A cidade do Rio de Janeiro foi atingida por fortes chuvas neste final de semana, 13 e 14 de janeiro, e a prefeitura decretou Estágio 4 de risco. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro confirmou a morte de ao menos 11 pessoas e uma segue desaparecida. Também foram registrados 25 bolsões d’água, 17 pontos de alagamentos e 6 quedas de árvores.

Nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou um vídeo educativo para explicar o que é o racismo ambiental e os seus efeitos na cidade, com a exibição das imagens dos estragos causados nas periferias do Rio de Janeiro. 

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“Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, como a Acari, São João de Meriti, Anchieta, Albuquerque e Nova Iguaçu, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares, que mais uma vez estão ali morando em suas casas, seus comércios, seus empregos, seus sonhos, sua esperança e sua vida como um todo? Lutas e lutas sendo perdidas”, lamenta a ministra.

E completa a pergunta: “Qual é a cor da maioria das pessoas que moram nos bairros e periferias, que não têm árvores com um sistema de escoamento de chuva, saneamento precário, com moradia que não é digna?”.

Em seguida, Anielle Franco lembra pontua que favelas e periferias são 15 vezes mais atingidas que outros bairros, informação revelada pelo segundo volume do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (ONU).

“Não é natural que em alguns municípios, bairros, periferias e favelas, sofram com consequências mais graves da chuva do que outros. Bom, isso acontece porque uma parte da cidade do estado não tem a mesma condição de moradia, de saneamento, de estrutura urbana do que a outra. Também não é natural que esses lugares tenham ali a maioria da sua população negra”, pontua.

“Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental e os seus efeitos nas grandes cidades”, esclarece a ministra da Igualdade Racial. “Esse termo já vem sendo usado ali desde a década de 80, que ele ganha força nos Estados Unidos, mas também muitos ativistas brasileiros e outros sempre têm falado sobre as vulnerabilidades de certas pessoas e onde essas pessoas moram”.

Neste domingo (14), a colunista do Mundo Negro, Kelly Baptista, escreveu um artigo explicando que o racismo ambiental é para “descrever o processo de discriminação que populações periferizadas e/ou compostas por minorias étnicas sofrem devido à degradação ambiental. A expressão é uma denúncia de que as pessoas historicamente invisibilizadas pelos líderes globais são as mais afetadas pela poluição, inundações, queimadas e demais degradações ambientais. Já no contexto internacional, o tema também se refere às relações ecológicas desfavorecidas entre os hemisférios norte e sul global, como consequência do colonialismo”.

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