A Diáspora Black é uma startup de impacto social focada na valorização da cultura negra e promoção da igualdade racial. Com o coletivo Di Jejê, lançaram nesta semana uma série de atividades on-line que “fortalecem, acolhem e emancipam”.
Os cursos, já disponíveis e vão desde ‘o pensamento de Angela Davis’ a ‘Kukala: Formação para professores e pesquisadores em história e cultura africana e afrobrasileira’. “A cultura negra e o seu legado nos fez existir e resistir. Os saberes de nosso povo e a conexão com nossa ancestralidade são ótimas ferramentas para enfrentarmos esses dias difíceis”.
Confira os cursos disponíveis:
O pensamento de Angela Davis
O pensamento Panafricanista: Abdias, Biko e Malcolm X
Kukala: Formação para professores e pesquisadores em história e cultura africana e afrobrasileira
Nkanda: Feminismo negro e pensamento racial brasileiro
Vamos nos inspirar e aprender com essas referências ancestrais?
Matéria exibida na terça-feira (12) no programa Hoje em Dia na TV Record, traz penteados tradicionais de regiões da África como “Prático e barato: O ‘penteado coronavírus’ com tranças em forma de antenas que é moda em África”.
A Youtuber Rízia Cerqueira, assistia ao programa no momento em que a reportagem foi ao ar e publicou a seguinte declaração em seu Instagram: “Ontem pela manhã enquanto eu tomava meu café, me deparei com uma matéria do programa Hoje em Dia, da emissora RecordTV, falando que crianças africanas estavam se inspirando no símbolo do novo corona vírus (COVID-19), como penteado. Eu preciso explicar o por quê essa matéria não faz sentido nenhum? E por quê foi uma grande falta de respeito com o povo africano”.
A matéria foi replicado por alguns sites e nela diz que o “estilo tinha saído de moda nos últimos anos”.
“Fico indignada em ver pessoas que estudaram para informar um população com qualidade e verdade, mas a record tv nunca consegue atingir essa excelência e não é de hoje.
E não digo só a Record, depois dessa matéria, vários lugares repassaram a mesma informação.
Qual a lógica em mandar uma pessoa branca fazer uma matéria sobre cultura preta”, questionou a estilista e diretora criativa Suyane Ynaya.
Essas tranças são chamadas de trança de linha ou trança de cana, na República Democrática do Congo são chamadas de Suki Ya Singa e são muito usadas em dias de eventos africanos específicos. Todos os estilos de tranças e penteados de origem africana exerceram uma importante função no início do século XV, com a escravidão, o cabelo era um condutor de mensagens e parte integrante de um complexo sistema de linguagem.
As divisões e reconhecimentos de cada um era feito devido a seu penteado que continha sempre um mapa para ajudar nas suas longas caminhadas e traçados.
No Brasil, temos o rapper Sabotage usava esse cabelo e em 2018 a rapper Karol Conka reproduziu o mesmo penteado em homenagem ao cantor com uma nova versão da música “cabeça de nego”.
Penteados com tranças abrangem um amplo terreno social: religião, parentesco, estado, idade, etnia e outros atributos de identidade, esses penteados não surgiram com a moda e não estão sendo inspirados pelo Coronavírus. O ato de trançar o cabelo transmite valores culturais entre as gerações.
“Meu filho, se for sair, não esquece o documento, nem que seja para ir ali na padaria”
Essa frase da minha mãe, que ouço desde criança, sempre me mostrou que o tal 13 de maio da “redentora” Isabel sempre foi uma falácia, afinal, como pode um garoto da favela não poder ir na birosca da frente sem documento, de bermuda e chinelo apenas para comprar um doce?
O medo de ser confundido com bandido, de morrer e ser enterrado como indigente fazem com que as mães pretas peçam para seus filhos pretos evitarem certas vestimentas, certos adornos e até mesmo algumas palavras, ainda mais se o CEP for de uma favela, local onde fomos jogados após a tal abolição.
E para quem fala que branco pobre é quase preto, eu trago o relato de vida de uma mãe chamada Fatinha, moradora da Rocinha que conheci nas andanças da minha militância. Fatinha é branca, nordestina, teve um filho branco e outro preto, o filho preto se chamava Hugo, depois de uma passagem pela polícia, decidiu não voltar para o crime e ficava no morro procurando alguns bicos para sobreviver, em uma incursão policial, os policiais foram em cima de Hugo, já sabiam que ele tinha passagem, e um preto com passagem não tem paz, Rafael Braga e tantos outros que o digam, e nesta operação Hugo foi executado em uma viela, sem estar armado ou oferecer perigo, estava apenas de bermuda, chinelo e sem documento, da mesma forma que minha mãe tinha medo que eu morresse.
O mais curioso disso tudo é que nesse mesmo período, o filho branco de Fatinha estava no tráfico local, e quando chegaram para dar a notícia que um filho havia sido assassinado, ela logo associou ao filho branco, até porque toda mãe sabe que a consequência dessa vida é caixão ou cadeia.
Chegando ao local, Fatinha caiu em desespero ao saber que seu filho preto, que não devia mais nada para a justiça e estava tentando ter uma nova vida, sangrava que nem um bicho em um beco e em um evento que participou, essa mãe de fibra fez questão de dizer para o público presente que o filho branco dela, o mesmo que era do crime, nunca havia sequer sido parado pela polícia no morro, nem na época de moleque, os olhos claros e a pele branca garantiam esse direito, que nunca foi dado ao irmão Hugo.
Seguindo este exemplo real, eu vos digo: não! O branco pobre não é quase preto, ele continua sendo branco. Esqueçam esse argumento.
Mas nunca se esqueçam o fato de que a liberdade do dia 13 de maio de 1888 nunca existiu, naquele dia foi decidido que iríamos para outro patamar de escravidão, que perdura até hoje.
O projeto incluía um deslocamento muito bem definido, saímos de senzalas para cortiços e posteriormente favelas, criminalizaram a nossa cultura para que pudessem nos jogar nos presídios, falaram que a capoeira era crime, que o samba era vadiagem, não podíamos fazer nossos cultos, tudo isso era crime. Como se não bastasse, colocaram o projeto de eugenia na nossa Constituição, dizimar o povo preto foi um plano de estado, documentado pelo último país das Américas a “abolir” a escravidão.
Hoje, este mesmo Brasil que a bandeira estampa “Ordem e Progresso”, ainda trabalha para o apagamento da nossa história. Na escola eu não aprendi nada sobre os abolicionistas negros, a heroína da minha falsa liberdade sempre foi a Isabel, e mesmo com uma lei (10.639) que exige o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas, nossas crianças pretas seguem sem saber dos nossos verdadeiros heróis e heroínas, e isso interfere diretamente na autoestima destes jovens.
Enquanto a mulher negra for obrigada a ser a mais forte, inclusive recebendo menos anestesia na hora do parto, não podemos falar de abolição plena.
Enquanto o homem negro seguir sem poder errar em nada, e permanecer sendo associado a um processo de animalização, não podemos dizer que a Lei Áurea mudou muito a nossa vida, pois mesmo adulto, eu sigo evitando sair sem documentos, pois as amarras do racismo estrutural ainda permanecem na mente.
O Grão, é um projeto de estudantes da CECULT, que visa dar espaço á artistas independentes de Santo Amaro, na Bahia. Desde o começo do projeto eles já fizeram outras quatro mostras e a quinta, que começa em 15 de maio, trata-se da exposição online ‘’Nagò Afroindígena’’. A Exposição faz parte do projeto de conclusão de curso da artista e também estudante do CECULT Laisa Ojulepa.
A Exposição imersiva conta com uma exposição de fotos feitas em cinco perspectivas fotográficas diferentes e está disponibilizada no site do Grão. Para ajudar a entrar em conexão com a mostra, foi criada a playlist ‘’ Grão Nagò’’, no Spotify (e vale muito a pena dar o play).
O projeto trata de forma artística sobre questionamentos, filosofias e ideologias da cultura e da libertação indígena e afro-brasileira, visando nos fazer pensar sobre nossa própria existência em um processo de auto imersão feito através da arte.
Para imergir na exibição do editorial fotográfico de Laisa Ojulepa em parceria com a arte de Lumumba Afroindígena e Mpangi acessórios africanos e indígenas, basta acessar: https://graocultivo.wixsite.com/grao
Em linhas gerais, o “salvador branco” é uma pessoa branca que resolve os problemas de um personagem não-branco, problemas estes que não poderiam ser resolvidos pelo personagem por conta própria. O salvador branco geralmente acaba por fazer uma jornada de autoconhecimento que termina com o mesmo resgatando minorias étnicas de seu cruel destino, este tipo de filme é feito para que pessoas brancas se sintam bem a respeito da forma que encaram minorias marginalizadas. Isso acontece em filmes como “Green Book” e “The Help”
Um exemplo clássico é essa cena do filme “Estrelas Além do Tempo” quando Al Harrison (personagem de Kevin Costner) heroicamente derruba as placas de sinalização que dividia pessoas negras e brancas nos banheiros femininos da NASA.
O personagem de Kevin ainda permite a Katherine que ela acesse a sala de controle para assistir o lançamento do foguete que ela ajudou a criar. O problema? Isso não aconteceu, o personagem é inventado e a verdadeira Katherine Johnson relatou ter assistido o lançamento de sua mesa.
“Green Book” (citado no começo do texto) foi um dos filmes mais criticados pela comunidade negra nos Estados Unidos e por figuras como o cineasta Spike Lee por promover uma visão branca a respeito do racismo. Já no caso de “Histórias Cruzadas”, a própria Viola Davis falou sobre ter se arrependido de ter feito principalmente porque o ponto de vista das empregadas não foi considerado pela produção.
A Narrativa de “White Savior” se tornou muito popular durante a era dos direitos civis onde ativistas negros lutaram contra a segregação racial nos Estados Unidos, os filmes no entanto, atribuíam essa luta a protagonistas brancos. Neste contexto, vale assistir “To Kill a Mockingbird”.
O grande problema é que a mídia acaba por reforçar uma representação das relações raciais onde a bondade, empatia, reflexão, coragem e outras características positivas acabam sendo consideradas inatas a pessoas brancas. Além disso o protagonismo negro (ou não-branco) é apagado, reduzido e quase na maioria das vezes as histórias verdadeiras são distorcidas, colocando como centro da narrativa personagens brancos em detrimento de personagens não-brancos.
É importante que Hollywood propicie outras narrativas e histórias a pessoas não brancas, fugindo desse ciclo de intermináveis estereótipos que limitam possibilidades dentro e fora da tela.
Alguns exemplos de filmes que se enquadram nessa categoria:
Histórias Cruzadas (2011)
Green Book (2019)
Um Sonho Possível (2009)
Duelo de Titãs (2001)
Diamante de Sangue (2006)
To Kill a Mockingbird (1962)
Mentes Perigosas (1965)
The Girl With All The Gifts (2016)
A Versão original de “Say So”, somente com Doja Cat, já era um sucesso. Mas a coisa tornou proporções ainda maiores quando ela decidiu chamar Nicki Minaj para um remix. Apesar de algumas críticas do público que disseram haver certa ‘’desconexão’’ entre as duas artistas, o single foi um sucesso. A prova disso está na nova atualização da Hot 100, a principal parada musical da revista Billboard. Esse é a primeira vez de ambas no tão sonhado 1º lugar.
A Segunda posição, também tem uma história bastante parecida. Desde que lançou ‘’Savage’’, Meghan Thee Stalion veio fazendo bastante barulho, principalmente no app ‘’Tik Tok’’. Mas é claro que uma parceria de peso com Beyoncé elevaria o sucesso a outro nível.
Além delas, o tão cobiçado top 10 do chart é composto por The Weeknd, Drake, Roddy Rich, Playboy Carti, Dababy e Quavo.
A segunda edição do Raça e Mercado acontece na próxima quarta-feira (13) às 9h, irá discutir os impactos do coronavírus na população negra e os desafios e oportunidades do empreendedorismo negro, com a proposta de criar um ambiente de diálogo entre diversos atores desse ecossistema.
On-line e gratuito, a participação na conferência será pelo aplicativo Zoom, neste link https://zoom.us/j/7156831747, em três painéis simultâneos com os temas: Ressignificação, Reinvenção e Retomada.
Coliderado por Afrobusiness, Diáspora Black, FGV EAESP e Preta Hub I Feira Preta, a edição terá a participação de nomes como Sil Bahia, da Olabi/PretaLab; Lara Lages, da Desabafo Social; e Carlos Machado; Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo – USP.
Confira a programação:
Das 9h às 9h15: Welcome meeting
Das 9h20 às 11h30: Dinâmica/Palestra nas salas temáticas
Das 11h30 às 12h: Discussão aberta com todos os participantes
Painéis
Ressignificação: O objetivo é retomar o potencial das nossas tecnologias, ressignificando o lugar da população negra no mercado e como protagonista da inovação.
Palestrantes: Carlos Machado (Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo – USP) e Noel Carvalho (Professor da UNICAMP).
Reinvenção: O foco é discutir como se reinventar em um momento de crise em que a população negra é a mais afetada.
Palestrantes: Lara Lages (Desabafo Social) e Samuel Gomes (Motion Designer Mercado Publicitário).
Retomada: Com uma perspectiva mais pragmática, discutirá o contexto atual e as possibilidades para os empreendedores negros.
Palestrantes: Sil Bahia (Olabi/PretaLab) e Breno Barlach (Plano CDE).
Serviço
2ª edição Raça e Mercado
Data: 13/05
Horário: Das 9h às 12h
Link para participação: https://zoom.us/j/7156831747
O Festival Latinidades Pretas, união da Feira Preta com o Festival Latinidades, acontece na próxima quarta-feira (13), às 19h. Com a atriz Jeniffer Nascimento como mestre de cerimônia, as lives serão transmitidas no canal oficial das cantoras Paula Lima, Preta Gil, MC Soffia e Ebony, da jornalista e humorista Tia Má e das influenciadoras Tasha & Tracie, no Youtube.
A iniciativa tem como objetivo minimizar os impactos da Covid-19, gerando renda e dando suporte às empreendedoras negras da economia criativa, em um projeto que irá selecionar propostas nas áreas de música, moda, artes visuais, teatro, audiovisual e poesia. Ao todo, foram mais de 1.400 inscrições de mulheres de todo o Brasil e outros nove países da América Latina. As selecionadas receberão um auxílio de até R$ 500.
Confira a programação:
19h – MC Soffia
19h30 – Ebony
20h – Tasha&Tracie
20h30 – Tia Má
21h – Preta Gil
21h30 – Paula Lima
Pela primeira vez em 274 anos, um universitário negro vai falar pela turma de formandos da Universidade de Princeton. A prestigiada instituição de ensino norte-americano escolheu Nicholas Johnson, um estudante canadense de engenharia financeira, como o “valedictorian” (orador oficial) de 2020.
O valedictorian faz o discurso final dos alunos da turma de formandos do seu ano durante a cerimônia de formatura. A designação é dada a um estudante que se destaca pelas realizações acadêmicas e pelo envolvimento na vida comunitária do campus.
“Receber este reconhecimento é empoderador. Ser o primeiro orador negro de Princeton é especialmente significativo por causa dos laços da instituição com a escravidão. Eu espero que a minha realização inspire estudantes negros, particularmente aqueles interessados em ciência, tecnologia e engenharia”, disse Johnson durante entrevista à CNN.
Em Princeton, 419 dos 5.328 estudantes de graduação são negros, somando 7,9% de todos os estudantes de graduação.
Em 2017, a Universidade de Princeton lançou um site reconhecendo e fazendo crônica dos seus laços com a instituição da escravidão nos EUA, incluindo presidentes e membros da diretoria que tinham escravos e incidentes de violência racial na época pré-Guerra Civil.
Por conta da pandemia do coronavírus a universidade cancelou a festa presencial, organizando ao invés disso uma celebração de formatura virtual, que ocorrerá em 31 de maio.
A Netflix liberou nesta segunda-feira (11), o primeiro teaser de sua nova série teen. Intitulada “Sangue e Água“, uma produção sul-africana com estreia prevista para o dia 20 de maio.
A trama é cheia de romances e intrigas. A protagonista, Puleng Khumalo (Ama Qamata), uma garota determinada em descobrir o paradeiro de sua irmã que foi raptada logo após o nascimento acaba conhecendo uma garota que ela acredita ser a sua irmã desaparecida. Para descobrir a verdade, a personagem se transfere de escola.
No trailer, mostra como Fikile tenta se encaixar no novo ambiente. “De onde você é?”, pergunta uma colega no começo do trailer. “Não do mesmo lugar que as pessoas daqui”