“Amor, Negro Amor”, um espetáculo teatral musicado realizado pelo coletivo Ação Zumbi, aborda como principal questão a solidão da mulher negra. Nele, a espectadora e o espectador são convidados a atravessar localidades e épocas distintas, conhecendo realidades de mulheres e homens negros que vivenciam diferentes formas de amor e desamor.
As questões sociais expostas são de extrema relevância e perduram até os dias atuais, como a desigualdade, o abuso de poder, o racismo, o machismo, o sexismo e a violência contra a mulher. As cenas são costuradas por músicas e danças de origem africana e revelam a importância da nossa ancestralidade diaspórica. Nessa narrativa do passado até os dias atuais, o coro ancestral é quem conduz o público como um contador de histórias através dos tempos. E a pergunta que fica é: como o amor conseguiu sobreviver a tanta e tamanha dor?
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A proposta consiste no fomento da cultura afro-brasileira através da finalização e circulação do espetáculo teatral “Amor, Negro Amor”.
O espetáculo chegará em 4 cidades de Santa Catarina: Criciúma, Joinville, Blumenau e Florianópolis. Nele, os espectadores serão convidados a atravessar localidades e épocas distintas, conhecendo realidades de mulheres e homens negros que vivenciam diferentes formas de amor e desamor, a narrativa traz a cena da ancestralidade aos dias atuais, contando a histórias através do tempo.
Nesta proposta serão realizadas um total de 16 apresentações, distribuídas em duas sessões por dia, sendo duas no sábado e duas no domingo em cada cidade; onde o público estimado é de 12.448 espectadores, os ingressos terão distribuição gratuita. As apresentações deverão atender a disponibilidade de pauta nos espaços. As apresentações deverão acontecer nos seguintes teatros: Florianópolis (Teatro Ademir Rosa, CIC); Criciúma (Teatro Elias Angeloni); Blumenau (Teatro Carlos Gomes); Joinville (Teatro Juarez Machado).
O coletivo
A Associação Cultural Ação Zumbi nasceu em Florianópolis (SC) e desde 2003 dedica-se ao fomento de atividades artísticas, educativas e culturais com especial enfoque na cultura negra, sempre possuiu em seu corpo mais de 16 integrantes, artistas das mais variadas áreas (atores, músicos, cantores, cineastas, produtores, iluminadores etc.), e atualmente possuí cerca de 40 membros, ao longo desses anos o coletivo vem desenvolvendo projetos nas áreas de teatro, cinema, dança, vídeo, entre outras, que incluem na montagem de espetáculos, oficinas, organização de eventos e ações sociais.
Dentre essas ações, o coletivo tem em seu repertório espetáculos como Era uma Vez no Lado de Cá da Ponte (2004), esta peça o coletivo realizou a inauguração do Teatro Hermelinda Izabel Merize do Centro Multiuso de São José, e Ludo Real (2006); tais espetáculos circularam pelo estado de Santa Catarina e realizaram apresentações no Uruguai.
Em 2019 o Coletivo Ação Zumbi inicia a montagem da peça “Amor, Negro Amor”, realizando leitura da peça e algumas apresentações no CEART UDESC e na sala da escola de atores Aktoro, apos realização das leituras o grupo iniciou a montagem do espetáculo, que resitiu as barreiras da pandemia de Covid-19 iniciada em março de 2020; no mesmo ano o coletivo foi contemplado pela Fundação Catarinense de Cultura através da Lei emergencial Aldir Blanc com o prêmio Trajetória, tal reconhecimento possibilitou a primeira etapa de montagem da peça; mesmo diante da pandemia o coletivo seguiu realizando ensaios remotos, leituras online, preparação do elenco, pesquisa teatral para desenvolvimento e aprimoramento do espetáculo.
A questão da negritude tem se tornado cada vez mais presente e valorizada nas expressões artísticas e nos diversos contextos sociais.
No entanto, ainda há muito o que se discutir e compreender sobre a nossa ancestralidade africana.
O coletivo Ação Zumbi marca presença e traz para a cena catarinense as tradições, a história e a força da cultura africana e, sobretudo, sua influência e resistência na cultura afro-brasileira.
“Amor, negro amor” surgiu da necessidade de contar um pouco dessa história através do amor. Do ponto de vista de mulheres e
homens negros que resistiram a tanto sofrimento. A pesquisa desenvolvida pelo autor e pelos demais integrantes do espetáculo ressalta fatos históricos ocorridos pelo mundo, mas que são facilmente identificáveis ainda hoje em diversos locais onde a diáspora africana se fez presente. Há uma grande mensagem que as culturas do continente africano podem nos enviar nestes tempos tão insanos de extrema virtualidade, de progresso material e tecnológico, mas de corações despedaçados, de solidões avassaladoras, de medos insondáveis, de egoísmo cataclísmico
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