Formação idealizada para ampliar o acesso de jovens historicamente discriminados ao cinema conta com o apoio da Organização das Nações Unidas e abre 250 vagas para jovens de todo território nacional.
O ator Fabrício Boliveira e sua irmã, Yasmin, lançam a segunda edição do Cinema do Futuro (CDF), iniciativa que pretende ampliar o acesso de jovens historicamente discriminados ao cinema, inclusive como produtores de conteúdos. As inscrições para as 250 vagas da segunda edição do CDF acontecem de 06 a 11 de outubro de 2021.
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O CDF se propõe a articular ideias mais igualitárias e antirracistas em prol de um futuro em que as pessoas negras e/ou em vulnerabilidade social tenham o poder da câmera e possam elas mesmas construir suas narrativas de vida. A partir desta edição, a ONU atua como co-realizadora da atividade de formação Cinema do Futuro, idealizada e realizada pela Produtora PrasCabeças.
A primeira edição do projeto reuniu entre junho e agosto desse ano, grandes artistas do cinema brasileiro – nomes que fazem na contemporaneidade o cinema que se quer rumo ao futuro – em encontros virtuais gratuitos voltado para jovens negros, indígenas, trans, mulheres e jovens periféricos, entre 13 a 20 anos. A formação é liderada pelo ator Fabrício Boliveira (Produtora PrasCabeça) em parceria com a jovem Yasmin Boliveira.
A parceria com o Sistema ONU possibilitou ampliar o número de vagas para um total de 250. Os encontros serão realizados pela plataforma ZOOM e as inscrições por meio do Instagram da produtora @prascabecasprodutora e do ator @fabricioboliveira.
A Conferência Mundial contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas foi realizada em 2001 e ficou conhecida como Conferência de Durban. O evento foi marcado por grande expectativa por uma união global contra todas as formas de racismo e xenofobia. Apesar dos avanços registrados nesses 20 anos, ainda há muito por fazer para que todas as formas de racismo sejam de fato eliminadas. A Conferência possibilitou, no entanto, que a luta contra o racismo fosse elevada a debates públicos e que mulheres e homens de todo o mundo, inclusive das periferias, tivessem suas vozes ampliadas para fortalecer sua luta.
Foi a partir da voz de negros e negras que nasceu o Cinema do Futuro. O ator Fabrício Boliveira identificou a dificuldade da irmã, Yasmin Boliveira, de 17 anos, de ter acesso ao cinema. Juntos deram início à iniciativa gratuita voltada para jovens de 13 a 20 anos, prioritariamente negros, indígenas, trans e jovens em situação de vulnerabilidade social. Nesta segunda edição da formação, que terá duração de 45 dias, poderão se inscrever jovens de todo o território nacional para as 250 vagas disponíveis.
“É preciso consolidar a participação de artistas negros na indústia do cinema de forma efetiva e nos mais variados espaços. A representatividade que se diz hoje ainda é no campo das ideias, mais no desejo do que se vê no dia a dia e nas consequências sociais na vida dessas pessoas. O cinema do Futuro quer construir caminhos, a partir das referências que temos, para que esses artistas possam crescer pessoal e profissionalmente”, afirma Fabrício Boliveira
Os encontros proporcionados pelo CDF trazem noções sobre o que faz cada profissional envolvido na construção de um filme, além dos conhecimentos técnicos e experiências pessoais dos instrutores que participam do projeto. Entre eles, estão Glenda Nicácio (diretora de Café com Canela), falando sobre direção de arte; Everlane Moraes (documentarista), discutindo direção; Ana Flávia Cavalcanti (atriz), falando sobre atuação; Diana Moreira (figurinista e produtora de Breve Miragem do Sol), falando sobre figurino e Eryk Rocha e os irmãos Carvalho, falando sobre edição/ montagem e roteiro.
Nesta edição do CDF, os alunos terão um módulo sobre a Conferência de Durban para que possam refletir sobre a importância da transformação de ações afirmativas em agendas político-sociais. Esse módulo acontecerá no dia 15 de outubro de 2021 e será transmitido pelo Youtube e aberto ao público.
Como resultado final dos encontros, serão apresentados, de forma colaborativa, cinco vídeos sobre Durban, construídos coletivamente ao longo das semanas de formação do CDF.
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