O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o advogado pessoal, Cristiano Zanin para ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quinta-feira (1º) e foi duramente criticado por personalidades negras na web. O nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado para ocupar a vaga.
A jornalista Flávia Oliveira, comentarista da Globonews, fez uma análise sobre a escolha do presidente. “Muita gente falando nas redes sociais, que Cristiano Zanin não tem mestrado ou doutorado. Essa é uma crítica muito elitista”, se referiu a algumas publicações lidas na internet.
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“Minha crítica, não é de hoje, envolve: 1) falta de diversidade no STF (mais um homem branco; 2) relação personalíssima com o presidente que o indicou; 3) desconhecimento de posições jurídicas de Zanin fora Lava Jato”.
“Desde sua criação, o STF teve suas cadeiras ocupadas 95% do tempo por homens brancos, 2,4% por mulheres brancas e 2,7% por homens negros. Em 132 anos, nenhuma mulher negra foi indicada como ministra”, revelam dados levantados pelo jornal Gênero e Número. Ou seja, entre os 170 ministros já nomeados, apenas 3 eram negros.
No mês passado, o ex-ministro Joaquim Barbosa, o último homem negro a ocupar uma cadeira no STF, entre 2003 e 2014, já havia falado sobre a importância de ter outro pessoa negra no cargo. “Lula cometerá um grande erro se não escolher um ministro ou uma ministra negra”, disse em entrevista à revista Valor Econômico.
Barbosa também relembrou quando foi nomeado em 2003. “O Brasil ainda vivia o mito da democracia racial. Seria um contrassenso e um paradoxo que, 20 anos depois, quando houve avanço nas políticas de igualdade racial iniciadas no primeiro governo Lula, e que também levaram a iniciativas privadas, que este governo não nomeie pelo menos um negro”, disse.
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