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Projeto por igualdade de gênero da Turma da Mônica homenageia Carolina de Jesus

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Que Mônica, a musa dos gibis brasileiros é uma menina empoderada ninguém pode negar. Ela não admite abusos é a grande autoridade do bairro onde mora além de amar muito, mesmo sendo xingada de baixinha e dentuça pelo Cebolinha e Cascão. Para inspirar outras meninas a serem como ela, A Turma da Mônica lançou o projeto Donas da Rua para destacar mulheres que ousaram a ser o que queriam ser, em um mundo tão machista e cheio de preconceito.

Uma das personagens de destaque do projeto é a escritora-musa-heroína Carolina de Jesus, um dos ícones da literatura brasileira.  Moradora da favela do Canindé, na zona norte de São Paulo ela trabalhava como catadora e registrava seu dia a dia em cadernos que encontrava no lixo. “Desses cadernos se originou “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, livro publicado em 1960, que já foi traduzido para 13 idiomas e vendido em mais de 40 países”, explica do texto no site do projeto repleto de informações e mensagens inspiradoras para meninas de empoderarem.

 

África Sem Estereótipos: coletivo lança coletânea com revelações sobre continente mais negro do planeta

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Imagem: Afreaka

Cachimbo. Palavra herdada do quimbundo, língua de família bantu, de Angola. No vasto vocabulário afro-brasileiro, cerca de 1.500 termos – como batuque, pipoca e marimbondo – remetem, todos os dias, às raízes africanas. Além da intensa presença simbólica do continente no Brasil, senegaleses, camaroneses, moçambicanos e congoleses compõem, atualmente, a população da região central de São Paulo. Entretanto, essa intensa presença não significa que o Brasil compreenda a cultura da África em toda sua diversidade e riqueza. A Lei 10.639/03, que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas, até hoje não foi implementada de maneira integral. Para promover o estudo do continente nas instituições de ensino e estabelecer diálogos entre a cultura brasileira e as suas produções culturais contemporâneas, será lançada, em 13 de fevereiro, às 18h30, a coleção de publicações Afreaka: África Sem Estereótipos, na Galeria Olido, no Centro da capital paulista.

A coleção, desenvolvida com conteúdo apurado in loco em 15 países africanos, reúne mais de 40 reportagens, artigos, entrevistas e farto material de imagens que ilustra um continente protagonista, inovador e sócio-culturalmente ativo. A coletânea será distribuída gratuitamente em 1.800 escolas públicas e instituições culturais de todo o Estado. Atentos a um público muito mais amplo, que busca entender e resgatar a identidade brasileira, os exemplares também serão vendidos por R$ 50 no dia do lançamento e no site www.afreaka.com.br

Esse projeto, de natureza multidisciplinar, traz publicações que possam servir como fonte de conhecimento didático sobre as sociedades africanas, suas culturas e formas de expressões artísticas atuais. “Tentamos, a todo momento, mostrar a história contada pelos próprios africanos, suas próprias versões. Nas viagens de apuração, tivemos o objetivo de romper estereótipos, mas não imaginávamos que seria tão fácil nesse sentido. São tantas iniciativas inovadoras, artistas geniais e movimentos descolados que tínhamos que selecionar sobre o que falaríamos de acordo com o tempo disponível”, conta a co-idealizadora do projeto e diretora do Afreaka Flora Pereira,  que atua em conjunto com o designer Natan de Aquino.

No primeiro volume da coleção são abordados a mídia, a literatura, a arte, os grandes impérios e a questão de identidade. No segundo exemplar, as línguas, a autenticidade, os conceitos de sustentabilidade, a tecnologia e a filosofia. O percurso por essa África ainda pouco conhecida segue pelo movimento do grafite, as sociedades tradicionais, a música, a dança e as grandes cidades, reunidos no terceiro volume. “Nossa linha editorial também procurou trabalhar o olhar do brasileiro sobre si mesmo e a ligação do país com o continente africano. Além da herança na língua, nossos costumes, linha de pensamento, higiene, tradições e a culinária, que são intrinsecamente ligados à cultura desse continente”, completa Flora. No quarto fascículo, África nas Escolas, há uma série de sugestões de atividades e exercícios para trabalhar os variados temas apresentados na sala de aula.

SERVIÇO:

A coleção estará à venda (para público geral) por R$50  no lançamento e no site www.afreaka.com.br
https://www.facebook.com/events/1282649735129230/

 

Lançamento: 13/2, às 18h30, no Cine Olido, Galeria Olido

Intervenção Gastronômica com Surama Caggiano + Apresentação Musical de Ericah Azeviche

 

A coleção

Volume 1 – Mídia, Literatura, Arte, Grandes Impérios e Identidade

Volume 2 – Línguas, Autenticidade, Sustentabilidade, Tecnologia e Filosofia

Volume 3 – Grafite, Sociedades Tradicionais, Música, Dança e Grandes Cidades

Volume 4 – África nas Escolas – sugestão de atividades e exercícios para a sala de aula.

Assédio, racismo e inveja nos bastidores do carnaval do Rio. Ex porta-bandeiras contam sua história em biografia

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Além do nome, as cariocas Priscila Hirle e Priscila Rosa compartilham muitas semelhanças na vida. As duas são negras, de origem humilde, mães de meninos, esposas e com uma passagem importante na história do Carnaval carioca. Formada em medicina, Hirle, 38, foi eleita Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro em 2004. Rosa, 34, que hoje é jornalista e cake designer, começou a vida artística cedo como passista mirim do Acadêmicos do Salgueiro e depois, pela mesma escola, porta-bandeira (1994 – 2002). Também foi porta-bandeira pela Portela (2003), Acadêmicos da Rocinha (2004), Mocidade Independente de Padre Miguel (2005), União da Ilha do Governador (2006 – 2008).

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As conquistas e adversidades vivenciadas por ambas durante o tempo em que atuaram no Carnaval do Rio as aproximaram e as motivaram a escrever o livro O Segredo é Você (Autografia). A autobiografia descreve momentos de glória, além de episódios de assédio vividos pelas duas tanto no meio carnavalesco como em outros ambientes de trabalho.

O livro aborda diversos temas cotidianos como a autoestima, beleza, saúde, inveja, racismo, machismo e espiritualidade e tem como objetivo inspirar outras mulheres a não desistirem de seus sonhos e alcançarem êxito na vida pessoal e profissional

Afro-terapeutas : Grupo quer empoderar negros que trabalham na área da saúde

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Com quase 200 membros, o grupo Afro-terapeuta quer se um espaço de integração e oportunidades para negros e negras que fizeram da saúde sua área de atuação.

Fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de educação física, serviço social, nutrição, medicina, são alguma das áreas atendidas pelo grupo.

“Reunir forças para divulgar nosso trabalho, criar oportunidades de integração,  negócios e aperfeiçoamento também fazem parte do objetivo do grupo”, explica a doutoranda em Terapia Ocupacional, pela UFSCar e responsável pelo projeto,  Ana Célia Nunes.

Interessou?

O grupo está no Facebook e também disponível para esclarecer dúvidas pelo e-mail:afroterapeutas@gmail.com

Palestra aborda a literatura e imprensa negra no Brasil do século XIX

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A jornalista Ana Flávia Magalhães Pinto ministra palestra no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, no dia 17 de fevereiro, na qual aborda pesquisa realizada por ela na qual aborda a literatura e imprensa negra no Brasil do século XIX.

Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil elege como fios condutores as trajetórias de um conjunto de homens negros, livres e letrados atuantes na imprensa e no cenário político-cultural das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX.

Apostando na viabilidade de seus projetos individuais, Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Ignácio de Araújo Lima, Arthur Carlos e Theophilo Dias de Castro estiveram envolvidos em ações coletivas, com destaque para as lutas abolicionistas; e não raras vezes desenvolveram críticas a práticas cotidianas de preconceito e outros desdobramentos do escravismo. A pesquisa aponta as semelhanças e diferenças existentes entre eles, a fim de perceber os significados de suas articulações diretas e indiretas, bem como compreender as articulações entre a produção literária e a atuação política destes agentes sociais.

Ana Flávia Magalhães Pinto é jornalista, doutora e pós-doutoranda em História pela Unicamp. É autora de Imprensa negra no Brasil do século XIX (Selo Negro) e organizadora, em parceria com Sidney Chalhoub, de Pensadores Negros – Pensadoras Negras: Brasil, séculos XIX e XX (Fino Traço). Menção Honrosa, no âmbito do Prêmio Capes de Tese Edição 2015, na Área de História / Programa de História.

Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil

Dia 17 de fevereiro de 2017, sexta, das 19h às 21h.
Recomendação etária: 16 anos. Número de vagas: 30.

R$ 15,00 (inteira); R$ 7,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública);  R$ 4,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência da atividade através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.

Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.

 Centro de Pesquisa e Formação do Sesc

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar.

Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 22h. Sábados, das 9h30 18h30.

Tel: 3254-5600

 

Flores de Baobá: Uma educadora brasileira e uma americana mudando o mundo por meio da educação

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Negros não são estimulados a estudar e os ambientes escolares e acadêmicos também não são dos mais receptivos para alunos de pele escura. Em entrevista ao programa Saia Justa, a cantora  Karol Conka relatou as diversas vezes em que foi humilhada na escola por professores que duvidavam da sua capacidade por conta da sua cor e ainda fez um comentário certeiro, sobre, assim como os pais dela, muitos negros largam os estudo por sofrerem agressões e ofensas por todos os lados.Os que decidem estudar acabem tendo estatisticamente, condições de estudos inferiores aos dos alunos brancos.

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Um paralelo dessa realidade no Brasil e nos EUA, por meio da histórias de uma educadora brasileira (Priscila Dias) e uma americana (Nyanza Bandele) é o tema do documentário Flores de Baobá, de Gabriela Watson Aurazo, formada em Rádio e TV e que atualmente cursa o programa de mestrado em cinema MFA (Master in Fine Artes) em Cinema e Artes da Mídia pela Universidade Temple, na Filadélfia, Estados Unidos.

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A documentarista Gabriela Watson Aurazo,

Além do levantamento de pontos críticos em comum na educação de afro-brasileiros e afro-americanos, o documentário vai além, reforçando a importância dos laços entre as negras da Diáspora Africana sendo ainda uma grande inspiração para educadores, alunos e público em geral.

O trabalho ainda não está concluído por questões orçamentárias e por meio da plataforma de financiamento coletivo Catarse é possível, por meio de doações contribuir para que algumas filmagens no Brasil, sejam concluídas, bem como a finalização do documentário.

Flores de Baobá reúne em sua equipe cineastas e artistas do Brasil e Estados Unidos garantindo em ambos países uma predominância feminina e negra. Todos os profissionais envolvidos são engajados em questões sociais e/ou étnico-raciais.

Mais informações:

Catarse: catarse.me/floresdebaobafilme
Facebook: Flores de Baoba
email: floresdebaoba@gmail.com
Instagram: FloresdeBaoba
Twitter: Baobab Flowers

FICHA TÉCNICA
Flores de Baobá
Ano de Lançamento: 2017
Direção e Argumento: Gabriela Watson Aurazo
Produção Executiva: Doris Derby Joyce Prado, Melissa Skolnick
Direção de Fotografia: Hannah Angle, Tomires Ribeiro e Renato Cândido
Trilha Sonora: Lucas Cirillo e Giovani Di Ganzá
Assistentes de câmera: Quynh Le, Kayla Watkins
Assistência de Direção: Renata Martins
Assistência de Produção: Aiko Brown, Mark Kaercher, Pamella Aleixo, Talícia Vênancio, Jessica Cruz
Som Direto: Renata Martins, Ana Julia Travia, Lucas Wozniak, Felipe Faria de Miranda
Montadora: Jéssica Queiroz
Assistente de edição: Bianca Santos
Consultoria: Liliane Braga, Maria Giraldo, Dançarina: Cleonice Fonseca

Mais informações:

Catarse: catarse.me/floresdebaobafilme

Facebook: Flores de Baoba

email: floresdebaoba@gmail.com

Instagram: FloresdeBaoba

Twitter: Baobab Flowers

Coletivo Sankofa conta a vida de um catadora de recicláveis no filme Nena

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NENA é o retrato de uma entre as milhares de mulheres brasileiras que catam e reciclam materiais pelas ruas de todo o país.

“Todo dia, no dia a dia aqui, eu vou no mercado. Um dia falta pão, manteiga, leite: aí eu vou e compro aquelas três coisas. No outro dia tem pão, manteiga, leite, mas não tem sal, açúcar, café… Eu vou assim. E não falta, eu não deixo faltar”. Este é um pedaçinho do cotidiano de “Nena”, catadora de material reciclável residente na zona leste da cidade e personagem da vida real do documentário do Coletivo Sankofa, que será exibido no próximo dia 04 de fevereiro, às 14, no CEU Vila Nova Curuçá (Av. Marechal Tito, 3.400).

Nordestina, vive há 13 anos na Zona Leste da cidade de São Paulo. NENA é o retrato de uma entre as milhares de mulheres brasileiras que catam e reciclam materiais pelas ruas de todo o país.

O filme integra o projeto “Apareceu a Margarida” tem o objetivo de jogar luzes na invisibilidade nua e crua sobre da mulher catadora de materiais recicláveis. O projeto visa também contar as histórias de luta e resistência dessas mulheres dentro de um sistema patriarcal de consumo.

Marcados por estigmas que as associam ao próprio lixo e a tudo que é descartável, as dificuldades dessa atividade tornam-se mais complexas quando essas mulheres se deparam com o machismo na vida pública. Sendo assim, ser mulher no seu fazer profissional,  surge como um agravante para a invisibilidade da mulher catadora.

A partir deste projeto, o Coletivo Sankofa quer mostrar esse universo das catadoras utilizando o resultado das oficinas culturais, das rodas de conversa e da própria pesquisa que vem sendo desenvolvida com material bruto para a concepção de uma performance de rua: uma mulher catadora vaga pelas ruas de São Paulo, interagindo com seus objetos do carrinho e com os olhares que a observa durante os caminhos. Escolhe um ponto para a projeção e convida os transeuntes para assistirem.

 

“Além de ser a primeira produção audiovisual do Coletivo, nosso objeto de pesquisa também é diferente. Em nossa caminhada esta muito presente produções que coloquem as questões da população lgbt em cena e em pauta. Para nós é inovador experimentar um  projeto que contemple a produção de um documentário que nos aproxima da realidade de mulheres que reciclam suas histórias de vida por meio do trabalho de reciclar”, explica Anderson Maciel, do Coletivo Sankofa. Além disso, Anderson destaca que compartilhar essas histórias é uma oportunidade de visibilizar resistências cotidianas de mulheres que lutam as tentativas de serem apagadas do sistema.

Ficha Técnica

“NENA”

Duração: 13 minutos Roteiro, direção e edição: Carol Pitzer Direção de fotografia: Jeremias Nunes de Jesus Pesquisa: Tata Ribeiro, Edna Rosane, Rodrigo Mar e Anderson Maciel Produção: Coletivo Cultural Sankofa

 Serviço

Filme: “Nena”

Quando: dia 04 de fevereiro, às 14h

Local: CEU Curuçá, Av. Marechal Tito, 3400 – Itaim Paulista

Informações: Coletivo Sankofa

(11) 98314-4598 e contatosankofa@gmail.com

 

 

Oscar não tão branco

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Texto de Betina Costa do blog e canal Claquete 16

Com a temporada americana de premiações se aproximando, maior a expectativa para os indicados a 89º edição do Oscar, ainda mais considerando que edição anterior foi marcada por protestos e boicotes devido a ausência de profissionais negros entre os indicados pelo segundo ano consecutivo. Várias promessas de mudança foram feitas, a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, disse na época que “Nós realizaremos uma  revisão na contratação dos nossos integrantes, para trazer a diversidade necessária para a nossa turma de 2016”. De fato, essas palavras não foram apenas para acalmar os ânimos, em junho de 2016 683 novos membros foram convidados, sendo 46% mulheres e 41% pessoas de cor.

O resultado dessas mudanças pode ser observado na última terça-feira (24) quando os indicados ao Oscar 2017 foram anunciados. Seis atores e atrizes negros foram indicados aos prêmios de atuação, um recorde na história do Oscar. Denzel Washington, com 7 indicações e Viola Davis com 3, são os negros com o maior número de nomeações. Na categoria de melhor atriz coadjuvante, temos três indicadas negras: Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo), Viola Davis (Cercas) e Naomie Harris (Moonlight: Sob a Luz do Luar), também um recorde.

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Da esquerda pra direita: Kimberly Steward, Berry Jenkins e Tarell Alvin McCraney

 

 

Nesta edição do Oscar a presença negra não limitou-se apenas aos prêmios de atuação, na produção temos Kimberly Steward por Manchester À Beira-Mar (segunda mulher negra a ser indicada na categoria), Barry Jenkins foi indicado para melhor Direção por Moonlight: Sob a Luz do Luar (quarto homem negro a ser indicado),  dividindo a indicação de melhor roteiro com Tarell Alvin McCraney, fazendo deles sétimo e oitavo homens negros a concorrer na categoria.

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Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Ava Duvernay, Raoul Peck, Ezra Edelman, Roger Ross, Bradford Young e Joi McMillon

 

A categoria de melhor documentário merece ainda mais atenção: Ava DuVernay (13th), Raoul Peck (I Am Not Your Negro), Ezra Edelman (O.J.: Made in America), e Roger Ross Williams (Life, Animated). Até essa edição, essa categoria contava apenas com três indicações, Ava DuVerney (maravilhosa) é a primeira mulher negra indicada. Fotografia e edição também contam com indicados negros: Bradford Young por A Chegada e Joi McMillon por Moonlight: Sob a Luz do Luar respectivamente, Joi sendo a primeira mulher negra a concorrer por melhor edição.

O Oscar 2017 está sendo histórico para atores, atrizes e demais produtores de conteúdo afro americanos, que finalmente estão começando a ter o reconhecimento merecido. Chega a ser irônico que essas indicações tão diversas tenham sido anunciadas apenas quatro dias depois da posse de um dos presidentes mais racista, homofóbico, xenofóbico, misógino e (insira qualquer preconceito aqui que provavelmente se aplicará) da história moderna americana. Mais do que nunca os negros, latinos, e demais “minorias”, precisam de incentivo e apoio para mostrarem todo o seu potencial.

Porém, embora eu esteja muito feliz que o #Oscarssowhite tenha surtido efeito, um diabinho não para de sussurrar no meu ouvido que isso pode não passar de uma estratégia política da Academia para acalmar os ânimos e dizer: “Olha aqui, temos negros agora, nos adorem”,  para daqui um ano ou dois voltar ao que era antes. Eu realmente espero que isso seja apenas paranóia e que daqui pra frente só melhore, contudo é difícil acreditar numa mudança permanente de uma instituição tão conservadora.

Outro ponto que colabora com o meu “pé atrás” é o fato de que, embora tenhamos recorde de indicações para pessoas negras, ainda temos outros grupos que sofrem com o desprezo da Academia, como por exemplo latinos, asiáticos e nativo-americanos. Rashad Robinson, diretor executivo do “Color Of Change”, comemorou as indicações, mas chamou atenção a demais representatividades: “Conquistar diversidade não é responsabilidade somente da Academia. Isso cabe também aos diretores de elenco, financiadores e ao estúdio que têm uma responsabilidade moral de apoiar projetos que contam histórias autênticas, compassivas e que refletem a diversidade do nosso país e dar oportunidade para profissionais negros, assim como latinos, asiáticos e nativo americanos dentro e fora das telas.”

A falta de indicação de mulheres também merece atenção. Várias discussões vêm sendo levantadas em torno da presença feminina em Hollywood, porém nesta edição nenhuma mulher foi indicada a melhor direção. Em roteiro, somente Allison Schroeder por Estrelas Além do Tempo foi indicada e até agora, nenhuma mulher foi nomeada ao prêmio de melhor fotografia. Tendo esses fatos em mente, devemos comemorar as conquistas atuais, mas não esquecer que há um longo caminho a ser percorrido e que devemos estar sempre vigilantes para que essas mudanças não sejam provisórias e se percam como lágrimas na chuva.

Blogueiras famosas reúnem-se no II Encontro Maníacas por Lace Salvador

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O evento quer promover o uso de perucas reunindo nomes estourados do cenário, como Mona Bamburusema, Irlaine Tavares, Roberta Ormezinda e Iza Marques

No dia 29 de Janeiro, Salvador vai sediar o II Encontro Maníacas por Lace,  um evento destinado para os interessados no mercado das perucas, hoje mais conhecidas como “wigs” ou “laces”. O encontro, que acontece no espaço de eventos Maison Piatã, a partir das 16hs, tem como objetivo elevar a autoestima da mulher brasileira através da autodescoberta, obtendo o uso de wigs como uma forma de ressaltar a sua feminilidade de forma prática, moderna e dinâmica.

Criado pela youtuber e empresária do setor Mona Bamburusema, o encontro vai reunir fornecedores, usuários e especialistas do segmento, entre eles, Irlaine Tavares, Roberta Ormezinda e Iza Marques,  blogueiras famosas Brasil afora.

De acordo com Mona, o objetivo é reunir todos os tipos e mulheres para este movimento, desconstruindo preconceitos e promovendo uma forma mais saudável de cuidar da própria imagem. “Extensões, mega-hair, alisantes e demais produtos e técnicas fizeram muitas mulheres terem os seus cabelos maltratados. As wigs possibilitam criar um look à beira da perfeição, sem prejudicar nem adoecer seu cabelo. Temos o poder de mudar de estilo, tamanho ou cor dos cabelos sem a necessidade de um profissional ao lado. E tudo isso sem gastos altíssimos”, explica.

As wigs são perucas usadas já há bastante tempo por muitas mulheres nos Estados Unidos, entre elas, muitas famosas como Naomi Campbell, Beyoncé e Rihanna, artistas que estão antenadas com essa nova tecnologia em perucas que vem transformando a vida de muitas mulheres por todo o mundo.

“Vimos diversos depoimentos de mulheres que mudaram sua vida, seja depois da quimioterapia, da alopecia genética ou adquirida, ou simplesmente usuárias comuns, sobre como a vida profissional, sexual ou social mudou depois de se sentirem mais bonitas e mais seguras para enfrentar os desafios. Depois disso, entendemos que o nosso Encontro vai muito além do que a venda de perucas”, destaca Mona.

O ingresso para o II Encontro Maníacas por Lace custa R$10, sendo vendido na portaria do evento e no portal www.sympla.com.br. O encontro vai contar com a presença de expositores do segmento das wigs, oficinas de maquiagem e moda, consultoria com a Tia Má (também usuária de wigs), além de shows musicais dos artistas Sérgio Dau, Van Divo e Luana Assiz. Esta última é conhecida pelo web hit “Encrespei”, que fala do processo que toda mulher passa ao deixar de usar químicos para alisar o cabelo e assumir os cachos.

Programação:

DATA: 29 de Janeiro de 2017

LOCAL: Maison Piatã

INGRESSO: R$10

16:00 – Abertura do II Encontro das Maníacas por Lace Salvador-Bahia 2017

Palestrante: Mona Bamburusema

Idealizadora do Encontro Maníacas por Lace Salvador, Mona é Youtuber do Canal  “Mona Bamburusema Wig Hair”, com quase 40 mil visualizações. Ela vai contar como o uso de wigs revolucionou a sua imagem e a sua auto-estima, além de apresentar a todos os convidados, os palestrantes e parceiros presentes no evento. Mona também é proprietária da loja Palau da Mona Wig Hair, uma das maiores referências para compra de perucas no Brasil e na Europa.

16:20 – Wigs, empoderamento e valorização da beleza negra

Palestrante:  Irlaine Tavares

A convidada mais esperada do evento! Irlaine Tavares é a Youtuber brasileira mais conceituada no mundo da makes e das wigs. Proprietária de uma das primeiras lojas virtuais de wigs do Brasil – www.blackwigbrasil.com.br – Irlaine é seguida por mais de 100 mil pessoas no seu canal. Com a sua representatividade para as usuárias de wigs e seu estilo glamouroso, a diva estará no nosso encontro trazendo muitas informações deste mundo maravilhoso e mostrando que todas as mulheres podem ser divas SIM!

17:00 – Buffet + Sorteios

Os participantes do Encontro vão poder se deliciar com um buffet exclusivo e também participarão de sorteio de diversos prêmios, entre eles, wigs, makes, acessórios e muito mais!

17:15: Consultoria com Tia Má (Maíra Azevedo) – Madrinha do nosso II Encontro, Maíra Azevedo é reconhecida pelo Google como umas das 25 mulheres negras mais influentes em 2015, é conhecida por empoderar mulheres através do humor. Jornalista do Grupo A Tarde, ela também é colaboradora do programa Encontro com Fátima Bernardes. Maíra, que também é uma usuária de wigs, estará no evento batendo um papo com as divas presentes.

17:30 – Feira de Expositores + Show de Sérgio Dau – Visitação aos stands dos fornecedores de wigs, moda e estética com um super show ao vivo!

18:00 – Oficinas

  • Maquiagem com Priscila Souza Ramos – A maquiadora Priscila Souza Ramos administrará uma oficina de automaquiagem para as participantes do evento.
  • Trançado e Manutenção de Wigs com Alberto Alves –  O famoso maquiador e cabeleireiro vai dar dicas de como manter as wigs e a melhor forma de deixá-la mais bonita e durável.
  • Tranças com Ana Cláudia Telles – Esta maravilhosa especialista em colocação de fibra orgânica vai ensinar para as divas como fazer trancinhas incríveis.

19:40 – Show da Drag Queen Van Divo

20:00 – Show de Luana Assiz

21:00 – Encerramento

Notas de repúdio ao texto “Por menos capoeira e mais prêmios de literatura para os nossos adolescentes”

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Sobre as manifestações sobre o texto, “Menos capoeira e mais literatura para os nossos adolescentes”, a jornalista Silvia Nascimento diz menos capoeira para provocar a reflexão de que há muitos mais negros no esporte do que na literatura. Em nenhuma parte do texto se desmerece a capoeira ou o capoeirista.  A atividade nem é citada na nota que tem como objetivo incentivar um equilíbrio entre literatura, música e esportes, sendo os últimos já praticados por uma maioria negra. É um ponto de vista onde se cabe sim, a discordância.

Sentimos pelos que foram ofendidos, mas a forma como o título foi interpretado, não é passível de retratação, já que se refere à opinião da jornalista. Respeitando a liberdade de expressão dela e dos leitores, nessa postagem damos espaço a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no estado de Roraima (IPHAN/RR) e ao Lamartine José dos santos Presidente do Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS – CDOMS para manifestarem sua indignação com o posicionamento da jornalista do site Mundo Negro.

Seguem abaixo as notas de repúdio.

A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no estado de Roraima (IPHAN/RR), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), vem a público se manifestar sobre o teor da matéria Por menos capoeira e mais prêmios de literatura para os nossos adolescentes, escrita pela jornalista Silvia Nascimento e publicada no site Mundo Negro, em 22 de janeiro de 2017, disponível no link https://mundonegro.inf.br/mundonegro/por-menos-capoeira-e-mais-premios-de-literatura-para-os-nossos-adolescentes/

Segundo a Constituição Federal de 1988, em seu art. 216, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Ou seja, a partir da nova constituição o patrimônio cultural passa a ser entendido e reconhecido pelo Estado enquanto uma construção social dinâmica, cabendo à União promover ações de valorização e proteção deste bem cultural, em prol da manutenção de sua existência, contando com a participação direta da sociedade civil, especialmente dos seus/suas detentores/as.

O Ofício de Mestre de Capoeira e a Roda de Capoeira são bens culturais de natureza imaterial registrados pelo IPHAN como Patrimônio Cultural do Brasil, em 21 de outubro de 2008, nos termos do disposto no Decreto nº 3551/2000, que institui o registro de bens culturais de natureza imaterial pelo IPHAN e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. A Roda de Capoeira é também reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade desde 2014.

Desde 2008, várias ações foram articuladas e desenvolvidas pelo IPHAN a nível nacional, assim como descentralizadas para suas Superintendências e Escritórios Técnicos. No estado de Roraima, a salvaguarda da capoeira vem ocorrendo de forma articulada e contínua desde 2012, com a ação direta e apoio do IPHAN/RR, com a formação de um Comitê Gestor para Salvaguarda da Capoeira (do qual o IPHAN/RR), que conta com um Regimento Interno que estrutura sua constituição e atuação. Dentre as finalidades do Comitê Gestor, está a de debater, refletir, desenvolver e assessorar ações e medidas para a valorização da Capoeira durante todo processo de salvaguarda desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A salvaguarda do bem cultural registrado é uma premissa institucional, e constituí um passo importante na política de reconhecimento e valorização do patrimônio cultural imaterial brasileiro.

A supracitada matéria, infelizmente, não reconhece a importância da capoeira. Ao suscitar que os adolescentes precisam de mais premiações de literatura e menos capoeira, infelizmente deixa escapar as historicidades da capoeira, uma manifestação cultural presente hoje em todo o território brasileiro e em mais de 150 países, com variações regionais e locais. A capoeira é inclusiva e promove sociabilidades, criando contextos de interação entre crianças, jovens e adultos, conjugando diferentes performances e nuances, que trazem em si as presenças e resistências negras em território nacional.

Consideramos que a maior participação de jovens negros em concursos literários seja de extrema relevância, e apoiamos veementemente a proposta apresentada pela jornalista Silvia Nascimento. Entretanto, sugerir menos capoeira aos nossos jovens constitui um ato de desvalorização dos conhecimentos ancestrais e desconhecimento da capoeira e suas diversas matizes.

A capoeira constitui-se enquanto referencial do legado cultural africano, que por muitos anos foi marginalizado e mesmo proibido. Os jovens não precisam de menos capoeira, mas sim ser mais valorizados e respeitados em sua plenitude. Vemos cotidianamente atos de desrespeito às religiosidades e aos povos tradicionais de matrizes afro-brasileiras. A capoeira também sofre com a estigmatização, que vem sendo fortemente debatida e combatida por capoeiras tanto no Brasil quanto em outros países. A juventude negra precisa, de fato, de mais políticas públicas que valorizem suas raízes negras-africanas, sua integridade física, que reconheçam sua dignidade e promovam a inclusão social, por meio de políticas voltadas para educação, promoção do bem-estar, exercício de atividade esportivas e lúdicas. O hábito de leitura e de produção textual também estão associados à capoeira. Não se tratam de práticas excludentes.

Deste modo, o IPHAN/RR reafirma seu compromisso de valorização das manifestações culturais do Brasil, ensejando promover o respeito e reconhecimento das diferentes raízes de nossa formação identitária, cultural e social. E recomenda à jornalista Silvia Nascimento, e ao site Mundo Negro, que reconsidere suas colocações com relação à indicação de que a nossa juventude precisa de menos capoeira.

SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN EM RORAIMA

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Nota Pública de Repúdio
Ao titulo da matéria do Site: https://mundonegro.inf.br/mundonegro/ à nossa arte de liberdade de expressão “capoeira” cultura afro-brasileiras

O Fórum da Capoeira de Mato Grosso do Sul vem acompanhando, com extrema preocupação, as notícias de agressões à liberdade de expressão “capoeira” cultura afro-brasileiras e violência textuais, como depredações no titulo da matéria do site: Mundo Negro cujo titulo “Por menos capoeira e mais prêmios de literatura para os nossos adolescentes”, Por Silvia Nascimento, na data de 22 de janeiro de 2017, demonstrando a falta de conhecimento ao diversos serviços públicos, na resistência legal ao cumprimento da Lei nº 10.639/2003 dentro dos grupos de capoeira e também os trabalhos sociais realizados em todo país, já nos basta o Ministério da Educação tenta excluir o currículo da Rede de Ensino a não obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.

A preocupação torna-se ainda maior diante da publicação da matéria do Site: Mundo Negro, na qual noticiou o lamentável titulo no lançamento da chamada publica pela Editora Malê abrindo as inscrições na edição do Prêmio Malê de Literatura – pra Jovens escritores negros que visa estimular a produção literária realizada por jovens afro-brasileiros que queira divulgar suas obras.

Iniciativa louvável, mas, desrespeita o seguimento de toda classe capoeiristica brasileira do país e no mundo. O titulo é uma violação e agressão a nossa arte que tem seu reconhecimento pela A capoeira se tornou a quinta manifestação cultural brasileira reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

O reconhecimento não só pra ajudar a preservar a prática só no Brasil, mas também no mundo, mostrando a importância da capoeira na vida dos seres humanos. Berimbau, pandeiro e atabaque; ginga e força: tudo isso lembra a capoeira. A manifestação cultural tipicamente brasileira, hoje praticada em todo o mundo.

A prática foi reconhecida também em 1937, depois que Mestre Bimba a apresentou ao então Presidente Getúlio Vargas, que a declarou esporte nacional. Em 2008, a capoeira foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Diante desse quadro, e levando em consideração ainda os compromissos assumidos pela defesa de nossa arte afro-brasileira “Capoeira” Fórum da Capoeira de Mato Grosso do Sul vem a Público por meio da Coordenação da Região Oeste e demais regiões, lutar pela defesa dos direitos fundamentais da Capoeira, no enfrentamento ao Racismo virtual e em defesa à Diversidade Étnico-Cultural de nosso país.

Att.
Lamartine José dos santos
Presidente do Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS – CDOMS
Presidente do Conselho dos Direitos do Negro – CEDINE/MS
Coordenador da Região Oeste do Fórum da Capoeira de Mato Grosso do Sul.
Membro da Rede Nacional de Ação pela Capoeira
Conselheiro Nacional de Políticas Culturais – CNPC
Membro do Fundo de Defesa e de Reparação de Interesses Difusos Lesados – CONFUNLES

 

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