Dona de loja no Rio de Janeiro é denunciada por racismo e injúria racial pelo MP

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Dona de loja no Rio de Janeiro é denunciada por racismo e injúria racial pelo MP
Foto: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público denunciou a chinesa Li Chen por racismo, injúria racial, dano ao patrimônio privado e vias de fato depois que a mulher, de 48 anos, foi presa em flagrante no mês de setembro, quando teria feito ataques racistas a uma cliente em sua loja de bijuterias, localizada em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. 

De acordo com informações do G1, a denúncia feita pelo órgão contra Li Chen afirma que um acordo de não persecução “não se mostra suficiente” e aponta que os crimes cometidos pela mulher “atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade”:  “não se mostra suficiente para reprovação e prevenção dos crimes, devido à prática de crime de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos”.

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A denúncia ainda afirma que: “A denunciada, agindo consciente e voluntariamente, recusou e impediu acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender e receber cliente comprador na loja Marisa, localizada na Rua Siqueira Campos, nº 117, bairro Copacabana, por razões de discriminação e preconceito de raça e cor, ao fazer a vítima Laura Brito dos Santos Viana se retirar do estabelecimento comercial, intimidando-a dizendo que ‘Não quero ninguem da sua raça em minha loja” e ‘Não quero essas neguices na linha loja”.

A defesa de Li Chen nega as acusações de racismo. Na nota enviada ao portal pela advogada Camila Félix, afirma que “as supostas ofensas informadas à imprensa e à polícia nunca foram proferidas. Tratam-se de palavras e expressões que a acusada, de nacionalidade chinesa, desconhece. A lojista não fala português e consegue”.

A advogada também alega que sua cliente não fala português e que só consegue realizar “comunicações básicas”: ”As supostas ofensas informadas à imprensa e à polícia nunca foram proferidas. Tratam-se de palavras e expressões que a acusada, de nacionalidade chinesa, desconhece. A lojista não fala português e consegue apenas realizar comunicações básicas, como cumprimentos e agradecimentos, entender e responder sobre os valores de produtos”, dizia um trecho da nota.

Na nota, Félix também informou que a prisão foi arbitrária e deve solicitar o trancamento da ação penal, além de ingressar com uma ação por falso testemunho e denunciação caluniosa.

Relembre o caso

A chinesa Li Chen, de 48 anos, foi detida em flagrante no dia 21 de setembro depois de ter feito ataques racistas a uma cliente em sua loja de bijuterias, localizada em Copacabana, zona Sul do Rio de Janeiro. A mulher foi liberada depois de pagar fiança de R$ 1,5 mil.

A vítima, Laura Brito, uma mulher negra de 28 anos, contou em entrevista para o RJTV, que entrou na loja de Li Chen para comprar um anel para o marido, quando a dona do estabelecimento parou na sua frente. A mulher então desviou de Chen, que continuou a segui-la por outros corredores.

Ao questionar o motivo de estar sendo seguida, a dona da loja então começou a disparar ofensas racistas: “Eu não quero você e esse tipo de gente na minha loja, ‘neguinha’, eu não quero uma ‘neguinha’ igual a você na minha loja. Sai”, contou.

Laura conta que respondeu à Chen afirmando que tinha dinheiro para consumir na loja e que não ia roubar, mas a comerciante continuou com as agressões, inclusive físicas. A vítima conta que levou tapas no braço: “Me deu dois tapas no braço, pegou a cestinha que estava na minha mão com o meu celular e outras bijuterias, tirou a cestinha de mim, tacou o meu celular no chão. Eu fui saindo da loja pedindo socorro, catando as minhas coisas no chão, e ela me ofendendo”.

Alguns clientes que estavam na loja no momento das agressões cobraram explicações de Li Chen. A polícia foi chamada e Chen foi levada para a 12ª DP de Copacabana. Clientes e testemunhas que estavam fora da loja gritavam chamando Li Chen de racista no momento em que ela era levada para o DP. A mulher foi liberada depois de pagar fiança. O caso foi registrado como injúria racial.

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