A montanhista Aretha Duarte, a primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Everest, enfrentará uma nova jornada pioneira no mês de novembro. Desta vez, o desafio será o Monte Kilimanjaro, o pico mais alto de África, localizado no nordeste da Tanzânia. Duarte pretende levar consigo uma equipe de montanhistas negros, em uma expedição que une aventura, superação e um forte simbolismo de reconexão com as raízes africanas.
O Monte Kilimanjaro, com seus 5.895 metros de altitude, é uma atração para aventureiros de todo o mundo. Formado por três vulcões inativos – Kibo, Mawenzi e Shira –, o monte oferece uma paisagem singular, desde florestas tropicais na base até áreas glaciais no topo. Contudo, para Aretha Duarte, a expedição ao Kilimanjaro transcende o desafio físico.
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“A montanha sempre foi um lugar de transformação para mim. Agora, quero compartilhar essa experiência com pessoas que, assim como eu, enxergam na superação dos próprios limites uma forma de mudança pessoal e social,” afirma a montanhista, destacando a importância da representatividade em um espaço onde ainda há poucos negros.
A iniciativa de Aretha, além de empoderar, visa ampliar a representatividade negra no montanhismo. Em meio à baixa participação de negros nessa prática esportiva, a expedição ao Kilimanjaro carrega um propósito afirmativo. A equipe será formada por montanhistas negros selecionados, com o objetivo de reforçar a conexão com a ancestralidade africana e incentivar a superação pessoal. A expedição também ocorre em novembro, mês marcado pelas celebrações da Consciência Negra no Brasil, o que agrega um valor simbólico ainda maior à empreitada.
Além de realizar o sonho de escalar uma das montanhas mais icônicas do mundo, Aretha quer que a expedição inspire novos aventureiros e destaque a importância da equidade racial em todas as áreas. O projeto conta com o patrocínio da Moove, que permitirá a eleição de bolsistas para integrar a equipe.
“Quero que essas pessoas não apenas alcancem o topo da montanha, mas também consigam enxergar o poder que têm dentro de si para conquistar qualquer objetivo, por mais desafiador que seja,” conclui Aretha, enfatizando o caráter transformador da experiência.
Os participantes da expedição devem atender a critérios rigorosos, como idade mínima de 18 anos, boa condição física, passaporte válido e experiência em acampamentos. A viagem está programada para ocorrer entre os dias 31 de outubro e 13 de novembro de 2024.
O Kilimanjaro, além de ser o pico mais alto da África, é um símbolo de resistência e conexão com a ancestralidade africana. A expedição de Aretha Duarte vai além de uma conquista física; é um ato de reconexão com uma herança cultural que permeia a formação do Brasil, reforçando o papel do continente africano na construção da identidade brasileira.
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