Em 2022, o Brasil teve um aumento de 67% em ocorrências de crimes raciais em relação ao ano anterior, revelam dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20). Apesar do mapeamento feito em cada estado, os registros ainda são pouco transparentes.

Em média, o Brasil registrou 6,7 casos de racismo por dia, um total de 2.458 ocorrências. Os casos de injúria racial também aumentaram neste período de 2021 e 2022 para 32,3%. O levantamento produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), considera a alta nos casos como “aumento da demanda por acesso ao direito a não discriminação”.

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Segundo o que pôde ser apurado, o Rio de Janeiro é o estado com o maior número de casos de racismo. Em um ano, o aumento foi de 91,6%, um salto de 168 para 322 ocorrências. Já em relação às denúncias de injúria racial, o aumento foi de 38,6%, de 1.372 para 1.902.

No entanto, a retificação em grande escala dos dados chamou a atenção do FBS. O Pará alterou os dados de injúria racial de 2021: de cerca de 3.000 registros para 305. Já o Rio Grande do Sul, que antes havia registrado 4.132 casos, não disponibilizou os dados de 2022 para o novo anuário.

“Antes, tinha a barreira de como fazer o registro, o eufemismo de ser injúria racial ou racismo, corroborada anteriormente pela legislação. Tinha uma grande dificuldade de qualificar uma ocorrência como caso de racismo. Agora tem a bomba das retificações, que mostra que a gente não consegue usar esses registros pra entender o estado de discriminação a que estamos submetidos”, disse Dennis Pacheco, pesquisador do FBSP.

No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que tipifica a injúria racial ao crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

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