O blog Negras no Altar, criado em fevereiro de 2012, primeiro site brasileiro de casamento para mulheres negras, busca preencher a lacuna encontrada pelas noivas durante o planejamento do casamento. Há dois anos, o site vem mostrando a beleza negra e as tendências de casamentos para mulheres que não se veem representadas em publicações do segmento.
O site tem o objetivo de auxiliar as noivas a encontrar artigos, serviços e produtos voltados para as especificidades das mulheres negras, tais como as relacionadas a penteados e maquiagens, por exemplo.
Para noivas em geral, existem dificuldades durante o processo de organização do casamento, para as mulheres negras ainda são acrescentadas as especificidades dos vários tons de pele negra e cabelos. A falta de informações especializadas sobre esses temas está entre as principais queixas das mulheres.
Nos últimos dois anos, o Blog Negras no Altar tornou-se referência para noivas negras durante a organização do casamento. Nesse período, o Blog já recebeu a visita de 260 mil internautas, cerca de 20 mil visitas mensais, além de possuir uma fanpage com mais de 11 mil seguidores. Em suas páginas, as leitoras e noivas encontram histórias, experiências, dicas, tendências e um ambiente aberto ao diálogo. Atualmente, o blog procura estar mais próxima ao seu público, seja com a criação de grupo de discussão em redes socais ou com o lançamento do aplicativo para celulares, App Negras no Altar (http://app.vc/negrasnoaltar).
Provocar reflexões sobre qual é o espaço da cultura negra na cidade de São Paulo, formar público para o consumo dessas produções e perceber qual é a real visibilidade que estas artes têm em relação à midia e ao mercado cultural. Este é o principal objetivo da PÍLULA DE CULTURA FEIRA PRETA 2014, uma parceria entre o Instituto Feira Preta o Centro Cultural São Paulo que volta neste ano com uma série de eventos denominados Panorama das Artes Negras: Ausências e Presenças. De maio a outubro os encontros reunirão especialistas, profissionais e artistas que discutirão o atual momento das mais diversas manifestações culturais sob o ponto de vista da arte negra. Dia 25 de maio de 2014, a partir das 15h, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 – Sala Adoniran Barbosa) acontece o primeiro encontro e a pauta principal é a Literatura.
Esta Pílula de Cultura é voltada para estudantes, acadêmicos, pesquisadores, artistas, profissionais da mídia e do mercado cultural e interessados, além de produtores da cena cultural e de todos que queiram ou têm interesse na temática. O evento é constituído de dois momentos: no primeiro uma mesa de debate com reflexões profundas acerca da linguagem artística do mês onde cada convidado acrescenta ao assunto seu ponto de vista e aspectos relacionados às suas pesquisas. No segundo, apresentações artísticas da linguagem discutida no evento.
Após seis anos de realização as Pílulas de Cultura aprofundam as reflexões a respeito da produção cultural negra, traçando um panorama da cadeia de produção de linguagens como teatro, dança, artes visuais, literatura e música, levantando importantes questões: onde estão estas produções? Quem está realizando? Quando elas acontecem? De que forma ou formato são criadas? Que tipo de público está atingindo? Que espaços esta arte está ocupando e porque? Qual a sua visibilidade em mundo cercado de estereótipos e pré-conceitos?
“É fato que o panorama nas artes negras existe. O projeto é uma tentativa de torná-lo mais visível, aos olhos dos produtores e de toda a sociedade, porque por mais que a cultura oriunda da população negra seja a base da nossa sociedade, ela não tem o destaque que merece, assim como a sua própria população”, explica Adriano José, um dos produtores da Pílula. Ao final de cada etapa do evento uma publicação exclusiva será produzida para servir de referência e fruto de pesquisas sobre o assunto. Durante o evento haverá uma Feira de livros com selos, livros e editoras de Literatura para exposição e venda.
Programação Panorama das Artes Negras:
Tema: Ausências e Presenças na Literatura
15h30 às 18h – Roda de Conversa – Tema: Qual é o Panorama das artes Negras: Presenças e Ausências na Literatura
Debatedores
Mediação da mesa: Alexandre Bispo
Mestre em Antropologia Social pela FFLCH / USP e cientista social pela mesma universidade, é arte crítico, curador e pesquisador
Mário Augusto Medeiros da Silva
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Realizou a tese de doutorado “A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2000)” Ele estudou escritores brasileiros que se auto referenciam como negros ou periféricos, destacando o período entre a década de 60 e 2000. Mário aborda o processo produtivo desses escritores, as dificuldades de publicação e as possíveis relações com movimentos sociais.
Fernanda RodriguesdeMiranda
Mestre pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas com o estudo “Os caminhos literários de Carolina Maria de Jesus: experiência marginal econstrução estética”.
Elizandra Souza
Jornalista , escritora do livro PUNGA (co-autoria com Akins Kintê) e Águas da Cabaça. Fundadora do Coletivo MJIBA, editora da Agenda Cultural da Periferia e locutora da Rádio Heliópolis. Refletirá sobre a escrita das mulheres negras nas periferias de São Paulo, partindo da sua experiência de 10 anos dentro do cenário da cultura de periferia e da literatura negra até a organização da Antologia Pretextos de Mulheres Negras, que reúne o trabalho poético de 22 mulheres negras.
Vera Lúcia Benedito
É mestre e doutora em Sociologia e Estudos Urbanos pela Universidade Estadual de Michigan, nos EUA. É também pesquisadora na área de relações étnicorraciais, movimentos sociais estudos da Diáspora Africana em projetos independentes. Vera Lúcia traz à discussão aspectos a respeito do mercado editorial e suas possibilidades.
Fernanda Felisberto É doutora em Literatura Comparada pela UERJ e proprietária da Livraria KITABU, que tem a missão de divulgar e fortalecer as produções literárias ficcionais e não-ficcionais voltadas ao universo africano, afrodescendente e, em especial, afro-brasileiro.
Encontro de Literatura e Poesia
Das 18h às 19h30 h
Akins Kintê
É autor de livros de poesias e coletâneas literárias como Punga(2007) e Prosa e Poesia Periférica(2008). No cinema dirigiu do curta-metragem Vaguei nos livros e me sujei com a m… toda(2007) e o documentário Várzea a bola rolada na beira do coração(2010). Na música, recentemente participou do elogiado disco de estreia do grupo paulistano Aláfia. É conhecido por sua poesia gingada e pela maliciosa teatralidade das suas declamações.
Poetas Ambulantes – Coletivo de Literatura e Poesia
Inspirado nos vendedores ambulantes que circulam dentro dos coletivos oferecendo suas mercadores, os Poetas Ambulantes oferecem aos passageiros poesia falada e escrita, em troca apenas de atenção, emoção e interação. A cada mês os Poetas traçam um itinerário diferente sempre em direção a alguma atividade cultural da cidade de São Paulo, percorrendo diversas linhas de ônibus, trens e metrô, declamando e entregando poemas de própria autoria e de autores consagrados.
Sarau Elo da Corrente
O Coletivo Literário Sarau Elo da Corrente está localizada no bairro de Pirituba. O sarau, realizado no bar do Santista, é um espaço de encontro da comunidade em torno da literatura, fomentando a produção de conhecimento oral e escrito. Tem como objetivo construir, de forma participativa, referências positivas sobre o bairro, abrindo um espaço de livre expressão, produção cultural e registro dessa produção.
Quilomboje Literatura
Grupo paulistano de escritores, foi fundado em 1980 por CUTI, Oswaldo de Camargo, Paulo Colina, Abelardo Rodrigues e outros, com objetivo de discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura. O grupo tem como proposta incentivar o hábito da leitura e promover a difusão de conhecimentos e informações, bem como desenvolver e incentivar estudos, pesquisas e diagnósticos sobre literatura e cultura negra.
Pílulas de Cultura Feira Preta
Panorama das artes Negras: Ausências e Presenças na Literatura
Dia: 25 de Maio de 2014
Horário: Das 15h às 20h
Local: Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Sala Adoniran Barbosa
O Centro Afro Carioca de Cinema através de suas ações reforça há 7 anos a importância da influência africana na formação da Identidade da Cultura Brasileira. A criação deste projeto foi a última realização de Zózimo Bulbul, falecido em janeiro de 2013, que sempre valorizou sua raízes africanas. Na primeira edição, desta mostra, em 2012, realizou um grande sonho: criou intervenções artísticas/urbanas/afro brasileiras na Gamboa: fazer uma reverência a todos os africanos que por ali passaram – o lugar de desembarque no Brasil.
Nós do Centro Afro Carioca de Cinema entendemos que é preciso perpetuar seu legado de intervenções em pontos distintos da Zona Portuária transformando este projeto em edições anuais para as novas gerações.
Este projeto visa valorizar a memória das manifestações culturais da população da região portuária, estimulando seu reconhecimento como patrimônio cultural e imaterial. Visa também divulgar conhecimentos sobre a memória da região e como ela pode ser utilizada nos dia de hoje.
A Mostra Herança Africana Intervenções Urbanas a caminho do Porto será realizada nos seguintes locais:
Dia 16 de maio, às 20h – Cortejo do Largo de São Francisco da Prainha – Reverência aos artistas – in memoriame Intervenções de Música.
Dia 16 de maio, 21h às 23h e 17 de maio, 11h às 23h – Cais do Valongo – Degustação de gastronomia afro-brasileira e Exposição de Fotos e de imagens multimídia e Intervenções de Circo e Música.
Dia 17 de maio, 10h às 13h – Museu de Arte do Rio (MAR): Palestras sobre a importância da herança africana na Gamboa e em seu entorno.
Haverá uma Mostra de fotográfica com personalidades cariocasde grande influência para a formação da cultura afro brasileira contemporânea. E também: show de samba com os grupos Raízes Negras, com os cantores Tânia Machado e Rubens Confete e apresentação do grupo Terno de Cambraia. Como projeção de filmes realizados por Zózimo Bulbul sobre a Zona Portuária.
Algumas personalidades que serão homenageadas na Exposição Fotográfica: InMemoriam: Da Música: Aniceto do Império, Silas de Oliveira, Cartola, Nelson Cavaquinho, Natal da Portela, Luiz Carlos da Vila, Xangô da Mangueira, Jamelão, Pixinguinha, João da Baiana, Paulo Moura e Emílio Santiago. Das Artes Cênicas: Grande Otelo, Mussum, Paulão Barbosa e Cléa Simões. Do Cinema: Zózimo Bulbul. Do pensamento: Irmãos Rebouças, Machado de Assis, Luis Gama; Lelia Gonzales, Beatriz Nascimento. Personalidade: Tia Ciata. Em vida: Da Música: Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Carlos Da fé, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Wilson Moreira, Nei Lopes, Dona Ivone Lara, Elza Soares e Rubens Confeti. Das Artes Cênicas: Milton Gonçalves, Léa Garcia, Ruth de Souza e Zezé Motta. Do pensamento: Conceição Evaristo, Ele Semog, Sueli Carneiro.
O ato público e cultural “A Paixão de Cláudia”, articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, Associações, Empresas, Órgãos da Imprensa Formal e Informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral, constitui-se como uma homenagem à mulher negra, trabalhadora e mãe brasileira, Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, que no dia 16 de março de 2014, foi atingida por uma bala perdida dispara por agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro, socorrida pela mesma ainda em vida e arrastada por cerca de 350 metros, chegando ao hospital morta e com partes de seu corpo em carne viva.
O ato consiste em ações e manifestações, performances e apresentações realizadas nas mais diversas linguagens das artes. “Nos reuniremos para celebrar a mãe preta do Brasil, as famílias negras, as famílias coloridas, o direito à vida, ao respeito ao cidadão, à cidadã, aos acessos básicos ao direito de ir e vir, à saúde, à educação, à moradia, ao fim dessa condição de cidadania de segunda classe a qual está relegada parte expressiva da população brasileira”, afirma Renata Felinto organizadora do evento.
A concentração será na Igreja Nossa Senhora da Consolação, dia 18 de abril, às 14 horas. A organização do evento pede aos participantes que se vistam de branco ou de preto e que tragam rosas vermelhas, “uma beleza que a própria natureza armou com espinhos para se proteger de seus opressores”, explica o texto do convite para o ato.
Da Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h, ao som de atabaques que invocam ancestrais africanos que com seus braços, pernas, sangue e suor, erigiram o Brasil, o cortejo segue até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paissandu, onde encontra-se a estátua da Mãe Preta, feita pelo artista Júlio Guerra representando todas as mães pretas que foram e são base desse Brasil.
No Largo do Paissandu será armado um palco no qual, das 16h às 20h, ocorrerão apresentações de música, dança, artes cênicas, literatura e artes visuais.
O ato público e cultural “A Paixão de Cláudia”, articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, Associações, Empresas, Órgãos da Imprensa Formal e Informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral, constitui-se como uma homenagem à mulher negra, trabalhadora e mãe brasileira, Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, que no dia 16 de março de 2014, foi atingida por uma bala perdida dispara por agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro, socorrida pela mesma ainda em vida e arrastada por cerca de 350 metros, chegando ao hospital morta e com partes de seu corpo em carne viva.
O ato consiste em ações e manifestações, performances e apresentações realizadas nas mais diversas linguagens das artes. “Nos reuniremos para celebrar a mãe preta do Brasil, as famílias negras, as famílias coloridas, o direito à vida, ao respeito ao cidadão, à cidadã, aos acessos básicos ao direito de ir e vir, à saúde, à educação, à moradia, ao fim dessa condição de cidadania de segunda classe a qual está relegada parte expressiva da população brasileira”, afirma Renata Felinto organizadora do evento.
A concentração será na Igreja Nossa Senhora da Consolação, dia 18 de abril, às 14 horas. A organização do evento pede aos participantes que se vistam de branco ou de preto e que tragam rosas vermelhas, “uma beleza que a própria natureza armou com espinhos para se proteger de seus opressores”, explica o texto do convite para o ato.
Da Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h, ao som de atabaques que invocam ancestrais africanos que com seus braços, pernas, sangue e suor, erigiram o Brasil, o cortejo segue até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paissandu, onde encontra-se a estátua da Mãe Preta, feita pelo artista Júlio Guerra representando todas as mães pretas que foram e são base desse Brasil.
No Largo do Paissandu será armado um palco no qual, das 16h às 20h, ocorrerão apresentações de música, dança, artes cênicas, literatura e artes visuais.
Mal começaram as gravações e o seriado global ” Sex & ar Nega” (ar seria do sotaque carioca), a paródia da versão americana “Sexy and the City “de Miguel Falabella, já está causando alvoroço nas redes sociais.
Se na versão americana eram tratadas as dores e as delícias de quatro mulheres brancas e sofisticadas, residentes em Nova York, uma das cidades mais badaladas do mundo, na versão de Falabella, as protagonista, todas negras, vivem no bairro de Cordovil, subúrbio carioca.
Com intenções quase dúbias, autor parece querer fazer um contraponto, entre a branquitude e a riqueza, contra a negritude e a pobreza apesar de dizer em entrevista ao jornal O Globo,” que está na hora de falar um pouco sobre a população negra sem focar na coisa do pobre.” Na mesma entrevista , porém, ele faz um adendo . “É pobre, é favelada, mas mulher é mulher em qualquer lugar e classe social.” As quatro amigas – uma camareira, uma cozinheira, uma operária e outra costureira – serão vividas pelas atrizes Karin Hills, Lilian Valesca, Maria Bia e Corina Sabath.
Se não quer agrupar negritude com pobreza, então porque elas não são mulheres de classe média, como as próprias protagonistas são na vida real. Será que o autor não se dá conta que no Brasil, a segunda maior nação negra fora da África, há sim, mesmo que ainda não sejam maioria, mulheres que trabalham, tem seu carro, moram e comem bem e principalmente, que estudam e têm uma carreira?
Parece que não será dessa vez o avanço intelectual e sócio-econômico das negras ganhará vida na TV.
Na noite anterior ao Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, o jornalista da agência Dinheiro Vivo, Luiz Nassif, a blogueira Charô Nunes do coletivo Blogueiras Negras e o ativista e colunista da Carta Capital Douglas Belchior, se reuniram com jornalistas, no Sindicato do Jornalistas, em São Paulo, para discutir a responsabilidade da imprensa no combate ao racismo. O encontro foi promovido pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, (COJIRA).
Luiz Nassif da ADV, Charô Nunes do BN, Juliana Gonçalvez da Cojira e Douglas Belchior da Carta Capital. Foto: Paola Prandini
“Cresci sentindo na pele como o jornalismo influencia a minha vida”, explicou Charô, do Blogueiras Negras ao falar sobre o papel educativo que os meios de comunicação exercem. A blogueira também falou sobre Claudia Ferreira da Silva, morta brutalmente ao cair de uma viatura, após ser atingida com uma bala no pescoço durante um troca de tiros entre policiais e traficantes, na cidade do Rio de Janeiro, no último dia 12 . “Talvez se não tivesse uma pessoa com um celular para registrar o que aconteceu, nós nem saberíamos de nada”, desabafou. Para ela, os negros precisam de mais referências positivas e não podem abrir mão do espaço conquistado “Vi uma foto sobre o massacre de Shaperville, onde havia uma mensagem dizendo ´não nos moveremos’, e acho que é desta forma que devemos agir.” Sobre a ação da imprensa, ela vê que falta, por parte dos jornalistas, uma contextualização de temas como violência policial, com a questão de cor e raça. “Eles nem mencionam a cor das vítimas”, explica.
Para Nassif os veículos produzidos por negros, tem que escrever também para elite e vanguarda que são os reais formadores de opinião. Ele também falou sobre o caso da jornalista do SBT Rachel Sherazade e liberdade de imprensa. “A liberdade de imprensa é o meio de você exercer o seu direito constitucional”, afirmou.
Douglas, da Carta Capital, destacou o resgate da auto-estima da comunidade negra, por meio na Internet e da importância de trazer debates políticos para esse grupo, nas redes sociais. Ele também foi bem crítico em sua análise sobre a atuação política dos negros no cenário nacional contemporâneo: “O movimento negro precisa ser mais radical. No momento não há nenhum líder negro de representatividade”, finalizou o blogueiro.
O acontece no Rio de Janeiro, de 21 a 30 de março de 2014, no Cinema Odeon e no Centro Cultural da Justiça Federal, no Centro Afro Carioca de Cinema e pela primeira vez, com seminários no Teatro da livraria Cultura, na Cinelândia. E ampliando o seu público para a Baixada Fluminense, no município de São João de Meriti. No Cinema Odeon, entrada a preço popular de R$ 4,00 e no Centro Cultural Justiça Federal e na Baixada Fluminense, senha uma hora antes da programação.
Os Encontros de Cinema, que a partir desta edição leva o nome de Zózimo Bulbul, tem em 2014 a curadoria do cineasta Joel Zito Araújo e conta com a participação de Mansour Sora Wade, do Senegal, Rigoberto Lopez de Cuba. E a Direção de Arte é de Biza Vianna. A curadoria está sendo feita visando a continuação da influência marcante do olhar de Zózimo Bulbul que ao criar este projeto acreditava no poder transformador do cinema que para ele era capaz de mudar a concepção de um país. Zózimo realizou um grande trabalho de aproximação com o cinema de países africanos e incentivou o cinema realizado por cineastas afrobrasileiros, africanos e da Diáspora, fortalecendo uma ponte de parceria com o continente africano.
Nesta 7ª edição, iremos homenagear: no Brasil, Zózimo Bulbul; na África, o diretor do Mali Cheik Omar Sissoko.
Para Joel Zito Araújo, três eixos orientam a realização do Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe / Zózimo Bulbul.
1) valorizar e o incentivar o protagonismo juvenil na área de cinema apresentando uma nova geração de realizadores/as negros/as que emergem em vários pontos do Brasil.
2) dar visibilidade para um cinema criativo que se beneficia do desenvolvimento tecnológico audiovisual e produz ficções e docs em múltiplas plataformas, a baixo custo, pelas mãos da juventude brasileira, africana e da diáspora negra de várias partes do mundo.
3) assegurar a exibição de um cinema da diversidade cultural e racial, destacando o cinema negro como um dos aspectos fundamentais deste cenário.
Para Biza Vianna, os Encontros de Cinema pretendem atuar na Preservação e Memória da obra de Zózimo Bulbul, que se tornou referência para a cultura negra através do cinema.
Programação:
Neste ano 2014, temos vários filmes realizados por cineastas de ponta e premiados no FESPACO 2013 – Festival Panafricano de Cinema Ouagadougou: “One Men Show”, Newton Aduaka (Nigéria); “Moi – Zaphira”, Apoline Traore (Burkina Faso); “Toiles d’araignées”, Ibrahim Touré (Mali).
Outra novidade é a inclusão de vários filmes dirigidos por mulheres: “Noire ici Blanche Las Bàs”, Claude Haffner (República do Congo); “Calipso Rose”, Pascalle Óbolo (Camarões); “Um filme de Dança”, Carmem Luz (Brasil); “Dialemi”, Nadine Otsobogo (Gabão).
Também faremos um mapeamento de diversos pontos do Brasil, trazendo jovens cineastas com seus filmes de: Maceió, Sergipe, Minas Gerais e São Paulo. Os filmes são: “Outros Carnavais”, Luiz Paulo Lima (São Paulo); “O que lembro tenho”, Rafael Barbosa (Maceió); “Qui_lombo é esse?”, Everlane de Moraes (Sergipe).
Os diretores destes filmes serão convidados especiais e estarão presentes durante o 7º Encontro. E estarão disponíveis para eventuais coletivas com os jornalistas.
Movimento negro e outras organizações não governamentais redigem carta de repúdio à ação policial que resultou na violenta morte de Cláudia Silva Ferreira, no último domingo, dia 12 na cidade do Rio de Janeiro
CARTA DE REPÚDIO à ação do Estado que resultou na morte de Cláudia Silva Ferreira. Rio de Janeiro, 18 de março de 2014
Nós, organizações da sociedade civil e governamental abaixo-assinados repudiamos a ação de violência racial da polícia do Estado do Rio de Janeiro, cometida no dia 16 de março de 2014, no Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro contra a senhora Cláudia Silva Ferreira, 38 anos, auxiliar de serviços gerais. Cláudia, após ser baleada, foi lançada na caçamba de uma viatura policial e arrastada, de forma cruel, por 350 metros. O tratamento a ela conferido não seguiu o protocolo que determina que o socorro seja feito pelo Corpo de Bombeiros, no local do ocorrido, na presença da perícia. Compreendemos que o ato reflete a barbárie recorrente nas operações policiais para com a população negra das comunidades de periferia, constantemente vítima da violência policial de forma desmedida. O processo de criminalização da pobreza tem justificado os homicídios cometidos por policiais, que colocam-se no direito de matar homens, mulheres, jovens e crianças negros e negras, intitulados pela própria instituição policial como a “cor padrão”.
Esta operação tirou a vida de duas pessoas, cometeu atos com requintes de barbárie e desestruturou famílias. Por isso, exigimos punição exemplar para os envolvidos, revisão imediata das políticas públicas de segurança e combate ao racismo, medidas compensatórias financeiras, assistência e proteção à família da senhora Cláudia Silva Ferreira.
CEPPIR – Coordenadoria Especial de Promoção das Políticas da Igualdade Racial
SUPIR – Superintendência da Promoção da Igualdade Racial
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
CIR/OAB – Comissão da Igualdade Racial
AMAR- Associação de Mulheres Ação e Reação Em Cadeiam Cadeia
COMDEDINE – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro
COISA DE MULHER
MULHERES NEGRAS CONSTRUINDO VISIBILIDADE
MARKING- Movimento de Ação e Reflexão Martin Luther King CrimsonCrimsonCENACORA – Comissão Ecumênica Nacional de Combate ao Racismo
CRIOLA
DIVINA SENZALA
CEDICUN – Centro de Estudos e Divulgação das Culturas
MOVIMENTO&MÍDIA
NegrasALIANÇA DE BATISTA DO BRASIL
Adriana Baptista
Miro Nunes
Marina SILVA
TOQUE DE PRETA PRODUÇÕES
Janaina Oliveira Re.Fem
Núcleo Donas da arte
JOR PRODUÇÕES
ILÉA FERRAZ – atriz
ZEZYNHO ANDRADE
FÓRUM DE MEULHERES NEGRAS DE SÃO PAULO
RICARDO ROMÃO – Ator/ Regional Saci ChorãoCARLOS EDUARDO DIAS MACHADO – Historiador
BERENICE de AGUIAR SILVA- Médica e Advogada
REDE MAMATERRA
O racismo é uma agressão. Mesmo que a vítima tenha sido agredida ” só “verbalmente os danos físicos aparecem, algumas vezes de forma efetiva. Com uma forte crise de asma, que chegou a levá-la ao hospital, a empresária Marina Silva passou por um dos maiores constrangimentos da sua vida, quando foi a uma agência do banco Itaú Pesonnalité, na no bairro do Méier (RJ, no dia 12 de março.
A empresária Marina Silva
Por Silvia Nascimento
Ao entrar pela agência, que destinada à clientes “prime”, a empresária ouviu a segurança, pedir para que ela removesse o conteúdo que estava em sua bolsa, o que ela fez prontamente. Não satisfeita, a segurança pediu que ela mostrasse a bolsa vazia, para ter certeza de que não havia mais nenhum objeto “Foi muito estranho porque a agência é pequena e quando eu falava, só minha voz era ouvida no ambiente e todos olhavam para mim”, descreve a empresária. A revolta no entanto veio, quando ela constatou que os clientes que entram depois dela, mesmo carregando pertences em volume e quantidade maior, não foram revistados.
Ao questionar a atitude da segurança em selecionar quem passa pela revista, Marina ouviu que ela teve que passar pelo procedimento por nunca ter sido vista naquela agência. “A segurança só me pediu desculpas quando eu disse que era correntista, como se não-correntistas pudessem ser tratados daquela forma”, desabafou.
Crise asmática e BO
Abalada por ser a única a ser constrangida com a revista dentro da agência, Mariana teve uma forte crise asmática e foi parar no hospital. Orientada por advogados, a empresária pediu um laudo à médica que a atendeu.
Em seguida, ela ainda teve energia para fazer um boletim de ocorrência na 23ª Delegacia do Meier, onde foi orientada pelo delegado a registrar o ocorrido como constrangimento ilegal e não racismo. Com os seus advogados ela agora pretende processar o Itaú e não a segurança, por discriminação racial. O gerente da agência ligou pedindo desculpas, bem como o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC).
Ainda nesta semana, Marina irá participar de uma reunião na Comissão Nacional de Promoção da Igualdade da OAB. Ela ainda tem um projeto de ações coletivas para combater a discriminação em estabelecimentos bancários.