Acusado de roubo por organizador, ator é revistado no palco durante cerimônia do Prêmio APCA em São Paulo

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Acusado de roubo por organizador, ator é revistado no palco durante cerimônia do Prêmio APCA em São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram

A cerimônia de entrega do Prêmio APCA, organizado pela Associação Paulista de Críticos de Artes, realizada na última terça-feira, 2, em São Paulo, reuniu artistas de todo o país. Mas um caso ofuscou a celebração quando o ator Giu Alles, integrante da Companhia Antropofágica, que levou o “Prêmio Especial” pelos 20 anos de atividades celebrados na Okupação TUSP, foi acusado de roubo e revistado em pleno palco enquanto aguardava para fazer seu discurso.

O ator foi abordado por um dos organizadores do evento, que o acusou de ter roubado uma das estatuetas. Ainda no palco, Alles foi revistado por um segurança. “O que aconteceu foi que me chamaram pra pedir pra eu tirar o prêmio da bolsa. Eu tive que abrir minha bolsa e mostrar que eu estava guardando meu celular e não o prêmio”, relatou o ator, visivelmente abalado, após o ocorrido.

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A Companhia Antropofágica, da qual Giu Alles faz parte, foi uma das homenageadas pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) este ano. Em sua fala, Alles classificou o incidente como um episódio de racismo e manifestou sua indignação. “O que eu queria dizer, na verdade, é que nossa relação com os racistas não tem que ser de vítima, tem que ser de algoz”, declarou.

No palco, Suelen Moreira, atriz e também integrante da Companhia, pediu desculpas ao público pelo atraso causado. “Nós somos da Companhia Antropofágica e a gente, na verdade, queria começar pedindo desculpa porque a gente estava se movimentando durante a fala dos colegas e a gente não conseguiu prestar atenção porque, infelizmente, um ator que estava conosco foi revistado no palco”, lamentou.

Suelen também destacou o simbolismo negativo do incidente. “A gente lamenta muito, mas a gente acha que é muito importante falar isso porque é muito difícil a gente, o teatro de grupo, pessoas negras, ocuparem espaços oficiais e quando a gente chega aqui e isso acontecer, a gente acha que isso é muito sintomático, assim, e nos entristece muito”, completou.

Após o ocorrido, a organização do evento procurou a Companhia Antropofágica para se desculpar pelo constrangimento, de acordo com matéria publicada pela Band. Segundo testemunhas, os organizadores justificaram que a revista foi motivada pela confusão em torno do prêmio utilizado no evento, que era fictício, com as estatuetas oficiais sendo entregues posteriormente. “No final do prêmio o cara veio pedir desculpas e disse que achou que o Giu poderia ter colocado o prêmio na bolsa por engano, já que outras pessoas também estavam levando o troféu embora, pois achavam que aquele era o de levar pra casa”, contou uma testemunha que preferiu não se identificar.

Até o momento, a Associação Paulista de Críticos de Arte não se pronunciou oficialmente sobre o incidente.

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