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Conheça os artistas Africanos que fizeram parte de “Black Is King”

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Por: Estevão Lourenço*

“Black is King” é o novo trabalho de Beyoncé lançado na última sexta-feira (31). O filme tem chamado atenção em diversos quesitos o visual é novidade, mas a trilha sonora os fãs já conheciam. O álbum que compõe a trilha sonora, The Lion King: The Gift, foi lançado no ano passado como trilha sonora para o filme “O Rei Leão”. As músicas trazem participação de diversos artistas como Jay-Z, Pharrell Williams, Kendrick Lamar entre outros do nosso continente americano. Mas enquanto a variedade de artistas africanos participantes? Você os conhece? Confira abaixo quem são os artistas africanos que deram a voz em “The Lion King: The Gift” e consequentemente deram as caras em “Black is King”.

Tekno

Augustine Miles Kelechi é nigeriano e tem 27 anos. Além de cantor, também é produtor musical.  Conhecido como “Golden Boy of Africa” (garoto de ouro da África) seu primeiro single, “Holiday” foi lançado em 2013. No ano seguinte, 2014, seus singles “Dance” e “Anything” fizeram um enorme sucesso e o fizeram concorrer no Prêmio de Entretenimento Nigeriano.

Seu single com maior visibilidade intitulado “Pana”, de 2016, conta com mais de 130 milhões de visualizações. Em 2018 fez uma participação na canção “Freak Me” da cantora norte-americana Ciara. Em 2020 Tekno lançou três singles, o mais recente se chama “Sudden”.

Mr. Eazi

Oluwatosin Ajibade é conhecido por ser pioneiro da música Banku, um gênero que mistura a musicalidade e as estruturas de músicas de Gana e da Nigéria Mr. Eazi tem 29 anos, nasceu na Nigéria e além de cantor e compositor é empresário. Aos 16 anos mudou-se para Gana, para cursar engenharia mecânica da Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia. 

O cantor possui quatro mixtapes lançadas, sendo a primeira de 2013. Seu vídeo com mais visualizações é para canção “Leg Over” de 2017. Seu trabalho mais recente é a mixtape “One day you will understand”.

Yemi Alade

Yemi Eberechi Alade, de 31 anos, nigeriana, cantora e compositora de afropop. Formou-se em Geografia na Universidade de Lagos. Em 2009 foi a vencedora de um programa de talentos Peak Talent Show, já possui quatro álbuns lançados e uma turnê mundial para cada um deles. Seu primeiro album de 2014 intitulado “King of Queens” conta com o maior single de sua carreira intitulado “Jhonny”, com quase 120 milhões de visualizações no YouTube.

Em 2019 lançou o álbum seu quarto álbum, “Woman of Steel”, conta com o single “Shekere” que possui participação do ícone da música negra, Angélique Kidjo. O trabalho mais recente de Yemi Alade é o single “Boyz”

Burna Boy

Damini Ogulu, de 29 anos, é um compositor e cantor nigeriano. Apesar de ser associado com afrobeat se aventura pelos gêneros reggae e dancehall também. Possui duas mixtapes lançadas em 2011, quando produzia suas próprias músicas. Em 2013 lançou seu primeiro álbum intitulado “L.I.F.E”. Até o momento possui quatro álbuns lançados e é mundialmente conhecido por fazer inúmeras participações, principalmente em canções de cantores norte-americanos. 

Seu single solo com maior visibilidade é “On The Low” com mais de 140 milhões de visualizações no YouTube. Seu trabalho solo mais recente é o single “Wonderful”. E ontem foi lançada a canção “My Oasis do cantor Sam Smith com participação de Burna Boy  

Oumou Sangaré 

Oumou Sangaré, tem 52 anos. A cantora se enquadra em um gênero tradicional chamado de “Wassoulou music” que é interpretado por mulheres e possui instrumentos regionais específicos. Wassoulou é uma região histórica ao sul do rio Niger, tal região abrange Mali, pais onde a cantora nasceu.

A cantora possui oito álbuns lançados sendo o primeiro de 1990 e último um álbum acústico de 2020. Em 2011 participou da releitura da música “Imagine” com Seal, India Arie entre outros artistas que rendeu um Grammy na categoria “Melhor colaboração pop com vocais.” 

Salatiel

Salatiel Livenja Bessong, de 31 anos, é camaronense. O cantor e compositor também produz e começou sua carreira em 2014. Desde o início de sua carreia é o responsável por produzir a maioria dos hits em Camarões através de sua gravadora Alpha Better records. Suas produções já concorreram e ganharam diversos prêmios no continente africano.

Seu primeiro e único álbum foi lançado em 2019 e possui o título “Africa represented”. Possui apenas um vídeo lançado em seu canal no YouTube para o single “Ayagayo”. 

Wizkid

Ayodeji Ibrahim Balogun, de 30 anos, é um cantor e compositor nigeriano. Aos 11 anos possuía um grupo chamado Glorious Five com amigos da igreja e chegaram a gravar um álbum colaborativo. Em 2011 lançou seu primeiro álbum solo intitulado “Superstar” Em 2014 lançou o álbum “Ayo”. E em 2017 o álbum “Sounds from the Other Side”.

É mundialmente conhecido por ter participado do hit “One Dance” do rapper Drake em 2016. Seu single com mais visualizações é “Come Closes” de 2017, também com a participação do rapper Drake. Seu último single solo “Joro” foi lançado no ano passado.  

Tiwa Savage

Tiwatope Savage, de 40 anos, além de cantora e compositora também é atriz. Nasceu na Nigéria e aos 11 anos foi morar em Londres com sua família. Aos 16 aos foi backing vocal de cantoras como Mary J. Blige e Chaka Khan. Em 2006 chegou a participar do reality musical X Factor UK. Em sua música é possível notar a mistura de afropop e R&B.

Seu primeiro álbum solo é de 2013 e se chama “Once Upon a Time”. Seu trabalho mais famoso é o single “49-99” com mais de 10 milhões de visualizações e com referência a Fela Kuti. E seu trabalho mais recente é “Dangerous Love”.  

Shatta Wale

Charles Nii Armah Mensah Jr., de 34 anos, nasceu em Gana. É cantor, compositor e produtor de gêneros como afrobeat, afropop, reggae e dancehall. Possui quatro álbuns lançados, o primeiro de 2016 intitulado “After the Storm”. O cantor tem uma lista extensa de indicações a prêmios e muitos ganhos.    

Seu trabalhosolo com mais visibilidade é o sinlge “My Level” com mais de nove milhões de visualizações no YouTube. Seu trabalho mais recente é música “Miss Money”

Busiswa

Busiswa Gqulu, de 31 anos, é uma cantora, compositora e poetisa sul-africana. Começou sua carreira recitando seus poemas. Em 2011 foi a voz em “My Name Is”, música de DJ Zinhle. Seu gênero musical é o Kwaito, um gênero sul-africano que possui forte influencia do house music.

Possui dois álbuns lançados “Highly Flavoured” de 2017 e “Summer Life” de 2018. Seu trabalho solo mais acessado é o single “Bazoyenza” com mais de quatro milhões de visualizações de 2017. Se último trabalho lançado foi em 2019 o single “Weh DJ”   

Moonchild Sanelly

Sanelisiwe Twisha tem 32 anos é uma cantora, compositora e dançarina sul-africana. Sanelly temuma musicalidade que mistura o experimental eletrônico, rap e o kwaito e diz ter criado um gênero que denomina “Future ghetto punk”. A cantora possui sua própria marca de roupas a Moonchild Cultwear.

Apesar de estar no mundo da música desde 2006, só foi lançar seu primeiro EP no final de 2019. Seu EP se chama “Nudes” e possui quatro faixas. Seu trabalho mais recente é o single “Bashiri”.

Fizemos uma Playlist especial para você seguir acompanhando todos esses artistas incríveis; Confira clicando aqui!

*Nascido e criado no litoral do Estado de São Paulo. Remanescente Quilombola, Arte-educador e Jornalista em formação. Já foi colaborador em Epilogo.art, portal online sobre cultura independente brasileira. Buscando se especializar em Cultura, navega também nas águas da Arte e da Moda.

Dr.Anthony T. Browder é o convidado em evento que discute Egito, Visão do Kemet e conexão afrofuturista

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A O X da Questão promove um diálogo importante e essencial para pensarmos sobre um resgate histórico da população preta. Através do conhecimento da população egípcia e conexão com a Tecnologia Afrodescendente e uma real visão do Kémet, com Dr.Anthony Browder falando pela Primeira vez no Brasil.

Dr.Anthony T. Browder é autor, editor, historiador cultural, artista e consultor educacional. Ele se formou na Faculdade de Belas Artes da Howard University e deu palestras extensivamente nos Estados Unidos, África, Caribe, México, Japão e Europa, sobre questões relacionadas à história e cultura afro-americana e afro-americana.O Sr. Browder é o fundador e diretor da IKG Cultural Resources e dedicou 30 anos pesquisando a história, ciência, filosofia e cultura do Egito antigo.


Ele viajou para o Egito 58 vezes desde 1980 e atualmente é diretor do Projeto de Restauração da ASA, que financia o escavação e restauração de três tumbas da 25ª dinastia na margem oeste de Luxor, no Egito.
Browder é o primeiro afro-americano a financiar e coordenar uma escavação arqueológica no Egito e liderou nove missões arqueológicas no Egito desde 2009. Seu trabalho arqueológico no Egito foi reconhecido pelo ex-presidente Mohamed Morsi, ministro do Turismo e vários ministros do Supremo Conselho de Antiguidades.


As três décadas de estudo de Browder o levaram à conclusão de que os africanos antigos eram os arquitetos da civilização e desenvolveram os rudimentos do que se tornou a espinha dorsal científica, religiosa e filosófica da humanidade. É a partir dessa estrutura que a IKG concentrou sua pesquisa e divulgou suas descobertas.

Através da IKG, o Sr. Browder patrocina palestras, seminários, excursões culturais de Washington, DC, publica sua pesquisa e realiza visitas de estudo ao Egito, África Ocidental, África do Sul e México desde 1987. Ele participou de 5 documentários e produziu dezenas de DVDs de suas inúmeras palestras.

Time: Aug 6, 2020 09:00 PM Sao Paulo
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Beyoncé e a suposta “militância de telão”

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Por: Estevão Lourenço*

Beyoncé abala as estruturas da indústria da música a cada lançamento e isso é um fato. Depois de ser nomeada ”Rainha cultural do nosso tempo” com o lançamento da versão deluxe do disco “Lion King: The Gift” e do filme “Black is King” é inegável a contribuição cultural e o movimento estrutural na Indústria que Beyoncé provoca. 

Mas há quem duvide das contribuições de Beyoncé, que é apelidada por consumidores da indústria pop de “Ativista de Telão”, apelido criado para deslegitimar trabalhos que abordam negritude e feminismo feitos pela cantora. O apelido tomou força nesta década, quando em 2011, em seu álbum 4 a cantora esbravejava que quem dominava o mundo eram as garotas no single “Run the World”. Em 2013 a surpresa do álbum visual e homônimo trazia novamente afirmações feministas explícitas na faixa “***Flawless” que conta com o texto “We Should All Be Feminists” da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.

Em 2016, o mundo recebia “Lemonade”, sexto álbum da cantora que contou com o lead single “Formation”, uma denúncia a violência policial com direito a uma performance no show do intervalo do 50º SuperBowl com figurinos inspirados no grupo antirracista Panteras Negras. O álbum também trata da superação de um relacionamento conturbado. O posicionamento de Beyoncé como uma mulher negra incomodou conservadores que tentaram boicota-la de diversas maneiras. O programa televisivo de comédia SNL chegou até fazer uma sátira intitulada “O dia em que os brancos descobriram que Beyoncé era negra”

Os trabalhos seguintes da cantora mostram que os boicotes não surtiram efeito e ela continua abordando o “empoderamento” de mulheres e negros em seus trabalhos. 

O “empoderamento” não é uma pauta novo para Beyoncé, apesar dos apelidos e protestos acontecerem agora, faz mais de duas décadas que Beyoncé interpreta músicas com temáticas e estruturas semelhantes às que ela interpreta hoje.   

O primeiro single número um da carreira de Beyoncé foi quando ela ainda fazia parte do grupo Destiny’s Child. “Bills, Bills, Bills”, lead single do álbum “The Writing’s on the Wall” de 1999 já trazia a narrativa de que ela pagava as próprias contas e que não bancária homem nenhum. 

Em 2000 a faixa “Independent  Women” surgiu como trilha sonora do filme “As Panteras”. O título da faixa já é auto explicativo, traduzido como “Mulheres Independentes”. A faixa mais tarde foi incorporada no terceiro álbum do grupo intitulado “Survivor” (2001). A faixa “Independent Women” permaneceu no topo da Hot 100 durante 11 semanas seguidas e depois de ser incorporada no álbum ganhou uma continuação intitulada “Independent Women part II” mais uma vez reforçando a ideia de que mulheres são independentes. Ainda no mesmo ano a canção que dava o nome ao álbum, “Survivor”, abre um leque de interpretações, uma delas em especial é a superação de um relacionamento.

Sua carreira solo se deu a partir de 2003 com o álbum “Dangerously in Love”. Aqui destaca-se a canção “Baby Boy” que se encaixa no gênero jamaicano dancehall. No mesmo álbum Beyoncé e Jay-Z, o novo casal da época, estourava com a canção “Crazy in Love” união que já havia ocorrido um pouco antes no álbum The Blueprint 2 (2002) de Jay-Z. “’03 Bonnie & Clyde” a primeira canção em parceria com o rapper trazia produção de Kanye West e elementos de “Me and My Girlfriend” do rapper 2Pac e de “If I Was Your Girlfriend” do cantor Prince, ícones da música negra.

Em B’day de 2006 a música negra grita em “Suga Mama” que possui samples de “Searching for Soul”, gravada pelo grupo de funk americano Jake Wade and the Soul Searchers. Este mesmo álbum rendeu a primeira turnê mundial da cantora intitulada “The Beyoncé Experience” em 2007. Nesta turnê Beyonce apresentou ao mundo a Suga Mama, sua banda formada totalmente por mulheres que possui o mesmo nome de sua música. 

“I Am… Sasha Fierce” chega em 2008 como o terceiro álbum solo da cantora. O álbum conta com as conhecidas “Diva”, “If I Were a Boy”, “Single Ladies” e entre outros hits que explicitam a força feminina. Para além das músicas lançadas em álbuns alguns vazamentos, como “Black Culture” de 2009, mostra que Beyoncé, sempre foi Beyoncé. Devemos notar que para além da sonoridade, às vezes pop, mas nunca deixando de flertar com a música negra. 

A cantora traz suas raízes e seus ideais durante toda a sua carreira, seja em passos de dança, vestimentas, penteados, produções ou em visuais. Dizer que  Beyoncé é “ativista de telão” e mudou seu estilo para lucrar em cima de causas sociais é no mínimo mau-caratismo. Para além de vender o seu trabalho Beyoncé distribui autoestima e representatividade para a população preta. Mulher preta nenhuma precisa pedir autorização para falar sobre negritude e causas femininas que viveram e vivem em suas vidas.

*Nascido e criado no litoral do Estado de São Paulo. Remanescente Quilombola, Arte-educador e Jornalista em formação. Já foi colaborador em Epilogo.art, portal online sobre cultura independente brasileira. Buscando se especializar em Cultura, navega também nas águas da Arte e da Moda.

Aos 76 anos, Mateus Aleluia lança seu primeiro álbum totalmente autoral

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Mateus Aleluia, hoje com 76 anos, no último fim de semana, ele apresentou o novo disco numa live. Atingindo 25 mil pessoas tocando sozinho seu violão. “Olorum”, seu terceiro disco solo, e primeiro todo autoral, chega dois anos depois de “Fogueira Doce” e dez anos depois de “Cinco Sentidos”.

É a sequência de uma carreira interrompida pelas duas décadas que ele viveu em Luanda, de 1980 a 2002. Longe do Brasil, ele aprofundou seus estudos em música e religião, contratado como pesquisador pelo governo angolano.

Olorum é uma divindade, é o além do céu. Na mitologia Yorubá e em algumas religiões de matriz africana, é o ser supremo responsável pela existência da humanidade e dos orixás. É o criador de tudo e de todos.

Neste ano, também entra em cena Aleluia – O canto infinito do Tincoã, ainda inédito documentário que narra a vida e obra do artista; Ouça “Olorum”:

Born To Fashion: Laís Ribeiro, comanda o primeiro reality com participantes trans

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Em conversa com a imprensa nesta quinta-feira (30) Alice Marcone, uma das juradas do programa contou que o programa vai “para além de quebrar barreiras estruturais que o mundo coloca em relação às meninas trans, também fizemos o caminho inverso: aproximar as meninas trans do mundo”.

O reality estreia dia 13 de agosto no canal E!, sob o comando da modelo internacional Laís Ribeiro, busca “um novo talento” entre dez modelos transgênero selecionadas já no primeiro episódio, vindas de diferentes regiões do Brasil. O prêmio é um contrato de um ano para modelar, além de uma capa em uma revista do segmento. Ao longo dos episódios, elas passam por aulas e desafios de moda, focando em questões sociais e, principalmente, a desigualdade.

“Choro toda hora que falo para alguém [sobre o Born to Fashion]”. Foi o maior impacto da minha carreira, tanto pessoal, quanto profissional. A história de vida de cada uma [participante] mexeu tanto comigo. Porque mulheres trans não tem oportunidades na nossa sociedade. Born to Fashion deu voz àquelas meninas que não tem espaço no meio da moda –e não só no meio da moda”, disse Laís Ribeiro.

Para celebrar a estreia do reality, o E! Entertainment promove neste sábado (1), às 18h, o Festival E! Born To Fashion. Trata-se de um evento totalmente virtual, apresentado por Laís Ribeiro e Alice Marcone, que contará com participações de Preta Gil, Mel, Duda Beat e Mateus Carrilho.

O festival, que poderá ser acompanhado através do Youtube, Twitter e Facebook do E! Brasil, se inicia com um “Tapete Vermelho Virtual”, e mostrará teasers inéditos do reality e suas participantes. A programação ainda inclui músicas e rodas de discussão sobre moda, quarentena e universo LGBTQIA+, com a participação dos artistas e dos especialistas e convidados André Veloso, Lila Colzani e Alexandre Herchcovitch.

O uso do humor e da falsa cordialidade na manutenção do racismo

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Em uma sociedade racista, as formas de opressão são diversas. Principalmente quando falamos de uma sociedade que normaliza o racismo e não se choca com situações que constrangem pessoas negras.

Pessoas negras estão muito acostumadas a ouvir piadas e ver representações vexatórias de suas imagens e características sendo repassadas e reproduzidas diariamente, sejam por amigos, parentes, estranhos, na TV, na escola ou no
trabalho.

O racismo, para se fazer presente, depende de um conjunto de ações pontuais que reafirmam a inferioridade do negro diante do branco. Essas ações isoladas não seriam consideradas racismo se não coubessem num contexto maior e esse contexto maior é uma sociedade racista.

Essas “brincadeiras” e representações vexatórias são problemáticas principalmente porque servem ao propósito de inferiorizar ou ridicularizar o ser negro e suas características. O objetivo, mesmo que não direto ou escancarado, é constranger o negro e rir dele.

O Dr. Adilson José Moreira observa que o brasileiro, de um modo geral, tem uma permissibilidade maior ao racismo se este vier acompanhado de uma tentativa humorística. Obviamente engraçado somente entre os brancos.

Acontece que, enquanto piadas racistas continuam podendo ser tratadas apenas como brincadeiras, pessoas negras são submetidas a situações extremamente constrangedoras e sentem dificuldades em rebater ou demonstrar descontentamento sem serem vistos como pessoas sem graça ou senso de humor pelas pessoas daquele ambiente.

Dessa forma, violências são permitidas e perpetuadas em um formato diferente, mas igualmente cruel, com o chamado Racismo Recreativo.

O Racismo Recreativo é algo tão enraizado e frequente na sociedade que, mesmo dentro da esfera do politicamente correto, ele ainda consegue passar despercebido. Isso porque estamos tão condicionados e passivos a ideias racistas que até mesmo negros reproduzem formas de racismo dentro do contexto humorístico e muitas das situações vexatórias para com negros só são consideradas engraçadas, justamente, pela existência do racismo.

Essa forma de racismo não se limita às relações entre pessoas no dia-a-dia, ela está presente também nos meios de comunicação. Está presente naquele personagem negro estereotipado, nas falas daqueles apresentadores de TV, no repertório do humorista famoso e naquela música que fez o maior sucesso.

O Racismo Recreativo acaba por servir como uma forma de mensagem dentro da nossa sociedade e todas as mensagens exprimem ideias e valores que se perpetuam e interferem nas relações sociais.

Por exemplo, dizer que uma pessoa loira é burra não reflete em menos loiros em universidades, não diminui a garantia de emprego ou exclusão social. Já afirmar que uma pessoa negra é criminosa, mesmo em tom jocoso, reflete diretamente no assédio e violência policial e genocídio da população negra.

O Brasil é visto como uma população cordial, bem humorada e muito receptiva por todo o mundo. Dentro dessa cordialidade existe o racismo que se disfarça entre as relações e se força a ser despercebido pelas pessoas brancas enquanto faz sérios apontamentos e direcionamentos a pessoas negras.

O principal problema desse racismo cordial e recreativo está na dificuldade de se denunciar. Na grande maioria das vezes pessoas negras são vistas como muito sensíveis por se sentirem afetadas por algo que na mente de todo mundo é uma brincadeira.

Uma denúncia ou apontamento desse tipo de racismo gera o afastamento das pessoas e a vítima passa a ser culpada por se sentir mal com algo que para todos é inofensivo. Isso criou um grupo de pessoas negras passivas a essas situações que, mesmo ofendidas, fingem não se importar com situações para que as relações sociais não sejam afetadas.

É de uma violência tremenda atacar uma pessoa por sua cor de pele ou características e ainda fazê-la se sentir culpada por se incomodar com aquilo a ponto de fingir ignorar a dor que ela sentiu ao passar por aquele constrangimento.

Esta é uma das ferramentas mais comuns do racismo nos dias de hoje.

Após publicar texto em apoio ao Blackout Tuesday, comentarista Fábio Benedetti diz que jogador Marinho deveria “voltar para senzala”

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Na última quinta-feira (30), o comentarista Fábio Benedetti, da rádio Energia 97, cometeu injúria racial ao mandar o atacante Marinho, do Santos, “voltar para a senzala” depois que o jogador foi expulso na derrota por 3 a 1 para a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista.

Em seu Instagram, o jogador postou diversos stories em tom de desabafo, chorando muito e dizendo que irá sempre lutar pela causa negra.
Depois, publicou foto ao lado de sua filha “Alicia negra como eu”, exigiu desculpas de Benedetti e ressaltou que tem “orgulho de ser preto”.

Leia o desabafo completo:

“O momento não é dos melhores! Essa foto mostra e minha filha alicia negra como EU, cabelo black ou trança, nada esconde quem somos, ser humano igual a qualquer outro, e ontem um rapaz aí após minha expulsão, acabou falando pra eu voltar pra senzala!
Mandar amigos me chamar não prova pra mim que você é diferente, eu te perdoo e perdoei por mensagem no insta , porém o tom de deboche ao falar que eu tinha que ir pra senzala não pegou bem, tenho orgulho daminha cor, orgulho de onde vim, você é pai e ensine teus filhos a ser diferente de você em pensamento!

Quero que você se retrate e que isso não se repita nunca mais, nem comigo nem com ninguém! Eu luto pela causa! Contra preconceito e qualquer outro tipo de descriminação seja ela racial ou não!
Quer me julgar por atitude em campo?ok!
Errei e estou aqui pra assumir, esse é apenas um desabafo de alguém que passou a noite toda chorando por um erro! Mais não significa que até minha Cor venha ser colocada em assunto! Sou preto e orgulhoso de quem sou! Ensinando minha filha como se deve andar e mostrar que é orgulho e não vergonha ser PRETO”.

https://www.instagram.com/p/CDT_jVdnfw7/

Blackout Tuesday:

A Blackout Tuesday é uma ação coletiva iniciada originalmente por personalidades da indústria da música para protestar contra o racismo e a brutalidade policial. A ação, organizada em resposta ao assassinato de George Floyd, Ahmaud Arbery e Breonna Taylor ocorreu na terça-feira dia 2 de junho de 2020 e tomou as redes sociais.

Em apoio à causa, o comentarista Fábio Benedetti publicou um vídeo seguido de texto pedindo para que as pessoas reflitam sobre a fala de Jane Elliot, uma ex-professora estadunidense, ativista anti-racista e educadora; Confira:

“Pra refletir… assistam o vídeo, desarmados e reflitam…apenas isso… #blackouttuesday .
Jane Elliot é uma ex-professora estadunidense, ativista anti-racista e educadora.
.
Ela é conhecida por sua experiência chamada “Olhos Azuis – Olhos Castanhos”. .
Ela conduziu essa famosa atividade para sua turma pela primeira vez em 5 de abril de 1968, um dia depois que Martin Luther King Jr. foi assassinado…
.
A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil… .”.

Retratação:

Após o jogador Marinho publicar seu pedido de retratação e desabafo, o Fábio Benedetti publicou um vídeo de 1 minuto pedindo “desculpas sinceras pelo comentário infeliz que fiz ontem referente ao jogador Marinho, na transmissão do jogo do Santos contra a Ponte”.

Jornalista baiana, Laísa Gabriela, realiza Workshop sobre divulgação de artistas independentes

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A jornalista e assessora de imprensa, Laísa Gabriela, com o objetivo de ampliar a visão de quem está na cena independente para as formas de divulgação do próprio trabalho, desenvolveu o Workshop “Aprenda a divulgar sua música”. A oficina está com preço popular de R$ 50,00, com quatro horas de duração, divididas entre os dias 10 e 11 de agosto, das 18h às 20h, via Google Meet. Além do encontro online, os participantes recebem um e-book e material complementar para estudos.

A assessora disponibilizou seis bolsas para quem não puder arcar com o valor do workshop. “A partir de doações, está sendo possível ampliar a quantidade de bolsas para a oficina. Se a pessoa quiser doar uma inscrição, basta entrar em contato através do e-mail laisagabrielaassessoria@gmail.com”, conta. 

Em meio à pandemia, todos precisaram se adequar à novas rotinas. Por trabalhar em home office há mais de quatro anos e estar acostumada a esse ritmo, Laísa pensou na dificuldade de alguns amigos, que fazem o trabalho musical de forma totalmente independente e não conseguem realizar uma divulgação positiva dos próprios projetos. Após incentivo de uma amiga, a designer e produtora cultural Francini Ramos, ela colocou em prática a ideia do workshop. 

“A maioria dos artistas não têm noção de como organizar um lançamento musical, não possuem mídia kit ou apenas não tem condições financeiras de arcar com uma assessoria de imprensa. Querem gravar a música hoje, lançar nas plataformas amanhã e pensam que tudo vai fluir de modo orgânico. Com isso, se decepcionam, porque, na maioria das vezes, não conseguem o alcance necessário para criar um público fixo”, explica a jornalista.

Laísa destaca que o intuito do workshop é capacitar os participantes. “Eles vão entender o papel da assessoria de imprensa, ter noções de planejamento estratégico, o que é um release, como montar um mídia kit, entre outros tópicos, serão capazes de organizar o próprio trabalho e desafiados a pensar duas vezes antes de lançar um material sem organização”, finaliza.

SERVIÇO:

Workshop – Aprenda a divulgar sua música

Data: 10 e 11 de agosto
Horário: 18 às 20h
Plataforma: Google Meet
Link de inscrição paga: https://forms.gle/cMGfmgcHTPfQrEdY6
Link de inscrição para bolsitas: https://forms.gle/t6kcMSdnrQ7u5kkU9
Contato: laisagabrielaassessoria@gmail.com

Após lançamento de ‘Black Is King”, Beyoncé é considerada “Rainha cultural do nosso tempo”

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Após lançar a versão deluxe do “Lion King: The Gift” e o clipe de “Already” no Youtube, o projeto visual “Black Is King”, chegou na plataforma de streaming Disney+. 

Com roteiro, direção e produção executiva de Beyoncé, “Black Is King” é baseado nas canções que compõem a trilha sonora de “O Rei Leão”, que receberam curadoria da própria cantora. Em um comunicado enviado à imprensa, o projeto foi definido como “um livro de memórias celebrativo sobre a experiência negra no mundo”.

“Este filme é a história de gerações que informa e reconstrói o presente. A reunião de culturas e de compartilhamentos de crenças geracionais. Uma história de como as pessoas mais violadas tem um extraordinário e importante futuro”.
Infelizmente a produção ainda não está disponivel em solo brasileiro, mas alguns sites estrangeiros já começaram a publicar os reviews falando muito bem da produção. O Deadline, por exemplo, nomeou Beyoncé como a “rainha cultural do nosso tempo” e contou que o filme é um “sinômino de glória”. “Tematicamente, o empoderamento feminino, os significantes da moda, o poder da voz e o marido Jay-Z e os dois filhos do casal também fazem aparições impressionantes neste último lançamento da mulher mais indicada na história do Grammy”, disse.  

Na quinta-feira (30), em entrevista ao “Good Morning America”, a artista explicou o significado do projeto e de onde tudo começou:

“Eu trabalhei com diversos e muito talentosos diretores, atores, criadores do mundo inteiro para re-imaginar a história do ‘Rei Leão’. A narrativa desdobre através de clipes musicais, moda, dança, belos cenários naturais e novos talentos. Mas tudo começou no meu quintal. Foi realmente uma jornada para trazer o filme à vida. E minha esperança é que ele mude a perspectiva global da palavra ‘negro’, que sempre significou inspiração, amor, força e beleza para mim. 
Black Is King significa que negro é realeza, rico em história, propósito e linhagem. Espero que todos vocês gostem”, termina a artista.

Confira a entrevista completa:

https://www.instagram.com/tv/CDRIAzQAd53/?igshid=9i6n5q4furx5

B7: ouça o novo álbum de Brandy, com participações de Chance The Rapper e Daniel Caesar

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A cantora de R&B, dona de hits como ”The Boy Is Mine”, não lançava um disco de inéditas desde 2012 com o álbum Two Eleven. Entretanto, o jejum de 8 anos acaba de ser quebrado com o lançamento de B7, seu sétimo álbum de estúdio lançado essa madrugada. Algumas faixas já são singles conhecidos nossos, como Baby Mama e Love Again, lançadas algumas semanas atrás.

Brandy, co-escreveu e co-produziu, quatorze das quinze faixas do novo álbum. Mas ela também contou com a ajuda de nomes como Dj Camper, Hit-Boy, e La-Shawn Daniels, que são famosos por terem produzido para Ne-Yo, Destiny’s Child, Mariah Carey, entre outros grandes músicos. A artista declarou, que esse é um projeto muito particular para ela, e que queria ter a certeza de que tudo estava certo para que ela pudesse se expressar da maneira mais honesta possível com o seu som.

A cantora reconhece o tempo que levou, mas assume estar feliz com o resultado final do trabalho, pois o fez com o coração. Tudo no álbum foi trabalhado de maneira muito minuciosa, desde as composições até a capa por exemplo, que foi inspirada na Whitney Houston no filme ‘O Guarda Costas’

O B7 já esta disponível em todas as plataformas digitais e você pode ouvir agora mesmo.

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