Com o proposito de revelar a perspectiva de fotógrafas negras sobre territórios e tradições, o Sesc Madureira abre nesta sexta-feira (12), a exposição “Através do Olhar”, uma mostra com 90 obras de quatro fotógrafas negras e moradoras de bairros das zonas Oeste e Zona Norte do Rio de Janeiro.
Captadas por Aparecida Silva, Fernanda Dias, Thaís Alvarenga e Valda Nogueira, as fotografias revelam a visão particular das artistas sobre suas origens. A exposição celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado dia 25 de julho.
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Aparecida Silva e Thaís Alvarenga, uma com a técnica pinhole e a outra com a câmera do celular, retratam uma memória afetiva do lugar onde vivem (Realengo e Bangu), com registro de paisagens urbanas e o modo como os grupos se apropriam dos seus lugares criando suas próprias formas de sociabilidade e códigos de convivência.
Fernanda Dias e Valda Nogueira documentam os saberes e práticas culturais e religiosas de comunidades tradicionais espalhadas pelo Brasil, como quilombolas, indígenas, catingueiros e pescadores, valorizando a memória e as formas de resistência destes grupos.
De acordo com a curadora Thaís Rocha, a exposição representa um esforço de substituir narrativas excludentes por outras perspectivas da realidade, para romper com as conhecidas hegemonias de pensamento.
“As mulheres negras que produzem imagens estão enriquecendo o vocabulário fotográfico e audiovisual conhecido até agora no mundo ao inscreverem novos testemunhos que compõem, junto a outras manifestações artísticas, como a música, o teatro e a literatura, diálogos que incentivam a reparação histórica e a igualdade das raças“, observa.
A mostra fotográfica “Através do Olhar” está sendo organizada por ocasião do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), data que provoca discussões relacionadas a gênero, sexualidade, religião e etnia também em outras plataformas.
Em paralelo à exposição, o Sesc Madureira exibe este mês a mostra audiovisual “Mulheres negras latinas e caribenhas”, seleção de filmes que jogam luz sobre diversos aspectos da formação de grupos identitários. Depois de “Encantadas – Mulheres e Suas Lutas Na Amazônia” abrir a mostra no dia 4, a agenda segue com “Kbela”, dia 11, às 18h30, Francisca, dia 18, às 18h30, e Tia Ciata, dia 25, às 18h30, seguido de conversa com as realizadoras.
O Sesc está localizado na Rua Ewbanck da Câmara, 90, Madureira, Rio de Janeiro. A entrada para todas as mostras é gratuita.
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