Gilberto Gil é entrevistado pela equipe do Mídia Étnica
(Foto: Facebook)
Não dá para pensar em direitos iguais e diversidade sem comunicação. A Internet é um meio de baixo custo e muitas vezes até gratuito onde qualquer um pode criar um canal no Youtube, um blog para expor suas ideias para o mundo ou uma página no Facebook para promover seus negócios e serviços. Nós negros sabemos muito pouco sobre essas ferramentas e oportunidades, por isso no próximo sábado dia 19, às 15h o site Mundo Negro vai comandar um bate papo com quem entende do assunto: Jornalistas, youtubers e demais produtores de conteúdo.
O evento é gratuito e faz parte da programação do FlinkSampa, no Memorial da América Latina, ao lado da estação Barra Funda do Metrô.
Feira e prêmio de literatura negra, espaço de recreação para crianças negras, festival Afrominuto, Seminário Internacional com membros do Black Lives Matters, homenagem à Elza Sores, show com Liniker, presença das misses Brasil e São Paulo. O Flink Sampa é sem dúvida o maior evento para comunidade negra no Brasil e só mesmo o Memorial da América Latina para dar conta de tantas atrações.
A FlinkSampa – Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra, terá sua quarta edição realizada entre os dias 18 e 19 de novembro, no Memorial da América Latina e nos Campi da UNINOVE e da Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo. A partir do lema “Eu quero liberdade”, serão realizados debates literários e sociais, mostras de cinema, palestras e outras atividades culturais, focando sempre em questões relacionadas aos direitos dos negros e a favor do fim do panorama de exclusão ainda persistente. Toda a programação é gratuitae aberta ao público.
“O pilar central da FlinkSampa está relacionado à luta pelo direito do negro à liberdade física, de expressão individual e coletiva, de exercer qualquer trabalho ou profissão e, sobretudo, ao direito de ir e vir. O negro tem todo o direito de se movimentar em um mundo, embora muitos ainda sejam hostilizados, presos e até mortos, sem razão alguma”, reivindica o professor doutor José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, promotora do evento em parceria com a ONG Afrobras.
Nesse sentido, merece destaque a escolha do homenageado desta edição, o advogado Luiz Gama.
Lideranças negras convidam a população a participar de uma vigília em memória a morte de cinco jovens negros que estavam desaparecidos desde 21 de outubro e foram encontrados próximo à um sitio da Policia Militar de São Paulo. Eles foram achados no dia 6 de novembro e seus corpos estavam baleados, enterrados em covas rasas e cobertos com cal.
De acordo com o G1, três dos cinco cadáveres encontrados são dos jovens sumidos: Caíque Henrique Machado Silva, de 18 anos, Robson Fernando Donato de Paula, de 16, e César Augusto Gomes da Silva, 19.
Os outros dois corpos devem ser de Jonathan Moreira Ferreira, 18, e Jones Ferreira Januário, 30. Exames de DNA devem confirmar essa suspeita, mas os resultados ainda não ficaram prontos.
ATO-VIGÍLIA
QUINTA-FEIRA | 10 de Novembro | 18h00
Local: Arcadas da Faculdade de Direito da USP – Largo São Francisco – AO LADO da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
A 10ª edição do Campeonato de Beleza do Sindicato dos Institutos de Beleza e Cabeleireiros de Senhoras do Rio de Janeiro de (Sinbel-RJ), terá duas novas modalidades: Penteado Afro Feminino e Penteado Afro Masculino. O prêmio pode chegar até R$ 40 mil esse ano e os ganhadores ainda receberão Smart TVs de 48 polegadas, notebooks e smartphones, de acordo com a sua colocação em cada categoria.
As novas categorias fazem parte da participação da instituição durante os dias da Hair & Beauty, de 20 a 22 de novembro, no Riocentro. A cantora Preta Gil será a madrinha dessa edição comemorativa de 10 anos.
“Já tivemos o Penteado Afro Feminino e o Penteado Afro Masculino antigamente e essas modalidades voltaram por demanda popular. O mercado está dando evidência ao assunto e a dificuldade em fazer esses penteados atrai o interesse dos cabelereiros”, conta Esther Gonçalves, presidente do Sinbel-RJ.
As outras disputas continuam no roteiro. São elas: Manicure – unhas decoradas; Corte e Cor Comercial Feminino e Masculino; Penteado Livre Criatividade Artística; Maquiagem de caracterização e Penteado de Noiva. Esta última é sempre a mais procurada.
Os interessados em entrar na disputa se inscrevem automaticamente ao comprarem o Kit Campeonato Sinbel, que contém uma capa e um avental personalizados do evento. As vendas são realizadas no site www.hairbeautyexpo.com.br. O valor do conjunto é de R$ 30.
Serviço – Hair & Beauty
Riocentro: Av. Salvador Allende, 6555, Barra da Tijuca (RJ)
Data: de 20 a 22 de novembro
Horário: das 10h às 20h www.hairbeautyexpo.com.br
Boa parte do planeta despertou indignada com a eleição de Donald Trump como novo presidente americano. O fato de votar não ser obrigatório nos EUA têm feito com que muitos analistas apontassem o feito “whitelash” como um dos responsáveis pela eleição do candidato republicano.
Para o comentarista da CNN Van Jones, dentro da perspectiva de raça, houve uma união entre os brancos contra uma política inclusiva praticada pelo atual presidente Barack Obama.
“Eu tenho amigos mulçumanos perguntando se devem deixar o país, eu tenho amigos imigrantes que estão aterrorizados”, explica o comentarista que diz que será difícil explicar para os filhos o que ainda está pro vir.
“Nós tentamos explicar essa eleição por vários ângulos, mas não falamos da questão de raça. Essa foi uma whitelash (união dos brancos), contra as mudanças do país, contra um presidente negro”, alerta Jones.
“Trump tem uma grande responsabilidade que é a de ser também o presidente das pessoas que ele insultou e excluiu. Nós não queremos sentir que alguém for eleito, por nos preterir, por achar que há pessoas mais importantes do que nós. Essa eleição não foi somente sobre questões de raça, mas temos que falar sobre isso também”, conclui.
A última edição dos Deusas Urbanas em São Paulo, acontece nesse domingo, 13 de novembro.
O mercado itinerante é presença obrigatória para mulheres negras que apreciam moda afro, seja a mais tradicional ou a mais de vanguarda. Roupas, acessórios feitos por produtoras de todo país podem ser comprados por preços acessíveis. Deusas Urbanas também é frequentado por modelos e Youtubers, que trazem ainda mais beleza ao encontro.
Workshops e roda de conversa também fazem parte do evento que tem entrada gratuita e é uma ótima opção de passeio para todas as idades.
Serviço:
Deusas Urbanas em São Paulo
Local: Ação Educativa(próximo ao metrô República)
De 11 às 18 horas
Ir a uma loja de brinquedos pode ser algo muito frustrante quando você quer presentear crianças negras. De uma prateleira a outra o que se vê em grande parte, são olhos azuis, cabelos loiros, que nem de longe refletem o verdadeiro perfil étnico dos brasileiros. É de doer o coração, ver os olhinhos dos pequenos que buscam pelos corredores bonecos iguais a eles e não encontram.
Quando se consegue comprar bonecas que sejam negras como seus pequenos e pequenas é algo muito valioso simbolicamente e dá ao ato de brincar de boneca, a possibilidade de novas narrativas lúdicas, que só surgem quando você se enxerga no seu brinquedo.
A coleção de Barbies de todas as cores do projeto Diversidade Divertida
O projeto Diversidade Divertida surge desse experiência das minhas filhas, três meninas Julia (6), Carolina (8) e Maria Helena (11), que colecionam bonecas negras, desde Barbies importadas à bonecas artesanais. De novelinhas, esquetes ao mostrar o que suas bonecas fazem, as meninas querem mostrar as outras crianças estórias protagonizadas por bonecas negras, não sendo exclusivo para os afro-brasileirinhos, já que o conceito de diversidade inclui todas os grupos étnicos.
O projeto conta com um canal no Youtube, página no Facebook e um perfil no Instagram repletos de fotos inéditas de bonecas negras.
Detalhe: todos os vídeos foram filmados e editados pelas mais velhas, pelo celular. Confira esse trabalho feito por crianças negras para pequenos de todas as etnias.
No dia 17 de novembro, quinta, às 19h, na Fapcom, acontece o cine debate a partir do documentário Negros Dizeres, do diretor Hugo Lima, com mediação de Gabriela Moura, Relações Públicas, co-fundadora do Não Me Kahlo e co-autora do livro #MeuAmigoSecreto: Feminismo Além Das Redes. O evento celebra o Novembro Negro, mês dedicado à discussão e reflexão sobre a situação das pessoas negras no Brasil.
O debate o objetivo refletir as ações efetivas contra a normatização da violência contra pessoas negras e questionar como o racismo afeta pessoas negras e brancas inseridas nos mesmos espaços. Pensando na comunicação como uma alternativa importante para engajar e em longo prazo transformar os indivíduos, o encontro torna-se uma maneira de estudantes e profissionais da área refletirem sobre o papel da mídia.
Ainda hoje, o racismo é tratado como patologia e não como estrutural e estruturante, como defendido por muitos estudiosos. O argumento de pesquisadores é sustentado pela idéia de que relações são constituídas em um padrão de normalidade. Segundo Silvio Almeida, podemos definir o racismo estrutural em três dimensões: econômica, política e subjetiva, das quais a pessoa negra, principalmente mulheres, encontram-se na base da pirâmide social.
O encontro tem mediação da historiadora Suzane Jardim e a presença do produtor e diretor do documentário. A produção discute, a partir das experiências pessoais, os primeiros contatos com o racismo evidenciando os espaços onde o crime acontece e suas influências na saúde mental e na autoestima de pessoas negras, desde a infância.
O primeiro Enegrecendo a Comunicação (2015) contou com a presença de profissionais da área para falarem sobre os desafios da produção acadêmica feita por militantes.
Enegrecendo a Comunicação
Dia: 17/11, das 19h às 22h
Local: FAPCOM – Rua Major Maragliano, 191. Vila Mariana, São Paulo – SP
(11) 2139-8500
Evento gratuito com inscrições antecipadas para emissão do certificado de participação até 16/11 – bit.ly/Enegrecendo_Comunicacao
O cantor Arlindo Cruz será um dos homenageados do Troféu Raça Negra 2016, por sua longa e bem-sucedida carreira como um dos mais importantes sambistas do país. O evento, considerado o “Oscar” da comunidade negra está na 14ª edição e homenageia outro nome de destaque no cenário musical, a cantora carioca Elza Soares.
A festa acontece no dia 21 de novembro, na Sala São Paulo, com Kênia Maria e Érico Brás como mestres de cerimônia, ao lado dos também atores Lidi Lisboa e Fábio Rhoden. Criado em 2000, o Troféu Raça Negra homenageia personalidades de destaque da comunidade negra, nacionais e internacionais, que contribuem para a construção de uma sociedade plural, por meio do combate ao preconceito, à intolerância e à discriminação.
Arlindo Cruz
Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas e é considerado o responsável pela proliferação do banjo no samba. Saiu do Fundo de Quintal em 1993 e começou uma carreira solo, logo depois fez parceria com Sombrinha. Em 2012, gravou mais um CD e DVD, ao vivo, “Batuques do Meu Lugar” com músicas inéditas e participações muito especiais, como: Alcione, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, entre outros.
Por Clélia Rosa – Pedagoga Mestre em Educação e mãe da Eloisa Rosa.
Dizer que “juntas somos mais forte” não é apenas um jargão ou uma frase de efeito, mas sim uma expressão que representa a força de um Grupo!
É no grupo que a gente se reconstrói, expõe nossas dores, nossos desejos, praticamos a escuta. E nele, recuperamos nossa dignidade. É no coletivo que nós, mulheres negras e mães podemos falar sem medos ou receios dos nossos desafios, e também sobre as conquistas nesse mundo da maternidade.
Inevitavelmente todas nós, em algum momento de nossas vidas passamos por situações de racismo. E justamente por termos sofrido na pele os efeitos do preconceito, da discriminação e da humilhação social, que estamos coletivamente pensando e agindo de maneira estratégica para nos fortalecer e a partir disso fortalecer também os nossos filhos e filhas desse sistema opressor estrutural que é o racismo.
Sabemos que a maternidade exige muito de nós e que não é “um mar de rosas” como muitas pessoas tentam romantizar. Sabemos também, que ao nosso modo, vamos construindo o melhor jeito de exercer a nossa maternidade, Lembrando sempre que, o melhor jeito de cuidar-educar os filhos e filhas para uma mulher não é necessariamente o melhor modo para a outra. Compreender isso é um exercício de não julgamento e, ao mesmo tempo, de empatia.
Precisamos cada vez mais realizar essa prática: mais empatia e menos julgamento. Pois, somos mulheres negras que vivemos numa sociedade machista e racista, criar e educar nossas crianças protegidas desses sistemas não é coisa simples; por vezes, algo muito dolorido.
Portanto, precisamos de espaços para chorar, gritar, dizer que esta ruim, assim como é indispensável nestes espaços o acolhimento, as parcerias, as trocas.
Por tudo isso e por muito mais, estamos juntas porque “juntas somos mais fortes”!