A professora e ativista pelos Direitos Humanos, Luciana Viegas descobriu sozinha que tinha autismo. E isso não é tão raro. Para casos “mais brandos” da doença, sobretudo o autismo de alto funcionamento, em que a pessoa apresenta resultados acima da média em algumas atividades, é bem comum que o autista viva sem saber que faz parte do espectro e seja lido só como alguém muito sensível ou anti-social.
Por meio do Twitter, Luciana resolveu compartilhar suas experiência pessoais com o transtorno focando no que ela descobriu sozinha sem ajuda médica. E não precisou muito para que os “cientistas” brancos da rede a atacassem, defendendo a “ciência” e ignorando as narrativas íntimas de Luciana.
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Em um vídeo em sua conta no Instagram, postado nessa segunda-feira, 11/12, a ativista relatou quer recebeu postagens racistas e capacitista na qual era chamada de “macaca” e outra postagem disseram: “vai tomar os seus remedinhos”.
Viegas disse que estava bem, apesar de tudo, denunciou as redes das pessoas que fizeram os ataques e que não permitiria que alguém – sendo deficiente ou não – fizesse racismo. A conta dela do Twitter ficou trancada por 24 horas por causa das denuncias feitas e ela ainda disse que “o racismo dói, por mais que saibamos o que está acontecendo, ele dói”.
A professora foi chamada de ‘burra’ e outros adjetivos, por opinar em uma linha de estudo que ela pesquisa, sobre o modelo de denuncia no modelo biomédico. Luciana ainda falou que, uma das pessoas que a ofenderam, publicou uma foto (que foi apagada) imitando o bigode de Hitler.
Além de entender e denunciar os crimes ocorridos, ela rebate que não irá parar de lutar por aquilo que acredita e pela luta antirracista e anticapacitista.
Como era se de se esperar, depois das manifestações de Luciana, muitos dos links originais das postagens foram deletados e só restaram os prints.
O Mundo Negro procurou a assessoria de imprensa do Twitter durante a tarde, que disse que não teria tempo de responder às nossas dúvidas pelo volume de demandas.
Atualização:
O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, entre as quais as políticas que proíbem o comportamento abusivoe a conduta de ódio. Inclusive, a atualização da política contra conduta de ódio passou a incluir, recentemente, a linguagem que desumaniza alguém devido à sua raça, etnia ou origem. Violações a essas regras estão sujeitas às medidas cabíveis. Temos sido cada vez mais proativos em detectar conteúdos abusivos na plataforma, mas também contamos com as denúncias das pessoas de eventuais violações às nossas regras.
Edição: Silvia Nascimento
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