A rapper Megan Thee Stallion revelou que seus planos vão além da música: ela está entrando no ramo alimentício, investindo como franqueada da rede de fast-food Popeyes. Em um vídeo compartilhado em suas redes sociais, a cantora apareceu visitando o canteiro de obras de seu futuro restaurante, que ainda não tem data para inauguração.
“Ok, então hoje vamos visitar meu Popeyes antes da inauguração”, escreveu. “MEU PRÓPRIO @popeyes ESTÁ ABRINDO NESTE VERÃO, GOSTOSAS 🔥🔥🔥🔥 Acabei de visitar meu local enquanto ela ainda é só ossos ❤️🔥🐔 Este está prestes a ser O PEQUENO Popeyes”, destacou ela na publicação.
O post feito pela artista e empresária também marcou o retorno da “Hottie Sauce”, molho criado em 2021 em uma colaboração entre a artista e a rede de frango frito. Na época, a parceria incluiu produtos de edição limitada e uma doação de seis dígitos para a organização Houston Random Acts of Kindness. “Agradeço o compromisso do Popeyes com o empoderamento de mulheres negras e estou ansiosa para abrir os restaurantes”, afirmou Megan na época do lançamento. “A parceria é um marco na minha jornada como empreendedora. Sempre fui fã da marca e estou muito feliz com essa oportunidade.”
Bruno Cardinali, então diretor de marketing do Popeyes, destacou a identificação entre a marca e a rapper: “Temos muito em comum — desde nossas raízes sulistas até o amor por sabores apimentados. Megan incorpora a personalidade alegre e generosa que abraçamos em nossa herança.”
Ainda não há data confirmada para a abertura do restaurante. Enquanto isso, os fãs aguardam novidades sobre o empreendimento e possíveis lançamentos musicais da artista.
A cantora e atriz Linn da Quebrada anunciou na última segunda-feira (28) que retomará sua agenda de shows após uma pausa para cuidar da saúde mental. Em publicação no Instagram, ela compartilhou um vídeo ensaiando “Cobra Rasteira”, música lançada em 2021, e confirmou apresentações nos dias 10 e 11 de maio no Sesc 14 Bis, em São Paulo. Ainda na manhã desta quarta (30), a artista celebrou que os ingressos online estavam esgotados para os dois dias de show.
“Já esgotou os dois dias de shows no SESC 14 BIS. Será que elas vão querer BIS, gente? Elas querem mais? Que presentão lindo de Dia das Mães vocês me deram”, brincou. “Eu estou muito feliz. Eu estou muito ansiosa. Eu estou com um friozinho da barriga que fazia tempo que eu não sentia. Como vocês viram, a banda está diferente. O show vai estar diferente. Eu estou diferente. Eu estou outra. Eu estou na minha melhor versão, mas faz muito tempo que eu não volto ao palco. Que eu não me encontro com vocês, mas como diz a canção, eu vou, mas eu volto. Então eu estou voltando, estou voltando com tudo e estou muito entusiasmada”.
Em março, Linn da Quebrada havia interrompido suas atividades profissionais para tratar um quadro de depressão e abuso de substâncias, conforme comunicado de sua assessoria. Em abril de 2024, a artista já havia anunciado uma pausa na carreira pelo mesmo motivo, com sua equipe pedindo respeito ao processo de recuperação.
Além da música, Linn estreou no cinema este ano ao lado de Fernanda Montenegro no filme Vitória, no qual interpreta Bibiana. O longa tem sido elogiado pela crítica e pelo público.
Serviço Shows de Linn da Quebrada Quando: 10 e 11 de maio Onde: Sesc 14 Bis (São Paulo)
“Quem deve ser vigiado? Quem tem a bolsa revistada e quem não? Eles não estão nos manuais, não aparecem nos treinamentos, mas agem nas entrelinhas de cada experiência de compra”, disse o ator, diretor e escritor Lázaro Ramos, em uma fala impactante durante o evento de lançamento do “Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro”, realizado no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28). O documento, que nasceu da parceria entre a L’Oréal Luxo, divisão do Grupo L’Oréal no Brasil, o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), e a rede global de advogadas negras Black Sisters in Law, com dez normas sem validade jurídica, mas com efeito moral.
Lázaro Ramos compartilhou uma vivência comum entre os consumidores negros. “O que mais chama atenção é o olhar, aquele olhar de desprezo. Ou às vezes você chama um vendedor para te ajudar e ele não vem. O segurança alto na entrada da loja abre a porta antes mesmo de eu alcançar a maçaneta, recebendo-me sem qualquer amistosidade e marcando presença de maneira quase intimidadora”.
E completa: “Há um acompanhamento quase constante, como uma segunda sombra e um olhar vigilante durante o manuseio dos produtos, o que inevitavelmente me faz sentir desconfortável e cercada ao tentar fazer uma simples compra, me fazendo calcular cada movimento a fim de evitar um possível mal entendido”, desabafou.
O “Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro” surgiu como resposta a uma pesquisa encomendada pela L’Oréal em 2024, “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, que identificou 21 práticas discriminatórias contra consumidores negros. Entre elas, a revista de bolsas sem justificativa (18% dos entrevistados relatam ter passado por isso), a demora no atendimento (69% dizem ter sido questionados sobre poder de compra) e a falta de produtos para tonalidades de pele e tipos de cabelo negro.
O código inclui diretrizes como: Capacitação antirracista: Treinamento obrigatório para funcionários em letramento racial; Prontidão no atendimento: Reparar a lógica excludente que ignora consumidores negros; Garantia de livre acesso: Vedação a barreiras físicas ou simbólicas que restrinjam circulação; Regras para revistas: Só permitidas com provas inequívocas, não com base em estereótipos; Estoque inclusivo: Disponibilidade de produtos para pele e cabelos negros.
A atriz Ayla Gabriela foi anunciada nesta terça-feira (29) como a nova atriz que irá interpretar a protagonista do filme‘Geni e o Zepelim’, a primeira adaptação cinematográfica da clássica canção homônima de Chico Buarque. Ela assume o papel após Thainá Duarte desistir de viver a Geni, em meio as críticas sobre “transfake” — quando artistas cis interpretam papéis de pessoas trans. O longa também traz Seu Jorge como comandante Zepelim.
‘Geni e o Zepelim’ marca a estreia de Ayla como protagonista em longa-metragem. A atriz já protagonizou o curta “Pássaro Memória” (2023), selecionado para diversos festivais nacionais e internacionais. Dirigiu e atuou no curta “A corpa fala” (2020), e integrou o elenco de “Santo” (2023) e de “Girassóis” (2024). Em 2025, protagonizou o curta-metragem “Defesa Pura”.
Segundo a sinopse oficial, “o longa narra a história de Geni, prostituta de uma cidade ribeirinha, localizada no coração da floresta amazônica. Amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local, ela vê sua cidade sendo invadida por tropas lideradas por um tirano, conhecido como Comandante, que chega voando em um imponente zepelim, com um verdadeiro projeto de poder predatório para a região. Ele obriga todos a fugirem rio adentro, onde acabam presos. Porém, quando o Comandante vê Geni, ela percebe que talvez ainda haja uma chance de virar o jogo”.
Com direção e roteiro de Anna Muylaert e produzido por Iafa Britz, ‘Geni e o Zepelim’ começa a ser rodado na próxima semana na Amazônia.
Pela primeira vez a personagem Geni ganha uma história exclusiva nos cinemas, livremente inspirada na canção homônima composta há cerca de 50 anos. Ao longo do tempo, a música conquistou diversas gerações, e recebeu várias interpretações no campo das artes. O nome Geni virou adjetivo para se referir a pessoas que sofrem recorrente humilhação pública, e agora a personagem terá a chance de um novo final.
“A proposta ao Chico Buarque foi de fazer uma adaptação cinematográfica da música dando um novo fim a Geni. Afinal, há quase 50 anos jogam pedra nela. Esse novo destino a Geni nos traz grande motivação e sentido.”, conta a produtora Iafa Britz.
O filme utiliza a mesma referência que o cantor usou para compor a música: o conto “Bola de Sebo”, do escritor francês Guy de Maupassant, que narra a história de uma prostituta fugindo da guerra franco-prussiana. “Ao ler o conto ‘Bola de Sebo’, vi que a letra da música tinha uma guerra embutida em seus versos. Não é usada a palavra guerra mas há um zepelim com dois mil canhões! E na adaptação, resolvi ambientar a história nas disputas por terras que ocorrem de forma indiscriminada na região amazônica”, explica a diretora Anna Muylaert. As filmagens ocorrem na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, durante dois meses.
Humberto Morais vive um marco em sua carreira: sua estreia na TV Globo e ainda encara o papel de protagonista na nova trama das 19h, Dona de Mim. O ator interpreta Marlon, um lutador de kickboxing que sonha em ingressar na polícia para “mudar o mundo”. O personagem carrega no passado a dor de ter perdido a filha com a ex-noiva, Leona (Clara Moneke), e encontra no esporte e no amor de Bárbara (Giovana Cordeiro) a força para seguir em frente.
Formado em artes cênicas e com passagem pelo teatro, Morais já havia chamado atenção como o médico Ícaro na série Sutura, no streaming, e como o personagem Formiga, na novela infantil, Poliana Moça. Após testes, conquistou o papel na nova novela da Globo.
Nas redes sociais, onde soma mais de 39 mil seguidores, o ator compartilha sua rotina de exercícios — preparo essencial para viver um lutador. “Marlon é obstinado, sonhador, corajoso, justo, imprudente e um pouquinho arrogante, mas só pelos motivos que ele acredita serem os certos. Ele faria qualquer coisa por sua família”, define Morais.
Na trama, o personagem cresceu em São Cristóvão ao lado dos pais, Jussara (Vilma Melo) e Luisão (Adélio Lima), e da irmã, Dara (Cecília Chancez). Após a separação de Leona, ele encontra no kickboxing uma forma de superação e conhece Bárbara (Giovana Cordeiro), sua atual namorada e companheira de ringue. O conflito surge quando ela planeja treinar no exterior, um futuro que não se alinha com os planos de Marlom.
A novela promete explorar temas como resiliência, fé e justiça, com o ator trazendo um protagonista que terá dilemas complexos para lidar ao longo da história.
“Estética não é desligada da política.” Aos 78 anos, a escritora e intelectual Conceição Evaristo refletiu através de memórias da sua juventude, o impacto negativo da ausência de produtos pensados para pessoas negras. “Quando a gente fala de política, está falando também dessa política que nos insere dentro de uma comunidade. Se há uma produção de produtos de beleza, ela vai interferir diretamente na estética das pessoas, naquilo que inclusive se considera como belo”, disse durante o evento de lançamento do “Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro”, realizado nesta segunda-feira (29) no Rio de Janeiro.
“A minha juventude todinha, mesmo parte da minha maturidade, a gente não tinha produto de beleza. Eu me lembro inclusive de meias, coisas básicas, a gente não tinha um tom de meia que combinasse com a nossa pele. Em 73, quando eu cheguei aqui no Rio de Janeiro, eu não tinha batom que me agradasse”, relembrou.
O relato de Conceição Evaristo reforça um Brasil que ainda lida com as consequências da exclusão racial no mercado de consumo. “A gente faz muito esse elogio da mestiçagem brasileira. Nós sabemos como povo negro que nós nunca fomos considerados como belos. O máximo que a gente foi considerado é exótico. Exótico também é uma classificação que nos colocava à margem da beleza brasileira, principalmente nós mulheres negras”, afirmou.
Para Conceição, “pensar sobre estética ou em em produtos que valorizam o meu tom de pele, o meu tom de cabelo, ultrapassa a um discurso ou uma potencialidade do mercado. Eu acho que isso está diretamente ligado à nossa identidade como brasileiros.”
Ao encerrar sua fala, ela celebrou a juventude negra que hoje se vê e se afirma com orgulho. “Eu fico muito feliz de hoje pensar que tem aí uma juventude que se insere na característica variável que forma a nação brasileira e que tenha essa possibilidade de se sentir belo, se sentir como sujeito constitutivo de uma nação a partir de uma identidade negra.”
Conceição Evaristo foi uma das convidadas do lançamento do “Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro”, documento resultado de uma parceria entre a L’Oréal Luxo, divisão do Grupo L’Oréal no Brasil, e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), desenvolvido em parceria com a Black Sisters in Law — rede global de advogadas negras —, que apresenta 10 normas sem validade jurídica, mas com “enorme efeito moral”.
“Imaginem um Brasil em que nenhum desses códigos é necessário. Em que consumidores negros são tratados como consumidores”, a pergunta de Lázaro Ramos foi feita na manhã desta terça-feira (29) durante o lançamento do “Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro”, que aconteceu no Rio de Janeiro. O documento, resultado de uma parceria entre a L’Oréal Luxo, divisão do Grupo L’Oréal no Brasil, e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), desenvolvido em parceria com a Black Sisters in Law — rede global de advogadas negras —, apresenta 10 normas sem validade jurídica, mas com “enorme efeito moral”, nas palavras de Ramos, que é embaixador da marca.
A iniciativa surge como resposta a uma pesquisa encomendada pela L’Oréal em 2024, “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, que identificou 21 práticas discriminatórias contra consumidores negros. Entre elas, a revista de bolsas sem justificativa (18% dos entrevistados relatam ter passado por isso), a demora no atendimento (69% dizem ter sido questionados sobre poder de compra) e a falta de produtos para tonalidades de pele e tipos de cabelo negro.
O código inclui diretrizes como: Capacitação antirracista: Treinamento obrigatório para funcionários em letramento racial; Prontidão no atendimento: Reparar a lógica excludente que ignora consumidores negros; Garantia de livre acesso: Vedação a barreiras físicas ou simbólicas que restrinjam circulação; Regras para revistas: Só permitidas com provas inequívocas, não com base em estereótipos; Estoque inclusivo: Disponibilidade de produtos para pele e cabelos negros.
“Ela foi uma iniciativa inédita no sentido de romper o silêncio sobre o racismo (…). Não se discutia o racismo dentro do mercado de luxo, e ele existe”, afirmou Bianca Ferreira, Head de Comunicação e Diversidade da L’Oréal Luxo. A obra conta com ilustrações de Mulambö, artista que explora temas como racismo, desigualdade social e a experiência negra na sociedade brasileira.
Dione Assis, fundadora da Black Sisters in Law, destacou que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) atual, de 1990, não menciona consumidores negros, mesmo contendo regras que consideram características específicas para determinados consumidores, entre eles crianças, idosos e pessoas com deficiência: “Quando as pessoas me questionam por que a gente precisa estabelecer ou racializar o nosso atual código, é porque as pessoas negras têm uma característica específica que a diferencia na relação de consumo. Isso precisa ser considerado quando da elaboração legislativa”, disse.
De acordo com a advogada, ainda que não tenha validade legal, a proposta é “trazer alguns dispositivos que pudessem causar algum tipo de impacto e mostrar que existe um mercado consumidor negro que precisa ser respeitado, a exemplo de qualquer outro mercado, mas que a lei atual não está se mostrando suficiente para proporcionar isso. E na medida em que o nosso código visa sanar ou reduzir o hiato da vulnerabilidade do consumidor, se nós somos pessoas negras e isso tem afetado a nossa relação de consumo, isso precisa ser sanado”.
Distribuição e apoio Mais de 1.000 exemplares serão enviados a formadores de opinião, CEOs, universidades e entidades do setor. O documento tem apoio do ID_BR, da ALLOS (administradora de shoppings) e da ABPS (Associação Brasileira de Perfumarias Seletivas). “É uma oportunidade de a gente retrazer essa discussão [sobre diversidade] para o núcleo do negócio, quando a gente está falando de beleza, que está sendo diretamente impactado por esses mecanismos de racismo brasileiro. Então faz sentido que todos os negócios estejam também pensando nisso”, afirmou Natália Paiva, Diretora Executiva do MOVER, que destacou a necessidade de aplicação das orientações do código para as organizações.
A iniciativa é uma forma de pressionar o mercado a rever práticas racistas que, em muitos momentos, afastam um grande número de possíveis clientes e consumidores: “A pesquisa mostra que mais de 50% das pessoas negras desistem da compra e não voltam à loja após sofrer discriminação”, afirmou Eduardo Paiva, Head de Diversidade da L’Oréal Brasil.
No próximo episódio de ‘The Last of Us’, que chega na Max em 4 de maio, às 22h (no horário de Brasília), o premiado ator Jeffrey Wright faz sua aguardada estreia na série. Famoso por papéis nos filmes ‘Ficção Americana’ (2023), ‘O Batman’ (2022) e ‘Cadillac Records’ (2008), Wright agora dá vida a Isaac Dixon, líder da Frente de Libertação de Washington (WLF), um dos antagonistas do segundo jogo da franquia.
A HBO liberou uma prévia inédita da série com a primeira aparição de Jeffrey Wright. No jogo, o ator já havia emprestado a sua voz e os movimentos ao personagem. Agora, ele retorna com ainda mais profundidade, sugerindo em entrevista à TVLine que será revelado o passado sombrio de Isaac, e algumas mudanças sugeridas pelo próprio ator.
“As pessoas perguntaram… se teremos um pouco da história de fundo sobre Isaac? Talvez tenhamos. Pode não ser nada bonito”, disse em novembro de 2024.
Nos jogos, Isaac é um ex-fuzileiro naval que aplicou sua experiência militar para combater a ocupação opressiva da FEDRA em Seattle. A série promete ir além com Jeffrey Wright no comando.
O terceiro episódio da segunda temporada, intitulado “The Path”, que estreou no último domingo (27), pausou a ação para explorar o luto de Ellie (Bella Ramsey) após a chocante morte de Joel (Pedro Pascal). Ainda que os infectados tenham ficado de fora da narrativa principal, a prévia do quarto episódio mostra que a ameaça está longe de desaparecer: Dina (Isabela Merced) e Ellie enfrentam novos perigos ao se aproximarem de um prédio misterioso — possível base da WLF — enquanto buscam vingança.
Uma pesquisa inédita revela que quase metade (48%) das mulheres negras que empreendem no Brasil são mães solo. O estudo “Empreendedoras Negras”, realizado pelo LAB (Laboratório de Gênero e Empreendedorismo) do Instituto RME em parceria com a Rede Mulher Empreendedora, mostra que esse percentual chega a 50,2% entre mulheres pretas e 46,9% entre pardas.
A pesquisa, que entrevistou 715 empreendedoras negras entre 14 e 18 de outubro de 2024, identificou que a sobrecarga de trabalho doméstico e familiar é o principal desafio enfrentado por essas mulheres, com um impacto médio de 4,2 em uma escala de 1 a 5. Em seguida, aparecem as dificuldades para obter crédito (3,9) e o racismo no ambiente de trabalho (3,5).
A discriminação racial aparece como uma barreira significativa: 70,7% das empreendedoras pretas e 52,8% das pardas relatam já ter sofrido racismo no ambiente de trabalho. Quando questionadas sobre como o racismo se manifesta, 71,2% das pretas afirmam que ele é mais cruel contra mulheres de pele mais escura – percepção compartilhada por 60,8% das pardas. O acesso a crédito também se mostra um desafio estrutural. Muitas entrevistadas relataram dificuldades em obter empréstimos mesmo tendo cadastro regular. Uma das participantes da pesquisa contou: “Passei por humilhação no banco, desisti do empréstimo e meu negócio ficou parado… Racismo e machismo estrutural imperam.”
Para Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, os resultados mostram a necessidade de políticas específicas. “Precisamos criar mecanismos de apoio que considerem essa realidade complexa, desde linhas de crédito adaptadas até redes de cuidado infantil que permitam que essas mulheres possam empreender com mais igualdade.”
“Essas mulheres enfrentam o que chamamos de tripla discriminação: são negras, mulheres e mães solo em um mercado que não foi feito para elas”, afirmaFontes. “Elas precisam conciliar os negócios com os cuidados dos filhos e as tarefas domésticas, muitas vezes sem qualquer rede de apoio.”
O perfil das entrevistadas mostra que:
72% têm entre 30 e 49 anos
62,9% das mulheres pretas possuem ensino superior, contra 52,5% das pardas
47,6% faturam até R$ 2 mil mensais com seus negócios
Atuam principalmente nos setores de alimentação (24,8% entre pretas) e beleza (19,3%)
A pesquisa foi realizada por meio de questionário online com metodologia quantitativa. Entre as motivações para empreender, a liberdade para fazer o que gosta aparece em primeiro lugar, seguida pelo aumento de renda e pela flexibilidade de horários – fatores particularmente relevantes para mães solo.
Um homem de 33 anos foi preso na noite do último domingo (27) após cometer atos de racismo contra uma policial militar durante uma abordagem no bairro Guanandi, em Campo Grande (MS). O caso ocorreu após ele se recusar a pagar a conta em uma lanchonete e reagir de maneira agressiva com os agentes.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem, que estava embriagado, desacatou os policiais e proferiu ofensas raciais contra a agente. “Quem você acha que é, sua negra vagabunda? Essa neguinha não é menos que lixo, quem ela pensa que é? Preto não tem que colocar a mão em mim”, teria dito, segundo o registro.
Além das injúrias raciais, o suspeito também ameaçou os policiais e resistiu à abordagem. Ele foi detido e encaminhado à Polícia Civil, onde o caso foi registrado como desacato e injúria racial – crime previsto no Código Penal com pena de um a três anos de prisão, além de multa.
O crime de injúria racial foi equiparado ao racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, tornando-o inafiançável e imprescritível. Casos semelhantes têm sido alvo de maior rigor legal nos últimos anos.