O clássico Xica da Silva e o documentário Zezé Motta, la femme enchantée são destaques da seleção que enaltece os mais 50 anos de carreira dessa artista referência para a cultura brasileira e comemora o seu aniversário no dia 27.
A partir do dia 24 de junho (sexta-feira), a plataforma de streaming Itaú Cultural Play inaugura uma mostra dedicada aos 50 anos de carreira de Zezé Motta e celebra o aniversário que ela completa no dia 27 deste mês. Com curadoria de sua filha Carla Barbosa, foram selecionadas quatro obras representativas da filmografia da atriz, entre elas o clássico Xica da Silva (1976), de Carlos Diegues, e Zezé Motta, la femme enchantée (1987), documentário da cineasta francesa Ariel de Bigault sobre a vida e a obra da artista. A seleção é completada com Anjos da noite (1987), de Wilson Barros, e Vai trabalhar vagabundo (1974), de Hugo Carvana.
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Com mais de cinco décadas de carreira, a cantora e atriz Zezé Motta é considerada uma referência para a cultura do país. Artista em movimento, desde os anos de 1970, a sua jornada militante contra o racismo encontrou no cinema um lugar de afirmação. Comprova-se em Xica da Silva, de Carlos Diegues, exibido no Brasil e no exterior projetando a carreira de Zezé além das fronteiras.
Baseado no romance homônimo de João Felício dos Santos, Xica da Silva conta a história real da protagonista que dá nome ao filme, mulher negra escravizada e alforriada, que ganhou fama, fortuna e amor nos braços de um representante da Coroa Portuguesa. Eram os tempos da segunda metade do século XVIII, durante o ciclo do ouro em Minas Gerais, e ela se tornou a Rainha do Diamante, para escândalo da elite branca. A icônica canção de Jorge Ben Jor, música tema do filme, cria o ambiente perfeito para o reinado da mulher que, como a própria letra diz, passou de escrava e amante à mulher rica e invejada, temida e odiada.
Com direção de Ariel de Bigault, cineasta francesa cuja cinematografia é dedicada às culturas portuguesa, brasileira e africana, o documentário Zezé Motta, la femme enchantée navega por sua vida e obra. Com depoimentos dela própria e de artistas que a acompanharam durante a sua carreira, o filme reúne trechos de musicais e de trabalhos da artista em filmes como Quilombo (1984) e o mencionado Xica da Silva, ambos do diretor Carlos Diegues.
O documentário integra uma série francesa chamada Eclats Noirs du Samba (Estilhaços Negros do Samba, em tradução livre), que destaca a influência da cultura negra na música brasileira. Rodado em São Paulo e Salvador na década de 1980, traz imagens das comunidades periféricas de ambas as cidades, personagens anônimos e depoimentos. Também foram homenageados nesta série da francesa, outros músicos como Gilberto Gil, Martinho da Vila, Paulo Moura e grupos da música popular brasileira.
Anjos da Noite, de Wilson Barros, é uma comédia que coloca o espectador em dúvida sobre a veracidade das histórias contadas pelos seus personagens. Além de Zezé no papel de Malu, o elenco conta com Marilia Pera, Antônio Fagundes e Marco Nanini. Passado durante uma madrugada na cidade de São Paulo, o filme mostra a interação entre diferentes personalidades, entre elas uma empresária com negócios escusos, um diretor de teatro, um garoto de programa e uma diva decadente. Errantes, suas trajetórias se conectam entre inferninhos e ruas luminosas de neon, em meio a sonhos, crimes e orgias.
A programação é completada com Vai trabalhar vagabundo (1974), uma comédia de Hugo Carvana que tem como tema principal o “malandro” do Rio de Janeiro. Zezé Motta divide o elenco com Odete Lara, Marieta Severo, Nelson Xavier e Chico Buarque.
Na história, Dino, conhecido como um inimigo do batente, precisa lidar com os novos tempos, já que o romantismo dos tempos das antigas sinucas e gafieiras desapareceu. De andança em andança, de golpe em golpe, o destino lhe apresenta muitas surpresas.
SERVIÇO:
Itaú Cultural Play
Mostras: Zezé Motta e Esperando Godot na Coleção Palco Virtual
A partir de 24 de junho de 2022
Em www.itauculturalplay.com.br
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