Designers negros: 77 Anos de Emory Douglas e sua Importância no design gráfico

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Designers negros: 77 Anos de Emory Douglas e sua Importância no design gráfico
Arte de Emory Douglas para o jornal dos Panteras Negras

Quantos negros do seu circulo social, são formados ou estudam design? Infelizmente muitos responderão poucos ou nenhum. Apesar de sermos maioria entre os estudantes universitários, segundo dados do IBGE do final do ano passado, a distribuição ainda é desigual. Ocupamos a maior parte das cadeiras em cursos como Ciências Naturais e Química, mas em outros como Moda ou Design, somos apenas 26%.

E infelizmente, esse numero baixo não é apenas no Brasil. Nos EUA por exemplo, só 2% dos estudantes de design gráfico são negros, quando 86% são brancos. (Asiáticos e hispânicos também ocupam uma menor parte, com 6 e 4% respectivamente).

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Considerando isso, podemos pensar: Por qual motivo? Então cabe uma outra reflexão: Cite um designer gráfico famoso negro. Conseguiu pensar em alguém? Exatamente. Não temos referências de pretos no design e sem alguém para se inspirar, pode ficar muito mais difícil se identificar com a profissão. Nem mesmo durante a faculdade, esses exemplos são vistos como deveria. Entretanto, mesmo que em menor escala, eles estão lá e devem ser lembrados.

Não tem como falar de referência negra no design gráfico sem citar Emory Douglas. O Ministro da Cultura do Partido dos Panteras Negras de 1967 até 1980 (quando o partido acabou) que completou 77 anos  ontem, dia 24 de maio, é formado em design gráfico pela Faculdade da Cidade de São Francisco.

Ele era o diretor de arte, ilustrador e designer responsável por toda a parte gráfica do Jornal dos Panteras Negras, que em 1970 chegou a atingir uma circulação de 139.000 cópias por semana.

(mini documentário com legenda em inglês disponível)

Seu interesse pela área surgiu após trabalhar na gráfica da Escola Reabilitação de Jovens de Ontário, na Califórnia, onde foi sentenciado a passar quinze meses. O Revolucionário Emory, tinha que lidar com o baixo orçamento do jornal, bem como o pouco tempo que tinha para desenvolver seu trabalho (desafios esses que os designers gráficos ainda encontram), mas mesmo assim conseguiu criar um tipo de arte característico seu, com contornos pretos grossos, colagens e texturas.

Mural de Emory Douglas e Richard Bell em Brisbane, Austrália. A Arte reproduz a cena de 1968, quando Tommie Smith e John Wesley Carlos fizeram a saudação do movimento Black Power no pódio das Olimpíadas de 1968.

Apesar de ser muito associado erroneamente apenas com fins lucrativos e comerciais, os materiais de design gráfico como jornais, panfletos, cartazes e etc, são também na verdade documentos históricos que podem nos ajudar a compreender algo, sejam as duas grandes guerras ou a história do movimento negro.

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