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MUNCAB abre chamamento para artistas negros de artes visuais de todo o Brasil

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Foto: freepik

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador, reforça seu compromisso com a valorização da arte negra ao lançar um chamamento público para artistas negros de todo o Brasil e da diáspora africana. A iniciativa, gratuita e aberta a todos os níveis de carreira, busca ampliar a visibilidade de criadores historicamente excluídos dos centros culturais e criar um banco de talentos para futuras exposições, pesquisas e colaborações da curadoria do museu.

Podem participar artistas de diferentes estágios de carreira, representados ou não por galerias. Para se inscrever, os interessados devem enviar mini bio, portfólio em PDF (com link de fácil acesso), redes sociais, endereço do ateliê e uma breve descrição da ‘concept art’ desenvolvida, através do formulário disponível no site do MUNCAB. Diferente de editais tradicionais, não há prazo de encerramento, e a seleção não é imediata: o objetivo é criar um canal de diálogo contínuo e inclusivo entre artistas negros e a curadoria do museu.

Atualmente, o MUNCAB abriga a exposição ‘Ancestral: Afro-Américas’, com mais de 130 obras de artistas do Brasil e dos Estados Unidos. Com esta iniciativa, o museu reafirma seu papel na preservação, difusão e valorização da arte afro-brasileira, africana e afrodiaspórica contemporânea, alinhando-se a debates internacionais sobre decolonização da arte, equidade e representatividade. Como explica a diretora Cintia Maria, “queremos ir além dos artistas conhecidos e ampliar nosso olhar para novas linguagens e narrativas da arte negra contemporânea”.

O chamamento do MUNCAB é mais que uma convocação: é um espaço de escuta, acolhimento e reconhecimento, fortalecendo a cena artística negra do país e abrindo oportunidades para que novas vozes e expressões ganhem visibilidade nos principais centros culturais.

Inscrições e envio de portfólio: Formulário MUNCAB

‘Meu Limão, Meu Limoeiro’: Péricles lança nova versão em homenagem ao Dia das Crianças

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Fotos: Divulgação/Will Aleixo

Péricles celebra a infância com música, memória e afeto. Pelo quarto ano consecutivo, o cantor lança um single especial em homenagem ao Dia das Crianças, desta vez com a reinterpretação de um dos clássicos mais marcantes da música popular brasileira: “Meu Limão, Meu Limoeiro” (Carlos Imperial/José Carlos Burle). O lançamento acontece em 10 de outubro, às 21h, em todas as plataformas digitais, e ganha um clipe especial no Dia das Crianças (12/10), às 10h, no YouTube.

A tradição de Péricles começou em 2022, quando apresentou a versão de “Superfantástico”, com um clipe lúdico em animação ao lado da filha Maria Helena. No ano seguinte, regravou “Uni, Duni, Tê”, sucesso do Trem da Alegria, em parceria com Maria Helena e a YouTuber MC Divertida. Já em 2024, uniu forças com Thiaguinho e Mundo Bita na inédita “O Que é, O Que é o Amor?”, transportando o público para um universo mágico da animação.

Em 2025, o artista mantém a tradição com uma canção que atravessa gerações. Ao lado da filha, Maria Helena, Péricles não só presenteia as crianças com música de qualidade, mas reforça a importância de manter viva a criança interior de cada um. “Esse já é o quarto ano que lanço uma faixa especial para o Dia das Crianças, e faço isso com muito prazer e felicidade. Quero que seja um presente não só para mim e para a Maria Helena, mas para todas as crianças do mundo. É também uma forma de nunca deixarmos nossa criança interior ser esquecida”, afirma o cantor.

Maria Helena participou ativamente da gravação e, segundo Péricles, mostrou entusiasmo imediato: “Ela adorou e cantou de bate-pronto. É uma canção que, mesmo em tempos digitais, continua viva no imaginário das crianças, emocionando gerações”.

Dos pitdogs de Goiânia ao Gercina Bar e Ubuntu Gastronomia: a trajetória do chef Luís Paulo

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Foto: Divulgação

De adolescente trabalhando em lanchonetes e pitdogs – estabelecimentos de comida rápida populares – em Goiânia a protagonista da gastronomia regional, o chef Luís Paulo Saraiva dos Anjos Cortez tem se destacado com sua cozinha, que une ancestralidade, técnica e cultura alimentar. Nascido em São Luís do Maranhão e com raízes quilombolas, ele mantém vivas as tradições da região que moldaram sua trajetória na infância, além de valorizar os sabores e saberes do Cerrado.

Luís é proprietário do Gercina Bar, em Goiânia, espaço que celebra a cozinha regional com técnica e ancestralidade, e coordena a Ubuntu Gastronomia, iniciativa que leva educação alimentar e valorização cultural a comunidades quilombolas e periferias, como na Comunidade Quilombola Ana Laura, em Piracanjuba.

Foto: Divulgação

“Acredito que a gastronomia é uma ponte entre mundos e que comidas de verdade contam histórias reais. Meu trabalho é sobre isso: alimentar com propósito, com técnica e com respeito às raízes”, disse o chef Luís em entrevista ao Mundo Negro e Guia Black Chefs, que também atua como consultor na gestão de negócios em alimentos e bebidas para bares e restaurantes.

Sua cozinha é marcada por ingredientes típicos das regiões que o inspiram, como peixe assado, quiabo, maxixe, bacuri, buriti e pratos feitos com farinha d’água ou cuscuz de milho. “A fusão entre o popular e o sofisticado me define: pratos que respeitam a cultura alimentar das tradições, comunidades e periferias — onde está o povo que produz o próprio alimento ou cozinha para outras pessoas —, mas que também podem brilhar em outros espaços e carregar discussões importantes sobre a origem dos alimentos”, afirma o chef.

Foto: Divulgação

Trajetória na cozinha

A trajetória de Luís Paulo na cozinha profissional começou quando ele chegou em Goiânia aos 14 anos e, aos 16, iniciou no Pitdog Pelicanos, no Parque Acalanto. Ainda no ensino médio, conciliava estudo e cursos técnicos de culinária com o trabalho. Ao atingir a maioridade, retornou a São Luís do Maranhão e ingressou no Restaurante Escola do Senac, onde realizou diversos cursos profissionalizantes, abrindo caminho para atuar em grandes e renomados restaurantes.

Sua referência na cozinha começou dentro de casa. “Minha maior inspiração veio da minha mãe, Dona Josinete, que sempre sonhou em se formar em gastronomia — sonho que ela realizou em 2024 —, e do meu pai, Ocy Araújo Cortez, que sempre esteve envolvido com serviços comunitários. Minha mãe tem origem quilombola e meu pai sempre atuou em ações sociais, ambos são maranhenses”, disse. “Eles são minha base e continuam sendo minha maior motivação, tanto nos negócios quanto nos projetos comunitários.”

Foto: Divulgação

Desde cedo, ele se encantou com a alimentação e as técnicas tradicionais: “Quando criança, costumava ficar ao lado dos fogareiros de barro observando os cozidões, refogados e as casas de farinha. Essa memória é minha paixão e minha base. Acredito que a cozinha brasileira é moldada a partir dessas raízes — a cozinha dos interiores dos ‘Brasis’, especialmente do Norte e Nordeste.”

Para Luís, sua identidade racial está diretamente ligada à sua trajetória na cozinha. “A ancestralidade da minha mãe e o trabalho comunitário do meu pai moldaram minha visão de mundo. A gastronomia, para mim, é uma ferramenta de transformação cultural, social e financeira. Alimentar é também contar histórias, preservar memórias e honrar lutas.”

Novas regras estabelecem 24 horas para diária de hotéis e pousadas; entenda as mudanças

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Foto: Freepik

Por: Vanessa Vicente

Com as novas regras estabelecidas do Ministério do Turismo, a diária de hotéis e pousadas passará a corresponder a 24 horas a partir o dia 16 de dezembro, sendo três horas exclusivamente reservadas para a limpeza dos quartos. A mudança busca padronizar procedimentos, ampliar a transparência na relação com os hóspedes e melhorar a experiência de quem se hospeda em todo o país.

A atualização foi oficializada pela Portaria nº 28, publicada recentemente, que regulamenta o artigo 23, § 6º, da Lei nº 11.771/2008 (Lei Geral do Turismo). A norma vale para hotéis, pousadas, resorts, flats, apart-hotéis, hostels, albergues e alojamentos de floresta, entre outros meios de hospedagem.

Segundo a portaria, o tempo de três horas destinado à limpeza não poderá ser excedido, mas o hóspede poderá dispensar a arrumação diária, se desejar manter a privacidade. Nesses casos, o estabelecimento permanece responsável por garantir condições sanitárias adequadas para os demais usuários.

O Ministério do Turismo afirma que a medida reforça a segurança jurídica e a padronização do setor, evitando divergências sobre horários e cobranças. A expectativa é que a norma reduza a informalidade, fortaleça a confiança dos hóspedes e aumente a competitividade internacional do setor.

A portaria também incentiva o uso de tecnologias digitais, como o check-in online, substituindo formulários em papel, e os meios de hospedagem terão até 16 de dezembro de 2025 para se adequarem às novas determinações.

Cadernos Negros: um documento vivo da resistência literária brasileira

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Conceição Evaristo em 'Cadernos Negros'. (Foto: Divulgação)

Por: Rodrigo França

Há obras que não apenas registram a história, criam história. O documentário Cadernos Negros, dirigido pelo mestre Joel Zito Araújo, ilumina uma trajetória que não cabe em prateleiras, porque pulsa nas veias da literatura brasileira. Ao recuperar a gênese e a permanência de uma série que nasceu como gesto de insurgência, o filme nos lembra que a literatura sempre foi debate público, memória coletiva e projeto de país.

Inspirado nos cadernos de Carolina Maria de Jesus, o primeiro volume de Cadernos Negros surge em 1978, em São Paulo, quando escritoras e escritores negros, organizados com o fervor do período que antecede a redemocratização, afirmam um princípio simples, porém radical: não há literatura brasileira sem a voz negra. A série, publicada anualmente, alterna prosa e poesia, e desde o início encontra no coletivo Quilombhoje um abrigo e um motor, um encontro entre arte e ação cívica. O resultado é uma obra de longa duração, que alcança em 2024 o número 45, marco de persistência e de projeto estético que atravessa gerações.

Diretor Joel Zito Araújo (Foto: Divulgação)

O filme não se limita a narrar datas. Ele nos convida a escutar quem fez e faz essa história. Conceição Evaristo, com sua escrevivência, dobra a linguagem para abrigar memórias e experiências que a literatura oficial insistiu em negar. Cuti, um dos idealizadores dos Cadernos, sustenta o eixo político e poético do projeto, lembrando que publicar não é apenas imprimir, é disputar sentido. Daniel Ramos pontua o vigor de uma criação que se amplia sem perder foco. Oswaldo de Camargo, referência incontornável, traz a espessura histórica de quem testemunhou o antes e o depois, a sombra e o clarão. Esmeralda Ribeiro reforça a arquitetura do Quilombhoje, gesto de continuidade que assegura que novos nomes não cheguem ao acaso, mas por direito. Márcio Barbosa representa a continuidade viva dos ideais que fundaram os Cadernos, com sua escrita lúcida e comprometida com a construção de uma literatura verdadeiramente plural e negra. Cada depoimento compõe uma cartografia de afetos, escolhas e responsabilidades que chegam à tela com a dignidade de quem narra a própria história.

A direção de Joel Zito Araújo entende a câmera como dispositivo de memória e de confronto. A montagem abre espaço para a ideia essencial dos Cadernos: literatura é ferramenta de emancipação e diagnóstico do país. O enquadramento, a escuta atenta e o ritmo das vozes preservam o lugar de fala sem transformá-lo em slogan, valorizam a experiência sem diluí-la em generalidades. A cada sequência, o documentário confirma a maturidade de um cineasta cuja obra tem sido central para revelar como o racismo organiza o imaginário brasileiro e como é possível desmontá-lo com rigor e beleza.

Esmeralda Ribeiro (Foto: Divulgação)

Desde 1978, Cadernos Negros publica mais de trezentos autores negros, consolidando um patrimônio literário que afronta a lógica do apagamento. Não é uma antologia ocasional, é um corpo vivo de pensamento e invenção, uma escola rigorosa que ensina a ler o Brasil por dentro. A série afirma que a negritude não é apêndice e não é nicho. É fundamento da cultura nacional. Quando um país tenta definir quem merece ser lido e quem deve ficar na margem, os Cadernos insistem em deslocar a margem, ampliar o centro e desobedecer a geografia do privilégio. Isso é política, é ética e é também uma pedagogia da imaginação.

O documentário torna evidente que a disputa nunca foi apenas por espaço na página. A disputa é pelo modo como o Brasil se percebe. Durante décadas, nossa literatura majoritária preferiu a monocromia do cânone. Cadernos Negros trouxe multiplicidade de idiomas, de cadências, de mundos. Trouxe o cotidiano que vira épico pela sutileza da palavra, trouxe a história que não aceitava mais ser rodapé, trouxe a filosofia que aprende com a rua, com a cozinha, com o terreiro, com a sala de aula, com a fábrica. Essa ampliação de repertório não representa concessão, representa reparação e maturidade cultural.

Osvaldo de Camargo (Foto: Divulgação)

Ao colocar em evidência Conceição Evaristo, Cuti, Daniel Ramos, Oswaldo de Camargo e Esmeralda Ribeiro, entre outras presenças que constroem o projeto, o filme devolve nomes e rostos àquilo que tantas vezes foi reduzido a estatística. A cada página publicada, a cada voz que estreia, a série disputa com serenidade e firmeza a narrativa de um país que ainda convive com as amarras do racismo, herança que insiste em contaminar o mercado editorial, a crítica e o currículo escolar. A obra de Joel Zito não aponta dedos ao acaso, ela organiza evidências e convoca consciência, oferece ao público um mapa para atravessar o ruído e reconhecer o que sempre esteve aqui, pulsando.

É por isso que a relevância de Cadernos Negros ultrapassa o círculo de leitoras e leitores habituais. Trata-se de um acervo indispensável para qualquer biblioteca pública, escolar ou universitária, para qualquer mediadora ou mediador de leitura, para qualquer pessoa que deseja compreender o Brasil com honestidade. A série prova que a literatura não serve apenas para consolar nem para ornamentar. Serve para transformar a imaginação nacional e, com isso, reordenar o possível.

Cuti (Foto: Divulgação)

Todos deveriam ter ciência da existência de Cadernos Negros. Não por obrigação, mas por desejo de realidade. Conhecer a série é encontrar a dignidade de uma tradição que venceu o silêncio com trabalho coletivo, teimosia e excelência estética. É aprender que o talento floresce quando encontra condições de circulação e reconhecimento. É admitir que o futuro da literatura brasileira depende de continuarmos abrindo portas, multiplicando editoras, fortalecendo políticas públicas e defendendo iniciativas que não se curvam à lógica do esquecimento.

O filme de Joel Zito Araújo não encerra uma narrativa, inaugura nova etapa. Ao documentar esse percurso, ele convoca o público a agir. Que bibliotecas comprem os volumes. Que escolas trabalhem os textos. Que universidades revisem seus programas. Que as editoras olhem com seriedade para quem nunca foi convidado a sentar à mesa. Que leitoras e leitores, ao terminar a sessão, busquem os livros, compartilhem os nomes, ampliem o repertório da conversa nacional.

Os Cadernos foram, são e continuarão sendo uma casa de muitas chaves. A cada volume, uma fresta a mais se abre na parede da desigualdade simbólica. A cada autora e a cada autor, um país mais legível se desenha. O documentário compreende e celebra essa obra. E nos oferece a chance de romper, com coragem e lucidez, as amarras que ainda insistem em decidir quem pode ser publicado e lido.

Brasil será representado por Diane Lima e Rosana Paulino na Bienal de Veneza 2026

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Diane Lima e Rosana Paulino (Fotos: Wallace Domingues e Gabriela Portilho/New York Times)

A potência da arte feminina estará no centro da 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, em 2026. A curadora Diane Lima foi anunciada pela Fundação Bienal de São Paulo como responsável pelo Pavilhão do Brasil, que trará um diálogo inédito entre Rosana Paulino e Adriana Varejão no projeto ‘Comigo ninguém pode’. Inspirado na planta homônima, símbolo de proteção, toxicidade e resiliência, o projeto propõe uma reflexão sobre as feridas coloniais, a reinscrição da história e os caminhos de libertação poética e coletiva.

“Ser escolhida para conceber o Pavilhão do Brasil em Veneza é uma honra e uma grande responsabilidade”, afirma Diane Lima. “Juntas, Paulino e Varejão representam historicamente o que há de mais revolucionário quando se fala da presença das mulheres no campo da arte nacional. Suas poéticas em consonância e fricção fazem coro com as lutas dos movimentos sociais e da democracia, sem nunca perder a capacidade sensível de nos arrebatar e surpreender com alta qualidade técnica. Junto às ideias de proteção e toxicidade, ‘Comigo ninguém pode’, como um ditado popular, também refere-se ao processo de transferência do conhecimento sobre a natureza para o âmbito da vida, refletindo portanto um processo de manifestação coletiva que acontece naturalmente quando ‘comigo’ se torna um ‘nós’, se torna muitos e uma nação inteira, que usa a sua sabedoria como forma de defesa e soberania.”

Para Rosana Paulino, a presença no Pavilhão, ao lado da Adriana Varejão, é uma oportunidade de aprofundar o diálogo sobre colonialidade. “É a oportunidade de investigar feridas coloniais a partir de perspectivas femininas distintas que se encontram num diálogo inédito. Esse encontro propõe uma revisão da história da arte ao questionar o cânone e recuperar memórias silenciadas, abrindo caminho para novas possibilidades de futuro.”

Adriana Varejão complementa: “Meu trabalho e o de Rosana Paulino se cruzam na potência das feridas coloniais, matéria que estrutura o DNA de nossas obras e atravessa nossas pesquisas de modo visceral. Espero desenvolver com Rosana um diálogo inédito que também se conecte à arquitetura do pavilhão, ampliando as possibilidades de nossas trajetórias artísticas.”

Segundo Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, a escolha reafirma a força da produção artística brasileira no cenário internacional. “A curadoria de Diane Lima, com a presença de Rosana Paulino e Adriana Varejão, reafirma a potência e a complexidade da produção brasileira no cenário internacional. Este anúncio coincide com o investimento na recuperação do nosso pavilhão e renova o compromisso institucional de apresentar em Veneza um projeto à altura do debate global que o Brasil tem a contribuir.”

O anúncio do projeto encabeçado por Diane Lima, acompanha ainda uma nova fase do Pavilhão do Brasil em Veneza, que passa por um amplo processo de restauro e modernização liderado pela Fundação Bienal de São Paulo, em parceria com os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores. A reabertura em 2026 garantirá infraestrutura renovada, acessibilidade e condições aprimoradas para abrigar exposições de grande porte.

O projeto ‘Comigo ninguém pode’ dialoga ainda com o tema oficial da Bienal de Veneza de 2026, “In Minor Keys”, conduzida pelo coletivo formado por Gabe Beckhurst Feijoo, Marie Helene Pereira, Rasha Salti, Siddhartha Mitter e Rory Tsapayi, em continuidade ao legado da curadora Koyo Kouoh.

Pavilhão do Brasil na 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia

Comissária: Andrea Pinheiro, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo 
Curadoria: Diane Lima
Participantes: Adriana Varejão e Rosana Paulino 
Local: Pavilhão do Brasil 
Endereço: Giardini Napoleonici di Castello, Padiglione Brasile, 30122, Veneza, Itália Data: 9 de maio a 22 de novembro de 2026 
Pré-abertura: 6 a 8 de maio de 2026 

‘Clube da Leitura Preta’ transforma vidas de adolescentes quilombolas por meio da literatura no interior da Bahia

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Foto: Arquivo pessoal

A escritora e pesquisadora Jessika de Oliveira tem mostrado que a literatura pode ser um instrumento poderoso de transformação social. Criadora do Clube da Leitura Preta, o primeiro voltado a adolescentes quilombolas em Jequié, interior da Bahia, ela tem promovido há três anos o letramento racial e o fortalecimento da identidade por meio de autores e autoras negras, para jovens de 13 a 16 anos, no Colégio Estadual Doutor Milton Santos, uma instituição de ensino quilombola.

O projeto nasceu de um incômodo. Durante o estágio na escola escola pública, Jessika percebeu que os alunos não se interessavam pelos livros disponíveis. Então, decidiu mudar a forma como a leitura era apresentada. O Clube rapidamente se tornou um refúgio de expressão e pertencimento. Jovens que antes não se viam como leitores passaram a se identificar com as histórias que liam.

“Um dos maiores impactos foi tornar interessante para os adolescentes, que é um público que está mais para a tecnologia. E o que mais me impactou foi quando alguns deles me disseram que não sabiam que tinham escritores parecidos com os pais deles ou avós e começaram a desengavetar escritos também. Isso me deu aquele [sentimento de] ‘estou no caminho certo’”, relata Jessika ao Mundo Negro.

Recentemente no programa Azeviche, ela também relembrou como tudo começou, em 2022. “Eu falei, ‘vamos tirar esses livros do cano e vamos colocar Becos da Memória, vamos colocar os textos de Ryane Leão’. Como é que esses meninos são atravessados por violências? Em contrapartida, nesse mesmo ano nasceu o Clube da Leitura Preta, na periferia, lá no Barro Preto”, contou.

Jessika continuou relembrando o impacto da violência contra os adolescentes negros e a importância do projeto de leitura. “Vários meninos que participavam do clube na época, foram vítimas dessa guerra de drogas, morreram. Tinham episódios que a gente se reunia, por exemplo, que estava comendo bala lá fora, e a gente dentro do clube, dentro de uma escola, numa sala, fazendo literatura. A minha missão que eu tenho pra fazer na vida, depois que eu entendi algumas coisas, que é a gente precisa abrir alguns caminhos. Então se eu puder fazer algumas frechas de luz pra quem vem também é importante”, contou.

Basília Rodrigues é contratada pelo SBT News como analista de política

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Foto: reprodução

A jornalista Basília Rodrigues assume um papel de destaque como analista de política do SBT News, o novo canal de notícias do grupo SBT. Reconhecida por sua habilidade em interpretar os rumos da política nacional com precisão e clareza, Basília chega para fortalecer a cobertura do canal, oferecendo análises estratégicas e contextualizadas que ajudam o público a compreender os acontecimentos políticos de forma mais profunda.

Antes de chegar ao SBT News, Basília construiu sólida experiência na CNN Brasil, onde se destacou pelo compromisso com informações precisas e análises aprofundadas da política nacional. Sua atuação na emissora consolidou sua reputação como uma das jornalistas negras mais respeitadas no jornalismo político, com capacidade de traduzir complexidade em conteúdos acessíveis e engajantes.

A chegada de Basília ao SBT News reforça a aposta do canal na diversidade e no protagonismo de vozes negras na televisão brasileira. Com análises instigantes e visão crítica, ela promete oferecer ao público uma cobertura política mais completa, conectada com os desafios e debates do país.

Anvisa recolhe mais de 70 cosméticos irregulares; progressivas e selagens estão na lista

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Foto: Freepik e reprodução

A Anvisa determinou nesta segunda-feira (6/10) o recolhimento de 78 cosméticos irregulares, entre produtos de progressiva, selagem, realinhamento térmico e botox capilar. A ação suspende a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso desses produtos, que estavam apenas notificados na Agência, mas não possuíam registro oficial — requisito essencial para garantir segurança e qualidade aos consumidores.

Entre os produtos recolhidos, destacam-se:

Progressivas e Alinhamentos: Progressiva Santore; Progressiva Megarepair Luna System; Creme Progressiva Luna System; Liso Em Casa Progressiva New Gold; Progressiva Glowme; Progressiva Diversi Hair; Sellin Pro Alfalea Progressiva; Progressiva Care; Progressiva JL Professional; Alinhamento Orgânico Naus (Progressiva); Liss Extreme – Profissional Zelo Hair; Progress Liss (Progressiva Matizadora) Roma Care; Lisse Parfait Costabello (Progressiva Matizadora); High Liss Sellene Profissional (Progressiva Matizadora); Progressiva Perfect Liss; Complexo Redutor – Terrare Profissional; Liberadah Bravie; Volume Control – Profissional Zelo Hair; Ocean Shine Florac Cosmetics; Educ Hair Edumi; Release Ledebut; Extreme Reduct Dona Lara; Hair Perfect Premium Tresaav; Gloss Alisamento Térmico Definitivo SA Carrias; Liso de Milhões Beleza Rara; Esse Liso É Um Luxo – Savassi; Liso Perfeito – SA Carrias.

Selagens: Nordestina True Liss Cosmetics; Selagem Chilena Ledebut; Prohibida Bravie; Selagem 500ml Saint Glamour Beauté; Alisamento Algas + (Selagem); Extreme Gold Selagem Gold RT Professional; Selagem Perla Profissional; Selagem Extreme Blond Kalainne; Selagem Algas Fino Cheiro; Multicream SSB Selagem Latorre Paris; Selagem Kalainne; Perfect Smooth (Selagem) Damy Monteiro Cosméticos; Gloss Selagem Umecthair; Selagem Chinesa Niza Freitas; Selagem 1L Saint Glamour Beauté; Selagem Kelsi Cosméticos; Selagem Orgânica Forest Hair; Selagem Gold – Ledebut; Selagem Matizadora Rute Rezende; Premium Master (Selagem) Liriu Cosméticos; Selagem Extreme Kalainne.

Realinhamentos Térmicos: Buran Profissional; MS Professional; Tarrare Profissional; Oriente Beauty; Máscara Realinhamento.

Botox Capilar: Intensive Liss Triviê (Botox Matizador); Organic Liss Extreme IS Profissional Hair; Gloss Liss – Liberty Hair; Fusion Liss Orient Beauty; BTX Premium – Asaphepro; Expert Premium Botox Florac Cosmetics; Botox Collagen BTX Karseell; Botox Espelhado Matizador Fino Cheiro; Less Sizer Botox Matizador Diversi Hair; Botox Blueberry Umecthair; Botox Queen Hair; Botox Violet Mask Ledebut; Botox Branco Perla Profissional; Botox Matizador Kalainne; Botox Matizador Rute Rezende; Botox XG Forest Hair.

Todos esses produtos precisam ser registrados na Anvisa, mas estavam apenas notificados, o que caracteriza irregularidade. Para conferir a lista completa diretamente no site oficial da Anvisa, acesse: Gov.br/Anvisa.

‘CARRANCA’: Urias lança álbum que mistura ancestralidade, liberdadee um novo som brasileiro

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Foto: divulgação

Algum tempo atrás, o Mundo Negro recebeu com exclusividade a primeira faixa de ‘CARRANCA’, “Deus”, incluindo a letra, oferecendo uma prévia da força e da profundidade que o álbum traria. Ontem, às 21h, Urias lançou oficialmente ‘CARRANCA’, seu novo projeto, composto por 14 faixas que transitam entre ancestralidade, resistência, brasilidade e liberdade.

O álbum marca uma nova fase na carreira da cantora e compositora, com composições que dialogam com religiões de matriz africana, memória histórica e reflexões sobre a liberdade conquistada. O conceito do disco se inspira na figura da carranca, ornamento de madeira que protege contra maus espíritos e possui significados nas religiões afro-brasileiras, associada a Exu, orixá mensageiro entre o mundo material e espiritual. Assim, o álbum funciona como uma travessia sonora: da raiva à resistência, do amor à reflexão, do passado às origens.

O projeto conta com participações de Criolo (“Deus”), Giovani Cidreira (“Herança”), Major RD (“Voz do Brasil”) e Don L (“Paciência”), somando à estética afro-surrealista da diretora criativa Ode e à capa assinada pelo artista plástico Isaac de Souza Sales. Inspirado por dança, pintura e ancestralidade, Isaac constrói um universo visual que dialoga com os orixás, deuses antigos e figuras históricas negras, reforçando o conceito de transcorporeidade: corpos e histórias atravessando tempo, espaço e cultura.

Os interlúdios, narrados por Marcinha do Corintho, funcionam como guias da narrativa do álbum, refletindo sobre liberdade, vingança e o retorno simbólico às origens em “Etiópia”, faixa que encerra o disco conectando passado, presente e futuro. Ao longo de ‘CARRANCA’, Urias explora temas como a busca por liberdade através da resistência, a crítica à colonização e à indústria musical, e a potência da brasilidade preta.

Faixas de CARRANCA

Deus, Vontade de Voar, Quando a Fonte Secar, Navegar, Águas de um Mar Azul, Vénus Noir, Paciência, Herança, Etiópia, Se Eu Fosse Você, Voz do Brasil + interlúdios narrados por Marcinha do Corintho

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