Ser mulher é difícil. Ser mulher negra é mais difícil. Ser mulher negra, gorda então, significa ter que lidar com preconceito vindo, inclusive, de mulheres e pessoas negras.
Quando uma negra acima do peso decide ocupar espaços de destaque é quase regra que alguma opressão ela sofrerá de forma cotidiana. A Youtuber Roberta Freitas que participou da 17ª edição do Big Brother Brasil selecionou três das das muitas ofensas que ela recebeu por meio da Internet e fez um vídeo em seu canal, No caso com Roberta Freitas, para estimular as pessoas vítimas de racismo e preconceito a falarem sobre suas dores. No vídeo ela diz que as pessoas não são obrigadas a gostar da personalidade dela, mas elas não têm o direito de não gostar dela por ela ser preta e gorda.
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Essas foram algumas das ofensas destacadas pela youtuber em seu vídeo. “ A motivação para fazer esse vídeo foi a minha tristeza. Por mais bem resolvida e segura que eu fosse, eu não estava conseguindo segurar a barra”, explica Roberta. Ela ficou surpresa em notar que os ataques não eram oriundos de páginas “fake” em muitos casos.
“Quando a gente vê que a pessoa é real e tem essa coragem, a gente leva um susto e eu fiquei mal. Quando me recuperei decidir fazer esse vídeo, tive que ter força porque muitas meninas que me seguem são negras e gordas como eu. O vídeo foi um grito se socorro, mas também de força”.
Os ataques aumentaram depois que Roberta participou do Big Brother. “É como se o negro só pudesse fazer o que é esperado. Quando eu entrei no programa e era brincalhona e divertida estava tudo ok, mas depois eu comecei a fazer o que não era esperado por eles, os ataques aumentaram”, explica a Youtuber.
Ela destaca que apesar dos maioria dos ataques serem gordofóbicos, muitos são motivados por sua cor. “As médias das minhas fotos são de 300 comentários, mas a minha foto de biquíni eu tive mais de 1.300 e maioria me xingando. As pessoas me atacam por ser gorda, mas querem dizer coisas racistas”.
Roberta usa sua influência e visibilidade para que outras pessoas se sintam estimuladas a falar usar a sua voz relatar suas tristezas em situações de racismo e preconceito.
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