O Movimento Negro Unificado (MNU), irá ingressar com queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro em razão de comentários racistas proferidos ao final de sua live que foi ao ar ontem, (8) quinta-feira. Na saída do Planalto, acompanhado de um apoiador negro que usa cabelo estilo black power, diante de apoiadores e microfones de câmeras de TV e rádio, Bolsonaro pronunciou frases associando o corpo negro a barata, piolho e imundície.
Em uma das frases dirigidas ao apoiador, Bolsonaro afirmou,aos risos: “Olha o criador de baratas aqui. Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”. Em seguida acrescentou: “Tu lava (sic) esse cabelo quantas vezes por mês?”, ao que o rapaz retificou “Por mês não, por semana”. Essa conversa foi similar a uma conversa que ele teve com o mesmo apoiador meses antes. O seguidor alegou que “não é um negro vitimista” e que “nada o difere de uma pessoa branca”.
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O presidente já fez declarações racistas antes. Em 2017, numa palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, Bolsonaro referiu-se expressamente aos quilombolas como vagabundos, inúteis, incapazes sequer de procriar e cujo peso deve ser medido em arrobas (unidade de peso utilizada para animais). Nesse caso, por maioria, a 1ª Turma do STF entendeu que não houve crime de racismo.
Segundo os advogados do MNU, Hédio Silva Jr, Wanderson Pinheiro e Sílvia Souza, uma mensagem com este conteúdo, veiculada pelo YouTube e por meios de comunicação, propaga um conteúdo criminoso à medida em que induz e incita os receptores a associarem o corpo negro à insetos e falta de asseio.
.Os advogados estão confiantes, baseados nas reiteradas assertivas racistas e homofóbicas de Bolsonaro, de que desta vez o STF irá determinar abertura de inquérito por crime de racismo.
Bolsonaro ficou por cerca de 1 hora no chamado “cercadinho” e disse aos apoiadores que estava com agenda livre enquanto fazia piadas de gosto duvidoso e atacava o PT e os trabalhos da CPI. Bolsonaro também fez piadas misóginas e fez oração com os integrantes do cercadinho.
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