Deu no New York Times. Rihanna não levou nenhum Grammy para casa esse ano, mas seu trabalho e investimentos em estudos de combate ao câncer e projetos de educação e cidadania renderam à artista de Barbados o título de Humanitária do Ano conferido pela Harvard, uma das mais prestigiadas universidades do planeta.
“Rihanna criou um centro de oncologia e medicina nuclear para diagnosticar e tratar câncer de mama no Hospital Queen Elizabeth em Bridgetown, Barbados”, disse S. Allen Counter, diretor da Fundação Harvard.
“Ela também criou o Programa de Bolsas de Estudo da Fundação Clara e Lionel [nomeado para sua avó e avô] para estudantes que frequentam uma faculdade nos Estados Unidos de países caribenhos e apoia a Parceria Global para a Educação e o Projeto Cidadão Global, uma campanha plurianual que fornecerá crianças Com acesso à educação em mais de 60 países em desenvolvimento, dando prioridade às meninas e às pessoas afetadas pela falta de acesso à educação no mundo de hoje “.
Rihanna aparecerá no campus da Universidade de Harvard em 28 de fevereiro para aceitar o prêmio, que foi dado em anos anteriores a Malala Yousafzai, James Earl Jones e Arthur Ashe, entre outros. Caso você seja estudante da Harvard e tiver por lá, poderá ver a musa pop receber o prêmio, sem pagar nada.
Beleza, talento musical, senso de moda invejável, mas sem perder a consciência do seu poder e responsabilidade com mundo. Parabéns Rihanna.
Sim, negros também gostam de viajar e o racismo não dá trégua nem nesses momentos de lazer. Pensando nesse público que ainda enfrenta dificuldades mesmo tendo pode aquisitivo, o projeto Diaspora.Black, um start up negra, quer conectar anfitriões e viajantes para oferecer serviços de hospedagem e experiências afro-centradas em diferentes cidades da diáspora africana.
Se engana quem acha que no mundo virtual a cor não importa quando falamos de turismo. Plataformas de hospedagens que visam ajudar quem prefere ficar hospedado em casas, do que em hotéis e fazem esse “meio campo” entre turistas e anfitriões, têm acumulado denúncias de racismo. Nos EUA, país com uma classe média negra consolidada, se um pessoa de nome tipicamente afro-americano usar Airnbnb, o principal site para buscar acomodações da atualidade, ela tem 16% à menos de chance de ser aceita comparada à um candidato branco, de acordo com um estudo da Universidade de Harvard.
Negros brasileiros na estrada
Muito além de facilitar hospedagens para negros o projeto Diáspora Black, que já possui demanda de cadastro em diferentes cidades de dez países, como França, Itália, EUA, Espanha, Nigéria, Inglaterra, Peru, México e Bolívia, além do Brasil quer que seus clientes compartilhem suas experiências e produzam conteúdo para plataforma, por meio de textos, fotos e vídeos.
“É uma forma de valorizar as produções, o olhar e o saber de cada comunidade, ao mesmo tempo em que difunde o conhecimento sobre a participação de nossos ancestrais na construção social e histórica de cada lugar. Isso inspira outras pessoas a viajar e a reconhecer a trajetória da população negra, fortalecendo suas identidades”, afirma um dos colaboradores da rede, o jornalista Antonio Pita.
Se precisamos de representatividade para nos motivar nada melhor que ver nossos pares desfrutando de tudo de melhor que o mundo oferecer.
Ajude o projeto
Os sócios do projeto convidam a comunidade à contribuir com doações para a implementação e ampliação do projeto. Nessa primeira etapa eles precisam de R$ 15.000, mas a partir de r$ 15 reais você já pode ajudá-los. A captação de recurso está sendo feita pela plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria. Confira abaixo mais sobre o projeto e quem está por trás dele.
Nji gênio auto-didata que mudou para casa dos primos para usar a Internet e venceu competição internacional
Nji Collins Gbah, um jovem estudante de 17 anos, vivia em Bamenda e aprendeu a programar computadores sozinho, fato impressionante por si só, mas que se tornou uma história digna de filme. Dois anos após adquirir conhecimentos de programação de forma auto-ditada, ele foi o vencedor do Google Code-in 2016, uma das principais competições de programação do mundo.
O curioso é que o jovem que foi o primeiro africano (ele é de Camarões) a ganhar o concurso, não tinha Internet em casa e teve que se mudar para casa dos primos onde ele estudava por meio de livros online.
Usando seus conhecimentos, Nji entrou no concurso, levando uma semana para fazer seu primeiro trabalho para a competição. Ao fim das inscrições do Google Code-in 2016, o estudante já havia entregado 20 trabalhos, em todas as cinco categorias do evento.
Nji Collins Gbah é o primeiro africano a conseguir o Grande Prêmio na competição
Depois do cortes ao acesso à Internet, ocorrido por desavenças entre as regiões norte e sul da República de Camarões, toda a região está sem acesso a rede de computadores desde 17 de janeiro.
Foi pouco depois disso que Nji recebeu as boas notícias: ele foi um dos 34 ganhadores do Grande Prêmio do concurso da Google. A recompensa por tudo isso? Cada um deles vai passar quatro dias na sede da Google, no Vale do Silício, em junho deste ano.
“Fiquei muito, muito surpreso. Isso queria dizer que todo o trabalho que tive escrevendo um monte de códigos realmente valeu a pena”, contou ele ao jornal BBC.
Quanto à ideia de ir morar com seus parentes na capital do país? A resposta, obviamente, era ter acesso à internet – afinal, convenhamos que um programador sem isso não tende a ir muito longe. “Eu queria ter uma conexão para poder continuar estudando e fazer contato com a Google”, contou ele.
Atualmente, Nji está dedicado a melhorar seus conhecimentos de inteligência artificial, redes neurais e deep learning – um ramo do machine learning (aprendizado de máquinas) que busca criar algoritmos para que máquinas aprendam com seus erros e façam melhores previsões de seus dados.
Trabalhar no Google é obviamente um dos seus sonhos de Nji. Levando-se em conta sua inteligencia e capacidade de superação, esse menino vai longe.
Parece que racismo no Brasil dá emprego e não é para vítima. Um caso exemplar é o de Patrícia Moreira, torcedora do Grêmio envolvida em ato racista contra o goleiro Aranha, em 2014, que foi contratada pela Central Única das Favelas (CUFA), que entendeu que ela de certa forma, também era vítima., já que todo racista, de acordo com a nota do MV Bill é um ser mal educado.
O jornalista Marcos Paulo Ribeiro, conhecido como “Marcão do Povo” que chamou a cantora Ludmila de macaca, ao vivo, no seu então programa Balanço Geral (DF),da Record, não ficou nem dois meses desempregado.
De acordo com o site Meio e Mensagem, o SBT emitiu comunicado informando a contratação do apresentador, mas não especificou sua função no novo emprego.
No comunicado, Marcão diz que sempre sonhou trabalhar na emissora. “Cresci vendo o SBT, que é uma emissora com a cara da família brasileira, a cara do Brasil”.
Silvio Santos acaba de contratar um racista aumentando o repertório de comentários e atitudes ofensivas à comunidade negra. E há quem o ache um gênio midiático.
Que Mônica, a musa dos gibis brasileiros é uma menina empoderada ninguém pode negar. Ela não admite abusos é a grande autoridade do bairro onde mora além de amar muito, mesmo sendo xingada de baixinha e dentuça pelo Cebolinha e Cascão. Para inspirar outras meninas a serem como ela, A Turma da Mônica lançou o projeto Donas da Rua para destacar mulheres que ousaram a ser o que queriam ser, em um mundo tão machista e cheio de preconceito.
Uma das personagens de destaque do projeto é a escritora-musa-heroína Carolina de Jesus, um dos ícones da literatura brasileira. Moradora da favela do Canindé, na zona norte de São Paulo ela trabalhava como catadora e registrava seu dia a dia em cadernos que encontrava no lixo. “Desses cadernos se originou “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, livro publicado em 1960, que já foi traduzido para 13 idiomas e vendido em mais de 40 países”, explica do texto no site do projeto repleto de informações e mensagens inspiradoras para meninas de empoderarem.
Cachimbo. Palavra herdada do quimbundo, língua de família bantu, de Angola. No vasto vocabulário afro-brasileiro, cerca de 1.500 termos – como batuque, pipoca e marimbondo – remetem, todos os dias, às raízes africanas. Além da intensa presença simbólica do continente no Brasil, senegaleses, camaroneses, moçambicanos e congoleses compõem, atualmente, a população da região central de São Paulo. Entretanto, essa intensa presença não significa que o Brasil compreenda a cultura da África em toda sua diversidade e riqueza. A Lei 10.639/03, que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas, até hoje não foi implementada de maneira integral. Para promover o estudo do continente nas instituições de ensino e estabelecer diálogos entre a cultura brasileira e as suas produções culturais contemporâneas, será lançada, em 13 de fevereiro, às 18h30, a coleção de publicações Afreaka: África Sem Estereótipos, na Galeria Olido, no Centro da capital paulista.
A coleção, desenvolvida com conteúdo apurado in loco em 15 países africanos, reúne mais de 40 reportagens, artigos, entrevistas e farto material de imagens que ilustra um continente protagonista, inovador e sócio-culturalmente ativo. A coletânea será distribuída gratuitamente em 1.800 escolas públicas e instituições culturais de todo o Estado. Atentos a um público muito mais amplo, que busca entender e resgatar a identidade brasileira, os exemplares também serão vendidos por R$ 50 no dia do lançamento e no site www.afreaka.com.br
Esse projeto, de natureza multidisciplinar, traz publicações que possam servir como fonte de conhecimento didático sobre as sociedades africanas, suas culturas e formas de expressões artísticas atuais. “Tentamos, a todo momento, mostrar a história contada pelos próprios africanos, suas próprias versões. Nas viagens de apuração, tivemos o objetivo de romper estereótipos, mas não imaginávamos que seria tão fácil nesse sentido. São tantas iniciativas inovadoras, artistas geniais e movimentos descolados que tínhamos que selecionar sobre o que falaríamos de acordo com o tempo disponível”, conta a co-idealizadora do projeto e diretora do Afreaka Flora Pereira, que atua em conjunto com o designer Natan de Aquino.
No primeiro volume da coleção são abordados a mídia, a literatura, a arte, os grandes impérios e a questão de identidade. No segundo exemplar, as línguas, a autenticidade, os conceitos de sustentabilidade, a tecnologia e a filosofia. O percurso por essa África ainda pouco conhecida segue pelo movimento do grafite, as sociedades tradicionais, a música, a dança e as grandes cidades, reunidos no terceiro volume. “Nossa linha editorial também procurou trabalhar o olhar do brasileiro sobre si mesmo e a ligação do país com o continente africano. Além da herança na língua, nossos costumes, linha de pensamento, higiene, tradições e a culinária, que são intrinsecamente ligados à cultura desse continente”, completa Flora. No quarto fascículo, África nas Escolas, há uma série de sugestões de atividades e exercícios para trabalhar os variados temas apresentados na sala de aula.
Além do nome, as cariocas Priscila Hirle e Priscila Rosa compartilham muitas semelhanças na vida. As duas são negras, de origem humilde, mães de meninos, esposas e com uma passagem importante na história do Carnaval carioca. Formada em medicina, Hirle, 38, foi eleita Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro em 2004. Rosa, 34, que hoje é jornalista e cake designer, começou a vida artística cedo como passista mirim do Acadêmicos do Salgueiro e depois, pela mesma escola, porta-bandeira (1994 – 2002). Também foi porta-bandeira pela Portela (2003), Acadêmicos da Rocinha (2004), Mocidade Independente de Padre Miguel (2005), União da Ilha do Governador (2006 – 2008).
As conquistas e adversidades vivenciadas por ambas durante o tempo em que atuaram no Carnaval do Rio as aproximaram e as motivaram a escrever o livro O Segredo é Você (Autografia). A autobiografia descreve momentos de glória, além de episódios de assédio vividos pelas duas tanto no meio carnavalesco como em outros ambientes de trabalho.
O livro aborda diversos temas cotidianos como a autoestima, beleza, saúde, inveja, racismo, machismo e espiritualidade e tem como objetivo inspirar outras mulheres a não desistirem de seus sonhos e alcançarem êxito na vida pessoal e profissional
Com quase 200 membros, o grupo Afro-terapeuta quer se um espaço de integração e oportunidades para negros e negras que fizeram da saúde sua área de atuação.
Fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de educação física, serviço social, nutrição, medicina, são alguma das áreas atendidas pelo grupo.
“Reunir forças para divulgar nosso trabalho, criar oportunidades de integração, negócios e aperfeiçoamento também fazem parte do objetivo do grupo”, explica a doutoranda em Terapia Ocupacional, pela UFSCar e responsável pelo projeto, Ana Célia Nunes.
Interessou?
O grupo está no Facebook e também disponível para esclarecer dúvidas pelo e-mail:afroterapeutas@gmail.com
A jornalista Ana Flávia Magalhães Pinto ministra palestra no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, no dia 17 de fevereiro, na qual aborda pesquisa realizada por ela na qual aborda a literatura e imprensa negra no Brasil do século XIX.
Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil elege como fios condutores as trajetórias de um conjunto de homens negros, livres e letrados atuantes na imprensa e no cenário político-cultural das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Apostando na viabilidade de seus projetos individuais, Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Ignácio de Araújo Lima, Arthur Carlos e Theophilo Dias de Castro estiveram envolvidos em ações coletivas, com destaque para as lutas abolicionistas; e não raras vezes desenvolveram críticas a práticas cotidianas de preconceito e outros desdobramentos do escravismo. A pesquisa aponta as semelhanças e diferenças existentes entre eles, a fim de perceber os significados de suas articulações diretas e indiretas, bem como compreender as articulações entre a produção literária e a atuação política destes agentes sociais.
Ana Flávia Magalhães Pinto é jornalista, doutora e pós-doutoranda em História pela Unicamp. É autora de Imprensa negra no Brasil do século XIX (Selo Negro) e organizadora, em parceria com Sidney Chalhoub, de Pensadores Negros – Pensadoras Negras: Brasil, séculos XIX e XX (Fino Traço). Menção Honrosa, no âmbito do Prêmio Capes de Tese Edição 2015, na Área de História / Programa de História.
Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil
Dia 17 de fevereiro de 2017, sexta, das 19h às 21h.
Recomendação etária: 16 anos. Número de vagas: 30.
R$ 15,00 (inteira); R$ 7,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública); R$ 4,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência da atividade através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.
Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar.
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 22h. Sábados, das 9h30 18h30.
Negros não são estimulados a estudar e os ambientes escolares e acadêmicos também não são dos mais receptivos para alunos de pele escura. Em entrevista ao programa Saia Justa, a cantora Karol Conka relatou as diversas vezes em que foi humilhada na escola por professores que duvidavam da sua capacidade por conta da sua cor e ainda fez um comentário certeiro, sobre, assim como os pais dela, muitos negros largam os estudo por sofrerem agressões e ofensas por todos os lados.Os que decidem estudar acabem tendo estatisticamente, condições de estudos inferiores aos dos alunos brancos.
Um paralelo dessa realidade no Brasil e nos EUA, por meio da histórias de uma educadora brasileira (Priscila Dias) e uma americana (Nyanza Bandele) é o tema do documentário Flores de Baobá, de Gabriela Watson Aurazo, formada em Rádio e TV e que atualmente cursa o programa de mestrado em cinema MFA (Master in Fine Artes) em Cinema e Artes da Mídia pela Universidade Temple, na Filadélfia, Estados Unidos.
A documentarista Gabriela Watson Aurazo,
Além do levantamento de pontos críticos em comum na educação de afro-brasileiros e afro-americanos, o documentário vai além, reforçando a importância dos laços entre as negras da Diáspora Africana sendo ainda uma grande inspiração para educadores, alunos e público em geral.
O trabalho ainda não está concluído por questões orçamentárias e por meio da plataforma de financiamento coletivo Catarse é possível, por meio de doações contribuir para que algumas filmagens no Brasil, sejam concluídas, bem como a finalização do documentário.
Flores de Baobá reúne em sua equipe cineastas e artistas do Brasil e Estados Unidos garantindo em ambos países uma predominância feminina e negra. Todos os profissionais envolvidos são engajados em questões sociais e/ou étnico-raciais.
FICHA TÉCNICA
Flores de Baobá Ano de Lançamento: 2017 Direção e Argumento: Gabriela Watson Aurazo
Produção Executiva: Doris Derby Joyce Prado, Melissa Skolnick
Direção de Fotografia: Hannah Angle, Tomires Ribeiro e Renato Cândido
Trilha Sonora: Lucas Cirillo e Giovani Di Ganzá
Assistentes de câmera: Quynh Le, Kayla Watkins
Assistência de Direção: Renata Martins
Assistência de Produção: Aiko Brown, Mark Kaercher, Pamella Aleixo, Talícia Vênancio, Jessica Cruz
Som Direto: Renata Martins, Ana Julia Travia, Lucas Wozniak, Felipe Faria de Miranda
Montadora: Jéssica Queiroz
Assistente de edição: Bianca Santos
Consultoria: Liliane Braga, Maria Giraldo, Dançarina: Cleonice Fonseca