Evento, que será inaugurado oficialmente no dia 19 e permanecerá aberto ao público de 20 a 22 de novembro no Anhembi, faz parte do projeto São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural e tem expectativa de público de 5 mil pessoas por dia
A Expo Internacional Dia da Consciência Negra de São Paulo promoverá um resgate da história brasileira em três dias de um evento com experiências multissensoriais. Idealizado e organizado Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), tem como objetivo reunir especialistas e autoridades do Brasil e de outros países para conscientizar a população paulistana e posicionar a cidade de São Paulo como indutora do debate e das ações de combate ao racismo estrutural no país e na América Latina.
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Programada para o pavilhão de exposições do Anhembi, a 1ª. Expo Internacional Dia da Consciência Negra espera receber público estimado de 5 mil pessoas por dia no período de 20 a 22 de novembro deste ano. Idealizada pela secretária municipal de Relações Internacionais Marta Suplicy para ressaltar o protagonismo da população negra e as lutas travadas ao longo do tempo pela emancipação e liberdade plenas, a mostra tem o objetivo de sensibilizar toda a população sobre os impactos ainda existentes em função da herança escravocrata que ainda permanece e está presente no dia a dia da sociedade atual.
Segundo a secretária, a Expo será tecnológica e disruptiva. “É a visibilidade que se pretende dar à pauta antirracista desenvolvida na cidade”, pontua.
Passado, presente e futuro
Toda a idealização do evento foi traduzida em espaços desenhados pelo carnavalesco André Rodrigues e fará um resgate da história da raça negra reunindo passado, presente e futuro com instalações que ocuparão uma área de 10 mil metros quadrados do Pavilhão Oeste do Anhembi.
“A grande provocação da Expo é a realização de um evento desse tamanho, com uma cenografia desse tamanho, feito exclusivamente para gente preta nesse país”, comenta o carnavalesco.
Nesse espaço terá cinco alamedas temáticas, com atividades, atrações e debates que sobre educação, saúde, mulher negra, cultura e empreendedorismo e tecnologia, distribuídas em grandes alamedas tecnológicas com elementos do carnaval brasileiro.
“Minha expectativa é a transformação, porque mesmo que a pessoa vá e pense ‘não foi bem assim’, minimamente ela parou para pensar. Então, essa experiência já a transformou. É um convite para que as pessoas entendam que não existe uma sociedade saudável, que tenha desenvolvimento econômico e seja realmente democrática sem combater o racismo”, defende a idealizadora Adriana Vasconcellos.
Educar para transformar
A exposição também terá um forte apelo educativo. Um dos dias será destinado exclusivamente à visita de estudantes. Organizada pela Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo com execução da SpTuris, integra o projeto São Paulo Farol de Combate ao Racismo Estrutural, que, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, visa o combate ao preconceito racial desde a primeira infância, com foco na capacitação de professores da rede pública.
“Como professora, uma das minhas maiores preocupações é o fato de a Lei 10.639/2003 não estar dentro das escolas. Há um desconhecimento por parte dos professores em relação à aplicação dela. Então, a gente precisava de algo que marcasse a cidade, a partir dessa ideia de São Paulo ser o farol de combate ao racismo estrutural. Um evento que tenha desdobramentos para a educação e para políticas públicas”, comenta Adriana, também professora.
O evento oferecerá ao visitante apresentações e palestras de personalidades estrangeiras, entre diversas atividades culturais. Contará com áreas de entretenimento, incluindo o público infantil, e uma feira de produtos e artesanatos derivados da cultura africana. Promoverá, ainda, a visibilidade de países africanos como possíveis parceiros econômicos.
Farol de Combate ao Racismo
O “São Paulo Farol de Combate ao Racismo Estrutural” é uma parceria das secretarias municipais de Relações Internacionais (SMRI) com a de Educação (SME) e tem como objetivo combater o racismo estrutural na sociedade a partir da educação e incidir na formação das próximas gerações. Haverá formação de professores para a implantação da política pública, que envolverá ações em calendário crescente com todos os órgãos da administração municipal.
Segundo a secretária de Internacionais, Marta Suplicy, tanto o prefeito Bruno Covas como Ricardo Nunes, abraçaram a proposta e possibilitaram o lançamento do “Farol”. “É uma política de Estado. Se quisermos acabar com racismo, o caminho será pela educação e pela conscientização”, afirma a secretária.
Serviço:
Quando: 20 e 21 de novembro para o público, e 22 de novembro exclusivo para visitações escolares.
Onde: Pavilhão Oeste do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo)
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