A OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros chega à sua 4ª edição celebrando a potência da negritude nas telas. Entre 3 e 11 de setembro, a mostra ocupa unidades do Sesc na capital, Grande São Paulo, interior, litoral e também o campus da Universidade Zumbi dos Palmares, com uma programação que reúne filmes, debates, oficinas, rodas de conversa e shows, quase sempre gratuitos e abertos ao público.
A abertura acontece no Cinesesc, no dia 3/09, às 20h, com a pré-estreia de Suçuarana (2024), de Clarissa Campolina e Sérgio Borges. O longa acompanha Dora, uma mulher de espírito nômade que percorre estradas brasileiras em busca de uma terra misteriosa citada por sua mãe.
Entre os destaques da programação estão longas que reforçam a memória e a força do cinema negro. Malês, dirigido e estrelado por Antônio Pitanga, inspirado na Revolta dos Malês – a maior revolução organizada por pessoas negras escravizadas no Brasil;Kasa Branca, de Luciano Vidigal, premiado no Festival Internacional de Cinema de Torino; e Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes, que acompanha a turnê de despedida de um dos maiores nomes da música brasileira.
A mostra também traz Brasiliana: o Musical Negro que Apresentou o Brasil, de Joel Zito Araújo, eleito melhor projeto de documentário no Brasil Cinemundi 2017; e Os Afrosambas: O Brasil de Baden e Vinicius, de Emílio Domingos, que revisita o processo criativo do clássico álbum de Vinicius de Moraes e Baden Powell.
Além dos longas, a OJU apresenta 10 curtas-metragens de diferentes regiões do país, mostrando a pluralidade e a descentralização da produção audiovisual negra.
A mostra vai além das telas e promove encontros de formação e debate. No Sesc 24 de Maio, acontece a roda de conversa Representatividade, Subjetividades e Narrativas Negras, com Vivi Pistache, Rosane Borges e Joyce Prado. Já no Sesc Bauru, o tema Produção Independente no Cinema Negro Contemporâneo reúne Fagner Bruno, Eddie Mansan e Thainara Pereira. O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF) recebe ainda a mesa Festivais e Mostras de Cinema Negro, com Joel Zito Araújo, Thais Scabio e Fernanda Lomba.
No Cinesesc, 14 dos 25 filmes selecionados serão exibidos. Entre eles, o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil, dirigido por Alessandra Dorgan, que celebra a vida e a obra do cantor e foi indicado ao Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro.
Idealizada pelo Sesc São Paulo, a OJU é um espaço de celebração e reflexão, onde o cinema se conecta com o fortalecimento das identidades negras e à construção de experiências mais democráticas e acessíveis para diferentes públicos.
O remake de Vale Tudo, adaptado por Manuela Dias, tem gerado debates intensos tanto do público quanto do elenco. A novela original, de 1988, marcou época com personagens fortes e conflitos memoráveis. Raquel, interpretada por Regina Duarte, representava a mulher honesta em busca da verdade e justiça, enquanto Maria de Fátima, vivida por Glória Pires, personificava a ambição e a disputa pelo sucesso a qualquer custo. A antagonista Odete Roitman, inesquecível por sua frieza e manipulação, completava o núcleo de vilãs que cativou o público da época.
No remake, essas personagens têm sofrido mudanças que geraram controvérsias. Raquel, agora interpretada por Taís Araújo, retorna a situações consideradas rebaixadas, como vender sanduíches na praia, contrariando a expectativa de trajetória ascendente da personagem. Maria de Fátima mantém sua ambição, mas algumas decisões de roteiro tornaram suas ações menos impactantes do que na versão original. Odete Roitman, por sua vez, aparece com um tom mais suavizado, o que deixou fãs questionando a fidelidade à essência da personagem. Além disso, o público nas redes sociais tem criticado a superficialidade do enredo, a falta de coesão em algumas tramas e mudanças que desvirtuam o clima de suspense e intriga que marcou a novela de 1988.
Em entrevista à revista Quem, Taís Araújo expressou surpresa ao descobrir que sua personagem retornaria à venda de sanduíches na praia, após ter conquistado uma posição de destaque na trama. Ela afirmou que imaginava que Raquel seguiria uma trajetória ascendente e disse: “Para mim, a Raquel ia numa curva ascendente. Quando vi aquilo, falei: ‘Ué, vai voltar para a praia, gente?'”
Além disso, o público tem questionado os estereótipos atribuídos à personagem Raquel, reforçando a ideia de que a mulher negra na trama sofre constantemente, perde e, quando ganha, não consegue permanecer vencedora. Uma seguidora do site Mundo Negro comentou: “Heleninha é a mocinha da novela, tudo gira em torno dela. Já a Raquel, só sofrimento, sofrida.”
Segundo o blog F5 da Folha de S.Paulo, a declaração de Taís trouxe à tona um desconforto que já circulava entre o elenco. Humberto Carrão, intérprete de Afonso, considerou seu personagem apagado; João Vicente de Castro, como Renato Fillipelli, viu seu papel perder força; e Malu Galli, como Celina, enfrentou críticas do público pela ingenuidade de sua personagem.
O remake continua em exibição, mas as escolhas narrativas de Manuela Dias permanecem sob debate. A tentativa de atualizar o clássico para o público contemporâneo gerou polarização: enquanto alguns espectadores valorizam a adaptação, outros afirmam que a essência e a profundidade da novela original se perderam.
Não sei você, mas cheguei num nível de estafa com o rumo das discussões nas redes sociais. O pior é que hoje o ambiente virtual tornou-se um espaço importante, tanto para a busca de informações no campo de estudos, profissional, política, etc. Não tem como abandonar definitivamente. Atualmente, a discussão está em torno de uma pauta que não soma em nada com as lutas e conquistas históricas na agenda política dos movimentos negros. Numa sociedade como a nossa, onde discursos reacionários se potencializaram na onda do governo Bolsonaro, a vigilância se tornou necessária em todos os aspectos.
De maneira irresponsável, surgiram pessoas negras defendendo e aplaudindo teses que, se olharmos criticamente, estão alinhadas com o sistema racista. Tenho certeza de que a branquitude está festejando! Como pode a ousadia dessas pessoas, que estão muito longe de ter legitimidade no campo do conhecimento, estimular as pessoas pardas a reivindicarem um campo político dissociado da categoria racial “negro”?
Sabemos que no Brasil os negros são considerados a junção de pretos e pardos, uma conquista histórica dos movimentos negros e inclusa em diferentes pesquisas sociais, desempenhando papel fundamental na elaboração de políticas públicas de combate ao racismo estrutural. No entanto, estão querendo esfacelar o consenso construído com muito custo. A armadilha “dividir para conquistar” é antiga, não podemos cair nisso. Nesse contexto, é como se as lições e informações produzidas pelos movimentos, intelectuais, políticos e ativistas negros não servissem de nada.
É um tamanho retrocesso darmos as costas para os valiosos ensinamentos de Lélia Gonzalez, Abdias Nascimento, Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Hélio Santos, Nilma Lino Gomes, Jurema Werneck, Solano Trindade, entre tantas outras pessoas comprometidas com a autonomia e emancipação do povo negro.
A militância irresponsável ignora os problemas concretos. Negros agonizando nas filas dos hospitais, morando em condições habitacionais precárias; educação sem qualidade, crianças negras sofrendo racismo nas escolas, negros desempregados e explorados, mulheres negras no topo das vítimas de feminicídio, letalidade policial ininterrupta. A lista de problemas é imensa.
Por outro lado, eu entendo que exista tratamento ligeiramente distinto entre pretos e pardos na sociedade. Não há dúvida. Mas, as questões para a sobrevivência da comunidade negra clamam por solução. Devemos nos conscientizar que a marginalização nos abraça independentemente da variação da tonalidade de nossa pele. Vamos acordar para isso, irmão, antes que seja tarde!
Encerro este texto com as palavras de Kabengele Munanga, importante intelectual congolês que muito contribui para a luta negra: “Conheço muitas pessoas pardas, homens e mulheres, que assumem a sua negritude, lutam como negro para transformar a sociedade. Embora tenham consciência que são geneticamente mestiços, mas politicamente elas assumem sua negritude na luta contra o inimigo comum.” E continua: “Nossa luta não vai ganhar com esse colorismo e essa divisão entre os pardos e os pretos (…)”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo racismo, negritude e mestiçagem. Entrevista concedida a Nilma Lino Gomes et al. Teoria e Debate, São Paulo, 14 nov. 2023. Disponível em: https://teoriaedebate.org.br/2023/11/14/rediscutindo-racismo-negritude-e-mesticagem. Acesso em: 28 ago. 2025.
Recentemente, os conselheiros do Flamengo fecharam o maior contrato de patrocínio no futebol brasileiro com a casa de apostas Betano, no valor total de R$ 895 milhões, até o fim de 2028, e aprovaram no mesmo dia, a inclusão de medidas antirracistas no estatuto. O documento afirma que o combate ao racismo deve guiar todas as ações do clube, nas áreas esportivas, sociais, culturais e de formação profissional.
Questionado pelo Mundo Negro, o Flamengo não informou quanto será destinado especificamente para as ações de combate ao racismo. O clube disse que essas iniciativas fazem parte do orçamento anual de Responsabilidade Social, aprovado pelos conselhos, e que também abrange áreas como educação, sustentabilidade, inclusão social e saúde. Além dos patrocínios, os recursos também vêm da Lei de Incentivo ao Esporte e verba própria.
“O Flamengo vem atuando na causa antirracista há muito tempo. Diversas ações têm sido conduzidas pela área de Responsabilidade Social do clube, criada em 2019. Na sessão de votação do último Conselho Deliberativo, foi apresentada, e aprovada por aclamação, uma emenda ao estatuto social do CRF que, além de combater o racismo e a discriminação racial em todas as suas formas, ainda promove a implementação de políticas de conscientização, prevenção, inclusão e repressão a quaisquer atos ou manifestações racistas, buscando auxiliar na construção de uma sociedade inclusiva, justa, respeitosa e livre de qualquer forma de discriminação”, disse à reportagem.
Para realizar essas ações, o clube tem feito parcerias com entidades como a CUFA (Central Única das Favelas), ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) e MUHCAB (Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira). Até o fechamento da reportagem também não foi mencionado se as entidades têm sido pagas pelo trabalho, mas detalhou o que tem feito nos últimos meses.
“Com a CUFA, já atuamos em inúmeros projetos e ações sociais em praticamente todas as nossas linhas de atuação. O ID_BR e o MUHCAB são parceiros mais recentes e se juntaram a nós para apoio na capacitação sobre Identidade Racial para colaboradores e atletas, que é parte de nossa agenda de combate ao racismo”, compartilhou.
“Finalizamos enfatizando que o combate ao racismo é uma prioridade no Flamengo. Tornar-se uma referência nesta luta é um dos principais objetivos do clube e da área de Responsabilidade Social do CRF”, afirmou.
Após anunciar as medidas antirracistas, a Educafro entrou com uma ação civil pública contra o Flamengo na Justiça do Rio, acusando o clube de racismo institucional e omissão no combate à discriminação racial. O processo pede uma indenização de R$ 100 milhões. Entre uma das motivações para a ação, foi uma declaração do diretor da base rubro-negra, o português Alfredo Almeida, que em julho afirmou que “a África tem valências físicas” enquanto “a parte mental está em outras zonas da Europa”.
Leia na íntegra a entrevista do Flamengo ao Mundo Negro:
MN: O Flamengo já tem feito ações antirracistas. Gostaríamos de saber quanto do aporte financeiro que vocês receberam, será investido em questão de combate ao racismo?
Flamengo: O Flamengo vem atuando na causa antirracista há muito tempo. Conforme descrito na matéria citada, diversas ações têm sido conduzidas pela área de Responsabilidade Social do clube, criada em 2019. Na sessão de votação do último Conselho Deliberativo, foi apresentada, e aprovada por aclamação, uma emenda ao estatuto social do CRF que, além de combater o racismo e a discriminação racial em todas as suas formas, ainda promove a implementação de políticas de conscientização, prevenção, inclusão e repressão a quaisquer atos ou manifestações racistas, buscando auxiliar na construção de uma sociedade inclusiva, justa, respeitosa e livre de qualquer forma de discriminação.
Sobre o aporte financeiro, informamos que as ações de combate ao racismo estão alocadas no orçamento da Responsabilidade Social, devidamente definido e aprovado pelos conselhos do clube anualmente. A implementação das ações de combate ao racismo assim como as iniciativas das demais linhas de trabalho – educação, sustentabilidade, inclusão social e saúde e qualidade de vida – são custeadas, ao longo do ano, a partir desse orçamento. Informamos ainda que este orçamento é constituído por recursos oriundos de diferentes fontes, incluindo: lei de incentivo ao esporte, patrocínios e verba própria.
MN: Como funcionam essas parcerias com as entidades?
Flamengo: A Política de Responsabilidade Social do Flamengo possui 4 frentes de trabalho, são elas: Educação, Inclusão social, Saúde e Qualidade de Vida e Sustentabilidade. Em 2025, acrescentamos o Enfrentamento ao Racismo como pilar orientador dessa estrutura, entendido que o racismo transversaliza todas essas linhas de trabalho. Dentro desta visão, buscamos trabalhar em parceria com consultores de diversidade e organizações sociais, privadas e governamentais, projetos sociais, escolas e quaisquer entidades que possam contribuir neste papel de agente transformador da sociedade.
Na reportagem, foram citadas as parcerias com a CUFA, ID_BR e MUHCAB. Com a CUFA, já atuamos em inúmeros projetos e ações sociais em praticamente todas as nossas linhas de atuação. O ID_BR e o MUHCAB são parceiros mais recentes e se juntaram a nós para apoio na capacitação sobre Identidade Racial para colaboradores e atletas, que é parte de nossa agenda de combate ao racismo.
Finalizamos enfatizando que o combate ao racismo é uma prioridade no Flamengo. Tornar-se uma referência nesta luta é um dos principais objetivos do clube e da área de Responsabilidade Social do CRF.
Embora os dados mostrem avanços graduais na representação feminina nos conselhos de administração das empresas listadas no Ibovespa, a ausência de um recorte racial escancara uma realidade crucial: as mulheres negras praticamente não figuram nesses espaços de poder. Entre os 21% de mulheres que ocupam tais conselhos, qual é a parcela que corresponde a mulheres negras? O fato de que essa estatística muitas vezes não é sequer coletada ou divulgada já aponta para a invisibilidade do tema.
Historicamente, essas mulheres enfrentam barreiras duplas — de gênero e raça — para acessar cargos de alta liderança no Brasil. Os números apresentados pelo estudo “Liderança Empresarial 2025” revelam que apenas 3,6% dos cargos de CEO são ocupados por mulheres. Contudo, dentro dessas estatísticas, o recorte racial não é exposto, ocultando as dificuldades específicas enfrentadas por mulheres negras para adentrar ambientes majoritariamente brancos e masculinos.
A falta de diversidade racial nos conselhos e na alta liderança é mais do que uma questão de representatividade; é uma questão de justiça e inovação. Empresas mais diversas tendem a ser mais bem-sucedidas. No entanto, o atraso do Brasil em incluir mulheres negras nessa equação reflete o problema estrutural do racismo combinado com o sexismo. Mesmo ao analisar os cargos de conselheiras, os desafios se intensificam: quantas mulheres negras têm a mesma oportunidade de acessar redes de contatos, qualificação e processos seletivos frequentemente desenhados para excluir marcadores de diversidade?
Além disso, a questão da equidade salarial permanece. Os salários médios de conselheiros que chegam a R$ 775 mil por ano levantam a seguinte questão: mesmo quando conseguem romper as barreiras e ocupar tais posições, será que as mulheres negras recebem remuneração justa em relação aos seus pares brancos?
A luta por equidade de gênero nos conselhos precisa incluir a interseccionalidade entre gênero e raça, promovendo políticas de ação afirmativa e programas que incentivem não apenas a presença de mulheres, mas especificamente a de mulheres negras. É preciso passar do discurso para ações concretas que desafiem o racismo estrutural e empurrem as empresas brasileiras para um futuro onde liderar também signifique incluir.
Recentemente li no livro Nossa Luz Interior da ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, “Quando se trata de nos levantarmos e nos posicionarmos de uma maneira que nos inspire, as mulheres que nos inspiram de forma mais profunda e duradoura são aquelas que são honestas e vulneráveis, que se recusam a esconder suas lutas ou a fingir que não as sentem.” Essa ideia ressoa profundamente com a experiência de mulheres negras que, apesar de suas lutas, continuam a se destacar, inspirando outras a buscar seu lugar em todos os espaços de poder. A inclusão delas não é apenas uma obrigação moral, mas uma necessidade para a construção de um futuro mais justo e próspero.
A Powerlist Mundo Negro – Mulheres Negras Mudam Histórias 2025 inicia a fase mais aguardada de sua história: a votação popular. Pela primeira vez, a comunidade participa diretamente da escolha das homenageadas em quatro categorias fixas, somando engajamento social ao rigor histórico do prêmio.
Desde 2022, a Powerlist reconhece mulheres negras que transformam cultura, ciência, negócios e comunicação. O legado já reúne nomes de alto impacto midiático e setorial como Samantha Almeida (diretora de Marketing da Globo), Camila Farani (investidora e empreendedora), Érika Hilton (deputada federal), Rosangela Silvia (fundadora da Negra Rosa), Dra. Katleen Conceição (dermatologista referência em pele negra) e Mônica Anjos (estilista). Em 2025, a abertura do voto popular amplia a legitimidade coletiva do reconhecimento e convida o público a escrever, junto do prêmio, os próximos capítulos.
Categorias com voto popular
Criadora Digital – Mulheres negras que produzem conteúdo original em plataformas como Instagram, YouTube, TikTok e podcasts, com impacto cultural, social ou político.
Empreendedora do Ano – Lideranças que criam e expandem negócios próprios em diversos segmentos, fortalecendo o ecossistema empreendedor.
Destaque em Gastronomia – Chefs, cozinheiras e empresárias que preservam saberes tradicionais ou inovam na culinária, reafirmando a potência da gastronomia negra.
Profissional da Beleza – Especialistas que transformam autoestima por meio de cabelo, maquiagem e estética, consolidando um mercado em expansão.
Como votar
O processo é simples e seguro. Acesse o hotsite oficial, selecione a candidata, informe um e-mail válido e clique em votar.
Na tela, aparecerá a mensagem “Voto Registrado Com Sucesso”.
Cada pessoa tem direito a um voto por categoria por e-mail.
Seis categorias permanecem sob avaliação de especialistas: Comunicação e Cultura, Liderança Corporativa, Diversidade e Inclusão, Medicina e Ciências, Tecnologia e Inovação, Artes e Entretenimento. A curadoria é composta por lideranças como Helena Bertho, Viviane Elias, Sauane Bispo, Kelly Batista, Priscila Arantes, Marcele Giordano, Samantha Almeida, Luana Genot, Nina Silva, Rita Oliveira e Elaine Moura.
A edição 2025 conta com patrocínio confirmado de Natura e Grupo L’Oréal, marcas globais comprometidas com diversidade e impacto social. A presença dessas empresas reforça a vocação da Powerlist em conectar reconhecimento, inovação e alcance.
Datas importantes
Indicação júri técnico: 15 de agosto a 16 de setembro
Votação Popular – Fase 1 (Indicação): 26 a 31 de agosto
Votação Popular – Fase 2 (Top 5 de cada categoria): 3 a 16 de setembro
Divulgação das selecionadas pelo público e júri técnico: 11 de outubro
Evento Powerlist: 17 de outubro de 2025, Casa Manioca – São Paulo (evento fechado para convidados e imprensa)
Serviço
Powerlist Mundo Negro – Mulheres Negras Mudam Histórias 2025
Votação Popular Fase 1: 26 a 31 de agosto
Votação Popular Fase 2: 3 a 16 de setembro
Divulgação das homenageadas: 11 de outubro
Evento: 17 de outubro de 2025, Casa Manioca – São Paulo (evento fechado)
Sempre antenada aos movimentos culturais regionais e globais, a Fenty Beauty traz pela primeira vez ao Brasil a Fenty Beauty Coffee Party, e Salvador é a cidade escolhida para receber essa experiência única. O evento surge como um espaço para criar conexões, descobrir o tom perfeito de base Fenty Beauty, tomar um café e se divertir em um ambiente que celebra diversidade e autenticidade. O movimento também terá edições no México, Caribe e outros países ao redor do mundo, reforçando seu alcance global.
Em Salvador, a Fenty Beauty Coffee Party acontece no dia 6 de setembro, no Trapiche Barnabé, das 10h às 18h. O evento será gratuito, aberto ao público e por ordem de chegada, garantindo que todos possam participar de forma organizada.
Os participantes terão à disposição uma programação completa, com música, cafés especiais e a oportunidade de realizar o Shade Matching, serviço exclusivo da Fenty Beauty, onde profissionais auxiliam cada pessoa a encontrar o tom perfeito de base, garantindo uma experiência personalizada e interativa.
Com capacidade para 1.000 pessoas, o evento promete reunir fãs, curiosos e amantes da beleza em um encontro que combina cultura, diversão e conexão. A Fenty Beauty Coffee Party em Salvador reforça a proposta da marca de celebrar diversidade e criar experiências memoráveis, tornando cada visita um momento especial dentro do universo da beleza.
Local: Trapiche Barnabé – Avenida Jequitaia, 05 Horário: das 10h às 18h Capacidade: 1.000 pessoas *Evento sujeito à lotação
Após reafirmar sua identidade como mulher negra no último episódio do podcast ‘Mano a Mano’ do Mano Brown, Camila Pitanga tem sido alvo de ataques e fake news nas redes sociais. A página “Parditude”, criada por Beatriz Bueno, compartilhou uma foto adulterada para questionar a negritude da atriz e até insinuar dúvidas sobre a paternidade de Antônio Pitanga.
No post, a página afirmava: “Camila Pitanga e sua mãe quando era bebê. Sim, ela nasceu loira e por isso suspeita-se que seu pai biológico seja o ex-marido da mãe, um francês”, acompanhada de uma imagem manipulada. Após críticas pela falta de comprovação, o post foi arquivado, mas Beatriz Bueno continuou a publicar stories com conteúdos tendenciosos, chamando o caso de “muito grave”.
Nos stories, ela questionou a legitimidade da autoafirmação negra de Camila, afirmando que “Quando uma figura pública se coloca como referência e fala de raça pro público, existe também a responsabilidade de trazer transparência sobre suas origens.” e sugerindo possíveis inconsistências na identidade racial da atriz.
Segundo o advogado Dr. Hédio Silva Jr. em entrevista ao site Mundo Negro, as ações da jovem podem gerar consequências legais sérias para ser responsabilizada tanto civil quanto criminalmente.
Na esfera civil, Beatriz pode responder por dano moral coletivo, por violação à honra e dignidade de um grupo racial, e também por dano individual à personalidade de Camila Pitanga, já que a identidade racial é um direito de personalidade protegido por lei. “O Brasil é signatário de tratados internacionais que asseguram a primazia da autoidentificação. Não pode, essa moça querer virar agora uma espécie de tribunal de papel pardo ali, tribunal, que ela define a identidade racial das pessoas.”
No âmbito criminal, ela poderia ser processada por injúria simples, por atacar a honra subjetiva da atriz e violar a imagem que Camila tem de si mesma. “Não a injúria racial, a injúria simples, porque ao fazer isso, ela viola a honra subjetiva, a imagem que a Camila tem de si própria, chamada honra subjetiva”, explica Dr. Hédio.
O Mundo Negro entrou em contato com a Beatriz Bueno, mas ela não retornou até o fechamento da matéria.
“Isso é desconhecer a própria história”
O professor doutor em administração Hélio Santos, pioneiro a trabalhar impacto social no pós-Abolição, conversou com o Mundo Negro em maio deste ano, sobre onda de separação ou exclusão dos pardos da comunidade negra.
“Desde o primeiro Censo, em 1872, eles aparecem juntos, ou seja, 16 anos antes da Abolição. A mistura é nossa base, fruto do estupro que ocorreu com nossas mulheres pretas escravizadas e indígenas por séculos. Quem quer tirar isso são os jovens, desinformados por essas novas ondas, e isso me deixa muito bravo. Isso é desconhecer a nossa própria história”, afirmou.
OBando de Teatro Olodum completa 35 anos de trajetória e marca a data com a volta aos palcos do espetáculo ‘Erê’, em cartaz de 5 a 28 de setembro, no Teatro Gregório de Mattos, em Salvador. As apresentações acontecem às sextas e sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h.
Sob concepção de Lázaro Ramos, com direção de Zebrinha (José Carlos Arandiba) e Cássia Valle, dramaturgia de Daniel Arcades e direção musical de Jarbas Bittencourt, ‘Erê’ é um manifesto contra o racismo e a violência que interrompe vidas negras diariamente.
A peça é inspirada em ‘Erê pra toda a vida/Xirê’, apresentada pelo Bando em 1996 no Festival Carlton Dance, e que já percorreu palcos no Rio de Janeiro, São Paulo e Londres. Em Salvador, estreou em 2015, nas comemorações de 25 anos do grupo. Agora, a montagem ganha uma nova leitura, atualizada para o Brasil de hoje, ainda marcado por chacinas e assassinatos de jovens negros.
Foto: Maise Xavier
Além de resgatar sua história, o Bando abre espaço para o futuro: três novos talentos negros de Salvador, selecionados em audição, se juntam ao elenco completo, que conta com nomes como Valdinéia Soriano, atriz que brilhou nas novelas ‘Volta por Cima’ e ‘No Rancho Fundo’, da TV Globo.
“O Bando inteiro em cena. 35 anos de histórias, afetos e lutas pulsando no mesmo compasso. Do Erê que nasceu na música, passou pela poesia cênica, ao que agora floresce no encontro de gerações”, define a atriz e diretora Cássia Valle, integrante do grupo há mais de três décadas.
Para ela, o espetáculo é ao mesmo tempo festa e denúncia: “Veteranos e novos integrantes, todos juntos como uma biblioteca viva, guardando memórias e inventando futuros. Um corpo coletivo amadurecido, mais denso e mais belo, que encara um tema urgente: a morte dos jovens corpos pretos. Este Erê é festa e ferida, canto e denúncia, celebração e resistência. É o Bando inteiro dizendo: a vida preta é sagrada”.
Foto: Maise Xavier
Tradição e Reinvenção
A montagem revisita cenários de Hélio Eichbauer e Alberto Pitta e figurinos icônicos de produções como Cabaré da Rrrrraça, mesclando referências históricas com criações inéditas de jovens estilistas. As cores vermelho e branco, em homenagem a Xangô, marcam o espetáculo.
“A concepção tem mosaicos de memórias. Já que estamos indo para o palco celebrar, vamos revisitar cenários, figurinos e referências que fizeram parte da nossa história. As músicas de Jarbas Bittencourt terão novos arranjos, e os textos de Daniel Arcades serão trabalhados com mais ousadia, incorporando improvisos que são tão característicos do Bando”, completa Cássia.
Para Zebrinha, revisitar ‘Erê’ neste momento é reafirmar a força de um coletivo que resiste e se reinventa: “A arte do Bando sempre esteve ligada à celebração e à denúncia. Erê é a síntese disso: a gente canta, dança e conta histórias para afirmar que as vidas negras importam e precisam ser preservadas. Ter o elenco inteiro no palco e novos talentos é um presente para o público e para a nossa história.”
A movimentação cênica da nova temporada traz novamente a marca registrada do grupo: o corpo-ritual, que mescla cantos, danças e gestos das tradições afro-brasileiras reelaboradas pela linguagem contemporânea.
SERVIÇO
Espetáculo Erê do Bando de Teatro Olodum
Quando: 5 a 28 de setembro de 2025, sextas e sábados, às 19h; domingos, às 18h
Onde: Teatro Gregório de Mattos, Praça Castro Alves, Centro, Salvador-BA
Transformar saberes e sabores da ancestralidade em negócios de sucesso é um caminho que exige criatividade, estratégia e conexão com a própria história. É exatamente isso que o curso “Da Raiz à Mesa: Prosperando com a Gastronomia Afro-Brasileira”, uma parceria do Instituto Feira Preta com o Instituto Assaí, propõe aos empreendedores negros e a todos que desejam investir na gastronomia de matriz africana.
O curso, totalmente online e gratuito, oferece ferramentas para quem busca empreender de forma consciente e estratégica, unindo tradição culinária e planejamento de negócio. A proposta vai além de ensinar técnicas: é um convite para que cada participante reconheça a própria identidade, a história de sua cultura e o potencial de transformar esses elementos em um empreendimento sólido.
Entre os conteúdos abordados estão:
Afroempreender como prática ancestral e autoconhecimento
Criar negócios com identidade e memória
Produzir, precificar e planejar com técnica
Vender com presença digital, fidelização e afeto
Mais do que uma capacitação, o curso é um espaço de valorização da gastronomia afro-brasileira, oferecendo inspiração e orientação para que cada empreendedor possa transformar tradição em oportunidade de negócio.