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Fundação Cultural Palmares abre edital para quilombolas e praticantes de expressões culturais afro-brasileiras

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A Fundação Cultural Palmares(FCP), abriu inscrições para o edital ‘Arte do Quilombo’ que irá contemplar projetos de artistas afro-brasileiros com prêmios a partir de R$ 6.880,00 em todo o Brasil. O objetivo é contemplar 100 iniciativas de membros de Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQs) e não quilombolas autodeclarados negros (pretos ou pardos) comprovadamente praticantes das expressões culturais afro-brasileiras nas 5 macrorregiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), 20 prêmios para cada uma. Os projetos, cujos vencedores serão premiados em dinheiro, devem ser nas categorias de: Artesanato, Dança, Música, Teatro, Leitura, Escrita e Oralidade, Narrativas Folclóricas e Culinária Tradicional.

A proposta é que os inscritos apresentem manifestações da cultura afro-brasileira, o resgate, a valorização e a preservação de saberes dos povos tradicionais remanescentes de quilombos, propostas com caráter socioeducativo, com a valorização das fontes de conhecimento, das dimensões históricas, sociais e tradicionais da cultura afro-brasileira, além de apresentação de iniciativas junto a programas sociais do Governo.

Inscrições:

Para concorrer, cada candidato deverá colocar no assunto do e-mail o título “INSCRIÇÃO EDITAL 2020 – NOME DO CANDIDATO” e encaminhar o Formulário de Inscrição, além da cópia do documento de identificação, da autodeclaração étnico-racial e da Declaração de Pertencimento Étnico para os casos de quilombolas. As inscrições seguem até 24 de Agosto de 2020 e, em razão do isolamento social e das medidas de prevenção à Covid-19, deverão ser realizadas exclusivamente pelo e-mail: artedoquilombo2020@gmail.com.

Junto aos documentos, os concorrentes das categorias Música, Dança, Teatro, e, Leitura, escrita e oralidade, deverão encaminhar um vídeo, entre 03 (três) e 10 (dez) minutos, apresentando a sua proposta. Para a categoria Artesanato, o candidato deverá encaminhar entre 10 e 15 fotografias apresentando os seus produtos.

Marcha das Mulheres Negras acontecerá on-line “por nós, por todas nós e pelo bem viver”

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“Nem cárcere, nem tiro, nem Covid. Corpos negros vivos. Mulheres negras e indígenas, por nós, por todas nós e pelo Bem Viver”. 

É com esta afirmação, que contecerá, on-line, a “Marcha das Mulheres Negras” no sabado (25). Data que marca o dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. 

“O contexto da pandemia nos atravessou de muitas formas; temos companheiras afetadas pelo Covid e tantas outras na linha de frente da luta pela nossa sobrevivência contra o vírus e a negligência do estado. Outras, ainda, em quarentena para evitar a contaminação. Este ano não estaremos nas ruas, mas nossas casas serão extensão delas”. 

Dentro a programação para “celebrar esta data” estão confirmadas inúmeras ações e participações de mulheres importantes para a nossa sociedade como Sueli Carneiro, filósofa, escritora e feminista negra brasileira, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra,e uma das principais referências teóricas  da luta antirracista no Brasil, e também fora do país.

“Para nós, mulheres negras, é ainda a mais importante griot, e graças à sua generosidade e assertividade tem inspirado toda uma geração de jovens ativistas e acadêmicas negras”. 

Confira a programação completa clicando aqui.

Evento on-line promove protagonismo de mulheres negras e conta com live de Sandra de Sá

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Julho é o mês da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, mês importante para lembrar que a luta pelo fim do racismo e discriminação de gênero não pode parar. No Brasil, coletivos de mulheres estão a todo vapor preparando o que nas redes é chamado de Julho das Pretas e no Recife não é diferente. Nos dias 24 e 25 de julho será realizado o Congresso “Mulheres Negras: entre dororidade e multipotencialidade”. 

Realizado pela Abayomi Juristas Negras e a Comissão de Igualdade Racial da OAB/PE, em parceria com a Uninabuco-Recife e o Governo do Estado de Pernambuco, o evento será on-line, transmitido pelo canal da universidade. Haverá intérpretes de libras para que a população surda também possa ter acesso à programação: “quando o assunto é inclusão ainda existe muito o que caminhar, mas estamos fazendo a nossa parte e esse público, certamente, será muito bem-vindo”, concluiu Manoela Alves, professora, ativista e Presidenta da Comissão de Igualdade Racial da OAB/PE.

Composto por paineis de discussões, o evento já conta com a presença de nomes inspiradores como o da escritora Vilma Piedade (RJ) – autora do livro Dororidade -, da Juíza Criminal Karen Luise (RS), da Promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz (BA), dentre outras mulheres negras potentes. Conforme censo divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça, apenas 553 dos 10.782 cargos da magistratura no Brasil são ocupados por mulheres negras. E esse foi um dos principais motivos para a criação da Abayomi Juristas Negras, uma coletiva de afroempreendedorismo social cujo o propósito é combater estrategicamente o racismo estrutural, ofertando capacitação, aperfeiçoamento, empoderamento e treinamento de alta qualidade, a fim de criar condições efetivas de inclusão da população negra em espaços de poder e saber, focando, principalmente, na ocupação de cargos nos órgãos que compõem o Sistema de Justiça Brasileiro.

Conhecimento, cultura e diversão andam juntos no “Julho das Pretas”. Além das conferências com temáticas ligadas ao tema central do Congresso, a festa “Enquanto Isso Em Wakanda” acontecerá integrada com a programação. O evento que estreou este ano como prévia carnavalesca em exaltação à cultura negra, essa vez será a apoteose das celebrações puxadas pelo grupo de juristas. Artistas da terra como Blera Alves e Lucas dos Prazeres, compõe o line-up com nomes como o de Sandra de Sá (RJ), uma ilustre conhecida da black music brasileira.

De acordo com Chiara Ramos, uma das fundadoras da coletiva Abayomi Juristas Negras, “Foram anos de apagamento da nossa relevância intelectual, dos nossos saberes ancestrais, agora é hora de ocuparmos os espaços que nos foram negados por séculos”. Chiara, que também é uma das idealizadoras da festa afrofuturista “Enquanto isso em Wakanda”, fala da multipotencialidade das mulheres negras, “Seja na academia, através do ensino e da pesquisa, seja no sistema de justiça, que ainda é majoritariamente branco, seja nas artes, nós resistimos e transformamos as nossas dores em potência”.

Serviço:

Data: 24/07, das 19h às 21h30 e 25/07, das 9h às 18h.
Inscrições: http://abre.ai/julhodaspretas2020
Instagram: @abayomijuristasnegra @enquantoissoemwakanda

Diáspora Lab premiará vencedor com R$ 10 mil e uma viagem para Espanha

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A Diáspora Conecta, plataforma dedicada à formação e capacitação de profissionais negros do audiovisual, abre inscrições gratuitas, no próximo dia 27, para a segunda edição do Diáspora Lab, que é um programa de desenvolvimento de projetos cinematográficos nas áreas de roteiro e produção. Os melhores projetos vão receber um prêmio de R$ 10 mil (Diáspora Conecta) e uma viagem com tudo pago para participar do AFROLATAM LAB (Fórum de Coprodução África – América Latina), do Festival Miradasdoc, na Espanha. 

Em decorrência da pandemia de covid-19, este ano todas as atividades dos laboratórios serão online. Para participar, é preciso ter mais de 18 anos, ser negra ou negro, residente no Brasil, e ter projetos de longa-metragem de ficção ou de documentário em fase de desenvolvimento.

 No Diáspora Lab Produção, voltado ao aprimoramento das habilidades criativas de produtores negras e negros independentes, é necessário ter produzido ao menos 01 longa-metragem, ou 02 curtas-metragens, ou 01 série para televisão, de ficção ou documentário, como produtor(a) principal. Quem foi selecionado na última edição não pode participar neste ano.

 Já no Diáspora Lab Roteiro, que tem foco em roteiristas com paixão pelo cinema, para participar é necessário ter um projeto cinematográfico em desenvolvimento, de ficção ou documentário, em formato de longa-metragem. Serão selecionados até seis projetos de longa-metragem em fase de desenvolvimento — três de ficção e três de documentário.

As inscrições se encerram no dia 15 de agosto e os laboratórios vão ocorrer entre 06 de outubro e 26 de novembro de 2020. Os formulários podem ser preenchidos no próprio site, acessando o www.diasporaconecta.com.br.

Talent Show: novo filme da Universal trará Cynthia Erivo e outros grandes nomes

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De acordo com informações do portal de notícias The Hollywood Reporter, o novo longa da Universal terá como protagonista Cynthia Erivo. A atriz, cantora e compositora, que já acumula prêmios como Grammy, Tony e Emmy (além de indicações ao Oscar), irá interpretar uma compositora falida que volta para a sua cidade natal, Chicago, para trabalhar liderando jovens em um show anual de talentos.

O projeto ainda não tem uma data exata para começar a ser filmado, todavia espera-se que as gravações comecem no começo do ano que vem, para que consiga ser lançado ainda na temporada de férias dos EUA. A versão mais recente do roteiro foi escrita por Lena Waithe, que tem em seu currículo trabalhos como a série ”Dear White People” e The Chi. George Tillman que também teve seu nome envolvido em grandes projetos como Alimento da Alma, O Ódio Que Você Semeia e cine-biografia de Notorious Big, assina a também produção de Talent Show ao lado de Robert Teitel. A direção ficará por conta de Gandja Monteiro.

Literatura online: Autor faz folhetim homoerótico e afrocentrado on-line em seu perfil de Instagram

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Inspirado no gênero, que surgiu na França, no início do século XIX e que fazia enorme sucesso no Brasil também (com representantes como Machado de Assis), o escritor e dramaturgo Amarildo Felix criou ‘O Perfume da Paixão’, e tem publicado capítulos diários, às 21 horas, no seu Instagram (@amarildofelix).

Assim como a maioria dos folhetins, Amarildo narra um romance com tons de erotismo, usando também suspense e os ganchos que precisam ser feitos de um capítulo para o outro. Os personagens são Alisson e Raul. Os dois são negros e Raul, dono de uma agência, está prestes a se tornar o primeiro bilionário do País. Alisson é um rapaz que começa a trabalhar na agência e é completamente atraído pelo chefe “Mais do que trazer a história em um formato diferente, nessa versão online, quis também trazer o gênero para o universo homoafetivo e falar de um casal afrocentrado. Sei que existem pessoas tratando a questão racial de maneira profunda. Mas acredito que nós, pretos, também precisamos habitar outros locais na esfera artística para além dos problemas que enfrentamos cotidianamente. Precisamos ocupar, por exemplo, esse imaginário de poder. É importante nos imaginar em outras posições que a literatura, o cinema, a TV e outras linguagens destinam somente ao branco”, explica o autor. 

Autor de O Desmonte (que teve uma versão teatral) e Sotaque/ Sintoma, Amarildo conta que O Perfume da Paixão tem sido um desafio e um ótimo exercício para a sua escrita. “Eu sempre fui de escrever de maneira solta e sem limites, mas agora tenho que fazer  o que quero dizer caber em no máximo dois cards de Instagram. Se antes poderia demorar páginas e mais páginas falando sobre um homem procurando um rato dentro de um apartamento, como fiz em O Desmonte. Agora, preciso ser mais preciso e objetivo e, ainda assim, fazer com que o leitor esteja preso à história, com vontade de ler o próximo capítulo. Além disso, tenho um prazo rígido para manter o algoritmo do Instagram e, consequentemente, meu público acompanhando a minha novela: todo dia, 21 horas, um novo capítulo tem que ser entregue. Isso me obriga a escrever sempre”, explica. 

Amarildo disse que já sabe onde deve chegar com a história e tem algumas tramas traçadas, mas está escrevendo quase que ao vivo e que pode levar a reação do público e sugestões em conta. “A ideia é que O PERFUME DA PAIXÃO tenha 60 capítulos, mas já estou recebendo pedidos para ampliar”, comenta Amarildo. Em menos de uma semana publicando seus capítulos diários, Amarildo viu seu número de seguidores aumentaram em mais de 1 mil pessoas. 

A princípio, a história ganha só o Instagram, mas o autor não desconsidera a hipótese de levar para o impresso. “Eu precisava continuar produzindo neste período de quarentena e fazer algo que dependesse só de mim era a única maneira que eu tinha para o projeto andar. Mas penso na possibilidade de transformar em um livro impresso, de repente, numa versão estendida ou com outras histórias. Agora que tirei minha paixão pelo folhetim do armário, não quero mais guardar”.

Serviço:

O PERFUME DA PAIXÃO – Folhetim homoerótico de Amarildo Félix. Capítulos diários, sempre às 21 horas, no https://www.instagram.com/amarildofelix/

Akon anuncia a própria criptomoeda, Akoin, uma promessa revolucionária para as finanças dos africanos

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Depois de anunciar a captação de aproximadamente R$32 bilhões com investidores, o cantor e empresário Akon, de origem senegalesa, oficializou a criação da “Wakanda da vida real”, inspirada no filme Pantera Negra.

Chamada de Akon City, a cidade futurista será localizada perto de Dacar, capital de Senegal, e está sendo construída para ser a primeira cidade 100% movida a energia renovável e com uma economia baseada 100% em moeda digital, a Akoin. Akon anunciou a criação da moeda criptografada, que tem o potencial de revolucionar as finanças não só da nova cidade, mas de todos os africanos.

Muitos países africanos ainda sofrem com o difícil acesso a serviços financeiros, baixa taxa de bancarização, alta inflação e graves casos de corrupção dos governos e bancos. De acordo com o cantor e empresário, a Akoin pode democratizar o acesso ao sistema financeiro para os africanos, estabelecendo uma moeda estável que conecta todo o continente, diminuindo a dificuldade de comercialização entre as pessoas e possibilitando maior liberdade financeira.

As criptomoedas são moedas virtuais que utilizam blockchain e criptografia para assegurar e validar suas transações financeiras. Com sua tecnologia inovadora, além de serem seguras, diminuem o custo por transações, que acontecem de forma mais rápida, e podem ser negociadas por todo o mundo, diminuindo as barreiras geográficas e de capital. Akon afirma que as criptomoedas podem ser a salvação para a África porque dão ao povo o poder de utilizar a moeda da forma que bem entendem, sem intermediários, com menor inflação e menos controle governamental.

O conceito de criptomoeda descentralizada foi apresentado em estudos pela primeira vez em 1998 e, apenas em 2009, o Bitcoin, uma das criptomoedas mais conhecidas do mercado, conquistou seu primeiro cliente. Ou seja, as criptomoedas ainda são bastante recentes. Por isso, há certa especulação sobre seu verdadeiro poder no futuro. O próprio Bitcoin sofre com especulações, volatidade de preços, ataques cibernéticos e problemas de regulamentação, já que as trocas podem ser realizadas entre pessoas e empresas diretamente. Nos resta continuar acompanhando o desenvolvimento das criptomoedas e dos avanços de sua tecnologia e torcer para que a Akoin dê certo, afinal a população africana se beneficiaria com a concretização do projeto de “Wakanda em Senegal”. É isso que nós queremos.

“A criatividade de Kanye é uma saída para sua insanidade” Marlon Wayans pede apoio por Kanye West

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Marlon Wayans pede apoio pela saúde de Kanye West

O ator, roteirista e comediante Marlon Wayans fez um post em seu instagram e twitter pedindo para que a população parasse de rir ou criticar os problemas mentais do rapper Kanye West.

Marlon afirmou que a linha entre insanidade e genialidade é tênue e que Kanye mergulha nos dois, porque sente e é os dois. Dizendo ainda que não deve ignorar uma doença mental e que, se toda família tivesse uma pessoa que sofre disso, o respeito aconteceria.

“Espero que todos vocês rezem por @KanyeWest também”, escreveu o comediante no Twitter. “Ele não é só um artista, mas também é um pai, um filho, um marido e, acima de tudo, um ser humano. Fique bem logo”. Continuou ele.

O comediante pediu para que seus fãs não virassem as costas para doenças mentais e disse que ele utiliza da comédia para lidar com sua própria insanidade. Kanye, que é extremamente talentoso, está totalmente imerso nos dois.

Nesta semana, Kanye West foi muito comentado nas redes sociais por falas contra a esposa, ter entrado na candidatura da presidência dos EUA e ter chorado após retirar sua candidatura do ar.

https://www.instagram.com/p/CC73FzMnazX/

“Kardec era racista? Eu diria mais etnocentrista, como Darwin” diz cineasta Karim Akadiri

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Conversamos com o cineasta francês, Karim Akadiri Soumaïla, na qual é o protagonista, diretor, corroteirista e narrador da série investigativa ‘Em Busca de Kardec’. Karim mergulha pelo espiritismo para ressignificar o luto pela morte da filha, Ifa. Ele parte da Europa para o Brasil, onde tem contato com a sua primogênita por meio de pintura mediúnica e descobre escritos inéditos do codificador da doutrina. Toda experiência foi documentada e será exibida no canal de TV por assinatura Prime Box Brazil.

Leia também: ‘Em Busca de Kardec’: Série mergulha no espiritismo e ressignifica o luto

Karim, é um homem preto e muitos estudiosos sobre o tema do espiritismo acusam Allan Kardec de ter sido um homem racista.

Quem foi Allan Kardec:

Saiba mais sobre Allan Kardec e o Espiritismo | Rádio Boa Nova

Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 1804 – 1869) foi um educador, escritor e tradutor francês. Nascido numa antiga família católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia. O pseudônimo de Allan Kardec o notabilizou como codificador do Espiritismo (neologismo por ele criado) também denominado de Doutrina Espírita.

Embasado na frenologia (craniologia), considerada hoje como pseudociência, fundada pelo médico alemão Franz Joseph Gall (1758-1828), segundo o qual as formas anatômicas do crânio humanos teriam relação com o caráter, personalidade, moralidade e com a espiritualidade. Ele foi membro ativo por vários anos da Sociedade Frenológica de Paris.

Kardec assume que o aspecto físico, morfológico e biotípico do negro expressa inferioridade intelecto-moral em comparação com a raça caucasiana. De acordo com ele, a raça branca seria mais evoluída espiritualmente, conforme vemos nos trechos da sua obra:

“Os negros, pois, como organização física, serão sempre os mesmos; como Espíritos, sem dúvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muita coisa.”

“São seres tão brutos, tão pouco inteligentes, que seria trabalho perdido procurar instruí-los; é uma raça inferior, incorrigível e profundamente incapaz.”

Karim Akadiri Soumaïla, diz que no decorrer do documentário encontrou “dois textos que me incomodaram, um na Gênese e outro na Revista Espírita datado de 1862, sobre a ‘perfectibilidade do negro…’.  Nesse texto, Kardec,se assim posso dizer, reconhece “a faculdade de aperfeiçoamento do negro, podendo passar do estado de selvagem a um ser educado”.”

Isso fez com que o diretor se aprofunda-se em suas pesquisas “mergulhar no pensamento e no contexto intelectual e científico da segunda metade do século XIX. Esse movimento que se inspirava em linha reta nas teorias de Darwin e sua escala comparativa de raças. Um século dominado pelo suprematismo branco. Assim, Kardec era racista? Eu diria mais etnocentrista, como Darwin.”

“Mas a doutrina espírita propõe uma igualdade entre todos os seres humanos, sendo que o espírito pode se encarnar ora como pobre ou rico, ora como homem ou mulher, ora como negro ou branco. Então, há aí quase uma contradição. Mas é o contexto da época.

Discutimos esse tema de um suposto “racismo de Kardec” no episódio 5, da série Em busca de Kardec. Também mergulhamos nesse episódio em minha origem Yorubá e falamos do Candomblé e da Umbanda”.

MN: Os escritos de Kardec sobre a “a raça inferior” não te incomodou a ponto de você querer fazer uma série sobre ele?

Karim: Como cineasta não me coloco no lugar de ensinar moral e nem distribuo pontos de boa conduta. Não sou espírita, mas me tornei simpatizante, sobretudo pela forma que o espiritismo tomou no Brasil, no plano da educação e da beneficência.

Anália Franco e Eurípedes Barsanulfo foram os primeiros educadores que incluíram em suas escolas, filhos de ex-escravos, dando-lhes educação, e isso pouco tempo depois da abolição da escravidão, quando havia no Brasil um projeto de branqueamento da nação.

Em suma, um certo kardecismo europeu morreu com Kardec na França do século XIX e de alguma maneira renasceu desempoeirado no Brasil.

Portanto, como diretor, devo manter uma certa distância diante do meu objeto, justamente para ter a liberdade de debater ou não este ou aquele tema, e no caso de Kardec, evocar a questão racial ou seu suposto racismo. Esse não é o objeto do documentário. Mas não nos esquivamos de tocar no assunto, na medida em que foi possível.

Assista ao trailer de ‘Em Busca de Kardec’:

7 Monumentos negros incríveis que você precisa conhecer

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Muito se tem discutido sobre a derrubada de monumentos escravagistas e que referenciam algumas das figuras mais tenebrosas na história do nosso país e do mundo, por outro lado, os diversos movimentos negros ao longo dos anos tem lutado para difundir narrativas pretas sempre tão invisibilizadas, deturpadas e silenciadas. Pensando nisso separei alguns monumentos grandiosos e pouco conhecidos que valorizam e enfatizam a trajetória de luta e resistência do povo preto e nos conectam com a nossa memória. Segue a lista:

Monumento da Renascença Africana, em Dacar, Senegal

Com 49 metros de altura, este é um dos mais visitados na África. Foi erguido para homenagear os 50 anos da independências do Senegal em 2010. Maior que o Cristo Redentor (38 metros), custou 27 milhões de dólares e é um dos maiores do monumentos do mundo perdendo apenas para estátuas como o Buda Chinês e a Estátua da Liberdade. A obra africana de bronze foi desenhada pelo arquiteto senegalês Pierre Goudiaby, mas sua construção também gerou algumas controvérsias, muitos consideraram o custo da estátua um exagero em um país com muitas demandas importantes, já outros senegaleses apoiaram a empreitada, defendendo que ela simboliza a ascensão da África em meio “à intolerância e ao racismo”.

Estátua de Gaspar Yanga, Yanga, México

El Yanga' – Yanga, Mexico - Atlas Obscura

A Estátua é uma homenagem a Gaspar Yanga, líder de uma revolta contra a Espanha colonial, ele se rebelou contra a escravidão e fundou uma comunidade agrícola em 1570, após uma série de batalhas a cidade de San Lorenzo de Los Negros (mais tarde renomeada para Yanga) foi reconhecida oficialmente pela Espanha em 1618. Todos os anos, em agosto, os habitantes de Yanga realizam uma celebração em comemoração a derrota da Espanha e criação da primeira cidade para negros livres nas Américas.

Museu Memorial ACTe , Point à Pitre, Ilhas Guadalupe

Memorial ACTe, o dever da memória

Inaugurado em maio de 2015, o Centro Caribenho de expressões e de memória do comércio escravagista é o edifício referência de Pointe à Pitre, e o maior do mundo. O Complexo não é apenas um memorial em lembrança do tráfico de negros entre África e Caribe, mas um Centro de Estudos sobe a história da escravidão e dos direitos humanos. Sua fachada é recoberta por placas de quartzo negro, representando os milhões de almas que foram vítimas da escravidão.

Memorial Nelson Mandela, Howick, África do Sul

O artista sul-africano Marco Cianfanelli desenvolveu um memorial para reconhecer o aniversário de 50 anos do ativista, político e líder histórico da África do Sul, Nelson Madela. O Monumento é composto de 50 colunas de aço com 9 metros de altura, ancoradas em concreto. As 50 colunas representam os 50 anos desde que Mandela foi preso político por se opor ao apartheid.

Desenkadena (Tula Monument), Curaçao

O Monumento foi feito pelo artista visual Nel Simon, “Desenkadena” significa desacorrentado. Ele está instalado em homenagem a Tula Regard, lider de uma Revolução de Escravos na ilha em 1795.

Zumbi dos palmares, Salvador, Brasil

Uma homenagem ao líder do Quilombo dos Palmares, líder da fuga de escravos em direção a Serra da Barriga, em Alagoas. Construído pela artista plástica Márcia Magno, a estátua de bronze de 2,2 metros de altura pesa cerca de 300 quilos, e fica localizada na Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador, sendo a primeira estátua a retratar Zumbi de corpo inteiro. Em 2019 parte da lança da estátua foi furtada e segundo a prefeitura o restauro da peça custou cerca de 38 mil reais.

Canção da Redenção, Kingston, Jamaica

Inspirado pela composição de Bob Marley, está localizado na capital da Jamaica, Kingston, na área central do Parque da Emancipação inaugurado em 2013, mostra um casal negro olhando para o céu representando a emancipação negra frente aos horrores da escravidão. A artista se baseou nas palavras contidas na música: “Emancipem-se da escravidão mental, ninguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentes”.

Dois artigos serviram de inspiração para essa curadoria, você pode conferir aqui e aqui

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