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‘Vale Tudo’: Maria de Fátima vira fenômeno e lidera pesquisa de popularidade da Globo

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Foto: Globo

Os bastidores da nova versão de ‘Vale Tudo’ ganharam novos contornos após a conclusão do grupo de discussão conduzido pela Globo. Um dos resultados que mais chamou atenção, revelou que Maria de Fátima, interpretada por Bella Campos, é a personagem mais querida pelo público da novela das nove.

A personagem, construída para ser odiável, vive a dualidade entre ser uma vilã, porém muito divertida. De acordo com a pesquisa qualitativa, os participantes apontaram que Bella Campos acertou em cheio no tom da interpretação. Não à toa, suas cenas estão entre as mais comentadas nas redes sociais, e os vídeos da personagem são os que mais engajam nas plataformas da emissora.

O reconhecimento tem sabor de virada. Antes da estreia, a atriz foi alvo de críticas nas redes sociais, e sua escalação chegou a ser questionada. Hoje, a resposta do público é um sinal de que a escolha foi certeira para o sucesso do remake e a narrativa encontrou em Maria de Fátima uma força inesperada.

Taís Araujo também foi bem elogiada por sua entrega e presença em cena interpretando a Raquel. No entanto, o público ainda parece em processo de se conectar emocionalmente com o heroísmo da personagem.

Com os resultados do grupo de discussão em mãos, a Globo estuda ajustes na condução da história. Os capítulos escritos por Manuela Dias estão adiantados em relação ao que vai ao ar, o que permite alguma margem para afinar o tom da narrativa.

‘Vale Tudo’ permanece no ar até outubro. Em seguida, a faixa das 21h recebe a novela ‘Três Graças’. Segundo o jornalista Flávio Ricco, do Portal Léo Dias, o ator Amaury Lorenzo está confirmado no elenco.

‘Para Sempre’: a série que reimagina o amor entre adolescentes negros na visão contemporânea

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Foto: Elizabeth Morris/Netflix

O clima de Dia dos Namorados pede um bom filme ou série romântica para quem gosta de acompanhar as produções nos streamings. Recentemente, a Netflix lançou a série ‘Para Sempre’, que acompanha a trama de dois adolescentes negros. 

A adaptação do clássico ‘Forever…’ (1975), de Judy Blume, foi pensada pela Mara Brock Akil com uma visão contemporânea sobre como os jovens se relacionam atualmente, se identificam, além de reimaginar as suas complexidades sobre o amor, a sexualidade, a escola, família, amigos e sonhos. 

Tudo isso passa a ser centrado entre Justin (Michael Cooper Jr.) e Keisha (Lovie Simone), quando eles se apaixonam um pelo outro, mas para ficarem juntos, precisam enfrentar seus medos e dilemas pessoais, sobre o passado e o futuro. 

Michael Cooper Jr. como Justin Edwards e Lovie Simone como Keisha Clark em ‘Para Sempre’.(Foto: Cortesia da Netflix © 2025)

Justin é um garoto negro que tem os seus pais o incentivando a grandes conquistas através do basquete para ingressar em uma boa universidade. Ele também é ensinado sobre a importância do amor negro e observa a própria relação entre a mãe e o pai, que no dia a dia, apesar de terem momentos intensos, cultivam muito amor e respeito, enquanto refletem juntos sobre a criação do filho diante de uma sociedade racista. 

Keisha, por outro lado, é criada por uma mãe solo, que se dedica para garantir o melhor para a filha, tentando equilibrar como apoiar a estrela do atletismo a entrar em uma universidade, sem deixar de se preocupar com o que a filha pode sofrer por ser uma garota negra. No entanto, a adolescente prefere tentar lidar sozinha com os julgamentos da antiga escola, depois que vazaram um vídeo em que ela aparece tendo relação sexual com o ex-namorado. 

Apesar da pressão que eles sofrem no ensino médio, Justin e Keisha vivenciam esse primeiro amor de forma intensa, mesmo com muitos desdobramentos da trama que tentam separar o casal. 

Michael Cooper Jr. como Justin Edwards e Lovie Simone como Keisha Clark em ‘Para Sempre’.(Foto: Elizabeth Morris/Netflix © 2025)

Explorar o amor e a sexualidade entre jovens negros em produções audiovisuais ainda não se tornou algo comum para os telespectadores. E esta é uma série que vale a pena cada episódio, por cada detalhe que exalta a beleza negra, a cultura, a música, a identidade, os vínculos de amizade e familiares, além de acompanhar o que os adolescentes negros enfrentam no cotidiano, que vai além do racismo. 

Disponível na Netflix, ‘Para Sempre’ foi renovada para a segunda temporada.

Restaurantes com sabores africanos para celebrar o Dia dos Namorados

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Foto: Dida Bar e Restaurante/Instagram

Confira três restaurantes comandados por chefs negros preparam cardápios especiais para celebrar o amor neste Dia dos Namorados, 12 de junho. Unindo afeto, ancestralidade e criatividade, os menus exclusivos prometem experiências gastronômicas que valorizam a gastronomia africana. Do sofisticado ao acolhedor, os espaços oferecem jantares românticos marcados por sabores afetivos, ingredientes típicos e muito charme para casais que desejam uma noite inesquecível.

Veja a lista abaixo:

Restaurante Manden Baoba | São Paulo 

O jantar romântico com gastronomia africana terá menu degustação no Dia dos Namorados e no final de semana, 14 e 15 de junho, por R$ 199,90 por casal, com pratos típicos de diferentes países. Reserva apenas no dia 12 de junho, a partir das 18h.

Instagram: @restaurantemandenbaoba | Endereço: R. Capitão Cavalcanti, 33 – Vila Mariana

Biyou’Z Gastronomia Africana | São Paulo

Um jantar super especial com culinária africana, em um ambiente intimista, repleto de aromas e música suave. Os casais que confirmarem reserva participarão de sorteios exclusivos! As vagas são limitadas. Valor: R$ 300 por casal. 

Instagram: @biyouzgastronomiaafricana | Endereços: R. Alameda Barão de Limeira,19/ R. Fernando de Albuquerque, 95.

Dida Bar e Restaurante | Rio de Janeiro

O romântico Jantar Africano é uma noite especial, com pratos que carregam origens autênticas e ingredientes afrodisíacos, a partir das vivências de Dida Nascimento em sua viagem por países como Namíbia, Moçambique, Senegal e Congo. Necessário fazer reserva. R$ 135 por pessoa. 

Instagram: @didabar.erestaurante | Endereço: R. Barão de Iguatemi, 379 

Zoë Saldaña afirma que seu Oscar é “trans” e usa pronomes neutros para se referir à estatueta

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Foto: Jordan Strauss

Zoë Saldaña, vencedora do Oscar 2025 de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação no polêmico filme ‘Emilia Pérez’, comentou em entrevista à revista People que considera sua estatueta “trans”.

Questionada onde ela guarda o prêmio, Saldaña respondeu: “Nós o temos no meu escritório e meu Oscar é fluido em termos de gênero”, acrescentando que se refere ao prêmio com os pronomes “elu/delu“, uma adaptação em português de they/them, utilizados originalmente por ela em inglês.

A declaração foi feita durante um evento de pré-estreia do filme ‘Elio’, nova animação da Pixar com lançamento previsto para 19 de junho nos cinemas brasileiros. Zoë integra o elenco de dubladores da produção.

‘Emilia Pérez’ foi um dos filmes mais comentados da temporada de premiações, tanto por sua abordagem quanto pelas polêmicas em torno da representação de pessoas trans. O longa teve 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Direção e Atriz. Além da Zoë, o elenco também conta com Karla Sofía Gascón, Selena Gomez, Adriana Paz e Edgar Ramírez. Apesar das diversas indicações, a produção ganhou apenas a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original.

O musical conta a história de um líder de cartel mexicano que passa por uma cirurgia de redesignação de gênero e, ao se tornar uma mulher trans, decide buscar redenção por seus crimes. A produção, no entanto, enfrentou críticas relacionadas à representação de pessoas trans, do contexto social mexicano e por publicações polêmicas da protagonista Karla Sofía Gascón nas redes sociais.

“Eles despertaram um gigante adormecido”: o boicote ao Target e a força do dólar negro

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Fotografia: Jamal Harrison Bryant.

O poder de consumo da comunidade negra nos Estados Unidos voltou a ser um instrumento direto de pressão social. Nas palavras do pastor Jamal Harrison Bryant, “eles despertaram um gigante adormecido”. Foi assim que ele descreveu, em entrevista ao The Guardian (11/06/2025), o impacto do boicote que lidera contra a gigante varejista Target, após a empresa recuar em compromissos assumidos com a diversidade e o investimento em negócios negros.

O movimento começou como um “jejum de 40 dias”, batizado de #TargetFast, uma resposta à decisão da Target de reduzir seus programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Em 2020, em meio aos protestos após a morte de George Floyd, a empresa havia prometido investir 2 bilhões de dólares em empreendedores negros. Para Bryant, o recuo da Target é um desrespeito com uma comunidade que movimenta aproximadamente 12 milhões de dólares por dia nas lojas da rede. “Quando percebemos que nosso gasto diário tem esse peso, entendemos também o poder de escolha que temos”, disse o pastor ao The Guardian.

O impacto do boicote já é visível. Segundo o próprio pastor e dados divulgados na reportagem do The Guardian, a Target registrou uma queda superior a 500 milhões de dólares em vendas no primeiro trimestre de 2025, e uma redução de cerca de 1 bilhão de dólares em seu valor de mercado, com as ações da empresa caindo de 145 para cerca de 93 dólares. O número de clientes também caiu de forma expressiva. O CEO da empresa, Brian Cornell, chegou a se reunir com Bryant e com o reverendo Al Sharpton, em encontro intermediado pela Casa Branca, mas até agora, segundo o pastor, não houve avanços reais que revertessem o esvaziamento dos compromissos da empresa. “Eles pensaram que poderiam simplesmente mudar o nome do programa ou apagá-lo do discurso corporativo. Mas a comunidade negra está atenta”, afirmou Bryant à publicação britânica.

O movimento ganhou adesão rápida: mais de 200 mil pessoas assinaram petições de apoio ao boicote; cerca de 50 mil consumidores se comprometeram formalmente a não comprar na Target; e um diretório com mais de 150 mil negócios negros foi criado para estimular que o dólar negro circule em empresas comprometidas com a inclusão. “Não se trata apenas de punir a Target, mas de construir redes que fortaleçam os nossos próprios empreendedores”, destacou o pastor.

Entre as exigências feitas pelo grupo, estão um investimento de 250 milhões de dólares em bancos negros, o apoio a seis HBCUs (Historically Black Colleges and Universities) com programas de formação empresarial e a revisão completa da política de DEI da empresa. Até o momento, segundo a matéria do The Guardian, apenas a promessa original de 2 bilhões de dólares em compras com empreendedores negros foi reafirmada pela Target.

O próximo alvo da mobilização já está definido. A rede Dollar General, amplamente presente em regiões de baixa renda e com histórico de práticas predatórias, será objeto de um “protesto eletrônico”, conforme detalhado pelo pastor. Segundo Bryant, não se trata de um boicote tradicional, uma vez que muitas comunidades dependem das lojas para acesso a alimentos. A estratégia será concentrar pressão via e-mails, telefonemas e redes sociais, exigindo maior responsabilidade da empresa em suas práticas de contratação e investimento social.

O uso estratégico do dólar negro como ferramenta de pressão não é novidade na história americana, mas ganha novo fôlego neste contexto de retração corporativa em ações afirmativas. “Durante anos, fomos ensinados a pensar que nosso dinheiro não tinha poder. Esta campanha mostra exatamente o contrário”, conclui Bryant.

Paulo Vieira estreia como ator de novela em ‘Garota do Momento’

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Foto: Reprodução/Instagram

Após recusar convites anteriores, Paulo Vieira fará sua estreia em novelas. O humorista participará de ‘Garota do Momento’, novela das seis da Globo, interpretando Mirosmar, empresário goiano que se envolve com Iolanda, papel de Carla Cristina Cardoso. Os personagens ficarão juntos.

Vieira já havia sido sondado para ‘Vale Tudo’ e chegou a ser cotado para o papel do professor Asdrúbal em ‘Êta Mundo Bom!’, que acabou com Luis Miranda. Na época, os compromissos com a quarta temporada do ‘Avisa Lá Que Eu Vou’ inviabilizaram sua participação na novela.

Na reta final de ‘Garota do Momento’, a trama incluirá o casamento de Beatriz (Duda Santos) e Beto (Pedro Novaes), além de uma morte significativa. Parte das cenas foi gravada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Alcione fará participação especial nas cenas do casamento de Ulisses (Ícaro Silva) e Glorinha (Mariana Sena).

Enquanto isso, Vieira também realiza testes para um novo programa de auditório na Globo. A emissora pretende gravar um piloto da atração. O artista também aguarda a confirmação da segunda temporada da série ‘Pablo & Luisão’, o novo sucesso do Globoplay.

O amor preto 

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Por Rodrigo França

Mesmo no Dia dos Namorados, esta escrita não é — ou não é apenas — sobre o amor romântico. Porque antes de amar o outro, é preciso aprender a se amar. E para nós, pessoas negras, esse amor-próprio é também um gesto político, um ato de cura, uma reaproximação daquilo que tentaram arrancar: nossa dignidade, nossa beleza, nossa inteireza.

Todo mundo deveria ter o direito de amar, de escolher com quem deseja construir afeto. Mas é preciso lembrar que toda escolha carrega um contexto. E que, em um país atravessado por tantas camadas de violência, nenhuma decisão é neutra. Amar, também, é político. Especialmente quando se trata de nós, que por tanto tempo fomos ensinados a não nos amar — nem a nós mesmos, nem entre nós.

Este texto não é um julgamento. É um convite. Um chamado à consciência, não ao constrangimento. Porque aquilo que a gente vive no íntimo também é atravessado por séculos de imposições. A nossa autoestima foi alvo. O nosso desejo foi moldado. A nossa humanidade, tantas vezes, negada. E isso tudo não desaparece num gesto de carinho, por mais sincero que ele seja. Está nas entrelinhas. Nos silêncios. Na forma como, até hoje, se representa — ou se apaga — o amor preto.

Falar de amor preto não é levantar um muro. É abrir um espaço. É lembrar que fomos afastados da possibilidade de amar com liberdade, com ternura, com profundidade. Que nos fizeram acreditar que só seríamos amáveis se nos aproximássemos daquilo que o sistema valoriza: a branquitude, o corpo moldado, o cabelo liso, a alva. Isso não foi natural. Foi aprendido. E o que é aprendido pode — e deve — ser questionado.

O que propomos é um outro horizonte. Um amor que não repita o que tantas vezes já falhou. Um amor que não reproduza os afetos hierárquicos, baseados na posse, na desconfiança, na comparação constante. Um amor que seja nosso. Que converse com a nossa história, com os nossos saberes, com o tempo que pulsa no nosso corpo. Que seja decolonial. Que recuse os moldes prontos do Ocidente, que nos prometem plenitude e nos entregam solidão.

Porque a solidão da mulher negra, por exemplo, não é resultado de uma suposta inadequação. É reflexo de um sistema que a vê como forte demais para ser cuidada, como “exótica” demais para ser escolhida. E o homem negro, por sua vez, carrega o peso de uma virilidade imposta, da desconfiança constante, da dificuldade de ser vulnerável. Não somos culpados por isso. Mas somos responsáveis por não perpetuar essas dores.

Amar preto é reeducar o olhar. É perceber beleza naquilo que nos ensinaram a rejeitar. É reconstruir a confiança, a parceria, o encantamento. É romper com o modelo do negro único — aquele que “deu certo” e, por isso, se distancia dos seus. É entender que o amor que desejamos e merecemos se constrói a partir da comunidade, do cuidado mútuo, da escuta generosa. É se permitir ser visto e ver o outro por inteiro, sem filtros coloniais.

O amor preto não é exceção. Não é compensação. Não é resistência solitária. Ele é revolução quando se propõe a curar, a reinventar, a oferecer aquilo que o sistema sempre nos negou: leveza. E é justamente essa leveza — construída com dignidade, consciência e afeto — que nos aponta um novo caminho. Amar preto é quebrar o ciclo da negação. É afirmar que somos possíveis. Que somos desejáveis. Que somos completos.

Neste Dia dos Namorados, celebre se quiser — mas, sobretudo, reflita. Que tipo de amor estamos construindo? Que valores estamos repetindo? E o que podemos criar de novo a partir da nossa ancestralidade?

Porque se o projeto foi nos desumanizar, que o amor seja o caminho para nos reumanizar. E que ele seja inteiro, nosso, com a nossa cara, o nosso ritmo, a nossa memória.

Ame-se, primeiro. Como nossos mais velhos sempre sinalizaram: se a sua escolha for um relacionamento monorracial, beije sua preta ou seu preto em praça pública. Sem vergonha, sem medo, sem disfarce. Seu — não no sentido de posse, mas de espelho. De quem caminha ao lado, refletindo sua história, sua luta, sua beleza.

O básico nas mãos dos negros é ouro

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Foto: Freepik

O maior espetáculo para o pobre da atualidade é ter o que comer em casa. – Carolina Maria de Jesus

De uma conversa animada e descontraída, com o meu sobrinho, acabei passando para um estado de tristeza e perplexidade. Mas antes de comentar do que se trata, vou te situar um pouco sobre a vida dele.

O Gabriel é um jovem negro. Está com dezesseis anos. Mora com os pais na Zona Sul de São Paulo. Adora ouvir samba, e até entrou numa escola de música para aprender cavaquinho. É entusiasta de diversas modalidades de esportes e estuda em escola pública. 

Ele está sempre ligado nas notícias e debates sobre o racismo; quando vê notícias, imediatamente compartilha comigo pelo WhatsApp “o que acha disso, tio?”.  A minha irmã às vezes comenta “esse aí parece você!”. Eu dou risada, claramente com orgulho do sobrinho.

Falando da minha irmã, ela é professora do ensino básico na rede municipal. Sai para trabalhar no período da manhã e retorna somente à noite; o marido trabalha de vigilante em duas empresas. Encontrá-lo em casa é como acertar na loteria; a propósito, a residência foi financiada a perder de vista. Até o início do ano, eles eram caseiros de uma chácara.

No mês passado, o Gabriel foi passar um fim de semana comigo. Em meio às nossas conversas, comentou que na escola os amigos chamam ele de “nego boy”. Isso está causando certo incômodo no moleque, porque não é verdade. Ele sabe que o pouco de conforto desfrutado decorre da própria ausência dos pais que passam mais tempo trabalhando do que no convívio familiar.

A provocação começou após ele levar os amigos para fazerem trabalho escolar em casa. Os jovens se surpreenderam com os detalhes da moradia. O quarto dele, por exemplo, é uma pequena suíte. Nela tem uma TV bacana, notebook, ar condicionado, pintura nova. Nada luxuoso. A sala é aconchegante. O quintal é espaçoso. Se abrirmos a geladeira e o armário de mantimentos, constataremos o suficiente para o consumo do mês. Nem sempre dá. Mas, no geral, a moradia contém o básico para a sobrevivência.

Obviamente, a visão manifesta dos jovens é reflexo do estabelecido no imaginário brasileiro, nos suscitando algumas perguntas: afinal, qual o valor do que é básico em uma sociedade racista? Até quando o rompimento de estereótipos causará espanto nas pessoas?

Olhares, um show de Péricles e um beijo: o início da história de Clara e Breno

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📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima

Foi durante um show de Péricles que Clara Moneke e Breno Ferreira perceberam que havia algo além da amizade que já cultivavam desde 2022, quando atuaram juntos em uma série. “A gente ficou se fuzilando a noite inteira”, brincou Breno. O primeiro beijo veio ali mesmo, e, como Clara define com bom humor: “Foi uma coisa que no primeiro beijo a gente sabia. Ferrou. Foi amor ao primeiro beijo.”

Hoje, quase um ano depois desse encontro, o casal — no ar em Dona de Mim e Vale Tudo — celebra o primeiro Dia dos Namorados juntos e já fala abertamente sobre planos de casamento e filhos. “A partir do momento em que a gente tem essa relação muito apaixonada, é o natural da vida ir para esse lugar”, afirmou Breno. Clara completa: “Para a gente é só daqui para debaixo da terra, até que a morte nos separe.”

Os dois também revelaram o lado leve e divertido da relação. “Meu amor é brega, com todo orgulho”, disse Clara. “Eu sou de fazer camisa, fiz um cordão com um ‘B’ para mim e um anel para ele de ‘C’. É muito bom esse amor saudável, de poder amar e ser retribuída.” Já nos apelidos carinhosos, eles entregaram uma lista: “Eu adoro Beco, Becoleco…”, contou Clara. Breno completa: “Aí eu falo Becaleca. Também gosto de Nenega, do Nenego.”

Apaixonados e bem-humorados, Clara e Breno também não se incomodam com o assédio do público, que costuma elogiar o casal nas redes sociais. “É bom ser querido, reconhecido pelo trabalho e também como casal preto. Mas é claro que às vezes tem quem passa do limite”, pondera Breno. Clara, entre o orgulho e um leve ciúmes, diz: “Posta essa foto sem camisa, amor, tá lindo… mas depois eu fico lá, hum… (risos).”

Seja no trabalho, nos pequenos gestos ou nos grandes planos, o casal vive um momento de construção e parceria. “Nosso casamento vem aí, com Pericão cantando”, brincou Breno. Clara reforça: “A gente tem sonhos, de filhos, de família. O casamento vai acontecer no momento certo. Por enquanto, estamos aproveitando cada dia juntos.”


📸 Breno Ferreira e Clara Moneke — Foto: gshow/Marcos Serra Lima

Ajuliacosta é revelação do ano e Doechii critica Trump em discurso: os grandes destaques do BET Awards 2025

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Fotos: Reprodução/Instagram e Christopher Polk

O Bet Awards 2025, premiação que celebra a excelência negra na música, foi realizado na noite desta segunda-feira (9), com muitos momentos marcantes, vitórias históricas e discursos poderosos. A cerimônia foi apresentada pelo ator e comediante Kevin Hart.

Entre um dos grandes destaques da noite, a rapper brasileira Ajuliacosta, venceu a categoria Melhor Artista Revelação Internacional. Até então, MD Chefe era o único brasileiro a conquistar esse prêmio.

“Eu estou muito feliz por estar levando esse prêmio! Eu quero agradecer a todo mundo que me fortaleceu nessa, a mobilização que os rappers fizeram, à toda bancada que olhou meu trabalho com um olhar carinhoso…Só gratidão! Isso me impulsiona cada vez mais”, agradeceu a artista. 

Doechii também se destacou na cerimônia ao se posicionar publicamente contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso de vitória do prêmio de Melhor Artista Feminina de Hip Hop. A rapper contestou o envio de tropa da Guarda Nacional para Los Angeles em meio aos protestos contra as batidas policiais de imigração. 

“Trump está usando forças militares para impedir um protesto e quero que todos vocês considerem que tipo de governo ele parece ser, já que cada vez que exercemos nosso direito democrático de protestar, o exército é mobilizado contra nós. Que tipo de governo é esse?”, criticou. 

“As pessoas estão sendo arrastadas e arrancadas de suas famílias, e sinto que é minha responsabilidade como artista usar este momento para falar em nome de todos os oprimidos, dos negros, dos latinos, das pessoas trans, das pessoas em Gaza. Todos nós merecemos viver com esperança e não com medo. E espero que nos unamos, meus irmãos e irmãs, contra o ódio, e protestemos contra ele”, acrescentou.

Stevie Wonder e Jamie Foxx no BET Awards 2025 (Foto: Christopher Polk)

Ícone da noite

Em dos momentos mais emocionantes da noite, Jamie Foxx recebeu o prêmio Ultimate Icon Award das mãos de Stevie Wonder, e fez um discurso comovente, ao agradecer a Deus pela “segunda chance” após ter sofrido uma hemorragia cerebral que resultou em um derrame em abril de 2023.

“Não consigo nem começar a expressar o amor que sinto de todos. Tenho que ser sincero, quando vi o In Memoriam, pensei: cara, poderia ter sido eu. Não sei por que passei por tudo o que passei, mas sei que minha segunda chance não vou recusar”, declarou. 

“Eu tenho tanto amor para dar. Eu disse a ele [Deus], ​​eu disse, cara, me dá mais uma chance nisso”, disse com os olhos cheios de lágrimas. “Eu disse, seja lá por que motivo você me impuser isso, eu prometo que vou fazer a coisa certa. E vou fazer a coisa certa na frente de vocês, porque eu sei que muitas vezes, quando nos damos bem, esquecemos de onde viemos. Quando fiz meu especial [Jamie Foxx: What Had Happened Was… na Netflix], foi na frente de pessoas negras. As pessoas negras foram as que disseram, cara, nós te pegamos. Não quer dizer que os brancos também não saibam rezar. Eu sei que parece estranho, mas vocês sabem do que estou falando. É como se vocês tivessem me pressionado, e eu não quero fazer esse discurso inteiro sobre isso, mas vocês não podem passar por algo assim e não testemunhar.”

Os cantores Snoop Dogg, Mariah Carey e Kirk Franklin também venceram o Ultimate Icon Award. 

Veja a lista completa de vencedores do Bet Awards 2025 aqui!

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