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BBB20: Colorismo, racismo estrutural e representatividade

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Babu, Flay e Thelminha do BBB20 - Crédito: Reprodução Rede Globo

Por: Maria Clara Silva

O Big Brother Brasil 20 rende muitas histórias. Dentre elas, o crescimento do Babu e a possibilidade do primeiro homem negro ganhar o programa mais vigiado do país. 

No entanto, o 13º paredão dessa edição traz três figuras diversas e icônicas da casa: Babu, Flayslane e Thelma e, coincidentemente, os três únicos participantes negros. Sim, três. Nesse paredão queremos trazer a reflexão da negritude de Flayslane.

No episódio vexatório da conversa de Flay com Ivy sobre Babu utilizar de racismo como forma de vitimismo, Flay tem dificuldade em definir qual seria sua cor e dispara para a colega:

– “Eu não sou branca. Eu sou negra! Eu me considero… não sei se sou. Mulata. Sei lá!” 

https://www.youtube.com/watch?v=oYundQrcBGs&feature=youtu.be

Independente do contexto racista de todo o restante do diálogo, a fala de Flayslane reflete bem a angustia de muitos negros de tom de pele mais claro: sou ou não negro?

Já entendemos que pardo só mesmo o papel. O colorismo mostra bem que negros tem diversos tons e subtons de pele. Uns mais retintos do que outros. A dúvida de Flayslane e os questionamentos acerca de seu tom de pele mostram os frutos do racismo estrutural que, por séculos, nos fez acreditar que ser preto ou chamar alguém assim era algo negativo, ruim. 

Morena, mulata, neguinha, escurinha, da cor do pecado – todos são termos que a maioria de nós já ouviu e até aceitou. Ao naturalizarmos tais termos, enfatizamos a distância dos negros menos retintos da “negritude”. Como se não fôssemos dignos de sermos pretos ou, até, como se ser preto fosse, realmente, algo muito ruim.

Quando ignoramos o fato de pessoas como Flayslane serem, também, negras, damos dez passos para trás. Afastamos os menos retintos de se sentirem parte. De assumirem a raça. De terem orgulho da cor. De entendem os privilégios que tem pelo tom de pele mais claro, todavia permitir que enxerguem todo o racismo estrutural que sofrem diariamente.

Precisamos falar de colorismo. Quanto mais pessoas entenderem o colorismo, mais representatividade teremos – nas universidades, nas escolas, na mídia. Quanto mais orgulho melhor. Quanto mais black power melhor. 

Entenda que esse artigo não é sobre a Flay. Nós somos #FicaBabu e #FicaThelma pelas atitudes, ideais e pelos mesmos compreenderem o peso da representatividade que possuem. Mas precisávamos falar sobre esse BBB possuir três integrantes negros e a Flayslane é um deles. 

*Maria Clara Silva, 20, do país São Gonçalo, RJ. Estudante de Jornalismo, apaixonada por palavras ditas e escritas. Escritora, poetisa e metamorfose.

‘É um sonho ajudar os meus em escala grande”. Personal trainer dará treino funcional em aula aberta no Instagram

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O personal trainer Luiz Guilherme Alves - Crédito: Reprodução Instagram

Tem aproveitado o tempo livre para se mexer mais? Independente da reposta sexta às 10h no Instagram do persona trainer Luis Guilherme Alves @lgpersonal você poderá assistir uma aula de funcional usando o peso do seu próprio corpo. Tudo que você precisa é de um colchonete ou uma toalha e uma cadeira (ou puf firmes).

“O treino será bem abrangente e com muitas adaptações, justamente para poder englobar uma faixa etária muito extensa. As únicas restrições são para as pessoas que já têm algum tipo de lesão articular séria e limitante ou algum problema médico que a impeça de fazer atividades sem liberação do médico”, detalha Guilherme.

O professor também fala desse novo momento de isolamento e de poder atender a comunidade negra, coisa nova em sua carreira.

“Meu trabalho como personal geralmente é realizado em bairros mais nobres e, consequentemente, por uma série de fatores que já sabemos, acabo trabalhando mais com o público branco. Venho aqui fazer esse convite e propagar entre a nossa galera essa live. É muito importante pra mim e um sonho, um dia poder ser professor e ajudar na saúde dos meus em uma escala grande”, celebra o personal.

Lembrando as aulas começam as 10 da manhã nesse link.

Coletivo de Ava Duvernay de “Olhos que Condenam” fará live com cineastas negros do Brasil

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A diretora Ava Duvernay - Crédito: Reprodução Instagram

As Lives no Instagram têm reunido pessoas ao redor do mundo e vale destacar a forma que a comunidade negra tem se organizado para promover encontros muitos especiais

O coletivo ARRAY, fundado pela cineasta Ava DuVernay, diretora de “Olhos que Condenam”, “Uma dobra no tempo” e 13ª Emenda  tem usado sua plataforma para dar vozes à pessoas da comunidade negra ao redor do mundo

Nessa quinta-feira, 9, é a vez dos cineastas negros brasileiros trocarem uma ideia com o coletivo americano e falarem sobre sua jornada produzindo conteúdo audiovisual em um dos países mais negros do mundo .

Carol Rodrigues, Day Rodrigues , Everlane Moraes |
Jessica Queiroz, Joyce Prado, Juliana Vicente, Renata Martins,
Sabrina Fidalgo, Viviane Ferreira e Gabriel Martins são os cineasta brasileiros que participarão da live que começa as 19h, horário de Brasília no Instagram da Array.

https://www.instagram.com/p/B-qG2OeA6oI/

Cineastas falam sobre a importância desse encontro

“Conectar a diáspora no mundo, sabendo que somos muitos e múltiplos, é hoje pra mim a alternativa para driblar as milhares de barreiras impostas do racismo estrutural do Brasil e nos entendermos como potência no coletivo, fortalecendo e ampliando nossa ideia de pertencimento em termos mundial” – Juliana Vicente, diretora e produtora executiva.

“As conexões diaspóricas são ferramentas indispensáveis à garantia das existências negras no mundo. Essa live, mais do que lição à branquitude, é importante porque pessoas negras estarão em diálogo compartilhando gingas entre si. Afinal, adoramos celebrar nossa existência.” Viviane Ferreira – diretora e produtora executiva.

Como parte de sua missão principal de ampliar e apoiar filmes independentes e obras narrativas de pessoas de todas as cores e mulheres de todos os tipos em todo o mundo, a empresa de mídia multiplataforma de Ava DuVernay e o coletivo de artes ARRAY está exibindo as vozes dos cineastas afro-brasileiros e sua narrativa dinâmica emergentes dos hotspots criativos do Brasil em todo o país. As jornadas criativas dessas mulheres e homens talentosos deste país culturalmente rico serão discutidas durante uma conversa #ARRAYVoices Instagram Live na quinta-feira, 9 de abril, no TBDpm PST.  O catalisador da conversa é a sub-representação de vozes criativas – diretores, roteiristas, intérpretes, artesãos – nas indústrias de televisão e cinema do Brasil, uma experiência compartilhada entre criadores de cor em todo o mundo”.

Mercedes Cooper, Director of Programming da Array

“Encontrar, mesmo que virtualmente com o coletivo criado por Ava Duvernay é uma possibilidade de ampliação de voz e um passo muito importante para o cinema feito por pessoas negras, pois deslegitima a tentativa de apagamento da existência física e criativa dos cineastas negros brasileiros, pois nós existimos, re-existimos e somos muitos!” Renata Martins, diretora e roteirista.

“É importante sinalizar a relevância da produção de realizadoras negras brasileiras para o Cinema Contemporâneo, o potencial estético e narrativo presente nessas produções se tencionam com o cinema tradicional e a narrativa hegemônica impostas aos corpos negros. Debater isso entre países da diáspora aproxima nossas vivências e ampliam o alcance do Cinema Negro brasileiro, uma ponte para construção de novas perspectivas de produção.”
Joyce Prado, diretora e produtora executiva

“A possibilidade de abrir diálogo entre o Coletivo Array, fundado por Ava DuVernay, e cineastas negrxs, em virtude do racismo escancarado das produtoras e diretores brasileiros, isso muito nos fortalece quanto realizadores por aqui. Só é estranho pensar que ainda necessitamos de um reconhecimento de fora para chegarmos ao óbvio. Pois, nós, artistas e cineastas negros, somos muitos, e queremos contar as nossas histórias para os nossos e para que a branquitude nos veja pela nossa perspectiva.” Day Rodrigues, diretora.

 

“ Travessias e aquilombamentos fazem parte de nossas histórias de resistência. Esse encontro com o coletivo array, da cineasta ava, é unir potências afroatlânticas. Se a cinematografia e a supremacia branca tentam apagar nossas existências, juntos, nós vamos lá e escrevemos – com luz – nossas trajetórias.” Safira Moreira, diretora e diretora de fotografia.

 

“ Sinto que todas as pontes possíveis entre pessoas negras valem como amplificadores de ideias e conhecimento. Neste caso, dá luz a um trabalho de muita gente criativa que tem mudado o cinema do país pra melhor.” Gabriel Martins, diretor e produtor executivo.

 

“A importância desse encontro é imensa por toda a representatividade e modelo de talento extraordinário que Ava representa em todo o mundo, quanto pela importância da comunhão dessa irmandade diaspórica que está acima de tudo. Além disso essa é uma resposta muito clara a uma certa branquitude colonizada brasileira que ainda insiste em usar de artifícios como comparações esdrúxulas para tentar nos diminuir para manter o status quo do racismo estrutural. Não passarão!” Sabrina Fidalgo, Diretora e Roteirista.

 

“ O coletivo da AVA está fazendo o que o mercado brasileiro parece incapaz de fazer: dar visibilidade as diretoras e roteiristas negras e apostar na potência de seus projetos” Carol Rodrigues, diretora e roteirista.

 

“A importância é o próprio encontro em si. Entre cineastas negros brasileiros e uma referência do cinema que acreditamos… Um espaço sadio e uma oportunidade para falar, nos apresentar. Se não conseguimos ser vistos e respeitados em nosso próprio país e se é necessário que a Ava e o seu coletivo queiram nos conhecer e abrir os olhos do mercado cinematográfico brasileiro para nossa existência, imagine a que nível estamos” Everlane Moraes, diretora e roteirista.

 

Em três dias de programação, viradão das mulheres sambistas promete reunir mais de 50 artistas em live no Instagram

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O Movimento das Mulheres Sambistas realizará nos próximos dias 11, 12 e 13 de abril o “Viradão – Dia da Mulher Sambista”, evento totalmente online, através do Instagram do Coletivo, com participação de cantoras, musicistas e DJ’s ao vivo. Entre elas, Teresa Cristina, Thais Macedo, Marina Iris, Ana Costa, e muitas outras.

A primeira edição do Dia da Mulher Sambista aconteceu no ano passado, de forma presencial, e foi realizado na Cinelândia, centro do Rio, reunindo cerca de cinco mil pessoas, mais de 100 artistas, e criando 40 postos de trabalho para mulheres do mundo do samba. Em decorrência do novo Coronavírus e da necessidade do isolamento social, a comemoração esse ano será pela internet. Serão lives de 1 hora, sempre das 15h à 1h da manhã. O Dia da Mulher Sambista é comemorado em 13 de abril para homenagear o nascimento de Dona Ivone Lara, a primeira mulher a estar numa ala de compositores e quebrar o estigma da composição de samba ser do universo masculino.

O Movimento das Mulheres Sambistas vinha preparando um grande evento presencial, mas a pandemia do Covid-19 mudou os planos do Coletivo, “o Dia da Mulher Sambista é um evento no qual vínhamos trabalhando muito! Tudo bem, a gente sabe que quando isso tudo passar, vai ser ainda maior do que planejamos”.

Num cenário de pouca visibilidade para a mulher no samba, o Movimento busca organizar, fomentar e difundir ações que promovam o protagonismo feminino neste universo. Fazem parte mulheres das mais diversas áreas de atuação, que se reúnem para buscar espaço, lutar por igualdade e respeito.

https://www.instagram.com/p/B-s5Z_nJ0HC/

BBB20: Família de Babu divulga nota e pede “não caiam na estratégia da política de ódio”

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Na tarde de terça-feira (7) a família e os amigos do ator Babu Santana, participante do Big Brother Brasil 20, divulgaram um comunicado em que denunciam que foram vítimas de ataques virtuais coordenados.

Há algum tempo com o crescimento da torcida do Babu, ocorreu também o crescimento do hate destinado ao participante, contas foram criadas somente na intenção de divulgar fake news sobre o ator e frases distorcidas dentro do programa.

Leia também: BBB20: Aliados de Babu Santana têm suas redes sociais invadidas

Segundo a nota, esses ataques acontecem desde o início do programa, mas tem aumentado consideravelmente.

“Atenção, família que o papo é sério! Apoiadores do Babu tiveram seus perfis de redes sociais hackeados essa noite. Alguns, até WhatsApp. Isso é crime e está previsto em Lei”, denunciou a família do ator.

Eles também desabafaram sobre o comportamento racista de alguns perfis. E que providencias legais serão tomadas.

“Um milhão e meio nunca será o preço da dignidade do Babu. Dignidade e verdade não têm preço. Em tempo: todas as providencias legais estão sendo tomadas, tudo está sendo monitorado e sabemos que a verdade sempre aparece”.

O comunicado também pede para aqueles que torcem pelo ator, “não caiam na estratégia da política de ódio. Essa linguagem e atuação é deles, não nossa”.

 

Covid19 – Coletivo de mulheres negras em NY ajuda brasileiros residentes nos EUA

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Na foto, da esquerda para direita, são: Elis Clementino, Fernanda Dias, Marry Ferreira, Flavia Barbosa, Ana Barreto. (Crédito: Divulgação)

Os EUA são o país com o maior crescimento no número de casos de coronavírus, sendo apontado como o próximo epicentro mundial da doença que parou o planeta. Até o momento, foram mais de 10 mil mortes.

Pessoas que não podem aderir ao isolamento por conta do tipo de emprego ou que pelo perfil físico e de origem são submetidas ao um atendimento de melhor qualidade, são as maiores vítimas da Covid-10 em território americano. Estamos falando de população afro-americana ( que tem um número de mortes por conta do vírus, muito maior do que dos brancos em vários Estados de acordo com uma reportagem do NY Times) e latina, grupo onde o Brasil se encaixa.

Kilomba Colletive é o primeiro coletivo de mulheres negras brasileiras nos Estados Unidos. Ele tem desenvolvido uma série de ações para dar apoio à comunidade brasileira que vem sendo impactada pelo Covid-19. O coletivo cobre de forma direta a região de Nova York e Nova Jersey, com foco em pessoas negras e pobres.

Fernanda Dias, co-fundadora do coletivo Kilomba, e doutoranda no Programa de Antropologia e Educação da Teachers College, Columbia University dá uma panorama sobre a situação dos brasileiros residentes nos EUA.

“Não existem números exatos sobre a população brasileira em geral nos Estados Unidos. O trabalho com população brasileira aqui é muito baseado em estimativas, especialmente pelo alto índice de pessoas indocumentadas. Com relação aos brasileiros na região de Nova York, pode-se dizer que a cidade de Nova York abriga a maior concentração populacional de brasileiros nos Estados Unidos. As maiores concentrações por estado estão na Florida e Massachusetts, sendo a cidade de Nova York a maior concentração demográfica”, detalha a doutoranda.

O grau de escolaridade e poder econômico dos brasileiros que imigram para os EUA sofreu um decréscimo nas últimas décadas, de forma que hoje, um grande parte  tenha como fonte de renda trabalhos informais.

Fernanda fala sobre essa mudança de perfil. “A partir dos 2000, esse perfil foi mudando, com pessoas com menor nível de escolaridade, como ensino medio completo e pessoas que vinham do interior do país. Esse perfil demográfico também proporcionou uma mudança racial”, explica Fernanda.

O Itamaraty estima há 1,4 milhões de brasileiros morando no pais de Donald Trump e além das motivações políticas, aquecidas durante o período eleitoral, a religião é uma das formas que essa comunidade tem se organizado por lá. Fernanda explica: “As comunidades brasileiras nos Estados Unidos sempre foram muito caracterizadas por organizações via instituições religiosas, o que as diferencia de outras comunidades latinas, que já tem um engajamento cívico por nacionalidade. No caso dos brasileiros, esse engajamento era diferente antes de 2016, onde pesquisas já mostravam que esse engajamento social da população brasileira vinha através da igreja”.

Kilomba fez cartilha para conscientizar a comunidade brasileira 

O  Kilomba Colletive tem por objetivo promover os direitos humanos da diáspora negra no mundo, fortalecer a solidariedade internacional entre comunidades negras e fortalecer uma contra narrativa sobre Brasil centrada nas perspectivas das pessoas negras periféricas.

“O  Kilomba é formado por cinco brasileiras negras de regiões periféricas do Brasil e que residem nos Estados Unidos. Temos por objetivo promover os direitos humanos da diáspora negra no mundo e fortalecer a solidariedade internacional entre comunidades negras, centrando nas perspectivas das pessoas negras periféricas. Nosso coletivo está em contato com os movimentos negros brasileiros para pensar estratégias de apoio durante essa pandemia.”, diz Marry Ferreira,Co-Fundadora  do Kilomba Collective,

Entre as ações do Kilomba estão a promoção de uma cartilha com recursos econômicos, holísticos e emocionais, a idealização de uma coalisão de coletivos brasileiros, que criou coletivamente uma campanha  de levantamento de recursos econômicos durante a pandemia do Covid-19.

A cartilha pode ser encontrada neste link.

 

 

 

 

 

 

Afro Máscaras: Coletivo busca mapear e ajudar afroempreendedoras em meio a crise

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Afro Máscaras é um coletivo que surgiu  em meio a pandemia do novo Coronavírus, com o isolamento social estabelecido em todo Brasil inúmeras famílias ficaram sem renda.

Sabendo o quanto esse momento tem sido difícil e afetado, principalmente, os médios e pequenos afroempreendedores, o coletivo foi criado. “Da necessidade de criar uma renda para afroempreendedorase costureiras de comunidades. Unimos coletivos e iniciativas do Brasil”.

Para mapear essas mulheres que estão fazendo máscaras dentro das orientações da OMS, “para saber suas necessidades mais urgentes, criar material de divulgação e criar conexão com quem quer doar material e ajudar de alguma forma”, o coletivo Afro Máscaras criou um formulário de inscrição, para participar do projeto e doação. O link está disponível aqui e no Instagram do coletivo.

50 mulheres já foram mapeadas e as necessidades urgentes, para confecção das máscaras são: Elástico,tecido e linha.
“Tendo em vista que todas essas mulheres se enquadram dentro do mercado informal,
produzem e sustentam famílias, gostaríamos de pedir sua ajuda para criação de máscaras e se possível pagamento de diárias para essas mulheres”.

Opinião: Racismo, pandemias e religiões

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O diretor de Cinema e TV Luis Lomenha (Crédito - Divulgação)

Por Luis Lomenha*  

Pastores das maiores igrejas evangélicas do Brasil, reagiram de maneira contrária ao anúncio de fechamento de seus templos imposto por alguns governadores em decorrência da epidemia de Covid-19 que já matou mais de 68mil pessoas no mundo. Contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde que recomenda o isolamento social como uma das formas mais eficazes de controle da pandemia, alguns pastores foram as redes sociais e deixaram claro que não fecharão seus templos. “Em nome de Jesus, nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua casa. “Citando o salmo 91, da bíblia sagrada, o pastor Silas Malafaia instiga seguidores a não temerem a pandemia de coronavírus em um vídeo postado na internet.

           O bispo Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, usou as redes sociais para postar seu video também, no qual subestima a gravidade da pandemia de coronavírus no mundo. Ele afirma que não há motivo para as pessoas estarem preocupadas com a doença e atribui sua proliferação à mídia e a “Satanás”. Para engrossar o caldo dos religiosos, o “Messias”, presidente do Brasil, também fez pouco caso da doença, mesmo com suspeita de tê-la contraído.

O presidente incentivou e participou de manifestações mantendo contato físico com pessoas, depois contrariou em rede nacional as recomendações do seu ministro da saúde e da (OMS). Bolsonaro voltou a chamar de gripezinha, o vírus que já infectou mais 1.2 milhões de pessoas no mundo, mandou estudantes voltarem a escola, saiu em carreata pela periferia de Brasília convocando a população ao trabalho. Bolsonaro também baixou um decreto autorizando igrejas e casas lotéricas a não fecharem, o decreto foi suspenso pelo juiz Márcio Santoro Rocha, da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ) , em seguida foi liberado pelo TRF2 a pedido da AGU-Advocacia Geral da União.

  Messias não culpou Satanás, talvez por pensar que os chineses são a encarnação contemporânea do “coisa ruim”, e é para este povo que o presidente do Brasil e seu filho Eduardo Bolsonaro vem disparando sua artilharia, colocando em risco uma futura parceria de combate ao vírus, com o país asiático que vem obtendo bons resultados na erradicação da doença em seu território.

              As “pestes”, como gostam de chamar os religiosos, são parte da história da humanidade, assim como o racismo que as acompanha. O presidente norte-americano Donald Trump, igualmente à família Bolsonaro, vem chamando o Covid-19 de vírus chinês. Isto é uma triste demonstração de racismo que estimula pessoas do mundo inteiro partilharem na internet informações sem nenhuma base cientifica sobre a origem e proliferação do vírus, em sua maioria, associadas a possíveis maus hábitos de higiene dos chineses. Muitos posts nas redes sociais fazem referência ao paciente número 0, supostamente o primeiro ser humano a ser contagiado pelo Covid- 19, em um mercado de peixe na província de Wuhan. Algumas mensagens dizem que o contágio se deu pela ingestão de carne de morcego e que isso é um hábito recorrente em toda a China.

              No início do século XIX, a cólera reapareceu na Índia, em seguida ganhou o mundo e a população Hindu foi responsabilizada pela disseminação da “peste” com o mesmo discurso racista que vem sendo usado contra os chineses.

No século VI, a lepra foi atribuída aos pecadores. Vem dai a expressão “lazarento”. Ela faz alusão ao mendigo chamado Lázaro presente nas parábolas de Jesus, e serviu para estigmatizar portadores da lepra pelos séculos seguintes.

           A peste-negra matou mais de 30% da população europeia nos meados século XIV, e a responsabilidade da disseminação foi atribuída aos judeus pela igreja católica, por haver menos incidência da doença na comunidade judaica. Isso gerou atos de barbárie contra os judeus, que se estenderam por muitos séculos depois no continente europeu. São várias as associações de epidemias com racismo, podemos continuar falando da tuberculose que afetou escravos negros no Egito antigo e virou uma forma de exclusão de populações vulneráveis até o século XIX. O ebola que assolou África Ocidental se tornando uma das epidemias com o maior índice de letalidade daquele continente, a negação da eficácia de preservativos por parte de grupos religiosos cristãos que ajudou a transformar a AIDS em uma epidemia no continente africano, segundo dados da UNAIDS a África Oriental e Meridional concentram hoje mais de 50% das pessoas que vivem com o vírus no mundo.

           Ao contrário do HIV, a pandemia do covid-19 parece estar só no início, não sabemos como o vírus vai se comportar nos próximos meses, mas uma coisa já podemos afirmar, após os estigmas, a ciência tão demonizada por este governo, sempre deu conta de encontrar as causas das epidemias, fazendo com que a história inocentasse os estigmatizados. Mas, como diz o ditado popular, “até provar que focinho de porco não é tomada” as populações sofriam com o racismo. E pelo visto a humanidade não aprendeu sobre os estigmas com epidemias anteriores, ao seguir culpando um povo por uma tragédia global. Se nos esquivarmos da responsabilidade dos quais nos levaram a esta pandemia, o racismo tende a se acirrar ainda mais. Um exemplo claro está na subnotificação de casos na Cidade de Deus, comunidade situada no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo matéria do site UOL datada de 23/03, profissionais de saúde da UPA-Unidade de Pronto Atendimento da Cidade de Deus, relatam que há um recado em frente a seus computadores desde quinta feira (19), sugerindo diagnóstico de síndrome gripal adotado pela CID (classificação internacional de doenças), que termina pedindo para avisar a coordenação em caso de necessidade de internação. Até agora somente Manguinhos, Mangueira, Complexo do Alemão, Rocinha, Parada de Lucas, Vidigal e Cidade de Deus, estão entre as favelas do Rio de Janeiro que já registraram casos oficiais da doença.

Segundo uma matéria da revista Veja, “Em São Paulo a epidemia do novo coronavírus aumentou o número de enterros realizados na cidade e fez com que a prefeitura dobrasse o contingente de agentes funerários de forma emergencial. No Cemitério da Vila Formosa na zona lesta da cidade, foi deflagrado o plano de emergência, que inclui aumento no ritmo de abertura de novas covas”.

Outra matéria exibida no programa Fantástico da TV Globo de 05/04, mostra o retrato da dor de familiares em maioria, negros que enterram as pressas seus entes queridos em um cemitério da periferia de SP, antes mesmo da confirmação dos testes de COVID-19.

No Rio de Janeiro uma das lideranças do coletivo Maré Vive, afirma que no complexo de favelas da Maré tem muitos casos suspeitos, “estamos acompanhando centenas de famílias, distribuímos cestas básicas e orientamos com cuidados básicos de prevenção, mas não tem sido fácil, o número de pessoas nas ruas aumentou após as falas do presidente da república. Nesta ultima semana não foi só nas favelas em que o movimento de pessoas nas ruas aumentou de forma significativa, muita capitais do país registraram um aumento considerável no transito de pessoas em áreas nobres e periféricas, bares abertos , partidas de futebol e igrejas vem ignorando a quarentena imposta pelos estados e Ministério da Saúde.

  É compreensível que trabalhadores informais saiam de casa em um momento como este, afinal muita gente nas periferias do Brasil sequer tem conta em banco e muitas vezes dependem do dinheiro que recebem de diárias ou semanas de trabalho, e acabam não tendo possibilidade de estocar comida comprando o básico para sobrevivência todos os dias no comércio local. O inaceitável é ver movimentos de lazer e alguns líderes religiosos desafiando a justiça mantendo seus templos abertos colocando em risco a vida de milhões de religiosos e não religiosos, enquanto a maior parte do país segue solidária em quarentena respeitando os mais vulneráveis.

  O pastor da comunidade Batista de São Gonçalo, Ronilson Pacheco, escreveu em sua rede social uma crítica ao não fechamento dos templos: “Meu irmão, minha irmã, isto é nada mais que arrogância, soberba e irresponsabilidade. E, quanto a isto, basta lembrar que o lugar que Jesus menos frequentou foi o templo. Faça um esforço sincero, e você vai perceber que todas as principais memórias que você tem de Jesus, escritas nos Evangelhos, ele não está no templo, mas na rua, no monte, na beira de rios e mares. Isto tem uma mensagem importante. Igrejas não são os únicos lugares onde Deus pode ser servido.”

Na contramão de Malafaia e Macedo, muitos lideres optaram pelo fechamento completo de seus templos. Para não deixar seus seguidores desamparados durante a crise, cultos e palestras estão sendo disponibilizados online.

Gente como pastor Ronilson Pacheco e muitos outros lideres de diferentes religiões, vem trabalhando junto com grupos comunitários, que através de doações e do trabalho voluntário, vem se fortalecendo nas periferias do Brasil para evitar o avanço do vírus. O Covid-19 nasceu na China, e na Europa tem feito mais vítimas fatais, é preciso cumprirmos as orientações da (OMS) para a pandemia, não virar em um futuro próximo uma peste de negros e favelados.

Escritor e realizador de cinema e TV. Fundador do projeto Cinema Nosso (@cinema_nosso) e diretor da Jabuti Filmes

BBB20: Aliados de Babu Santana têm suas redes sociais invadidas

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“Não são apenas ataques de torcidas. Viraram injúria, difamação, muito racismo escancarado, falas descontextualizadas, invenções.”  Esse protesto é dos responsáveis pela administração das redes sociais Babu Santana participante do BBB20.

A equipe afirmou também que ataques como esses vêm acontecendo desde o início do programa, mas agora tomou proporções absurdas, envolvendo invasão de contas de amigos e familiares do Brother.

Há algum tempo com o crescimento da torcida do Babu, ocorreu também o crescimento do hate destinado ao participante, contas foram criadas somente na intenção de divulgar fake news sobre o ator e frases distorcidas dentro do programa.

É comum a rivalidade entre as torcidas dos participantes do reality, mas o que vem acontecendo contra o Babu deixou de ser uma rivalidade inocente ou saudável.

“Isto é crime e está previsto em lei.” Publicaram os adm’s de Babu Santana.

Medidas já estão sendo tomadas contra esse tipo de atitude vindo de torcidas opostas, mas a conscientização sobre atos como este é importante, a internet não é terra sem lei.

O ator está participando de um programa de TV do qual foi convidado, o respeito deve ser mantido enquanto o público decidir mante-lo no programa, se estender a sua saída e sua vida aqui fora, ataques a sua família, amigos e apoiadores são repudiados e poderão ser cobrados devidamente na justiça.

Seguimos no #teambabu e na luta por uma internet mais segura, onde as pessoas possam se sentir livres para torcer por quem quiser e se expressar sem sofrer ataques violentos a sua privacidade.

https://www.instagram.com/p/B-r5p7BBnfU/

 

 

BBB 20: “Amizade disfarçada”, marido de Thelma acredita que a Marcela não é verdadeira

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Denis Santos, marido de Thelma, participante do BBB 20 e líder da semana, demonstrou não confiar na suposta aliada de sua amada no jogo. Em entrevista ao portal UOL, Denis disse que prefere que a Marcela saia por ela não ser uma pessoa confiável “prefiro que a Marcela saia porque ela não é verdadeira com a Thelma. É aquele tipo de amizade disfarçada, na frente sorrisinho e abraço e atrás mete o pau e não é nem um pouco confiável”.

O paredão dessa semana esta formado e nele estão Babu, Flayslane e Marcela. Apesar de declarar não acreditar na amizade de Marcela, para esse paredão Denis diz torcer pela eliminação de Flayslane, que na visão dele, atrapalha Thelma no jogo:

“Para o jogo e por perigo tem que sair a Flay porque se ela pegar o líder, a Thelma vai direto. Então para sobrevivência dela no jogo, tem que sair a Flay. O Babu não está correndo perigo nenhum, então somos #foraFlay agora”, contou.

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