Mais uma vez, o jogador Paulinho foi alvo de ataques de racistas religiosos nas redes sociais, após marcar um gol pelo Atlético-MG contra o Flamengo, no Brasileirão 2023, na noite desta quarta-feira (29). A torcida do time carioca não gostou quando o Camisa 10 fez um gesto pedindo silêncio para comemorar o seu gol e logo começaram a incitar diversos comentários preconceituosos contra o atleta. O Galo venceu a partida por 3 a 0.
Familiares por consideração, a jornalista da GloboNews, Flávia Oliveira saiu em defesa do sobrinho em um post nas redes sociais. “Somos uma família unida por todos os laços que se podem unir: criação, afeto, fé. Somos de axé, com muito orgulho. Crescemos nos terreiros cariocas, seguimos com obediência os preceitos do candomblé, exibimos gratidão aos orixás. Paulinho tem o amor da família, o apoio do clube, a proteção de nossas divindades”, diz.
Notícias Relacionadas
65% das crianças em situação de trabalho infantil no Brasil são pretas ou pardas, diz IBGE
Segunda criança envenenada na Zona Norte do Rio morre após comer bombom
“Chamar Paulinho – ou qualquer um de nós de macumbeiro – não nos ofende. É o que somos, escolhidos por orixás. Não desmerecemos a fé de ninguém. Exigimos respeito”, afirma a comentarista.
Flávia iniciou a publicação lembrando de seu sobrinho, quando ainda era apenas um menino no subúrbio do Rio de Janeiro, sonhando apenas em ser jogador de futebol. “Passou pelo Madureira, formou-se no Vasco. Esteve por quatro anos no Bayer Leverkusen, na Alemanha. Chegou ao Galo neste 2023, determinado a se destacar no futebol brasileiro. Brilhou na Libertadores. Está brilhando no Brasileirão. É artilheiro isolado do campeonato a duas rodadas do fim. Até aqui, 18 gols. Faz a alegria da torcida do Atlético Mineiro, amedronta e encanta adversários. Faz parte”, conta a tia.
E continua: “O que não faz parte – ou não devia fazer – é a onda de racismo religioso que emerge a cada atuação de Paulinho. A intolerância sempre existiu, desde o momento em que, digno, corajoso e orgulhoso de nossa fé, ele assumiu publicamente ser filho de Oxóssi, protegido por Exu. Por seus talento e atitude, foi agraciado com as medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes, maiores condecorações do município e do estado do Rio de Janeiro. As mensagens com ofensas se multiplicam. Felizmente, também é imensa a corrente de solidariedade e repúdio ao racismo religioso, crime previsto na Lei 14.532/2023”, destaca a jornalista.
Na publicação, o jogador Paulinho agradeceu o apoio prestado pelos comentários: Te amo, tia!. Outros famosos também comentaram em solidariedade ao atleta, incluindo o ator e humorista Yuri Marçal, um dos maiores torcedores do Galo na web e também pertencente aos povos de terreiro: “Tinha que ser esse macumbeiro”, diz com um coração representando o orgulho do torcedor.
Até o momento, Paulinho tem compartilhado o apoio que tem recebido, mas não se pronunciou diretamente com as suas palavras. Durante a madrugada, logo após o jogo de ontem, o clube Atlético – MG também prestou o apoio ao jogador nas redes sociais e afirmou que “se coloca à disposição do atleta para tomar as medidas cabíveis contra os responsáveis pelos insultos”.
Veja alguns comentários registrados:
Notícias Recentes
Angela Bassett volta ao papel de diretora da CIA em 'Missão: Impossível 8' e confirma novo suspense da Netflix em 2025
Rincon Sapiência defende alimentação consciente como caminho para o progresso nas periferias