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“Arca de Noé” divulga bastidores da dublagem com Lázaro Ramos, Leandro Firmino, entre outros

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Arca de Noé”, o novo filme de animação brasileiro, que estreia no dia 7 de novembro nos cinemas, divulgou vídeos com bastidores da dublagem com um elenco de peso, que conta com muitos artistas negros, na última sexta-feira (18). 

Entre os dubladores negros, estão Chico César (o Bode), Lázaro Ramos (o Leão Baruk), Babu Santana (Lombriga), Leandro Firmino (Zé Urso) e Luis Miranda (Serpente macho, Sheyla, Corsa, Texugo), Edvana Carvalho (Ruth), e muito mais. 

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Segundo a sinopse, Tom (Marcelo Adnet), um guitarrista talentoso e pragmático, e Vini (Rodrigo Santoro), um poeta romântico e sonhador, são uma dupla carismática e caótica de ratos. Quando o grande dilúvio se aproxima, apenas um macho e uma fêmea de cada espécie são permitidos na Arca de Noé. Tom consegue entrar, mas Vini fica para fora e conta com a ajuda de uma barata engenhosa e a boa sorte do destino para se juntar ao amigo. 

Durante a viagem, brigas por território e alimentos se instauram, deixando os animais mais fortes contra os mais fracos. Surge a ideia de um concurso de música, que vira o maior objetivo de todos eles e que faz Tom e Vini, os verdadeiros músicos dali, se destacarem e serem requisitados.

O roteiro assinado por Sérgio Machado, com a colaboração de Heloisa Périssé e Ingrid Guimarães, foi inspirado nos discos “Arca de Noé 1 e 2”, de Vinicius de Moraes.

Filme brasileiro sobre vivências negras compete no Chicago International Film Festival

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O curta-metragemEstamos Tentando“, dirigido por Guilherme Gomes e Julia Conatti, foi selecionado para representar o Brasil na 60ª edição do Chicago International Film Festival. Competindo ao lado de produções estreladas por grandes nomes como Samuel L. Jackson e Tom Hanks, o filme será exibido na seção “Black Perspectives Shorts: Growing Pains” neste sábado, dia 19 de outubro, às 18h30, no AMC New City, em Chicago. O curta aborda as dificuldades enfrentadas por pessoas negras no Brasil em uma narrativa que mescla questões sociais e pessoais.

Com apenas 16 minutos de duração, Estamos Tentando acompanha a trajetória de Luna, uma jovem negra recém-formada que busca espaço no mercado de trabalho enquanto revisita uma amizade com Thiago, um ex-colega que agora é uma estrela do pagode.

O elenco conta com nomes de peso, como Augusto Madeira, vencedor do Grande Otelo de Melhor Ator Coadjuvante, Mel Lisboa, Lucas Oranmian e Jamile Cazumbá. “Estar entre talentos consagrados e emergentes foi um aprendizado marcante”, comenta o diretor Guilherme Gomes, ressaltando a importância de contar histórias que abordem o racismo e as complexidades das relações humanas.

Antes de sua estreia em Chicago, o curta já foi exibido no FEST New Directors New Films, em Portugal, e será destaque no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, no Rio de Janeiro, no dia 23 de outubro. Produzido pela produtora Para Nós Por Nós (PNPN), com apoio do Programa de Ação Cultural (Proac) e outras produtoras, o filme faz parte de uma seção dedicada a destacar vozes negras no cinema, com potencial de ser pré-selecionado para o Oscar.

Niquinho, o Bandolim de Ouro, ganha álbum póstumo após 19 anos de pesquisa

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Foto: Stela Handa/Divulgação
Foto: Stela Handa/Divulgação

Na última sexta-feira (18), o lançamento de Niquinho, Bandolim de Ouro do Brasil marcou a concretização de um projeto que levou 19 anos para se materializar. Idealizado pelo bandolinista e cavaquinista Agnaldo Luz, o álbum celebra a vida e a obra de Amaury Nunes, conhecido como Niquinho, um bandolinista carioca de grande talento, porém pouco reconhecido pelo público em geral.

O disco, que traz 13 faixas, foi disponibilizado gratuitamente em todas as plataformas digitais no dia 18 de outubro, enquanto a apresentação ao vivo ocorre amanhã (20) no Centro Cultural Vila Itororó, em São Paulo, de forma gratuita, às 11h. O projeto é resultado de uma extensa pesquisa conduzida por Agnaldo Luz, que mergulhou na obra de Niquinho ao longo de quase duas décadas.

Durante esse período, Luz contou com o apoio de familiares e amigos próximos do bandolinista, incluindo sua esposa, Dona Cenira, que contribuiu com partituras inéditas que compõem o álbum. Entre as 13 faixas do disco, 12 são composições de Niquinho, e uma é inédita, criada pelo próprio Agnaldo Luz. O repertório inclui tanto regravações de obras clássicas do músico quanto quatro faixas inéditas, preservadas até então e cedidas exclusivamente para o projeto.

Natural do Rio de Janeiro, Niquinho teve uma participação ativa no movimento do choro carioca, destacando-se como instrumentista e compositor. Mesmo sem o devido reconhecimento durante sua vida, o artista fez parte de gravações históricas e colaborou com grandes nomes da música brasileira, como Carlos José, Silvio Caldas, Candeia, Roberto Ribeiro e o Grupo Fundo de Quintal. Além do choro, sua produção artística abrange uma diversidade de gêneros, incluindo samba, bolero, xote, forró e balada, com canções gravadas por nomes de peso como Elis Regina, Clara Nunes, Roberto Carlos e Elza Soares.

Com curadoria de Dom Filó, evento gratuito se torna ponto de encontro na Pequena África para exibição de filmes

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Foto: Divulgação

Com curadoria de Dom Filó, responsável pela Cultne.TV — a primeira televisão brasileira 100% dedicada à cultura negra, o projeto “Cine Jardim” tem sido fundamental para o fomento da cultura na Pequena África, no Rio de Janeiro. Neste sábado (19), a partir das 18h30, serão exibidos os curtas-metragem “De Dentro do Quarto”, dirigido por Paula M. Urbinati, e “O Tempo é um Pássaro”, de Yasmin Thayná.

“As exibições de filmes na mostra do Cine Jardim são de grande importância no combate à invisibilidade da memória negra em nosso país. Estar no território da Pequena África potencializa mais ainda essa caminhada”, destaca Dom Filó, que realizará uma roda de conversa com a Rafaela Pinah, fundadora do Coolhunter Favela, após as sessões.

O evento gratuito acontece mensalmente, exibindo filmes que celebram o protagonismo de pessoas negras, LGBTQIAAPN+ e PcDs. Também oferece churros e pipoca gratuitamente. Basta adquirir o ingresso no Sympla. (Acesse no final da matéria!)

Filme “O Tempo é um Pássaro” (Foto: Angelo Ponte)

Em meio à crescente urbanização da região portuária, que carece de equipamentos voltados ao desenvolvimento cultural, o Cine Jardim tem se tornado um ponto de encontro onde as pessoas podem se reunir, compartilhar experiências e vivenciar o cinema, como destaca Thiago Viana. “Esse evento surge como uma alternativa a essa carência na Pequena África. A ideia de criar um espaço dedicado ao cinema e às artes dramáticas é fundamental para fomentar a cultura local e oferecer uma alternativa de entretenimento e reflexão para a comunidade.”

Neste sábado, a primeira exibição será do filme “De Dentro do Quarto”, que convida o público a explorar o mundo pelos olhos de uma criança. O curta narra a trajetória de um garoto que desperta em um quarto sem lembranças, mas que, aos poucos, ganha coragem para descobrir o que há do lado de fora. “A principal mensagem do curta é ‘não ter medo de enfrentar o desconhecido’”, comenta a diretora. Depois, o filme exibido será “O Tempo é um Pássaro”, que retrata a busca de pertencimento de Zuri, uma personagem que tenta reencontrar sua identidade cultural. 

Surgindo como um projeto que além de proporcionar entretenimento, pretende ser um espaço de diálogo e reflexão sobre questões educativas, políticas e sociais, o projeto “Cine Jardim” é realizado desde maio, mensalmente, sempre no terceiro sábado do mês. Thiago reforça a importância da iniciativa ao destacar o papel transformador do cinema: “Acreditamos que as histórias contadas nas telonas têm o potencial de provocar reflexões, risadas e, acima de tudo, promover um senso de pertencimento. Esperamos que todos possam se juntar a nós para essa celebração da sétima arte, desfrutando dos filmes, do convívio e da troca de experiências”, conclui.

SERVIÇO

CINE JARDIM

Data: 19 de Outubro (todo terceiro sábado de cada mês, até dezembro)

Local: Jardim Suspenso do Valongo

Endereço: Rua Camerino, Sn, Centro (em frente ao número 48)

Horário: 18h30

Ingresso: Gratuito

Link para adquirir o ingresso: Sympla (De Dentro do Quarto), (O Tempo é um Pássaro

Em Portugal, curso sobre racismo e xenofobia apenas com professores brancos é suspenso pela universidade

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Foto: Reprodução

Após repercussão internacional com críticas sobre um programa de pós-gradução sobre racismo e xenofobia apenas com professores brancos, em Portugal, foi cancelado. O curso oferecido pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa em parceria com o Observatório do Racismo e Xenofobia, uma entidade governamental, repercutiu negativamente nas redes sociais ao ilustrar todos os professores que faziam parte do programa.

“As reações foram compreensivelmente indignadas, e a universidade e o observatório retiraram a página do curso no mesmo dia”, disse a Paula Cardoso, fundadora do Afrolink, organização negra e portuguesa que denunciou o curso nas redes sociais, em entrevista à Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (17). “Um dos módulos tinha o título: ‘Mas o racismo existe mesmo?’. Ora, para quem sofre isso na pele todos os dias a pergunta é no mínimo insultuosa”, destacou.

“Entre o momento da aprovação do curso e o da sua operacionalização ocorreram diversas alterações. A principal foi a indisponibilidade de alguns formadores em lecionarem na pós-graduação. Isso motivou ajustes no programa, que acabou por não refletir os princípios da diversidade e inclusão”, defendeu Margarida Lima Rego, professora da universidade, em entrevista à agência de notícias Lusa, após o anúncio da suspensão do curso na terça-feira (15).

Segundo Cardoso, a expressão “racismo estrutural” foi mencionada pela primeira vez em um documento oficial português em 2021, quando o governo socialista de António Costa lançou o Plano de Combate ao Racismo e à Discriminação. A criação do Observatório foi uma das recomendações desse Plano e, em 2023, foi implementado como um projeto acadêmico em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade Nova.

“Foi um projeto que nasceu torto”, disse Myriam Taylor, ativista na área de diversidade e direitos humanos, em entrevista à Folha. “Na universidade ninguém achou estranho [o Observatório ser formado por pessoas brancas], porque em Portugal foi normalizado o fato de que não existem pessoas racializadas em espaços de poder, e a universidade é um espaço de poder”, explicou.

Procurados pela Afrolink e pela Folha, o Observatório do Racismo e Xenofobia ainda não se pronunciou sobre o caso.

Inscrições para terceira edição do prêmio Fashion Futures, do Instituto C&A, encerram dia 21 de outubro

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Foto: Divulgação

As inscrições para a terceira edição do prêmio  Fashion Futures, promovido pelo Instituto C&A, ainda estão abertas!  Uma das principais premiações do setor de moda sustentável do país, o Fashion Futures vai receber até a próxima segunda-feira, dia 21 de outubro, inscrições de projetos e marcas que estão ajudando a moldar um futuro mais justo, diverso e regenerativo para a moda.

Este ano, a premiação deve contemplar quatro categorias abertas para projetos e marcas, além de duas categorias definidas por uma banca de especialistas. Entre as categorias disponíveis para inscrição estão: “Projetos Sociais na Moda”, que reconhecerá organizações que promovem impacto social e ambiental, “Inovações e Novos Materiais”, destinada a soluções tecnológicas e sustentáveis para o setor, “Circularidade e Marcas com Produção Sustentável” e “Diversidade e Redução de Desigualdades”, focada em empresas que promovem inclusão e equidade.

Os vencedores de cada uma dessas categorias receberão prêmios em dinheiro que variam de R$ 10 mil a R$ 50 mil, oferecendo um incentivo financeiro para o desenvolvimento contínuo de suas ações. Outra novidade é a escolha das 50 Personalidades Fashion Futuristas do Ano, que destacará influenciadores, jornalistas, ativistas e outros profissionais de renome no ecossistema da moda, reconhecidos por suas contribuições na construção de uma moda mais sustentável e socialmente responsável.

“Nosso objetivo com o Fashion Futures é destacar aqueles que estão na vanguarda da transformação da moda. Esta edição é um chamado para que o setor se comprometa ainda mais com práticas que promovam impacto positivo, tanto social quanto ambiental. Acreditamos que, juntos, podemos impulsionar mudanças significativas para o futuro da moda”, afirma Gustavo Narciso, gerente executivo do Instituto C&A.

A banca de avaliação do prêmio será composta por especialistas de destaque no universo da moda e sustentabilidade, incluindo nomes como Alê Farah, jornalista especializada em moda e sustentabilidade, e Daniela Falcão, fundadora da plataforma Nordestesse. A curadoria também conta com Patrícia Carta, editora-chefe da Harper’s Bazaar, e Kamila Merle, gestora nacional de moda no Sebrae.

Inscrições e mais informações podem ser obtidas no site oficial do Instituto C&A: https://institutocea.org.br/fashionfutures.

Dia Mundial da Menopausa: os desafios na detecção de câncer uterino em mulheres negras

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Foto: Freepik

Neste Dia Mundial da Menopausa, celebrado em 18 outubro, refletir a importância de falar sobre essa fase transitória e racializar sintomas e tratamentos, ainda é necessário. Pessoas que apresentam sangramento anormal após a menopausa costumam ser submetidas a um exame de ultrassom transvaginal, método não invasivo utilizado para identificar sinais de câncer uterino. No entanto, pesquisas indicam que esse exame é menos eficaz em detectar a doença em mulheres negras do que em brancas.

Pessoas negras com útero têm uma probabilidade maior de desenvolver câncer endometrial, um tipo de câncer uterino que afeta principalmente mulheres na fase pós-menopausa com mais de 60 anos. Estudos recentes sugerem que o uso frequente de alisadores químicos para cabelo pode ser um fator de risco. Além disso, mulheres negras apresentam o dobro de chances de morrer em decorrência dessa doença, tornando a detecção precoce ainda mais essencial.

Especialistas afirmam que as diretrizes atuais seguidas por médicos e radiologistas para interpretar os resultados do ultrassom transvaginal pode estar resultando em diagnósticos tardios para mulheres negras, especialmente entre aquelas que já possuem maior predisposição a formas mais agressivas de câncer endometrial.

“Uma coisa é clara em todos os aspectos: infelizmente, mulheres negras têm mais probabilidade de morrer de câncer endometrial”, disse o Dra. Onyinye D. Balogun, radio-oncologista do NewYork-Presbyterian Brooklyn Methodist Hospital, em entrevista ao TODAY.com, em agosto deste ano.

Em um estudo publicado em junho no JAMA Oncology, a Dra. Kemi Doll e sua equipe investigaram a eficácia das diretrizes atuais de ultrassom transvaginal entre pacientes negras, ao analisarem que mulheres brancas com câncer de endométrio apresentam uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 84%, enquanto para as mulheres negras esse índice cai para apenas 62%.

“Quando você não está mais menstruando, a espessura da faixa endometrial deve ser mais ou menos estável”, explica. Se houver um aumento dessa espessura, isso pode ser um sinal de câncer endometrial. Nesses casos, a paciente será submetida a um exame mais invasivo, como uma biópsia, para analisar o tecido.

No entanto, um novo estudo indica que cerca de 1.500 mulheres negras, mais de 11% das pacientes com câncer endometrial (24 de 210 pessoas), tiveram medidas de espessura endometrial que estavam dentro do limite normal.

“Um ultrassom transvaginal é “uma boa opção” para ajudar as pessoas a evitar biópsias desnecessárias. No entanto, este estudo mostra que essa estratégia pode não ser adequada para pacientes negros”, afirmou a Dra. Kimberly Gecsi, diretora médica do departamento de obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina de Wisconsin e membro do ACOG (Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, em tradução livre), ao TODAY.com.

Gecsi encaminhou o novo estudo para revisão por um comitê de especialistas do ACOG, que está planejando revisar os achados de pesquisas recentes que sugerem que o uso do ultrassom transvaginal para detecção de câncer endometrial em indivíduos negros pode não ser confiável.

Heinz retira do ar propagandas acusadas de racismo e emite pedido de desculpas

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Foto: Heinz/Divulgação
Foto: Heinz/Divulgação

A multinacional Heinz foi alvo de críticas severas nos últimos dias devido a dois anúncios publicitários lançados internacionalmente, ambos acusados de perpetuar estereótipos racistas sobre a população negra. As campanhas, veiculadas no Reino Unido e em outros países europeus, foram rapidamente removidas após protestos públicos, e a empresa emitiu pedidos de desculpas formais, reconhecendo o impacto das peças.

O primeiro incidente ocorreu com uma campanha criada pela agência VML, destinada a promover molhos em embalagem “família” da Heinz no Reino Unido. Um dos principais anúncios da campanha foi distribuído em diversos pontos do metrô de Londres e apresentava um cenário familiar: um casal recém-casado saboreando uma refeição ao lado dos pais do noivo, que são brancos, e da mãe da noiva, uma mulher negra.

O detalhe que não passou despercebido nas redes sociais foi a ausência do pai da noiva, o que provocou uma enxurrada de críticas ao retrato familiar. Muitos viram na peça publicitária uma perpetuação do estereótipo de que pais negros são frequentemente ausentes na criação dos filhos.

A crítica mais notável veio do jornalista e escritor britânico Nels Abbey, que apontou o problema em seu perfil no X (antigo Twitter), onde escreveu: “Acredite ou não, mulheres negras também têm pais”. A fala de Abbey rapidamente ganhou força entre os usuários, gerando um debate sobre como estereótipos raciais ainda permeiam campanhas de grandes marcas. Com a pressão aumentando, a Heinz decidiu retirar a campanha do ar e divulgar um pedido de desculpas, afirmando que não houve intenção de ofender, mas reconhecendo o impacto negativo da mensagem.

“Compreendemos que esse anúncio possa ter reforçado estereótipos negativos de forma não intencional. Nossas desculpas são sinceras, e vamos continuar a escutar, aprender e melhorar para garantir que isso não volte a ocorrer”, declarou a Heinz em comunicado oficial.

Entretanto, essa não foi a única controvérsia que a marca enfrentou nos últimos dias. Em uma segunda campanha, dessa vez voltada para o Halloween, a Heinz voltou a ser criticada por reproduzir estereótipos raciais, com foco na representação de pessoas negras.

A campanha, desenvolvida pela agência Gut e veiculada em vários mercados europeus, trazia o slogan “It Ha-Ha-Has to be Heinz”, em referência ao personagem Coringa. A ideia central era mostrar consumidores com os lábios cobertos de ketchup, em uma clara alusão ao sorriso do vilão icônico dos quadrinhos.

No entanto, uma das peças mais polêmicas retratava um homem negro com o rosto coberto de ketchup, gerando acusações de que a imagem remeteria ao “blackface” — uma prática racista historicamente usada para ridicularizar pessoas negras. O uso exagerado do ketchup nos lábios foi comparado às antigas caricaturas racistas, que distorciam as características físicas de pessoas negras, especialmente os lábios, para reforçar estereótipos desumanizantes.

A reação foi imediata. Diversas pessoas denunciaram a campanha nas redes sociais, apontando que, embora a proposta pudesse ser inofensiva à primeira vista, a associação visual feita com o blackface não podia ser ignorada, especialmente em um contexto cultural tão sensível. “É preciso entender que a história por trás dessas caricaturas é dolorosa e está intimamente ligada à opressão racial. Mesmo que não tenha sido intencional, o impacto é inegável”, comentou um ativista nas redes sociais.

Com o aumento das críticas, a Heinz mais uma vez recuou, removendo a campanha de circulação e emitindo um novo pedido de desculpas: “Estamos sempre buscando ouvir e aprender com nosso público global. Lamentamos profundamente o impacto causado por essa campanha e vamos trabalhar para garantir que erros como esse não voltem a acontecer”, disse um porta-voz da Heinz.

Os dois episódios refletem uma realidade cada vez mais presente no mundo corporativo: as marcas precisam estar atentas às questões sociais e culturais ao desenvolver suas campanhas. O público, especialmente nas redes sociais, está mais crítico e vigilante, cobrando posturas que reflitam maior responsabilidade e sensibilidade diante de questões raciais e de identidade. No caso da Heinz, as duas polêmicas servem como um lembrete de que a comunicação deve ser mais inclusiva e atenta à diversidade, para evitar a perpetuação de estereótipos nocivos.

65% das crianças em situação de trabalho infantil no Brasil são pretas ou pardas, diz IBGE

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Foto: Flickr/Cícero R. C. Omena (CC)/Divulgação
Foto: Flickr/Cícero R. C. Omena (CC)/Divulgação

Na manhã desta sexta-feira (18), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou novos dados preocupantes sobre a realidade do trabalho infantil no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), crianças e adolescentes pretos ou pardos representam quase dois terços (65,2%) dos jovens em situação de trabalho infantil no país. Este número é superior à proporção dessa mesma população entre os jovens de 5 a 17 anos, que é de 59,3%.

A pesquisa revela, contudo, uma queda significativa no número total de crianças e adolescentes em trabalho infantil no Brasil. Entre 2022 e 2023, houve uma redução de 14,6%, passando de 1,881 milhão para 1,607 milhão de menores de idade nessa condição. Embora seja um avanço, os dados destacam que a desigualdade racial continua a ser um fator determinante nessa realidade, o que traz à tona a necessidade de políticas públicas mais efetivas para combater o problema.

Outro ponto de destaque da pesquisa é o rendimento médio mensal das crianças e adolescentes que trabalham. O valor médio registrado foi de R$ 771. No entanto, ao se observar a diferença por cor ou raça, a disparidade é evidente: enquanto crianças e adolescentes brancos recebiam, em média, R$ 875, o valor para pretos e pardos era de apenas R$ 707.

Além disso, para aqueles que estavam envolvidos nas chamadas piores formas de trabalho infantil, atividades classificadas na Lista TIP (Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil), o rendimento médio foi de R$ 735. Este segmento é composto majoritariamente por meninos (76,4%) e crianças de cor preta ou parda (67,5%).

Geograficamente, o trabalho infantil no Brasil se concentra principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O Nordeste, com seus 506 mil jovens afetados, é a região que registra o maior número absoluto de casos. Já a região Norte apresenta a maior proporção relativa, com 6,9% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil.

Outro dado relevante é a relação entre trabalho infantil e programas de assistência social. Segundo o estudo, 78% das crianças e adolescentes em domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família são pretos ou pardos, enquanto 20,4% são brancos. Esse dado reforça a interseção entre vulnerabilidade social e desigualdade racial no país.

Apesar da redução do trabalho infantil como um todo, a nova edição da PNAD Contínua expõe um quadro alarmante de desigualdade racial. Crianças pretas e pardas continuam a ser a maioria esmagadora entre os jovens que vivem em condições de trabalho, especialmente nas suas formas mais perigosas e degradantes.

Juiz aponta falhas em caso de assassinato do pai de Michael Jordan e pede libertação de condenado 28 anos depois

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Foto: Getty Images

O juiz Gregory Weeks, que presidiu o julgamento de Daniel Green, condenado pelo assassinato de James Jordan, pai do astro da NBA Michael Jordan, em 1996, entrou com um pedido na última terça-feira, 15, junto à comissão de liberdade condicional da Carolina do Norte para libertar o réu, que cumpre prisão perpétua. Weeks afirmou que novas evidências, não divulgadas no julgamento, poderiam ter alterado o veredicto.

James Jordan foi morto em 1993, enquanto dormia no banco do passageiro de seu carro, de acordo com a acusação. O corpo foi encontrado em um pântano na Carolina do Sul, duas semanas após o crime. Green, na época com 18 anos, e seu amigo de infância, Larry Demery, foram acusados de tentar roubar o carro de Jordan, resultando no assassinato.

A principal testemunha do caso foi Demery, que alegou que Green teria puxado o gatilho. Contudo, Weeks revelou que um teste forense conduzido no carro de Jordan foi inconclusivo quanto à presença de sangue, o que não foi informado durante o julgamento. O juiz destacou que essa omissão tem “assombrado” sua consciência por quase três décadas.

A defesa de Green sustenta que ele não cometeu o homicídio, mas ajudou Demery a se livrar do corpo, após ter sido chamado pelo amigo. Em carta à comissão, Green expressou arrependimento: “Todos os dias vivo com o remorso e a dor pelas decisões juvenis que tomei.”

A comissão de liberdade condicional deve deliberar sobre o caso nas próximas semanas. Michael Jordan e Gregory Weeks não comentaram o pedido, e a família Jordan permanece em silêncio.

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