A atriz e cantora Isabel Fillardis compartilhou os desafios que marcaram sua vida em uma entrevista ao Fantástico, concedida a Maju Coutinho, durante a promoção de seu primeiro livro, “Muito Prazer, Isabel: Cristina & Fillardis”. A obra traz relatos pessoais que vão além da carreira artística, incluindo questões de saúde enfrentadas por ela e por seus filhos, além de reflexões sobre maternidade e superação.
Isabel contou que seu filho mais velho, Jamal, foi diagnosticado com síndrome de West, uma condição rara que afeta crianças entre quatro e cinco meses de idade. “É uma síndrome que, através de espasmos ou até convulsões, vai retardando o desenvolvimento psíquico e motor”, explicou. Ela revelou que encontrou uma nova perspectiva de tratamento ao assistir à série Cérebro, apresentada por Dr. Drauzio Varella no Fantástico em 2004. “Vi o Dr. Drauzio falando e pensei: cara, acho que eu não preciso levar meu filho para fora do país para cuidar dele, né?”, disse.
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Durante esse período, Isabel buscou apoio de amigos próximos e destacou a solidariedade de Glória Maria. “Ela brigou comigo quando soube do que estávamos passando. Disse: ‘Você não pode fazer isso com a gente. Por que guardou isso tanto tempo?’”, contou Isabel, explicando que tinha medo de expor a situação e enfrentar os olhares alheios.
Isabel também falou sobre os diagnósticos de seus outros filhos. Kalel, o mais novo, foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), que impacta sua capacidade de concentração e interação na escola. Ana Luz, sua filha mais velha, enfrentou um quadro de depressão e atualmente lida com transtorno de ansiedade.
Além das dificuldades com os filhos, Isabel enfrentou desafios de saúde que afetaram diretamente sua vida e sua carreira. Ela foi diagnosticada com uma doença de pele de difícil identificação, cuja busca por respostas foi longa e complexa. Em seguida, veio o diagnóstico de câncer de língua, que trouxe um risco direto à sua voz, fundamental para seu trabalho. “Depois do câncer, veio o divórcio. Eu escrevi no livro como se estivesse vivendo tudo isso sem respiro, porque foi assim que aconteceu. Tudo de forma intensa e sem pausa”, disse Isabel.
Essas experiências foram determinantes para o engajamento de Isabel no ativismo. Ela participou da construção da política nacional de inclusão de pessoas com deficiência em uma época em que pouco se falava sobre neurodiversidade no Brasil. “O medo de você não saber lidar, de enfrentar os olhares alheios, foi o que me impulsionou para o ativismo”, explicou.
No livro, Isabel reúne essas vivências em um relato pessoal que mostra os impactos desses desafios e a forma como eles influenciaram sua trajetória. “Eu digo no livro: eu gosto de viver. Apesar de tudo, eu gosto de viver”, concluiu.
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