Estão abertas até amanhã, 6 de outubro, as inscrições para a psicoterapia – gratuita e online – do Grupo Reflexivo de Apoio Psicológico, projeto voltado para a promoção de saúde mental do Centro Universitário IBMR. Desta vez, a oportunidade é focada em três públicos: profissionais da saúde, adolescentes (15 a 18 anos) e adultos acima de 18 anos.
Os grupos serão compostos por até 7 participantes. Serão de 8 a 10 encontros semanais, com duração de 1h30, sempre online, entre os meses de outubro e novembro de 2023. Inscrições devem ser feitas por meio do preenchimento de formulários online (listados no final deste texto).
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Os grupos são abertos para qualquer interessado, exceto, alunos do curso de Psicologia do IBMR e seus familiares, por questão de ética da profissão. “Temos atendido pessoas de várias regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul e também daqui do Rio de Janeiro”, diz a supervisora da iniciativa composta por estagiários, a psicóloga e professora do IBMR, dra. Melissa de Oliveira Pereira. O IBMR faz parte do Ecossistema Ânima de educação.
Psicoterapia é para todos
A professora do IBMR defende que, por serem online, os grupos conseguem chegar a mais gente. “Tem vindo gente do Acre, do Amazonas, da Paraíba, do Rio Grande do Sul, de São Paulo, Espírito Santo, Pará”, lista a supervisora. “Muitas vezes faço a supervisão remotamente também. É uma maneira de preparar os estagiários para os recursos online. Assim, testamos as metodologias e tecnologias juntos”, acrescenta.
Uma dessas participantes do grupo é a educadora popular, na Comunidade Quilombola São José de Icatu, no município de Baião (PA), Maria Delma Portilho Brito, 39 anos. Ela soube do Reflexivo pelo WhatsApp. Foi a segunda vez que ela teve acesso a um serviço de psicoterapia. A primeira vez também foi remotamente, mas em outra instituição, após sofrer uma crise de ansiedade seguida de depressão.
“Foram muitas situações acumuladas. Entre elas, tive uma irmã que foi assassinada. Precisei segurar não só as minhas emoções, mas de toda família. Eu, como a irmã mais velha, assumi esse papel de tentar cuidar dos outros, inclusive das duas crianças da irmã que pedi. Precisei procurar ajuda psicológica para continuar minha caminhada”, desabafa Maria Delma.
Além disso, com a pandemia, a educadora resolveu iniciar um mestrado na área do Direito. Hoje ela analisa que acessou o programa tentado desviar da tensão familiar. “Sou uma das primeiras quilombolas no estado do Pará, que não tem origem em graduação em Direito, a cursar uma pós-graduação nesta área. É assumir a responsabilidade de representar o movimento quilombola da Região do Baixo Tocantins, na Amazônia Paraense. Foi desafiador”. Pressões psicológicas, familiares, acadêmicas, sociais, “tudo isso acarreta muito, especialmente, em momentos em que nos encontramos mais fragilizados”, adverte.
Com o fim do isolamento, o primeiro serviço psicoterápico que Maria Delma recebeu passou a ser presencial. “Como eu moro em um quilombo, que fica a quase 300 km de Belém, onde era ofertado o atendimento presencial, não tinha como eu ir”, argumenta. Ao conhecer os grupos Reflexivos, do IBMR, a educadora diz que ficou muito feliz por saber que poderia retomar os atendimentos. “A palavra-chave é gratidão, diante desta ação. O Reflexivo me ajudou a acelerar na superação”.
Adolescentes
Para participar, os adolescentes precisam de autorização por escrito dos responsáveis, por meio de um formulário padronizado fornecido pelo IBMR. “Antes do grupo começar o trabalho, entrevistamos os participantes. No caso dos adolescentes, entrevistamos o participante e um dos responsáveis legais”, justifica a professora.
Melissa estima que o processo dure entre dois e quatro meses. Após os encontros, muitos precisam de encaminhamento para psicoterapias individuais e este processo opta por iniciativas gratuitas também. Ou seja, a equipe não deixa essas pessoas desamparadas. “Depois que o grupo acaba, continuamos a fazer este processo de cuidado”, garante a professora.
Como funciona
A professora Melissa, do IBMR, explica que, para quem já fez ou faz psicoterapia, essa é uma oportunidade para o compartilhamento coletivo. “Entendemos que a psicoterapia individual é muito importante, mas que há algo que apenas o grupo possibilita, que é a oportunidade de trocas e construções coletivas”. É um ajudando o outro em ambiente coordenado por ação técnica da equipe.
O Grupo Reflexivo de Apoio Psicológico foi criado no primeiro semestre de 2021, no início da pandemia. Até agora, cerca de 300 pessoas já foram atendidas, em 19 turmas, de quatro grupos, cada. “Era um contexto muito sério, antes da vacina. Nessa época, tínhamos muitas notícias de trabalhadores da saúde da linha de frente, com sofrimento psíquico grande. Sejam pelas condições de trabalho, sejam pelas mortes que eles estavam acompanhando”, lembra a professora.
No início, o grupo estava direcionado apenas para estes. Mas, diante dos bons resultados, o projeto se ampliou para públicos como gestantes, puérperas, cuidadores de idosos, professores de educação básica. “E com o retorno das aulas presenciais, ampliamos para os universitários e adolescentes”, acrescenta Melissa.
Inscreva-se!
Haverá duas chamadas para atender os inscritos: entre outubro e novembro de 2023; e entre fevereiro e março de 2024.
Grupos Terapêuticos: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSciaZ-FmsWjpQALPHoc3Zg0hza5z0p36ADpJONmeIJ-IWphTA/viewform
GATS – Grupo de Apoio a Trabalhadores de Saúde: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeRq7tLErbGub8LE6A0l8PnXu3EheXfzTKYd-O9JNn22U5ckQ/viewform
Grupo Reflexivo para Adolescentes: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScVsHkrlWXWi93YKy5hIA8SAjblOjMWhkAMzJs510ZOq4Ap3w/viewform
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