Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, critica o Estadão após o jornal publicar editorial sobre as investigações da Polícia Federal no caso de assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

“De forma envergonhada, este veículo ultrapassa todos os limites e insinua nulidades processuais. O que busca? Defender os assassinos de Marielle? Ataca a Polícia Federal com que intenção? Defender os assassinos de Marielle? Ninguém ficará impune”, escreveu no X (antigo Twitter), em resposta à publicação do jornal.

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No texto, o Estadão afirma que há uma “instrumentalização da PF no caso Marielle”. “A investigação federal do rumoroso assassinato da vereadora, além de ser estranha do ponto de vista jurídico, parece transitar pelo perigoso terreno dos interesses políticos”, publicou nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (15). 

Na última terça-feira (9), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse à imprensa que o caso será concluído até o fim de março. Mas isso parece ter incomodado o jornal, que acusa a atuação de Rodrigues de agir de forma indiscreta e inapropriada “para um inquérito que corre em segredo de Justiça”, diz um trecho do artigo.

E completa: “Recorde-se que o País ficou escandalizado, com razão, quando o antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, interferiu diretamente na Polícia Federal justamente no momento em que esta investigava um dos filhos do presidente. Portanto, é o caso de reiterar que a Polícia Federal não é órgão do serviço do governo, mas do Estado brasileiro“.

O artigo reforça o ataque ao governo Lula no envolvimento do caso. “Inventaram-se pretextos para que a PF pudesse participar das investigações, uma vez que o crime nada tem de federal, e agora o governo se jacta de estar bem perto de solucionar o caso”.

O Estadão ainda questiona as escolhas da família de Marielle Franco por ser contra a federalização da investigação no governo Bolsonaro, mas a favor no governo Lula. “Tem-se o retrato de uma PF sem verdadeira autonomia, visto como aplicado a interesses partidários, e não republicanos – e isso é evidentemente péssimo para o País”.

Por fim, o novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também foi atacado no editorial, ao ser comparado com o senador licenciado e futuro ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino: “roga-se ao menos que Lewandowski faça do seu perfil mais discreto um padrão na sua pasta e que isso se traduza numa chefia da Polícia Federal menos verbosa e menos militante”.

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