Na última sexta-feira, 11, o Playing For Change Foundation lançou uma nova versão de “No Woman No Cry”, lançada originalmente em 1974 por Bob Marley and The Wailers. A nova versão lançada na sexta foi gravada por Gilberto Gil, além de Stephen Marley, um dos filhos do rei do reggae, e por Mermans Mosengo.
A reinterpretação da icônica música de Bob Marley faz parte da série “Songs Around The World”, que reúne músicos de diversas nacionalidades, e celebra os 50 anos da versão original da canção, além de homenagear o Dia Internacional da Menina. A versão de “No Woman No Cry” estará no álbum *Songs For Humanity*, que será lançado pelo Playing For Change Foundation e já está disponível para pré-venda.
A canção, disponível no canal do projeto no YouTube, também foi gravada em parceria com a WomenServe, organização fundada por Nioma Narissa Sadler, sendo considerada uma iniciativa reforça o compromisso com a defesa dos direitos das mulheres e meninas ao redor do mundo.
O projeto, que explora o poder transformador da música, conta com a participação de artistas renomados, como Robbie Robertson, Ringo Starr, John Paul Jones, Carlos Santana, Slash, Black Pumas e Manu Chao, além de músicos de várias partes do mundo.
Fotos: Luther Photographer; Divulgação e Murilo Alvesso
Em celebração aos 10 anos da BATEKOO, plataforma dedicada ao entretenimento, cultura e educação para a comunidade negra e LGBTQIAPN+, foi anunciado nesta terça-feira (15), o line-up completo de seu festival deste ano. O evento acontece no dia 23 de novembro, no Estádio do Canindé, em São Paulo, com uma programação que inclui 12 horas intensas de música, manifestações artísticas e ciclos formativos, reunindo mais de 20 atrações.
A curadoria traz Titica, de Angola, um ícone do kuduro e indicada ao prêmio de Melhor Artista Feminina da África Austral no KORA All Africa Music Awards, a mais prestigiada premiação da música africana.
Também foram confirmados BK’ em sua aclamada turnê Icarus, com uma cenografia inspirada nos Arcos da Lapa e Karol Conká revisitando o clássico Batuk Freak em uma performance inédita. MC Luanna, que convida Ajuliacosta, coloca o trap em destaque. Psirico, diretamente de Salvador, entrega o melhor do pagodão baiano. A icônica Alaíde Costa conecta gerações da música popular brasileira; e Gang do Eletro com Candy Mel fervem a pista com o tecnobrega.
Somam também Poeira Pura, que mistura samba com rock e eletrônica; Carlos do Complexo, revelação do funk consciente; VHOOR, produtor que funde trap e ritmos brasileiros; Jeeh FDC, conhecida pelas suas habilidosas rimas no rap; e Aisha & Yaminah, que mesclam R&B e trap. Já o Coletivo Turmalina apresenta suas sonoridades afrofuturistas.
“Realizar a curadoria de um festival feito por e para pessoas negras carrega um peso de responsabilidade. Queremos construir um diálogo com a nossa comunidade, mostrando como as produções culturais negras estão interligadas, mesmo em geografias diferentes. Este festival reflete o legado, a pluralidade e o desejo de criar experiências autênticas”, explica Artur Santoro, curador e sócio da BATEKOO.
Em sua terceira edição, o BATEKOO FESTIVAL terá somente um palco, intensificando a troca entre público e artistas. A ideia é criar um ambiente mais integrado, com performances seguidas, proporcionando uma experiência contínua
Acompanhando o anúncio do line-up, a BATEKOO apresenta um editorial realizado em parceria com o coletivo Chavosos. A estética do trabalho é genuinamente periférica e contemporânea, servindo de base para toda a comunicação visual do projeto que – em suas camadas e subjetividades – também cria pontos de conexão com o público.
“O Festival da BATEKOO é um marco na cultura independente brasileira. Neste ano em que comemoramos 10 anos de existência, pensamos em devolver ao público toda a troca que tivemos ao longo dessa jornada. Tudo foi pensado com muito carinho para promover uma experiência que traga todas as pessoas para dentro do nosso universo, onde a nossa identidade e cultura são celebradas, sem repressão. A gente não quer ser assistido, a gente quer se assistir”, destaca Maurício Sacramento, fundador e CEO da BATEKOO, referenciando o lema usado pelo festival em sua estreia.
A iniciativa segue rompendo com as lógicas comuns do mercado e figura como um dos mais importantes eventos do país. Ano a ano, combina a experiência das tradicionais agendas promovidas pela BATEKOO com a grandiosidade de um festival, sem perder o DNA do movimento, focado na inclusão, diversidade, conexão e democratização.
SERVIÇO Data: 23 de novembro de 2024 Horário: Das 18h às 6h Local: Estádio do Canindé – Rua Comendador Nestor Pereira, 33 – Canindé, São Paulo – SP Ingressos: À venda exclusivamente pela plataforma Shotgun
Recentemente, foi revelado que a artista Ludmilla decidiu não aceitar um convite para participar de um programa bastante famoso atualmente, chamado “De frente com Blogueirinha”, apresentado por Bruno Matos, o criador da mencionada personagem. A justificativa para essa recusa foram os comentários inapropriados feitos pelo apresentador sobre a cantora em um momento em que ele ainda era uma figura em ascensão nas redes sociais.
Em 2019, Ludmilla foi agraciada com o Prêmio MultiShow na categoria de ‘Melhor Cantora do Ano’ e, ao subir ao palco, foi recebida com gritos, vaias e assédios de diversas formas, com ênfase em manifestações racistas. No dia seguinte, nas redes sociais, a Blogueirinha postou um vídeo afirmando que Ludmilla “deveria ser grata pelas vaias; caso contrário, nem seria lembrada”. Naquele momento, Ludmilla assistiu ao vídeo, respirou fundo e permaneceu em silêncio.
O artista se manifestou nas redes sociais pedindo desculpas, embora tenha minimizado o episódio como uma simples “discussão” entre fãs na época, e alegou não ter percebido a gravidade de suas ações. A humilhação que Ludmilla enfrentou publicamente durante o evento, somada à desumanização provocada pela Blogueirinha através do vídeo que foi divulgado horas após aquela noite infeliz resultou em uma experiência extremamente dolorosa para a cantora. Nesta semana, ela compartilhou seus sentimentos, os gatilhos e a tristeza que esse episódio traumático lhe trouxe. Embora a Blogueirinha tenha esquecido, Ludmilla não se esqueceu.
Frequentemente, escuto de meus clientes em meu consultório relatos sobre experiências traumáticas que vivenciaram anteriormente e o reencontro com aqueles que as provocaram. No que diz respeito ao racismo, há inúmeras narrativas de constrangimento público, assédios, agressões psicológicas e físicas desde a infância, e todas essas vivências dolorosas permanecem armazenadas e são reativadas em situações análogas. Quando se trata de racismo e como nos faz sofrer, temos o compromisso ético de estar com a memória em punho. Perdoar se quiser, esquecer nunca.
A intelectual e multiartista Grada Kilomba, em sua obra “Memórias da Plantação”, enfatiza a relevância de praticarmos a descrição de nosso dia a dia e das violências que nos afetam, utilizando a primeira pessoa do singular. Falar sobre nossas dores de forma clara e audível é um ato político. Em outras palavras, quebra o silêncio que nos envolve.
Ela nos instiga ao afirmar que “no universo conceitual branco, parece que o inconsciente coletivo das pessoas negras está programado para a alienação, a desilusão e o trauma psicológico”, sendo assim, é nosso dever subverter tudo isto.
É nesse pacto compartilhado, sustentado não apenas por brancos, mas também por negros e racializados, que se encontra a autorização para desmerecer publicamente uma jovem negra, transformar seu momento de alegria em uma cena de miséria e considerar tudo isso aceitável. E sabemos que negros que ascendem economicamente não estão isentos de sofrer racismo como a própria Neusa Santos salientou em seu livro Tornar-se negro, não é?! Muito pelo contrário, a experiência pode até intensificar-se, no caso da cantora, submetida ao escárnio sistematicamente.
A cantora Ludmilla tem se destacado não apenas por seu talento musical, mas também por sua postura firme e corajosa diante do racismo. Em situações dolorosas, ela utiliza estratégias de enfrentamento que servem de exemplo para muitos. A memória é um componente crucial nesse processo. Ao lembrar e honrar as histórias e experiências passadas, Ludmilla reforça a importância de reconhecer e aprender com o passado para que erros semelhantes não se repitam e dores não sejam revividas. Rejeitar um convite para uma entrevista com quem um dia te desumanizou é um direito. É legítimo!
Essa prática de rememoração ajuda a estabelecer os limites do que podemos ou não aceitar e consequentemente, construir uma identidade coletiva mais forte e resiliente, capacitando indivíduos e comunidades a se oporem a injustiças de maneira informada e consciente. A denúncia, por sua vez, é uma ferramenta poderosa para expor e combater o racismo. Sendo assim, a memória e a denúncia são componentes fundamentais para o processo de cura de pessoas negras.
Ludmilla tem utilizado sua plataforma para trazer à tona situações de discriminação que muitas vezes passam despercebidas ou são silenciadas. Ao chamar a atenção do público e da mídia, ela exerce uma pressão necessária para que mudanças sociais sejam implementadas e para que os perpetradores sejam responsabilizados por seus atos.
Esses componentes, a memória e a denúncia, são fundamentais não apenas para a resistência, mas também para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Através de seu exemplo, Ludmilla inspira outros a também se posicionarem, mostrando que a luta contra o racismo é um esforço coletivo que requer coragem, persistência e solidariedade.
Nunca negocie sua existência, nossa saúde mental agradece!
Shenia Karlsson é Psicóloga Clínica, Especialista em Diversidade, Negritudes e Racialidades, Colunista, Escritora e Palestrante. Mediadora de conflitos raciais, consultora em DI&E e contenção de crise em situação de racismo nas empresas. É Mediadora Familiar no reality “Ilhados com a Sogra” na Netflix.
Em meio às polêmicas sobre a Ludmilla explicar, recentemente, o motivo de não participar do programa “De Frente com Blogueirinha“, o humorista Bruno Matos se desculpou pelos comentários feitos em 2019, e revelou que chegou a receber um convite para realizar o programa diretamente do “Numanice“, mas também preferiu recusar. No entanto, a assessoria de comunicação da cantora se pronunciou, explicando que Ludmilla e sua equipe não fizeram esse convite.
“Informamos que, em setembro, uma marca propôs à equipe de Ludmilla uma ação publicitária envolvendo o programa ‘De Frente com Blogueirinha’ e o Numanice. Essa sugestão foi intermediada pela agência que cuidava de assuntos publicitários da artista e foi prontamente declinada. A decisão foi tomada com base em pontos já esclarecidos por Ludmilla durante entrevista ao jornalista Léo Dias”, explica a nota divulgada no Instagram da Melina Tavares Comunicação, na tarde desta terça-feira (15).
“Reiteramos que o convite ou qualquer sugestão de participação nunca partiram de Ludmilla ou de sua equipe e que a recusa foi feita de forma transparente e respeitosa”, continua. “A artista continuará usando sua voz para expor questões sensíveis e levantar discussões importantes sobre o combate ao racismo”, finaliza a nota.
Anteriormente, nas redes sociais, Bruno Matos havia explicado a possível recusa do convite. “Ela não queria ir no ‘De Frente’, mas tinha sugerido fazer no ‘Numanice’. Eu também não quis, porque queria resolver as coisas de outra forma”, disse.
Entenda o que aconteceu
O humorista Bruno Matos, intérprete da personagem Blogueirinha, usou suas redes sociais para se desculpar publicamente com Ludmilla nesta segunda-feira, 14, relembrando o desentendimento ocorrido após o Prêmio Multishow de 2019. Na ocasião, a cantora foi vaiada ao subir no palco para receber um troféu, o que gerou uma série de piadas por parte de Blogueirinha.
Ludmilla, em recente entrevista ao jornalista Leo Dias, revelou que o episódio a incomodou profundamente e foi um dos motivos para recusar o convite para participar do programa “De Frente com Blogueirinha”, em agosto deste ano.
“Eu fui subir no palco, feliz da vida, pra pegar o prêmio e daí eu comecei a ser vaiada e atacada, tipo, um monte de gente me chamando de macaca, com palavras racistas horríveis”, afirmou Lud que também relembrou o momento em que viu o vídeo de Blogueirinha que brincou com o momento afirmando que Lud deveria agradecer as vaias: “É um personagem? É. Mas a brincadeira só tá legal quando tem duas pessoas rindo. Quando tem uma pessoa só, não é uma brincadeira”, afirmou sobre não ir ao programa da personagem.
Nesta terça-feira, 15 de outubro, a partir das 18h30, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebe a geógrafa norte-americana Ruth Wilson Gilmore para o painel “Do capitalismo racial à geografia da Abolição”, um dos destaques da Semana da Geografia 2024. Gilmore, reconhecida internacionalmente por sua atuação como abolicionista penal, é também professora de Geografia em Ciências da Terra e do Ambiente na City University of New York.
Durante o evento, ela discutirá a relação entre o sistema prisional, o capitalismo e as desigualdades raciais. Além disso, Gilmore lançará e autografará seu mais recente livro, “Califórnia Gulag: prisões, crise do capitalismo e abolicionismo penal“, no qual explora o caso George Floyd e os fundamentos do abolicionismo nos EUA.
Com uma trajetória consolidada de pesquisa e militância no abolicionismo penal, especialmente voltada para a população negra, Gilmore promete trazer reflexões profundas durante sua apresentação. A geógrafa pretende traçar paralelos entre o passado e o presente, destacando que a abolição da escravidão nos Estados Unidos foi um processo inacabado. Essa análise crítica torna ainda mais relevante a discussão sobre as estruturas de opressão que permanecem até hoje, algo que certamente instigará debates intensos entre os presentes.
Além do painel, o público terá a chance de se aproximar ainda mais do trabalho de Gilmore com o lançamento de seu novo livro, “Califórnia Gulag”, que é um dos destaques da Semana da Geografia. A obra aborda a crise prisional nos Estados Unidos a partir de uma perspectiva abolicionista, e tem como foco as interseções entre racismo, capitalismo e justiça social. O evento terá tradução simultânea e será transmitido ao vivo pelo YouTube, possibilitando que um público mais amplo possa acompanhar.
A vinda de Gilmore ao Brasil faz parte de uma agenda de diálogos com movimentos sociais e acadêmicos, nos quais ela busca fortalecer as discussões sobre justiça racial e social. Recentemente, a geógrafa também esteve presente em eventos no Rio de Janeiro e no Maranhão. A transmissão ao vivo pelo YouTube e a tradução simultânea são uma oportunidade para que ainda mais pessoas possam participar dessas discussões essenciais.
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu como meta a equiparação salarial dos professores com outros profissionais de nível superior até 2024. No entanto, os dados mais recentes do Inep mostram que o Brasil está longe de alcançar esse objetivo. Infelizmente, o cenário da educação no país não é digno de muitas comemorações, apesar de ter metas e estratégias estabelecidas para melhorar as condições de trabalho do docente, o que vimos na última década foi a desvalorização, precarização e desmoralização do professor.
Um relatório do Inep mostra que o percentual de professores temporários nas redes estaduais saltou de 31,6%, em 2014, para 52% em 2023. Nas redes municipais, passou de 26,6% para 34,2%, no mesmo intervalo.
O aumento ocorreu no período em que o Brasil estabeleceu em lei que essa proporção deveria cair, sendo limitada a no máximo 10% dos docentes que atuam na educação básica.
A meta foi incluída no PNE, como uma das estratégias para melhorar o ensino, por haver um consenso de que esse tipo de contratação faz com que os professores atuem em condições mais precárias, o que, consequentemente, reflete no desempenho dos estudantes.
Como resultado, percebemos dados alarmantes, a carreira de docente sofre um envelhecimento. Entre 2009 e 2021, o número de professores em início de carreira, com até 24 anos de idade, caiu de 116 mil para 67 mil, uma retração de 42,4%. Ao mesmo tempo, o percentual de docentes do ensino básico com 50 anos ou mais cresceu 109% no período.
A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que, em 2040, o Brasil tenha cerca de 40 milhões de jovens nessa faixa etária. Para manter a proporção atual de professores e alunos, seria necessário ter 1,97 milhão de docentes. No entanto, o estudo projeta, a partir das taxas observadas até 2021, que o país chegue a esse momento com apenas 1,74 milhão de professores.
E os professores negros, onde estão neste cenário?
A situação dos professores negros no Brasil é marcada por desigualdades históricas e estruturais que se refletem em diversas áreas da educação. Embora a população negra represente uma grande parcela dos brasileiros, sua presença nas salas de aula, especialmente nas universidades, é desproporcionalmente baixa.
A contribuição dos professores negros para a educação brasileira muitas vezes é invisibilizada e subestimada, as instituições de ensino, em muitos casos, perpetuam práticas racistas que dificultam a ascensão profissional de professores negros.
Como sociedade, precisamos ter em mente que a falta de professores negros nas salas de aula limita a possibilidade de estudantes negros se identificarem com seus professores e terem modelos a seguir, além de dificultar o debate sobre questões raciais nas escolas, limitando a formação de cidadãos mais conscientes e críticos.
E acima de tudo, é preciso investir na formação de professores para que eles sejam capazes de lidar com a diversidade cultural e racial em sala de aula. O Ministério da Educação (MEC) instituiu a Política Nacional de Equidade, Educação para as relações Étnicos-Raciais e Educação Escolar para Quilombola (Pneerq), é necessário que ela seja reverberada e respeitada para que as marcas do racismo não estejam presentes na trajetória de ensino-aprendizagem.
A vice-presidente e atual candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, apresentou, na última segunda-feira, 16, um plano destinado a ampliar as oportunidades econômicas e sociais para homens negros. De acordo com a agência internacional de notícias, APNews, a iniciativa tem como objetivo fortalecer o apoio de um eleitorado crucial para os democratas às vésperas das eleições, em meio a temores de apatia entre parte desse grupo.
Entre as medidas anunciadas pela candidata, destacam-se a oferta de 1 milhão de empréstimos perdoáveis de até US$ 20 mil para empreendedores negros, a criação de novos programas de aprendizagem e a pesquisa de doenças que afetam desproporcionalmente homens afro-americanos, como a anemia falciforme e outras doenças que atingem em maior número a comunidade negra. O plano também contempla incentivos para a formação de professores negros do sexo masculino. A candidata também se comprometeu a ‘Legalizar a maconha em nível federal para quebrar barreiras legais injustas que impedem os homens negros e outros americanos’ para promover oportunidades aos homens negros na indústria de cannabis, à medida que ela se formaliza nos Estados Unidos.
A campanha de Harris também tem investido em encontros voltados a homens afro-americanos, com a realização de eventos sociais e esportivos, como os “Black Men Huddle Up”, em estados decisivos. Essa estratégia busca aumentar o engajamento de eleitores masculinos negros, considerados fundamentais para o sucesso democrata nas eleições. Cedric Richmond, ex-congressista e copresidente da campanha de Harris, enfatizou a importância de construir uma economia em que homens negros possam prosperar.
Pesquisas recentes mostram que a maioria dos eleitores negros mantém uma visão favorável de Harris, em comparação a Trump, em temas como economia, saúde, imigração e questões internacionais.
Durante sua passagem por Erie, na Pensilvânia, Harris detalhou a chamada “agenda de oportunidades para homens negros”, que visa fortalecer a base afro-americana nas urnas. A vice-presidente visitou uma pequena empresa local, o LegendErie Records and Coffee House, de propriedade de um casal de empreendedores negros, Ishmael e Allana Trainor. Mais tarde, Harris fez críticas ao ex-presidente Donald Trump em um comício na cidade, especialmente por suas recentes declarações sobre o uso de tropas militares em caso de distúrbios no dia das eleições.
O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro) enviou uma notificação extrajudicial à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, cobrando a atualização do site oficial do Planalto para incluir a informação de que a Lei Afonso Arinos (Lei nº 1.390/51) foi revogada há 36 anos. Segundo o Idafro, a manutenção de informações desatualizadas sobre a legislação racial pode induzir operadores do direito e o público em geral ao erro.
De acordo com a notificação, assinada pelo advogado Hédio Silva Jr., coordenador executivo do Idafro e ex-secretário da Justiça de São Paulo, e também pelos advogados Ana Luiza Nazário e Anivaldo dos Anjos Filho, a Lei Afonso Arinos, que tipificava a discriminação racial como uma contravenção penal de baixa gravidade, foi substituída pela Constituição de 1988, que passou a classificar o racismo como crime inafiançável e imprescritível. Além disso, a Lei 7.716/89, conhecida como Lei Caó, que classificou a prática de racismo como crime inafiançável e imprescritível, também revogou formalmente a antiga legislação.
“Apesar disso, 36 anos depois da adoção da Constituição de 1888, o site do Palácio do Planalto continua não informando que a Lei Afonso Arinos já foi revogada há quase 40 anos. O que não acontece com qualquer outra lei. Sempre quando uma lei é revogada, o site do Planalto informa isso imediatamente. Se procurar, por exemplo, o Código Civil de 1916, foi revogado pelo Código de 2002. Consta lá a revogação. Então, como o site da Presidência da República desfruta de grande prestígio, reputação, confiabilidade entre os operadores do direito, a permanência dessa informação equívoca induz a erro. Ela desinforma e deseduca”, explicou o advogado em entrevista para o site Mundo Negro.
A Lei Afonso Arinos foi aprovada pelo Congresso Brasileiro no dia 3 de julho de 1951 e tornava a discriminação racial e a discriminação por raça ou cor crime de contravenção penal, considerado de baixa gravidade como mencionado anteriormente. A lei foi proposta pelo Deputado Federal da UDN mineira Afonso Arinos, em julho de 1950, depois que seu motorista particular foi proibido de entrar em uma Confeitaria no Rio de Janeiro acompanhando a mulher e os filhos por conta de uma proibição imposta pelo proprietário.
A Resolução CNJ nº 253, citada na notificação, ressalta que o Poder Judiciário brasileiro historicamente tende a subestimar a violência do racismo, o que reforça a importância de um tratamento adequado e atualizado do tema nas comunicações oficiais.
O humorista Bruno Matos, intérprete da personagem Blogueirinha, usou suas redes sociais para se desculpar publicamente com Ludmilla nesta segunda-feira, 14, relembrando o desentendimento ocorrido após o Prêmio Multishow de 2019. Na ocasião, a cantora foi vaiada ao subir no palco para receber um troféu, o que gerou uma série de piadas por parte de Blogueirinha.
Ludmilla, em recente entrevista ao jornalista Leo Dias, revelou que o episódio a incomodou profundamente e foi um dos motivos para recusar o convite para participar do programa “De Frente com Blogueirinha”, em agosto deste ano: “Eu fui subir no palco, feliz da vida, pra pegar o prêmio e daí eu comecei a ser vaiada e atacada, tipo, um monte de gente me chamando de macaca, com palavras racistas horríveis”, afirmou Lud que também relembrou o momento em que viu o vídeo de Blogueirinha que brincou com o momento afirmando que Lud deveria agradecer as vaias: “É um personagem? É. Mas a brincadeira só tá legal quando tem duas pessoas rindo. Quando tem uma pessoa só, não é uma brincadeira”, afirmou sobre não ir ao programa da personagem.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Bruno Matos admitiu que o tom de sua brincadeira foi inadequado. “O tom da piada foi péssimo. Eu era mais novo e realmente não sabia que as vaias tinham o peso de um ataque pessoal à Ludmilla”, afirmou. Ele ainda explicou que, na época, acreditava que se tratava de uma disputa entre fãs de cantoras pop, como Ludmilla e Anitta, e por isso não se deu conta da gravidade do momento. “Achei que era só uma grande brincadeira, algo que todo mundo entendia”, confessou.
Ao se desculpar, Blogueirinha reforçou que não tinha a intenção de ofender Ludmilla. “Eu super me arrependo, porque era muito infantil e achava que podia fazer piada sem entender o que realmente estava acontecendo. Lud, peço desculpa de coração, porque não queria que você se sentisse mal”, disse o humorista, visivelmente arrependido.
Ele também comentou sobre o convite para realizar o programa diretamente do “Numanice”, evento promovido por Ludmilla, mas destacou que preferiu recusar. “Ela não queria ir no ‘De Frente’, mas tinha sugerido fazer no ‘Numanice’. Eu também não quis, porque queria resolver as coisas de outra forma”, explicou.
Ele ainda afirmou: “Me dói muito pensar que ela ficou chateada. Espero que, de alguma forma, ela entenda que minha intenção nunca foi atacá-la”, concluiu.
Há pouco mais de um mês de seu lançamento, a plataforma Afreektech, iniciativa do Movimento Black Money em parceria com o Mover, já contabiliza mais de 4 mil inscritos em seus cursos gratuitos voltados para o setor de tecnologia. Com um total de 20 mil vagas oferecidas, a plataforma tem como objetivo capacitar profissionais negros para atuarem em áreas de alta demanda no mercado, como marketing digital com inteligência artificial, ciência de dados e vendas B2B.
O curso de vendas B2B, sigla para Business to Business, uma das áreas mais rentáveis e com alta demanda no mercado de tecnologia, é um dos lançamentos mais recentes do Afreektech e prepara os participantes para negociações entre empresas, um segmento estratégico e em expansão no cenário corporativo. As aulas são ministradas por Denis Tassitano, Chief Revenue Officer (CRO) da SAP para a América Latina, um dos maiores especialistas na área. “Se você gosta de dinheiro, tem que trabalhar com vendas”, explica Denis Tassitano.
Além dos cursos, os participantes têm acesso a certificações reconhecidas por grandes empresas, suporte personalizado com a assistente virtual Nina Verso, que utiliza inteligência artificial, e ao Banco de Talentos do Mover, que conecta os formados a vagas de trabalho. A iniciativa também oferece bolsas de estudo em inglês exclusivas para pessoas pretas e a possibilidade de participar do Inovahack MBM Salvador, ampliando as qualificações dos profissionais.
Para realizar a inscrição, os interessados devem acessar a plataforma Afreektech, preencher o formulário online disponível no site e escolher o curso de interesse. As vagas são limitadas e, conforme a alta procura, o preenchimento é por ordem de chegada. Com o crescimento das inscrições e a diversidade de capacitações oferecidas, o Afreektech busca contribuir para a inclusão de profissionais negros no mercado de tecnologia, um setor que continua em expansão.