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Projeto de lei que proíbe homenagens a escravocratas e termos ligados à escravidão avança em Minas Gerais

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Restaurante Senzala em Uberaba (MG) (Foto: Reprodução/TripAdvisor)

Os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovaram em 1º turno o Projeto de Lei 2.129/20, que proíbe homenagens a pessoas ligadas à escravidão e ao movimento eugenista brasileiro, na semana passada.

A proposta proíbe que o poder público, empresas privadas e entidades sem fins lucrativos usem nomes, marcas, figuras ou símbolos que façam referência à escravidão ou à eugenia. Termos como “senzala”, “sinhá”, “navio negreiro” e “mucama” não poderão ser usados em marcas registradas na Junta Comercial, por exemplo.

Além disso, prédios, ruas, monumentos e demais espaços públicos não poderão homenagear pessoas que tenham ligação com a escravidão, o tráfico de negros e indígenas, a defesa do movimento eugenista ou qualquer prática de discriminação racial e violação de direitos humanos.

O projeto é de autoria das deputadas estaduais Ana Paula Siqueira (Rede), Leninha e Andréia de Jesus (PT) e foi aprovado na versão sugerida pela Comissão de Direitos Humanos. Agora, segue para nova análise da comissão, desta vez em 2º turno, antes da votação final no plenário.

Deputadas Andréia de Jesus (PT), Leninha (PT) e Ana Paula Siqueira (Rede) – Crédito: Maitê Gugel Rosa/ALMG

O texto altera a Lei 13.408/1999, que regula a denominação de estabelecimentos e espaços públicos no estado. Para as autoras, essa é uma forma de revisar a memória coletiva e garantir que o espaço público não reverencie figuras que tenham colaborado para a opressão de pessoas negras e indígenas.

Na mesma reunião, os parlamentares também aprovaram em 1º turno o PL 2.803/24, de autoria da deputada Leninha, que prevê a criação da fototeca estadual de Minas Gerais. A ideia é que acervos e imagens históricas sejam preservados e disponibilizados em equipamentos culturais já existentes no estado, fortalecendo a memória e o patrimônio histórico mineiro.

Se sancionado, Minas Gerais será o primeiro estado brasileiro a proibir homenagens públicas a pessoas ligadas à escravidão. Em São Paulo, por exemplo, a então deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL) protocolou o PL 404/2020 com o mesmo objetivo, incluindo a proposta de remoção de monumentos para museus estaduais. Já no município do Rio de Janeiro, a Câmara chegou a aprovar uma lei que proibia homenagens a escravocratas, eugenistas e violadores de direitos humanos, mas ela foi revogada em janeiro de 2025 pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

EXCLUSIVO | Guthierry Sotero se inspira em Juan Paiva e atores de ‘Moonlight’ para novo papel na novela ‘Três Graças’

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Foto: Globo/Victor Pollak

Em entrevista à TV Globo, cedida exclusivamente ao Mundo Negro, o ator Guthierry Sotero, escalado para interpretar Júnior em ‘Três Graças’, a próxima novela das nove, revelou detalhes sobre a construção do personagem e as referências que buscou para dar vida a ele.

“Assim que recebi e li o roteiro, senti que precisava rever ‘Justiça 2’, porque o Balthazar (Juan Paiva) tinha umas questões parecidas. Busquei algumas coisas do Jharrel Jerome, ele tem um sensibilidade e atitude ímpar como ator que me cativa bastante, o Ashton Sanders também tem uma individualidade muito interessante, ele em ‘Moonlight’, ‘Filho nativo’ e ‘Dias sem fim’ me inspira muito no quesito criação”, conta.

Juan Paiva em ‘Justiça 2’ e os atores de Moonlight, Ashton Sanders e Jharrel Jerome. (Fotos: Globo/Bruno Stuckert e A24)

Depois dar vida a Nastácio em ‘No Rancho Fundo’, Guthierry vive Júnior, um jovem que trabalha com computação, estudioso e batalhador. Sua vida é diretamente afetada pelo esquema de falsificação de remédios liderado por Santiago Ferette (Murilo Benício). Ele perde o pai, que tomava os remédios sem efeito da farmácia da Fundação Ferette na Chacrinha, comunidade fictícia da novela, em São Paulo. Após o falecimento de Albano (Cosme dos Santos), Junior está disposto a combater as maldades que estragam a vida de famílias como a sua.

Criada e escrita por Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, ‘Três Graças’ tem previsão de estreia em outubro.

Mell Muzillo como Maggye e Guthierry Sotero como Júnior. (Foto: Globo/Angélica Goudinho)

Confira a entrevista completa abaixo:

1 – Como foi receber o convite para participar de ‘Três Graças’ pouco depois de se despedir do Nastácio de ‘No Rancho Fundo’?

Foi marcante demais para mim. Eu fiquei sem reação, desabei em lágrimas. Tem sido lindo todo esse processo de reencontrar amigos de outras produções e de sentir que está todo mundo se ajudando nessa nova empreitada. Esse foi o meu primeiro convite para um projeto e é algo que parecia muito distante para mim. Trabalhei e estudei muito para que esse momento chagasse e quando aconteceu, lidei com a síndrome do impostor: Será que sou digno? Quando na verdade tudo o que eu mais queria era esse momento, poder mostrar o que sei e me divertir no horário mais nobre da TV brasileira. Estou muito feliz!

2 – Como descreve o Júnior? Quais são as principais características dele? 

O Júnior é um homem íntegro, família. Apesar das adversidades é muito alto astral, ‘correria’ e faz de tudo para que o pai se sinta bem. Ele teve de amadurecer mais cedo para poder ajudar em casa e essas características conversam muito comigo, com os meus amigos e com diversos jovens desse Brasil. O Júnior (até onde eu li) tem tido uma trajetória muito linda! Acredito que muitas pessoas vão se identificar, criar empatia e terão muito afeto e respeito por ele.

3- Como se preparou para interpretá-lo? E quais referências buscou?

Comecei pela prosódia porque foi algo que me desafiou de início. Achei mais difícil que o sotaque para ‘No Rancho Fundo’ e também quis uma voz que me distanciasse do Nastácio. Consegui.

O Júnior é muito coração, eu iniciei o trabalho com ele pelo afeto, olho no olho e simpatia. Um fato engraçado é que indo para São Paulo gravar a minha 1º diária, eu ainda não tinha encontrado o caminhar desse cara trabalhador com muitas demandas no dia, mochila pesada andando pela cidade o dia inteiro. E no aeroporto vi um menino gringo de uns 18, 19 anos andando com a família (provavelmente atrasados) com o andar curvado, meio pesado e pensei: “é isso, encontrei o corpo que faltava!”.

As referências me ajudaram muito a ter um norte, assim que recebi e li o roteiro, senti que precisava rever “Justiça 2”, porque o Balthazar (Juan Paiva) tinha umas questões parecidas. Busquei algumas coisas do Jharrel Jerome, ele tem um sensibilidade e atitude ímpar como ator que me cativa bastante, o Ashton Sanders também tem uma individualidade muito interessante, ele em “Moonlight”, “Filho nativo” e “Dias sem fim” me inspira muito no quesito criação. Tenho uma característica com ele em relação ao olhar, temos o olhar “forte” e aí é entender como fortificar/suavizar esse olhar em cena, isso traz camadas ao personagem. Falar em lugares em que ninguém me conhece com o sotaque paulista tem sido um grande laboratório também.

Guthierry Sotero como Júnior (Foto: Globo/Victor Pollak)

4 – O personagem se relaciona com a Maggye (Mell Muzzillo), uma jovem de classe social bem diferente da dele. Como estão construindo essa relação?  

Eles partem do amor. A história de vida é diferente, a classe social aparta ainda mais os dois, mas sinto que eles se encontram no afeto. A relação deles começa de uma forma inesperada e acontecem alguns empecilhos que impedem a aproximação imediata dos dois, mas as cenas deles juntos têm uma beleza cativante, um carinho, gentileza, muitas coisas não ditas estão no ar nas cenas deles. Estou feliz de ter a Mell [Muzzillo] nesse processo e está sendo muito linda essa construção. Tivemos nossas preparações, partilhamos ideias e tem sido muito gratificante essa criação. No fim das contas dizem que o amor sempre vence e essa história tem muito para acontecer. Aguardando as cenas dos próximos capítulos…

5 – Você teve mudanças no visual para o personagem? Como foi esse processo?  

Eu estava com o maior cabelo que já tive na vida, mudei bastante os penteados; estava de trança no dia da caracterização. Optamos pelo corte americano no Júnior, mas com uma máquina alta. Ele é jovem, descolado mas também não é mega vaidoso de cortar o cabelo semanalmente, ele tem muita demanda para pensar nisso. Chegamos num denominador comum, eu, direção e caracterização, e estamos muito satisfeitos com o resultado final.

6 -E qual é o maior desafio desse papel na sua carreira? É o seu papel de maior destaque até agora?

Passar as verdades, emoções e sentimentos do Júnior. Ele é um cara sensível, mas que não demonstra, e isso me fascinou desde o início porque eu também sou assim, então tem sido um grande esforço para fazer acontecer, mas um esforço bom. Sinto que venho trabalhando bem nos últimos anos e esse é o maior personagem em termos de trama, enredo e aparição numa novela. E se tratando do horário nobre a responsabilidade triplica. Esse é o meu maior personagem até agora sem nenhuma dúvida e eu estou gostando muito dessa responsabilidade, eu amo o que faço e sempre quis essa oportunidade. Agora que ela chegou é trabalhar para dar o meu melhor e que as pessoas possam amar o Júnior assim como eu o amo. Essa novela é recheada de veteranos e eu amo fazer novela, porque ela te traz essas possibilidades, sabe? Quando eu poderia imaginar que no mesmo trabalho eu contracenaria com a Sophie Charlotte, Marcos Palmeira, Miguel Falabella e tantos outros? Só uma novela alcançaria esse feito e, por isso, estou muito feliz com essa nova empreitada na minha carreira, em poder ver essas pessoas trabalhando de pertinho.

7 – O que mais te atraiu no Júnior? Ele é parecido com você em alguns aspectos? 

O afeto. O amor que ele tem com o pai é algo que eu consegui recuperar no decorrer da vida e tem sido ótimo para mim, porque o Júnior é a idealização de relação paterna que eu sempre quis ter para mim e só venho conseguindo depois de adulto. Naturalmente a vocação dele para o trabalho, a vontade de ajudar o próximo, o não desanimar com os percalços da vida e a gana de “vencer na vida” é algo que cativa. Tem sido lindo trabalhar nesse corpo as perspectivas que normalmente delimitam sobre os corpos negros. Estou muito feliz em ter essa oportunidade de poder dialogar com milhões de “Júnior” diariamente no horário nobre.

Assim como o Júnior, por conta dos problemas da vida, eu também tive que amadurecer mais cedo. Comecei a trabalhar aos 18, mas já com a responsabilidade de ajudar em casa. Na pandemia eu que segurei as pontas, eu me vejo nesse cara. Muitas pessoas vão se identificar e ter empatia com o Júnior, porque ele é uma realidade na sociedade, não é um personagem puramente inventando, ele existe, ele está no metrô, no ônibus lotado, nas favelas; ele é o vizinho de muitas pessoas que vão assistir a essa novela.

8 – A novela começou com gravações em São Paulo. Como foi filmar nas locações da cidade e qual a importância dessa ambientação?

Foi ótima para entender como funciona aquela região. Eu fiz questão de treinar a prosódia com alguns amigos de lá, e assim que pisei na cidade falei apenas com o sotaque paulista. Ouvir as pessoas, trocar com os motoristas de aplicativos, as senhoras no mercado e tantos outros momentos, sem dúvidas, ajudaram nessa construção do que seria o Júnior. A cidade de São Paulo é muito diferente do Rio, tanto culturalmente quanto socialmente falando. Aqui no Rio, na Zona Sul, você encontra a madame e o morro no mesmo local. Em SP, o contraste é muito notório e isso naturalmente gera um desconforto. Então, sentir isso na pele foi bom para criar a casca necessária para o meu personagem.

9- Na sua opinião, o que o público pode esperar de Três Graças?

O público pode esperar uma história sobre pessoas, estamos falando de vidas brasileiras, ou seja, essas questões tratadas na trama existem e elas estão próximas de mim, de você ou de qualquer outra pessoa. Embora se trate de uma ficção, a trama da novela é inspirada no que acontece no dia a dia, os personagens são identificáveis e digo isso no sentido de, concordando ou discordando, essa pessoa existe e ela pode ser você, seus familiares ou vizinhos. Terá muita reviravolta, comédia, drama e acredito que a história seja muito empática, as pessoas vão se ver na tela.  Estamos chegando em outubro e espero que o Brasil possa amar/odiar os personagens de Três Graças com todo o coração!

Roteirista de ‘O Urso’ é algemado após “senhora branca” reclamar de como ele estava sentado em um trem

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Foto: Amy Sussman/Getty

Alex O’Keefe, roteirista da premiada série ‘O Urso’ e ex-redator de discursos de líderes democratas dos Estados Unidos, relatou ter sido preso de forma injusta após uma denúncia feita por uma “velha senhora branca” durante uma viagem de trem, no último domingo (21).

Nas redes sociais, O’Keefe afirmou que estava sentado normalmente em um vagão da Metropolitan Transportation Authority (MTA) quando a passageira pediu que ele “corrigisse” sua posição sentada. Ao se recusar, ela o denunciou ao condutor, que acionou a polícia.

No vídeo publicado no Instagram, é possível ouvir o roteirista dizendo que não cometeu “nada ilegal” enquanto policiais o retiram do assento. “Eles me tiraram do trem e me prenderam sem nem mesmo falar com a Karen que denunciou a única pessoa negra no trem. Na plataforma, a polícia me deteve e me interrogou”, escreveu O’Keefe.

O roteirista também relatou que um amigo da mulher teria dito que ele “não era mais minoria” enquanto aguardava a chegada dos policiais. Segundo ele, apenas outras pessoas negras permaneceram na plataforma para registrar o momento da abordagem. “Quando exigi um advogado e os lembrei de que nem sequer haviam tomado depoimento da mulher que fez a denúncia, acabaram me liberando”, contou.

O vídeo viralizou nas redes sociais e causou indignação. “A polícia não QUESTIONA a senhora sobre a reclamação?!”, escreveu um usuário no Instagram. Outro comentou: “As pessoas precisam se posicionar em defesa dos outros. Eu faria isso!”

O’Keefe ganhou projeção por seu trabalho em ‘O Urso’, série vencedora do Emmy de Melhor Série de Comédia, e também é conhecido por ter sido diretor de campanha do Green New Deal, projeto de lei de transição ecológica liderado pelo senador Ed Markey.

Dia do Sorvete: conheça sorveterias de chefs negros com sabores além do tradicional

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Sorveteria Beijo Frio (Foto: Reprodução/Instagram)

No Dia do Sorvete, celebrado hoje, 23 de setembro, a data ganha um sabor especial com iniciativas que valorizam cultura e ancestralidade. No Brasil, chefs negros têm se destacado na produção de sorvetes artesanais, que vão além dos sabores tradicionais. Resgatando ingredientes ancestrais, misturando técnica, criatividade e identidade cultural, essas sorveterias comandadas por profissionais negros são paradas obrigatórias para quem quer viver uma experiência única.

Beijo Frio | Centro Histórico, Porto Alegre

No início dos anos 2000, com Iara Fátima Rufino e Vera Lúcia Valério entre as fundadoras, a sorveteria e cafeteria Beijo Frio se tornou o único empreendimento negro do Mercado Público de Porto Alegre. Conhecida pelos sorvetes artesanais sem glúten e sem gordura trans, a casa oferece diversos sabores, incluindo Mamão Papaya e Cupuaçu. Instagram: @beijofrio2000

Ébanos Sorvete e Café | Vila Mariana, São Paulo

A marca fundada por Claudio Sales, que conta com o filho Bruno Soares como sócio, é conhecida pela variedade criativa no cardápio. São mais de 80 receitas, tendo sempre 16 à mostra para o cliente escolher. Os sabores dos sorvetes são sazonais e a equipe divulga nos stories do Instagram os que estão disponíveis no dia. Entre as variadas opções estão: Banoffee e Caprese: Mascarpone, recheado com geleia de tomate e grãos de pistache. Instagram: @ebanossorveteecafe

Escola Sorvete | Barra Funda, São Paulo

Fundado pelo Chef Francisco Sant‘Ana, além de cursos para alavancar os negócios relacionados à sorvetes, a Escola também vende produtos por delivery, com sabores criativos, como Pistache Iraniano e Baunilha Amazônica. Instagram: @escolasorvete

Sorveteria Sabor da Cor | Vila Madalena, São Paulo 

A sorveteria artesanal da chef Silmara Almeida tem especificidade em frutas do Norte e Nordeste do Brasil, com uma variedade de sabores de frutas 100% naturais e mesclas criativas, como opções de Caju, Cajá, Banana da terra, Tamara e Doce de leite. Instagram: @sorveteriasabordacor

Uaiê Sorvetes | São Pedro, Belo Horizonte 

O chef Pedro Barbosa valoriza os sabores brasileiros nos sorvetes do seu estabelecimento e não possui um cardápio fixo, permitindo uma constante renovação de sabores, adaptando-se às frutas da estação e aos produtos de pequenos produtores locais, como o de sabor jabuticaba. Os sorvetes também se destacam pela variedade na criatividade do design feito para o público. Instagram: @uaiesorvetes

Zenon Sorvetes e Filhos | Horto, Belo Horizonte

Fundado em 1991 pelo Zenon, a tradicional sorveteria de Belo Horizonte traz sorvetes e picolés com gosto de infância para os moradores da região, além de deliciosas tortas de sorvete. Os sabores são variados, incluindo pequi e cappuccino. Instagram: @zenon_sorvetes


“Uma relação nunca é perfeita”, LeBron James fala sobre seu casamento com Savannah James após mais de 20 anos juntos

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Foto: reprodução

Em uma entrevista recente no podcast “360 with Speedy”, LeBron James falou abertamente sobre seu casamento com Savannah James, revelando que, apesar da imagem pública de perfeição, a realidade de um relacionamento de longo prazo exige esforço, comunicação e resiliência. “Uma relação nunca é perfeita, mas se você é capaz de trabalhar através das dificuldades e momentos adversos, então vai valer a pena”, afirmou o jogador, refletindo sobre mais de 20 anos juntos.

LeBron e Savannah se conheceram ainda no ensino médio em Akron, Ohio, e desde então construíram uma vida juntos, enfrentando os altos e baixos que qualquer casal de longa data enfrenta. O astro da NBA ressaltou que, em qualquer relação duradoura, é natural que nem tudo seja uma “bela rosa”, e que é justamente a disposição de enfrentar desafios lado a lado que fortalece a parceria.

Ao longo dos anos, o casal passou por momentos difíceis, mas sempre manteve a base da relação: compromisso, honestidade, comunicação e apoio mútuo. Para LeBron, esses pilares são essenciais para que o amor floresça mesmo diante de adversidades e pressões externas, incluindo a intensa exposição da vida pública.

Mais do que uma história de amor, a trajetória de LeBron e Savannah é um exemplo de como o trabalho conjunto e a dedicação constante são fundamentais para manter um relacionamento sólido e duradouro. Mesmo após duas décadas, eles mostram que o amor verdadeiro é construído diariamente, com atenção, cuidado e parceria.

2ª edição do Programa Marielle Franco oferece bolsas de R$ 3.500 para mulheres negras

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Foto: Freepik

O Baobá – Fundo para Equidade Racial vai conceder bolsas mensais de R$ 3.500 para 30 mulheres negras durante 18 meses, como parte da segunda edição do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco. A iniciativa, realizada em parceria com a Fundação Kellogg, Fundação Ford, Open Society Foundation e Instituto Ibirapitanga, busca ampliar a presença de mulheres negras em posições estratégicas de liderança política, social e econômica. As inscrições são gratuitas e seguem abertas até 14 de outubro.

Criado em 2019, o programa promove o desenvolvimento político, técnico e socioemocional de mulheres negras – cis, trans ou travestis – que atuam em instituições públicas, organizações da sociedade civil, organismos multilaterais ou empresas privadas. Mais do que o apoio financeiro, a iniciativa visa consolidar lideranças comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa, com equidade racial e de gênero.

Além das bolsas, as selecionadas terão acesso a mentorias individuais e coletivas, participação em eventos organizados pelo Fundo Baobá e espaços de troca com outras lideranças femininas negras. O investimento também permitirá a implementação de planos de desenvolvimento individual, incluindo formações técnicas, políticas e socioemocionais, além de aquisição de equipamentos e experiências estratégicas para fortalecer suas trajetórias.

Na primeira edição, o programa apoiou 59 mulheres, com idades entre 22 e 69 anos, de 19 estados brasileiros e do Distrito Federal, representantes de territórios diversos – de centros urbanos a áreas rurais. As participantes atuavam em diferentes campos – da arte à ciência, passando pelos direitos humanos e pela educação –, o que reforçou a diversidade e pluralidade das trajetórias apoiadas. O impacto se refletiu em redes locais fortalecidas e em iniciativas que continuam ativas, mesmo após o término do ciclo de financiamento.

A diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, explica a importância dessa segunda edição do programa para o potencial de desenvolvimento das mulheres negras no país.“2º edital de apoio individual é mais uma oportunidade de investimento em mulheres negras cis e trans, comprometidas com o enfrentamento ao racismo patriarcal e com a implementação de ações inovadoras, regenerativas e sustentáveisQueremos apoiar e atuar em parceria com aquelas cujos objetivos, projetos e sonhos contribuam com a construção de uma sociedade justa e a promoção da equidade racial e de gênero”, diz.
 
Com metodologia aprimorada a partir da experiência anterior e da escuta de lideranças negras, o programa reafirma seu compromisso em investir na formação política e institucional de mulheres negras, criando redes de apoio e ampliando a capacidade de incidência política dessas lideranças.
 
Viviana Santiago, pedagoga e ativista pelos direitos humanos de populações marginalizadas, foi uma das participantes da primeira edição do Programa Marielle Franco. Ela falou em 2022, em depoimento gravado, sobre o impacto positivo do programa na sua vida. “Quando penso na minha trajetória profissional, no meu percurso, eu tenho certeza de que tudo aquilo por onde eu caminhei e tudo aquilo que eu venho conquistando como profissional e liderança negra tem relação com o fato de nunca ter caminhado sozinha. Tem a ver com eu ter contado com a presença, com o apoio e conhecimento de outras mulheres negras e instituições que possibilitaram a mim ter acesso ao conhecimento, seja por cursos de formação e rodas de reflexão”, afirmou naquela oportunidade.
 
Midiã Noelle, mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, foi outra donatária da primeira edição e compartilhou sua experiência de transformação em depoimento feito em vídeo em 2022. “Fui uma das aceleradas do Programa Marielle Franco e foi uma experiência muito importante, porque eu pude fortalecer minha liderança. Eu tinha o entendimento, fiz a minha proposição para entrar no processo, mas eu não reconhecia as minhas potencialidades individuais e como eu poderia construir o meu projeto de vida a partir daquilo que eu amo e acredito. O processo com o Baobá foi importante para eu entender, de fato, qual é meu compromisso comigo mesma”, disse.
 
Ao impulsionar lideranças femininas negras em diferentes áreas do conhecimento – da ciência de dados à arquitetura, da psicologia à engenharia –, o Fundo Baobá fortalece narrativas positivas sobre o protagonismo dessas mulheres e reafirma seu papel central na transformação do Brasil em uma sociedade mais equitativa. 

Cronograma do edital individual
 
As inscrições para o Programa Marielle Franco: Apoio Individual são gratuitas e estarão abertas até 14 de outubro de 2025, pelo site baoba.org.br. O resultado final será divulgado em 09 de janeiro de 2026.

Mundo Negro é finalista do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

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Silvia Nascimento, CEO do Mundo Negro. (Foto: Divulgação)

Mundo Negro, o primeiro portal com conteúdos exclusivos sobre a comunidade negra no Brasil, é finalista da categoria “Veículo Liderado por Jornalistas Negros” na terceira edição do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. No ar desde 2001, o site tem a redação liderada pela CEO e fundadora Silvia Nascimento. A votação segue aberta até o dia 30 de setembro.

“O Mundo Negro ser um dos veículos finalistas dessa premiação sem termos feito campanha de votos já é uma vitória. É raro ver veículos independentes que resistem e permanecem relevantes durante tantos anos. Já passamos da casa das duas décadas e é o reconhecimento do público que nos mantém ainda como o site de notícias para comunidade negra mais lido do país e que sempre teve um time só de profissionais negros”, celebra a jornalista Silvia Nascimento, que ficou em sétimo lugar no TOP 10+Admirados do Ano, na primeira edição.

Para votar no Mundo Negro, basta acessar este link, preencher um rápido cadastro e escolher, do 1º ao 5º colocado entre os finalistas da categoria “Veículo Liderado por Jornalistas Negros”. 

Cada posição renderá uma pontuação, seguindo a ordem de 100 pontos para o 1º colocado, 80 para o 2º, 65 para o 3º, 55 para o 4º e 50 para o 5º. O resultado final será obtido da soma dessas pontuações.

A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 10 de novembro, na Câmara dos Vereadores de São Paulo, com a entrega dos troféus aos veículos liderados por jornalistas negros vencedores, além de outras categorias. 

A iniciativa é organizada por Jornalistas&Cia, em parceria com os sites Neo Mondo e 1 Papo Reto e com a Rede JP – Jornalistas Pretos.

A cultura africana como alicerce da cozinha baiana

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Jorge Washington (Foto: Divulgação)

Por: Afrochefe Jorge Washington 

Com a chegada forçada de milhões de africanos escravizados ao Brasil, especialmente à Bahia, práticas alimentares de diferentes etnias foram recriadas com os ingredientes disponíveis no novo território. O dendê, o leite de coco, o quiabo, a pimenta, o inhame e outros alimentos de origem africana passaram a ser combinados com produtos locais e europeus, criando uma culinária única e profundamente simbólica, que é também marca de resistência.

Os pratos afro-baianos são expressões vivas da cosmovisão africana. Acarajé, vatapá, caruru, abará e moqueca não são apenas alimentos, mas manifestações da religiosidade afro-brasileira, especialmente do Candomblé e de como a sabedoria africana se tornou um conhecimento vivo que atravessa gerações. Muitos deles são oferecidos aos orixás, cada qual com seus significados, cores e ingredientes específicos.

Culinária como Patrimônio e Resistência

A gastronomia afro-baiana é um patrimônio cultural imaterial, reconhecido pela sua importância histórica e simbólica. O ofício das baianas de acarajé, por exemplo, foi registrado pelo IPHAN como patrimônio cultural do Brasil. Essas mulheres são guardiãs de um saber ancestral que ultrapassa a cozinha — são também figuras centrais na preservação das tradições afro-religiosas, no fortalecimento da identidade negra e na economia informal que antes, nas mãos das quituteiras, garantiu a sobrevivência e liberdade de muitos. 

Em um contexto de opressão histórica, a culinária foi (e ainda é) uma forma de resistência. Cozinhar com dendê e rezar para os orixás era, durante muito tempo, uma forma de manter a fé viva, mesmo sob perseguição. Ao preparar a comida nós e nossos ancestrais mantivemos nossas raízes culturais, transformando a cozinha em um espaço de liberdade e ancestralidade.

Religiosidade e Sagrado nos Sabores

Na culinária afro-baiana, a comida é também sagrada. Cada prato tem uma ligação com os rituais do Candomblé. O acarajé, por exemplo, é oferecido a Iansã, orixá dos ventos e das tempestades. O amalá é prato de Xangô, feito com quiabo e carne. Mais do que alimento, esses pratos são oferendas, pontes entre o mundo terreno e o espiritual.

Essa dimensão simbólica transforma a cozinha em um terreiro — um espaço onde se celebra a vida, a fé e a ancestralidade. Comer um prato afro-baiano é, muitas vezes, participar de um rito, mesmo que inconscientemente.

Saberes e Sabores que Moldam a Identidade Baiana

A presença da cultura africana na Bahia é marcante em todos os aspectos da vida cotidiana, e a gastronomia é uma das formas mais potentes dessa expressão. Aqui em Salvador e no Recôncavo Baiano, os sabores da África estão em cada esquina, em feiras, mercados e tabuleiros. É por meio desses alimentos que reafirmamos nossa identidade cultural e transmitimos, de geração em geração, os saberes da cozinha de terreiro e da oralidade ancestral.

A culinária afro-baiana é o reflexo de uma herança africana que resistiu à escravidão, à marginalização e ao preconceito. Ela é uma celebração da cultura negra, um canal de memória, espiritualidade e pertencimento. Ao valorizar a gastronomia afro-baiana, reconhecemos o poder da cultura na construção dos sabores que definem não apenas um território, mas também a alma de um povo.


Texto: Jorge Washington [@jorgewashingtonr]. Um talentoso profissional que atua em duas áreas diferentes: como Afrochefe e como Ator. Sua paixão pela culinária é evidente em seu trabalho como Afrochefe, onde ele incorpora ingredientes como ancestralidade e  afetividade em suas criações. Desde jovem, Jorge Washington ajudava sua mãe Georgina nas compras da feira, cortando temperos, tratando carnes e aprendendo as  melhores formas e estratégias para deixar cada preparo saboroso. Ele é conhecido por  pratos como bacalhau martelo, galinha ao molho pardo, moqueca de feijão, xinxim de  bofe, moqueca de miraguaia, além de suas próprias criações e adaptações, como  maxixada de carne seca, moqueca de carne seca com mamão verde, fígado com  maxixe, entre outros. Jorge Washington, ou como ele prefere ser chamado, o Afrochefe, traz consigo sua herança africana e promove a culinária baiana através do  Projeto Culinária Musical, buscando promover reflexão, intercâmbio, conhecimento e estímulo à arte gastronômica. 

Esse conteúdo é fruto de uma parceria entre Mundo Negro e Feira Preta.

“Iemanjá em Mares Verdes”: livro explora a história de mais de 50 anos da Festa de Iemanjá em Fortaleza

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Fotos: Divulgação

O novo livro “Iemanjá em Mares Verdes”, da geógrafa e pesquisadora Ilaina Damasceno, mergulha na história de mais de 50 anos da Festa de Iemanjá em Fortaleza, analisando como o evento se tornou patrimônio imaterial da cidade e um ato de resistência para as religiões de matriz africana. (Baixe aqui gratuitamente)

Fruto de seu doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF), a obra mostra como a festa realizada na Praia de Iracema vai além do campo religioso, transformando-se em um ato de visibilidade e de luta por direitos. Entre 2011 e 2019, Damasceno realizou pesquisa de campo, documentando a performance dos participantes — com músicas, gestos e indumentárias — como uma forma de “fazer política com o corpo”.

“A presença do corpo afro-brasileiro em rituais públicos é uma experiência estético-política que reinventa narrativas e territórios”, destaca a autora.

O livro também explora a relação entre a tradição nordestina e a ancestralidade afro-brasileira, reforçando identidades negras e indígenas no Ceará. Para Ilaina, escrever “Iemanjá em Mares Verdes” foi um reencontro com sua própria trajetória.

Natural de Quixadá, no sertão cearense, ela cresceu entre práticas católicas e referências à Jurema Sagrada, mas foi no Rio de Janeiro que se aproximou da umbanda e do candomblé, tornando-se cambone em um terreiro.

Baixe o livro no site da editora Pedro e João Editores.

Escola Àbámodá leva moda e identidade afro-indígena ao Fancy África em Moçambique

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Foto: Casmurro

A Escola Àbámodá, de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, marca presença de 22 a 25 de setembro no Fancy África, evento de moda e economia criativa realizado em Maputo, Moçambique, com o tema “Ubuntu – Eu sou porque nós somos”. A participação da escola será conduzida por sua diretora e idealizadora, Luísa Mahin, que integra a programação do evento com atividades formativas e apresenta a primeira coleção autoral do projeto.

Com apenas um ano de atuação, a Àbámodá vem se destacando na Bahia por sua metodologia que conecta moda, cultura, educação, empreendedorismo e identidade étnico-territorial. À frente do projeto, Mahin soma mais de 22 anos de experiência em gestão de projetos sociais, culturais e de moda, representando a escola em um intercâmbio internacional de visibilidade e protagonismo negro.

No Fancy África, Luísa Mahin ministra a masterclass “Moda e Transformação Social” e a Oficina Criativa “Diversidade, inovação e empreendedorismo na moda”, além de participar da mesa-redonda “A Moda como Embaixadora da Identidade: Qual o Papel da Cultura Local na Economia Criativa?”. A participação da escola se encerra com o desfile da coleção “Cabaça do Mundo”, manifesto coletivo que explora o sagrado feminino e o empoderamento da mulher.

Luísa Mahin (Foto: Janderson Meneses)

O intercâmbio entre a Àbámodá e o Fancy África começou em julho deste ano, quando a escola recebeu o estilista King Levi para apresentar a coleção “XIGUBO – A Força Estética da Resistência Afro”, por meio do projeto África 360º e do Fancy África Brasil.

“Cachoeira está entre as 9 cidades do país em que a maioria da população se autodeclara negra, ou seja, somos um território predominantemente negro, afrodescendente, que está atravessando o Atlântico numa conexão que une moda, tecnologias ancestrais e transformação social”, destaca Luísa Mahin.

Coleção Cabaça do Mundo (Foto: Casmurro)

Ancestralidade e impacto social

Com uma proposta pedagógica centrada na ancestralidade afro-indígena e na transversalidade entre moda, arte, cultura e economia criativa, a Àbámodá foca no público feminino negro e LGBTQIAPN+, oferecendo formação continuada em costura, design de joias, estamparia e atividades manuais. As aulas resultam em peças autorais com forte vínculo identitário e territorial.

“Pesquisamos produtos naturais do território para usar nos tingimentos; pensamentos nos elementos, iconografias e grafismos indígenas e africanos, procuramos entender como a cultura local pode estar presente em cada peça. Queremos acessar nossas memórias e histórias, para criar produtos que falam disso”, explica Mahin.

Além da formação, a Àbámodá se consolida como espaço de articulação entre cultura e economia criativa, contribuindo para o desenvolvimento social do Recôncavo Baiano. O projeto valoriza saberes ancestrais e práticas culturais locais, promovendo protagonismo da comunidade, enquanto oferece formação empreendedora e estratégias de gestão, estimulando a criação de iniciativas sustentáveis capazes de gerar renda e oportunidades.

SERVIÇO:

22 a 25 de setembro de 2025
Escola Àbámodá no Fancy África
Local: Maputo – Moçambique

Participação da Àbámodá com Luisa Mahin:

  • 22/09 – Master Class: Moda e Transformação Social
  • 23/09 – Mesa Redonda: A Moda como Embaixadora da Identidade
  • 24/09 – Oficina Criativa: Diversidade, inovação e empreendedorismo na moda
  • 25/09 – Desfile com a coleção-manifesto Cabaça do Mundo
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