessica Córes), Boiuna (Zahy Tentehar), Cuca (Alessandra Negrini), entre outros. A produção entra um cenário contemporâneo, misturando fantasia, mistério policial e reflexões sobre meio ambiente e violência urbana.

Jessica Córes como Iara em Cidade Invisível (Foto: Alisson Louback/Netflix © 2021)

Voltada para o público infantil, a animação pernambucana “Além da Lenda”, disponível na Telecine, conta como outros seres místicos internacionais pretendem roubar um livro sagrados que reúne todas as lendas do Brasil.

Além da Vida (Crédito: Divulgação)

Já o curta-metragem “Sacis”, dirigido por Bruno Bennec, apresenta uma releitura moderna da clássica figura do menino de uma perna, travesso e cheio de mistérios. O filme segue Rodolfo, um garoto de 12 anos que, ao tentar capturar um Saci, acaba liberando perigos maiores e precisa da ajuda do próprio Saci para resgatar sua irmã, vítima do feitiço da Cuca.

Outra animação imperdível é “Iara” que fez parte da premiada série para crianças “Juro que Vi”. A obra resgata a história da sereia amazônica, trazendo reflexões sobre preservação da natureza e respeito às culturas tradicionais. As animações foram feitas pela MultiRio em conjunto com os alunos da rede municipal do Rio de Janeiro.

Nina Silva defende eficiência da liderança feminina no mercado: “São as que mais sabem administrar orçamento”

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Foto: Divulgação

Não é emoção, é método. Para Nina Silva, cofundadora do Movimento Black Money e CEO da fintech D’Black Bank, a liderança feminina que o mercado insiste em chamar de emocional é, na prática, calibração de risco orientada a retorno. “Não é uma liderança emocionada, é uma liderança que consegue equilibrar o emocional e o racional”, afirma, ao defender que mulheres operam eficiência na escassez e multiplicam recursos com disciplina. As declarações foram feitas no Fin4She Summit 2025.

Nina parte da vida real das finanças domésticas para a lógica empresarial: “Mulheres são as que mais sabem administrar orçamento, principalmente na escassez… E o render mais é você conseguir multiplicar recursos.” Essa racionalidade tem impacto macro. Hoje, mulheres já respondem por praticamente metade das chefias de domicílio no Brasil, o que indica responsabilidade direta sobre orçamento e decisões financeiras do lar, um treino cotidiano de governança que o mercado costuma subestimar.

O debate sobre risco também muda de patamar. “Somos nós que tomamos risco, sim… Tomamos riscos controlados. Tomamos riscos mais estratégicos.” O ponto central não é evitar risco, é escolher assimetrias com tese, horizonte e execução, mirando ROI de forma consistente. O movimento dos dados ajuda a explicar por que essa visão ganha tração: a participação feminina no mercado de capitais cresce de forma contínua, com mais de 1 milhão de mulheres no Tesouro Direto e avanço das investidoras em renda variável, ainda que elas representem cerca de um quarto dos CPFs na Bolsa.

A lente racial adiciona densidade ao argumento. Mulheres negras somam cerca de 28% da população brasileira, o maior grupo demográfico do país, o que torna a capacidade de “fazer render” um ativo econômico e de gestão com efeitos multiplicadores sobre renda e mobilidade.

No empreendedorismo, a fotografia recente aponta mais presença e maturidade. As métricas da B3 e de entidades do mercado mostram crescimento do público feminino investidor, e estudos setoriais indicam que a atividade empreendedora se mantém alta, com recomposição de qualidade e ampliação do acesso a informação e produtos financeiros. Em linguagem de portfólio, é a transição de impulso para processo.

Quem é a executiva por trás do diagnóstico não é detalhe. Nina Silva é cofundadora e CEO do Movimento Black Money, além de liderar a D’Black Bank, com atuação reconhecida em inovação e inclusão financeira. Sua trajetória, com presença em fóruns globais, traduz o que ela prega no palco: método, dados e execução a serviço de eficiência de capital e criação de valor.

O recado ao mercado é direto. Se risco não é roleta, mas engenharia de retorno, ampliar a presença de mulheres nas mesas de decisão não é só equidade, é estratégia. Lideranças que equilibram racional e emocional calibram melhor o risco, protegem caixa, priorizam o que importa e entregam ROI com consistência. É assim que estereótipos cedem lugar à performance.

“Não é exagero dizer que a gastronomia feita por pessoas negras carrega ancestralidade e técnica, criando um diferencial único.” Silvia Nascimento, fundadora do Guia Black Chefs

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Foto: Silvia Nascimento

A gastronomia urbana vai muito além de pratos saborosos: ela carrega identidade cultural, diversidade e criatividade. Nascida do ritmo das cidades, mistura sabores de rua, tendências contemporâneas e a riqueza da culinária afro-brasileira, transformando cada prato em uma experiência única.

Para falar sobre esse cenário e o protagonismo negro na gastronomia, a Academia Assaí conversou com Silvia Nascimento, editora-chefe do Guia Black Chefs, que promove a visibilidade de estabelecimentos gastronômicos liderados por pessoas pretas no Brasil.

Silvia destaca o compromisso histórico dos chefs negros em preservar a tradição e a técnica dos pratos ancestrais:

“Eu acredito que as pessoas negras são as que têm mais compromisso, realmente, em ser fiel às receitas, à maneira que é feita, à maneira que é servida. Mais do que as outras pessoas que, às vezes, vêm a questão de mais um ponto de vista folclórico do que de um ponto de vista de manter a proporção, a técnica do se fazer pratos ancestrais.”

Ao mesmo tempo, a editora reforça que tradição e inovação podem caminhar juntas. Um exemplo citado é a adaptação da coxinha de acarajé, que mantém o sabor e a essência do prato original, mas em uma roupagem que agrada novos paladares:

“Foi uma maneira de inovar, de você manter a tradição de um ingrediente tão importante numa outra roupagem que, às vezes, vai atender outros tipos de paladar.”

Silvia também enfatiza a importância da profissionalização e da educação para que os afroempreendedores consigam assumir o protagonismo no setor, não apenas na cozinha, mas também na gestão de seus negócios:

“A ideia seria oferecer acesso real a conhecimento — não só em técnicas culinárias, mas em precificação, marketing, logística e liderança — junto com linhas de crédito acessíveis e desburocratizadas, adaptadas à realidade de empreendedores que muitas vezes começam de forma informal.”

O futuro da gastronomia urbana passa pela resistência dos pratos afro-brasileiros, pela valorização da ancestralidade e pelo reconhecimento de pessoas negras como líderes e inovadores no setor.

Para ler a entrevista completa com Silvia Nascimento e conhecer mais sobre o protagonismo negro na gastronomia urbana, acesse: Gastronomia urbana: protagonismo negro, inclusão e inovação – Academia Assaí

‘Fluxo’: a nova newsletter do Mundo Negro com o essencial da semana em cultura, estilo e gastronomia

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Foto: reprodução

O Fluxo é a nova newsletter semanal do Mundo Negro no Substack. Criamos esse formato para transformar nossa expertise editorial em uma curadoria direta, precisa e sem ruído. A cada semana, você recebe no seu e-mail uma seleção do que realmente merece atenção agora, de filmes e livros a moda, gastronomia e experiências culturais.

A proposta é simples: condensar o essencial da semana em três blocos. Um Top 5 com links para nossas matérias, um Destaque da Semana que aprofunda um tema em poucas linhas e um bloco de Serviço que informa onde assistir, quando visitar e como acessar. A ideia é oferecer qualidade de apuração em vez de excesso de informação.

O Fluxo nasce do mesmo compromisso que já guia o Mundo Negro em todos os nossos projetos editoriais, como a Powerlist Mulheres Negras Mudam Histórias e o Guia Black Chefs. Agora, essa experiência também se concentra em um formato prático, pensado para caber na rotina e enriquecer o repertório cultural do leitor.

“Com o Fluxo, entregamos ao leitor a experiência que ele já reconhece no site, agora em um formato direto, sem excesso e com serviço. Curadoria séria, feita para quem acompanha cultura com atenção, da mesma forma que acompanha notícias de negócios”, afirma Silvia Nascimento, head de conteúdo do Mundo Negro.

A assinatura é gratuita. Basta acessar nosso Substack, clique aqui, confirmar o e-mail e começar a receber a curadoria semanal. Se fizer sentido para você, compartilhe também com quem valoriza boas referências.

Pequena África é foco do Mapa Empreendedor que valoriza diversidade e inovação

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Empreendimento Barão de Copa (Foto: Reprodução/Instagram/@baraodecopa

O Grupo L’Oréal no Brasil lançou um catálogo inédito que reúne mais de 180 empreendedores da região da Pequena África, no Rio de Janeiro. O território, símbolo da herança afro-brasileira e um dos principais polos culturais e econômicos da cidade, agora ganha uma ferramenta para ampliar a visibilidade e as oportunidades de seus negócios.

O Mapa Empreendedor Pequena África foi desenvolvido pelo CIEDS (Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável) e busca conectar empreendedores locais com potenciais clientes, fornecedores e investidores. Em parceria com o SEBRAE, a iniciativa também prevê capacitação e consultorias personalizadas para fortalecer os negócios da região.

O levantamento mostra que mais de 70% dos empreendimentos são liderados por mulheres e que 69% de seus fundadores se autodeclaram pretos ou pardos. Além disso, 70% das empresas oferecem produtos ou serviços voltados diretamente para a população negra ou para a promoção da equidade racial. Entre os segmentos mapeados estão gastronomia, artesanato, saúde e produção de eventos.

Para Flavia Bitencourt, gerente de Compras do Grupo L’Oréal no Brasil, a proposta é fortalecer o ecossistema de negócios da região e ampliar as oportunidades de contratação e parcerias.

“O catálogo é mais do que uma lista de negócios. É uma vitrine de histórias, talentos e iniciativas que merecem ser vistas e valorizadas. Queremos que essa rede cresça e se fortaleça, gerando impacto real para a comunidade”, afirma Helen Pedroso, diretora de Responsabilidade Corporativa e Direitos Humanos do Grupo.

De acordo com Vandré Brilhante, presidente do CIEDS, o grande legado do projeto é valorizar quem vive e empreende na Pequena África: “Nosso objetivo é garantir que a identidade e a memória da Pequena África sejam preservadas e fortalecidas, transformando-as em ativos que gerem renda e promovam a inclusão de seus moradores nos processos de desenvolvimento.”

Conexão e capacitação

O lançamento oficial do catálogo aconteceu na quarta-feira (20), na sede da L’Oréal, também localizada na Região Portuária do Rio de Janeiro. O encontro reuniu grandes empresas e os empreendedores mapeados para fomentar parcerias e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico local.

O SEBRAE também deu início a uma nova etapa do projeto, oferecendo consultorias e trilhas formativas específicas a partir do diagnóstico realizado no Mapa Empreendedor Pequena África.

“Desenvolver o potencial econômico sustentável da Pequena África por meio de iniciativas para a valorização do empreendedorismo local é fundamental para a construção de um Brasil mais justo e produtivo”, destaca Sergio Malta, diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio.

Veja o Mapa aqui!

CEO da Target pede demissão após retirar programas de diversidade e sofrer boicote da comunidade negra

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Fotos: Fornecido por Jamal Harrison Bryant/Group La e The Walt Disney Company via Getty Images

Após 11 anos no comando da varejista Target, o CEO Brian Cornell pediu demissão e deixará o cargo em 1º de fevereiro de 2026. A decisão acontece em um momento de grande queda nas vendas e fortes reações à decisão da empresa de encerrar parte dos programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

Embora Cornell tenha revitalizado a companhia desde 2014, modernizando lojas e fortalecendo o e-commerce para competir com a Amazon, os últimos três anos foram marcados por dificuldades. Mas 2025, em especial, trouxe uma forte turbulência para os negócios.

O principal ponto de desgaste foi a decisão da empresa de reduzir seus programas de diversidade e inclusão, medida que surpreendeu e revoltou clientes, ativistas e até mesmo membros da família fundadora. Anne e Lucy Dayton, filhas de um dos cofundadores, classificaram a medida como “uma traição”. A própria empresa reconheceu que a decisão foi prejudicial às vendas.

“As pessoas reavaliaram a situação e começaram a dirigir quilômetros extras para ir a outros lugares. Sentimos que era uma traição gritante”, disse Jamal Bryant, reverendo que liderou um boicote contra a Target, à CNN.

O movimento começou como um “jejum de 40 dias”, batizado de #TargetFast. Em 2020, em meio aos protestos após a morte de George Floyd, a empresa havia prometido investir 2 bilhões de dólares em empreendedores negros. Para Bryant, o recuo da Target foi um desrespeito com uma comunidade que movimenta aproximadamente 12 milhões de dólares por dia nas lojas da rede. “Quando percebemos que nosso gasto diário tem esse peso, entendemos também o poder de escolha que temos”, disse na época ao The Guardian.

Embora outras corporações também tenham recuado em políticas de DEI, a Target foi especialmente cobrada por ter construído sua imagem em torno da valorização da diversidade. A reversão, somada a um cenário de tarifas elevadas e queda no consumo, ampliou a pressão sobre a marca.

Cornell será substituído por Michael Fiddelke, atual diretor de operações, que iniciou sua trajetória na Target como estagiário há duas décadas. A escolha, segundo a empresa, veio após avaliação de candidatos internos e externos.

União Africana apoia campanha por mapa-múndi que represente o tamanho real da África

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Crédito: The New York Times

A União Africana (UA) declarou apoio a uma campanha que pede o fim do uso do mapa-múndi de Mercator, do século XVI, ainda adotado por governos e instituições internacionais. O movimento defende a substituição pelo mapa Equal Earth, que mostra com mais precisão as dimensões da África.

A projeção criada por Gerardus Mercator foi pensada para a navegação, mas distorce o tamanho dos continentes. Regiões próximas aos polos, como a Groenlândia e a América do Norte, aparecem maiores, enquanto África e América do Sul são representadas de forma reduzida.

“Pode parecer apenas um mapa, mas, na realidade, não é”, disse a vice-presidente da Comissão da UA, Selma Malika Haddadi, à Reuters. Para ela, a projeção de Mercator reforçou a visão equivocada de que a África seria “marginal”. Com 30,37 milhões de km² (11,73 milhões de milhas quadradas), o continente é o segundo maior do mundo em território e abriga mais de um bilhão de pessoas. “Tais estereótipos influenciam a mídia, a educação e as políticas”, completou.

Crédito: The New York Times

A crítica ao Mercator não é nova, mas ganhou novo fôlego com a campanha “Correct The Map” (Corrija o Mapa, traduzido em português), liderada pelas organizações Africa No Filter e Speak Up Africa. A iniciativa incentiva escolas, empresas e organismos internacionais a adotarem a Equal Earth, lançada em 2018 para refletir de forma mais justa o tamanho dos países.

“O tamanho atual do mapa da África está errado. É a mais longa campanha de desinformação e desinformação do mundo, e ela simplesmente precisa acabar”, afirmou Moky Makura, diretor executivo da Africa No Filter. Já Fara Ndiaye, cofundadora do Speak Up Africa, ressaltou o impacto simbólico da distorção: “Estamos trabalhando ativamente para promover um currículo em que a projeção da Equal Earth seja o padrão principal em todas as salas de aula (africanas)”.

Para Haddadi, o apoio da União Africana à campanha está alinhado à luta por reparações históricas para “reivindicar o lugar legítimo da África no cenário global”, disse, acrescentando que a UA discutirá ações conjuntas com seus 55 Estados-membros.

A projeção de Mercator segue sendo usada em larga escala, especialmente em escolas e empresas de tecnologias. No caso do Google Maps, a versão para desktop passou, em 2018, a exibir o globo em 3D, mas ainda permite que usuários voltem ao modelo antigo de Mercator se desejarem.

O Banco Mundial informou que já utiliza a Equal Earth ou a Winkel-Tripel em mapas estáticos e que está eliminando gradualmente o Mercator em ambientes digitais. A campanha também enviou uma solicitação ao órgão geoespacial da ONU (UN-GGIM), que deverá ser avaliada por especialistas.

O movimento recebeu apoio além da União Africana. Dorbrene O’Marde, vice-presidente da Comissão de Reparações da Comunidade do Caribe (CARICOM), endossou a Equal Earth como símbolo de resistência e rejeição à “ideologia de poder e dominação” do mapa de Mercator.

Fonte: CNN

Powerlist Mundo Negro 2025 anuncia apoio do Grupo L’Oréal e se firma como a edição mais aguardada

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A Powerlist Mundo Negro – Mulheres Negras Mudam Histórias 2025 se firma como a edição mais aguardada desde a criação do prêmio. A premiação criada pelo portal Mundo Negro anuncia o apoio do Grupo L’Oréal como patrocinador desta edição, reforçando o compromisso em ampliar a visibilidade de mulheres negras que transformam cultura, ciência, negócios, artes e comunicação.

Este ano marca uma virada. Pela primeira vez, parte da escolha será feita pelo público, com votação popular em quatro categorias: Criadora Digital, Empreendedora do Ano, Profissional da Beleza e Gastronomia. As demais áreas seguem sob Curadoria Técnica, formada por especialistas que garantem diversidade de trajetórias e rigor na seleção nas frentes de Tecnologia e Inovação, Liderança Corporativa, Comunicação e Cultura, Diversidade e Inclusão, Medicina e Ciências e Artes e Entretenimento.

“Desde a 1ª edição, temos a felicidade de sermos parceiros da Powerlist, fortalecendo esta plataforma de visibilidade e reconhecimento das trajetórias de mulheres negras que geram impacto real no Brasil. Como Grupo número 1 em beleza no mundo, a equidade de gênero é uma pauta prioritária para a agenda de diversidade e nosso compromisso é ir além na representatividade de mulheres negras, promovendo uma transformação na sociedade brasileira”, afirma Eduardo Paiva, Diretor de Diversidade, Equidade e Inclusão do Grupo L’Oréal no Brasil.

“A Powerlist Mundo Negro é hoje uma das maiores ferramentas de visibilidade e reconhecimento para mulheres negras que vêm se destacando, influenciando e elevando suas vozes em espaços de poder ainda tão inacessíveis para muitas de nós. É uma honra ver o Grupo L’Oréal apoiando essa iniciativa desde o seu nascimento, em 2022, ano em que estive entre as top 10. Mais do que uma premiação, a Powerlist representa um movimento de transformação. A cada edição, vemos mais mulheres negras sendo reconhecidas como referência e inspiração para uma comunidade que exige, e merece, respeito, representatividade e inclusão estratégica, especialmente no mundo dos negócios”, afirma Márcia Silveira, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão para Advocacy e Influência no Grupo L’Oréal no Brasil.

Silvia Nascimento, Head de Conteúdo do Mundo Negro e idealizadora da premiação, destaca a importância dessa trajetória conjunta: “A primeira edição da Powerlist Mundo Negro, em 2022, aconteceu na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro. Ter o apoio contínuo da marca é uma das grandes satisfações na história desse prêmio. Assim como a L’Oréal, acreditamos no poder da autoestima e do amor-próprio, na certeza de que mulheres negras valem muito.”

Datas-chave

• Curadoria Técnica: 5 a 30 de agosto

• Votação Popular: 9 a 23 de setembro, no site oficial da premiação

• Cerimônia da Powerlist: 17 de outubro


‘Cinco Tipos de Medo’: Filme com Bella Campos e Xamã estreia hoje no Festival de Gramado

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Fotos: Divulgação

‘Cinco Tipos de Medo’, filme estrelado por Bella Campos e Xamã, está entre um dos grandes destaques na programação do 53º Festival de Cinema de Gramado e estreia no evento nesta quinta-feira (21). O longa dirigido por Bruno Bini é o primeiro longa-metragem do Mato Grosso a competir na mostra.

Na trama, Bella interpreta Marlene, enfermeira que vive um relacionamento abusivo com o traficante Sapinho (Xamã). Embora envolvido no crime, ele é visto pela comunidade como responsável pela segurança do bairro. A vida da personagem se complica ainda mais quando ela se apaixona por Murilo (João Vitor Silva) e teme por grandes consequências.

O enredo é inspirado em um episódio ocorrido no Jardim Novo Colorado, em Cuiabá, quando moradores se mobilizaram para pagar a fiança de um líder do tráfico, temendo que sua ausência ocasionasse na violência de facções rivais.

De volta à sua terra natal para gravar o longa e no ar atualmente em ‘Vale Tudo’, Bella Campos destacou o significado pessoal do trabalho em entrevista ao gshow: “Receber esse convite foi um presente. Estou vivendo um processo profundo de reencontro, inclusive com meu sotaque. Marlene é uma mulher brasileira em essência: resiliente, determinada e cheia de camadas.”

Para Xamã, a estreia no cinema também carrega uma mensagem de impacto social: “Quero dar humanidade ao personagem. A gente sabe que muitas vezes a criminalidade nasce da falta de opção, e o cinema é uma dessas opções. Fazer parte desse filme é também falar sobre caminhos possíveis”. 

O tapete vermelho no Festival de Gramado se abre às 16h40 para a equipe do filme ‘Cinco Tipos de Medo’, e a exibição será às 18h.

8 casos de racismo por dia: crianças negras seguem sem segurança nas escolas

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Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

As crianças negras precisam da nossa atenção. A escola deveria ser um espaço seguro para todas, mas os dados mostram o contrário. Entre janeiro de 2024 e julho de 2025, as escolas estaduais de São Paulo registraram 4.554 casos de injúria racial — uma média de oito por dia. Os números fazem parte de um levantamento da Seduc-SP, publicado pelo Metrópoles a partir de dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). A maior parte das ocorrências aconteceu no interior (55,9%), seguida da capital (24,3%), região metropolitana (18%) e litoral (1,8%). Especialistas, no entanto, alertam para a subnotificação: a realidade pode ser ainda mais grave.

Esses números apenas confirmam o que muitas famílias negras já sabem. O racismo não espera a vida adulta para se manifestar. Ele atravessa a infância, se mostra no recreio, nas salas de aula, nos grupos de WhatsApp e, muitas vezes, até nas relações com professores. E sabemos que esse cenário não é exclusivo de São Paulo. Ele se repete em todo o país.

Falo também da minha experiência. Quando criança, ouvi “piadas” sobre meu cabelo. Minha mãe, sem letramento racial, tentava me proteger. Penteava meus cachos com escova até alisar a frente e prendia em rabo de cavalo. Eu nunca ia para a escola de cabelo solto. Era a forma dela de evitar as micro — que na verdade são macroviolências — do cotidiano escolar.

O jurista Adilson Moreira chama isso de racismo recreativo: quando o preconceito vem disfarçado de brincadeira, piada ou comentário “inofensivo”. Ele o define como um tipo de “racismo sem racistas”, porque quem pratica raramente reconhece a violência que causa. Mas, na prática, essas atitudes sustentam desigualdades, reforçam estereótipos e questionam a capacidade de pessoas negras ocuparem espaços de destaque. E Moreira lembra: essas ofensas não atingem só a vítima direta. Elas ferem a coletividade. Ser ridicularizado pela cor da pele não marca apenas uma criança — marca todo um grupo.

A escola, para minha geração, foi uma conquista. A Constituição democrática garantiu o acesso à educação pública, fruto da luta dos movimentos sociais. Esse espaço deveria significar aprendizado, convivência e desenvolvimento social. Mas para muitas crianças negras, ainda é também um lugar de violência e exclusão.

O movimento negro sempre da importância da escolarização. É por isso que lutamos, há décadas, para reduzir as desigualdades raciais na educação. Conquistas como a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, e a matrícula obrigatória a  artir dos quatro anos de idade são vitórias importantes. Mas sabemos: direito na lei não é sinônimo de justiça no cotidiano.

É doloroso reconhecer que o lugar que deveria proteger e formar também pode ferir. Cada ocorrência de racismo escolar deixa uma cicatriz profunda, que atinge a criança e a comunidade ao seu redor. Por isso, quando falamos em educação antirracista, não estamos tratando de um “tema extra” no currículo. Estamos falando de transformar a escola em um espaço que ensina, protege e valoriza todas as infâncias e adolescências.

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